Pov. Stefan

Desci as escadas um pouco confuso. Acordei e a cama estava vazia, sem a Elena. Olhei ao redor preocupado e vi Andie, com uma xícara de café na mão, parada no meio do corredor. Achei estranho... A Becca e o Damon não tinham se acertado? Provavelmente Damon tinha feito mais uma besteira. Suspirei com raiva e continuei a descer as escadas, procurando a Elena.

– Oi. – falei já desconfiado.

– Oi! - ela respondeu um pouco animada.

– Você viu a Elena? - perguntei.

– Er... Não! – ela respondeu, um pouco confusa.

– Oi querida! Meu café! - Damon falou e eu olhei pra trás incrédulo com a cena. Ele abraçando a Andie, sendo que no dia anterior, estava declarando seu amor à Becca. Balancei a cabeça, tentando tirar aquela ideia da minha mente. Aquilo não era meu problema e eu tinha que achar a Elena.

– Bom dia! - ela falou dando um selinho nele.

– Bom dia! - ele falou pegando o café.

– Cadê a Elena? – perguntei preocupado.

– Não sei Stefan. É sua namorada, e a minha está bem aqui. – É! Damon tinha feito merda mesmo. - Como está o ombro? Dá tempo para uma mordida? – ele perguntou e eu peguei meu celular. – Estou com tanta fome!

– Está muito ruim! Pode usar uma bolsa de sangue hoje? – ela perguntou e eu liguei para Elena. Eu escutava aquela conversa com nojo do que o Damon estava fazendo, usando aquela pobre humana como um brinquedo e o pior de tudo, brincando com os sentimentos dela e de Rebecca. - Estou atrasada para o trabalho.

– Ah, não. – Damon falou com uma vozinha idiota. A ligação caiu na caixa de mensagens e eu deixei uma para Elena.

– Oi, sou eu! Cadê você? Me ligue. – falei e olhei para o Damon e a Andie se beijando e realmente fiquei com mais raiva ainda. – O que está fazendo? Ela não é um brinquedo! - falei

– Não é da sua conta, é, Stefan? – ela perguntou e eu fiquei com mais raiva. Damon a hipnotizava para aceitar tudo e aquilo tinha me deixado indignado.

– É, foi o que ela disse. – Damon falou descaradamente para mim. Soltei um “Run” e voltei a procurar Elena pela casa.

– Tenho que ir trabalhar. – escutei ela falar.

– Tchau. – ele falou, enquanto isso eu percorria a casa até achar a porta que dava para o porão, onde estava Elijah, aberta. Arregalei os olhos e desci até a “prisão” correndo. Damon pareceu ter percebido por que ele veio logo atrás de mim e ficamos pasmos ao não encontrar Elijah lá.

– Não, ela não fez isso... – Damon falou com raiva.

Pov. Becca.

Desci as escadas bocejando; Estava com sono, pois não tinha dormido direito. Fiquei revirando na cama pensando na noite anterior, nas coisas que o Damon disse pra Elena... Suspirei e cocei minha cabeça impaciente. Queria tirar aqueles pensamentos idiotas da minha cabeça, mas não conseguia muito.

Entrei na cozinha e minha tia e minha prima tomavam café conversando animadamente sobre alguma coisa. Quando elas me viram pararam e ficaram me encarando como um fantasma. Elas se entreolharam curiosas e minha tia perguntou:

– Você não ia dormir na casa do Damon?

– Eu dei um tempo com ele. – falei pegando o leite na geladeira. – Ele precisa reorganizar umas ideias e está um pouco indeciso. Então vou deixar ele por um tempo sozinho, para pensar. – peguei o cereal e a tigela no armário e me sentei do lado das duas.

– Lisa, pode pegar o termômetro ai no armário? – minha tia perguntou com uma cara de chocada – Ah, e aproveite pra ver se não está chovendo. – ela falou e eu olhei pra ela irritada. – Você tomando essas atitudes? Só pode ser o fim do mundo mesmo. – ela falou e Lisa começou a rir .

– Essa foi boa mãe!!! – ela falou.

– Parem as duas, por favor!- falei e elas riram da minha cara.

– Estou vendo que está mudando... A velha Rebecca nunca faria isso, nem por muito dinheiro!! – ela falou sorrindo. - Acho que Mystic Falls fez bem para você.

– Ah Mãe! Vamos lá! Você sabe que não foi Mystic Falls, e sim o Damon!!- Lisa falou num tom de perturbação. Neguei com a cabeça e ignorei-a:

– Eu não quero sofrer mais tia. Aprendi que não mereço. Da pior forma, mas aprendi. – falei e ela sorriu simpática.

Pov. Stefan

Damon estava com raiva, por que eu tinha falado umas verdades pra ele. Ele queria se meter e arruinar os planos de Elena com Elijah. Eu não concordava muito, mas Elena sabia o que fazia e eu não queria ir de encontro com ela. Damon, como sempre, queria mandar em tudo. Mas o que tinha me deixado com raiva mesmo foi o fato de ele ter esquecido a Rebecca tão facilmente e trocado ela pela Andie.

– Não sei como você tem coragem de fazer isso com Rebecca. – Falei com raiva. Estávamos sentados um em frente ao outro no sofá. – Ela é um brinquedo pra você não é? Como todas as outras. – ele virou a cara furioso.

– Cala a boca Stefan. A vida é minha e eu faço o que eu quero. Além do mais, Rebecca pediu um tempo.

– Mas é Claro!!! O Damon nunca se importa com o sentimento dos outros. Só com os dele. Você é a pessoa mais egoísta que eu já conheci. A Rebecca teve razão em pedir um tempo. Afinal, ela não te merece. – falei com nojo e saí da sala, enraivado.

Pov. Becca

Subi pro meu quarto, pensativa. Tinha certeza que depois de um banho bem quente e um bom livro, iriam me fazer esquecer da noite anterior. Apesar de eu ter dito ao Damon, que eu não queria sofrer, eu estava sofrendo, sentido a falta dele. Mas eu tinha que colocar na cabeça que eu tinha que esqueecer ele. Entrei no meu quarto e fui direto para meu banheiro. Tirei minha roupa e comecei a tomar um banho bem quente, enquanto cantarolava uma música qualquer. Quando terminei o banho, me enrolei na toalha. Mal saí do banheiro, meu celular toca:

– Alô – falei atendendo o telefone.

– Becca? – Damon falou.

– Sim Damon? – falei irritada. Ele não me deixava esquecê-lo.

– Você está bem? – ele perguntou.

– Estou, não é?? Atendi o telefone, não estou gritando ou nada do tipo.

– É que o Alaric foi na casa da Elena e está com a Jenna lá. – ele falou. – Eu pensei que... Que ele tivesse passado ai antes, mas não. Ainda bem.

– Ok. Obrigada por se preocupar. Tchau.

– Espera, Becca. – ele falou e eu suspirei.

– Sim Damon? – perguntei.

– Não fique com raiva de mim. Eu falei aquilo ontem sem pensar, meu amor...

– Não. Você não falou aquilo sem pensar. Ninguém fala nada sem pensar. Eu não estou com raiva de você. Estou tentando esquecer essa droga toda. E eu não posso ficar com raiva de você por que gosta da Elena. – falei.

– Obrigado Becca! - ele falou.

–Tchau. – falei e desliguei o telefone. Me deitei na cama, fechei os olhos e pensei no Damon. –Por que é tão difícil de esquecer você?- me perguntei segurando o telefone.

Pov. Stefan

– Andie, vai! - Damon falou com raiva. Eu estava entrando na sala e vi a pequena discursão onde ela me defendia. Neguei com a cabeça e falei:

– Cansou do seu outro brinquedinho?

– Não comece, Stefan. Ela é apenas uma distração.

– Assim como a Rebecca?? Escuta Damon, elas duas são pessoas. As duas têm sentimentos. Ainda bem que Rebecca é mais sensata; percebe o que está acontecendo logo e vai embora. Mas Andie... Você a hipnotiza desde que a conheceu. Ela não merece ser punida pelo seu stress.

– Devia agradecer por Andie estar aqui. - ele falou. – Me impede de fazer o que realmente quero.

– Está certo. Obrigado. – falei sarcástico. – Por estar apaixonado por minha namorada.

– E aí está. - ele falou colocando a bebida na mesinha e se levantando com raiva

– Isso mesmo. – falei o provocando.- Rebecca pediu um tempo por isso não foi? Por descobrir que você gosta mais da Elena do que dela.

– Cala a boca! Não meta Rebecca no assunto.

– Ok, Irmãozinho. Como quiser. – falei – Olha, pode estar apaixonado pela Elena. Significa que vai protegê-la. Mas eu tenho uma coisa que você nunca terá.

– É? O que seria? – ele perguntou.

– O Respeito dela. – falei e ele me deu um soco na cara. Eu bati na estante e logo em seguida corri em cima dele com raiva. Tínhamos começado a briga. Eu o enforcava e ele me enforcava.

– Parem!- Elena gritou e nós paramos. Quando olhei para ela, me surpreendi. Elijah estava em pé do lado dela olhando a cena pensativo.

– Agora você o convida para entrar? – Damon perguntou com raiva.

– Elijah e eu renovamos o acordo. – Elena falou. Era duro aceitar aquilo, mas era a decisão dela. Não podia fazer nada.

– Sério? – Damon perguntou. - Isso, foi o que você disse da ultima vez e quase matou a Becca! - Damon falou furioso.

– Calma! Não machucarei vocês. Só peço uma coisa em troca.

– O que? – Damon perguntou com raiva.

– Um pedido de desculpas. – ele falou e eu olhei pra ele incrédulo. Ele queria um pedido de desculpas depois de quase ter matado nós todos? Depois de querer matar a Elena e a Rebecca?

– O que? – Damon perguntou incrédulo. Eu tive a mesma reação, mas resolvi pedir desculpas. Respirei fundo impaciente e andei até ele.

– Desculpe por ter planejado a sua morte. Estava protegendo Elena. Sempre protegerei a Elena.

– Entendo. – ele falou e então todos nós olhamos para o Damon, esperando a resposta dele, mas eu sabia que não iria ser nada boa pela sua cara. Ele balançou a cabeça negativamente, olhando feio para Elijah.

– O Sacrifício irá acontecer, Damon. – Elena falou. – Bonnie será capaz de matar Klaus sem se machucar e Elijah sabe como salvar minha vida. Falei que encontraria outro jeito... E encontrei.

– É verdade?- Damon perguntou duvidoso.

– É.- Elijah respondeu confiante de si.

– Confia nele? – Damon perguntou. A raiva parecia aumentar a cada pergunta.

– Confio. – Elena falou.

– Vão todos para o Inferno! – ele falou e saiu com raiva. O encarei surpreso por não ter estourado. Do jeito que estava...

– Ele está com raiva de mim, agora. Mas ele vai mudar de ideia. – Falei para Elijah.

– Talvez. – ele me respondeu.

Pov. Becca

Meu celular tocou mais uma vez e eu levei um susto. Estava relendo “Anjos e Demônios” e bem na parte mais emocionante e interessante do livro, o telefone toca. Respirei fundo com raiva por ser interrompida.

– Alô? – falei impaciente.

– Rebecca? Sou eu, o Stefan. – escutei ele falar.

– Oi Stefan. Como você vai? – perguntei.

– Bem. Er... Temos uma emergência aqui. – ele falou e eu franzi o cenho. Uma emergência? E por que eles estavam me chamando? Eu não me metia muito naquela história de Elena e tudo mais... – Bom, você sabe como é o Damon não é?

– Claro que eu sei. – Falei revirando os olhos. Mais alguma coisa que ele tinha aprontado.

– É que hoje não foi um dia bom pra ele. Ele está muito estressado. Agora pouco mesmo, a Andie saiu do quarto dele chorando e sangrando...

– Uh oh... O que vocês aprontaram? Não deve ter sido boa coisa... Estou indo para ai!- falei

– Ok. Obrigado, Rebecca.- ele falou.

– Vejo você daqui a pouco. – falei pegando minha jaqueta e minha bolsa. Desliguei o telefone e desci as escadas correndo. Minha tia e minha prima, que assistiam a um filme na sala me olharam interrogativas. Eu fui logo dando explicações: - Problemas. – falei e minha tia nem hesitou em falar:

– Por acaso ele se chama Damon Salvatore?

– Acertou na mosca. - falei e saí de casa.

***

– Graças aos céus você chegou. - Stefan falou quando eu entrei pela sala. – Ele está lá no quarto dele. Escutei som de coisas se quebrando... Você sabe o que acontece quando ele está com raiva. E eu acho que ele está bebendo...

– Vocês realmente fizeram alguma coisa de muito ruim hoje. – falei. – Me deixa subir logo... – Quando eu me virei para subir, quase soltei um grito. Elijah estava parado bem na minha frente me encarando. – Vo-VocÊ está vivo?- perguntei espantada e ele sorriu pra mim. – Ai meu deus... Já vi que as coisas não estão sendo muito boas... É capaz de ele matar quem entrar naquele quarto. – falei negando com a cabeça.

–Tem certeza que vai tentar amansar a fera? – Elena perguntou. – Como você mesmo disse ele pode te matar.

– Damon não me mataria. Ele poderia até tentar, mas não conseguiria. Nós já passamos por isso. – falei e depois nem esperei a resposta dos outros.

Subi as escadas correndo. Mal cheguei à metade da escada e ouvi a voz dele praguejando o Stefan. Fui até a porta dele e bati nela de leve. Imediatamente ele gritou com uma raiva imensa:

– O QUE É AGORA? – ele perguntou e eu entrei olhando para ele.

– Damon. – falei. – Seu irmão... Ele pediu para que eu viesse te ver. – ele olhou para mim com raiva.

– Vá embora, Rebecca. Não tem nada pra fazer aqui. Nós demos um tempo esqueceu? – ele perguntou. Seus olhos estavam vermelhos pelo choro de ódio e sua boca estava suja com sangue.

– Eu vim te ver... Quero te ajudar, Damon, sabe? – perguntei caminhando lentamente, tentando chegar perto dele.

– EU NÃO PRECISO DA DROGA DA SUA AJUDA! VÁ EMBORA!! NÃO ME ESCUTOU? – ele gritou, se levantando bruscamente e se colocando a minha frente.

– Sim. Eu te escutei. Mas não quero ir embora. Quero te ajudar. –falei e ele rosnou com muita raiva. De repente ele voou em mim e apertou meu pescoço, enquanto me colocava pela parede e me levantava. Eu mexia a perna agoniada, sem conseguir respirar direito. Olhei em seus olhos com raiva, que agora estavam negros, mostrando sua face de vampiro, puxei todas as forças que me restavam e falei. – Vai me matar, Damon?

Foi só eu falar aquilo que seus olhos voltaram ao normal, e ele foi afrouxando o aperto e me abaixando pouco a pouco. Ele olhou pra mim e começou a chorar, tentando liberar todo o ódio que estava preso em sua garganta. Puxei-o para um abraço e coloquei sua cabeça em meu ombro.

– Sh... Sh... Sh... Calma, meu amor. Já vai passar. – falei alisando seus cabelos.

– Eu ia matar você... Ia Fazer o que aquele desgraçado queria fazer... –ele falou e eu entendi que o desgraçado era o Elijah. – Me desculpe, Becca.

– Não se preocupe Damon. Eu entendo você. E acho melhor você descansar, para tentar esquecer um pouco isso, ou pensar de uma outra maneira. Talvez, Elijah não quisesse me matar mesmo. Talvez ele poderia estar como você; com muita raiva por vocês terem tentado matar ele. Você não pode só entender a sua parte. Tem que entender a dele também. – falei e ele olhou em meus olhos. – Agora acho melhor ir para cama dormir.

– Fica aqui comigo. – ele falou com aquela carinha de cachorrinho pidão. Eu suspirei e ia responder, mas ele me interrompeu. – Só até eu dormir pelo menos. – ele falou e eu continuava sem querer deixar. - Por favor. – mais uma vez a carinha de cachorrinho pidão.

– Ok! Mas só até você dormir. – eu falei e nós nos deitamos na cama lado a lado. Ele ficou olhando em meus olhos sem parar.

– Obrigado. Se não fosse por você, não sei o que faria... - ele falou

– Acho que você teria matado o Stefan, não? – perguntei e ele riu.

–É – ele falou. – Com certeza. – ele ficou me olhando daquele jeito de novo. Daquele jeito apaixonado. – Eu te amo. – ele falou se aproximando e tirando o cabelo do meu rosto. Ele ia me beijar. Eu só virei a cara.

– Não Damon. Isso não. – falei. – Você passou o dia inteiro com a Andie...

– Foi o Stefan que lhe falou isso? – ele perguntou com raiva.

– Foi sim. Por que ele queria a sua segurança e a de Andie. E se ele não tivesse me falado o estado em que ela saiu daqui... Eu não entenderia a gravidade do assunto. – falei e ele ficou emburrado. - Nós demos um tempo se esqueceu? – falei

– Não. Eu não me esqueci. Você não está mesmo com raiva de mim por ontem á noite não é?– ele falou.

– Não Damon. É sério. Não quero guardar rancor de ninguém. – falei.

– Nem por que eu trouxe a Andie comigo depois de você ter ido embora? – ele perguntou.

– Nem por isso. Você pode fazer o que quiser e eu também. – falei

– Eu sei que o que eu falei ontem e fiz hoje foi errado, e que te machucou muito, mas, por favor, me perdoa. Vamos voltar... – ele falou e eu coloquei meu dedo indicador em seus lábios, o silenciando.

– Se eu dei um tempo era para que eu e você pensássemos sobre o que estava acontecendo. Você ainda está em dúvida e muito confuso sobre seus sentimentos – falei.

– Ok, Becca. Você sabe o que faz. – ele falou triste e me abraçou.

Pov. Damon

Fiquei deitado sobre o seu peito, escutando seus batimentos cardíacos e acompanhando ele com minha respiração. Ela estava acariciando meus cabelos pacientemente. Não entendia como depois de tudo ela me aquentava e ainda se importava comigo. Ela me amava mesmo. Fechei os olhos. Ela era a única mulher que eu tinha certeza de que me amava verdadeiramente. Depois de alguns instantes eu acho que ele pensou que eu tinha dormido. Ela beijou minha cabeça e depois sussurrou em meu ouvido:

– Desculpa. Estou fazendo isso para o seu bem. Te amo. – e então ela saiu do quarto.

– Te amo também. – sussurrei assim que a porta se fechou.

Pov. Becca

Desci até a sala onde o Stefan estava sozinho escrevendo em algo. Não havia nem sinal da Elena e do Elijah.

– E ai? Muito difícil? – Stefan perguntou.

– Não. Normal. Ele tentou me matar, mas não conseguiu, como eu falei. – ele riu.

– Você leva isso tão normalmente. Como se fosse algo do seu cotidiano.

– E não é?? Não sei por que, mas acho que essas coisas estranhas já são comum á minha vida. É isso que eu sinto. – falei. – Cadê a dupla macabra?- perguntei.

– Quem?

– Elena e Elijah. – falei e ele riu.

– Você é igualzinha ao Damon. Eles saíram. Estão conversando.

– Hum... Você não tem medo não é??

– Tenho. Mas preciso confiar. – ele falou. – Não vai para casa á essa hora não é?? Ainda mais com Klaus a solta. – ele falou preocupado.

– Não sou doida. Não quero ver o Alaric me chamando de novo de “Mia Rebecca”. – ele riu. – É sério. Foi assustador. Eu não sabia o que ele estava falando, mas senti algo estranho quando ele falou aquilo, como se realmente tivesse um significado, como se ele não tivesse falado aquilo só para assustar.

– Damon não me falou direito sobre isso.

– É, ele não deu muita importância. Acha que Klaus fez isso só para nos assustar, mas eu tenho certeza que não é só isso. – falei.

– Você deve ter razão. Depois vou conversar com Damon sobre isso. Vai dormir no quarto dele? – ele perguntou.

– Não. Eu e ele...

– Vocês deram um tempo. Eu sei. Damon falou isso. Perdoe ele. Damon é impulsivo e as vezes não sabe o que faz ou fala.

– Não se preocupe por que eu sei disso Stefan. Eu o conheço e não posso o punir por essa característica. Só estou fazendo isso para ver se ele pensa mais um pouco sobre isso. – falei. – Onde é o quarto dos hospedes? – perguntei.

– No corredor á direita, depois do quarto do Damon. – ele falou

– Ok. Vou Dormir. – falei. –Boa noite.

– Boa noite, Rebecca.

***

Desenrolei o edredom da cama, cansada. Suspirei, pensando “ Quanto mais eu tento me afastar dele, mais eu me aproximo ”. Bem na hora que eu ia me deitar, ouço um pigarro grave.

– Rebecca? – eu escutei e me virei. Elijah estava parado na porta me olhando avaliador, um pouco curioso. – Posso entrar??

– Claro... – falei. – Afinal, a casa não é minha mesmo. – e ele riu.

– Eu queria me desculpar com você por causa daquela noite que eu te machuquei... – ele falou.

– Ah... Sobre isso?? Não precisa se desculpar.

– É claro que eu preciso me desculpar, afinal eu quase te matei, sem motivo. - ele falou me olhando estranhamente. Eu sorri.

– Não se preocupe. Não sou de guardar mágoas. – falei. Ele continuou calado, me olhando daquele jeito estranho e eu não aguentei e falei logo: - Por que está me olhando assim? – ele pareceu surpreso com a pergunta e olhou em meus olhos.

– Você se parece com alguém que conheci há muito tempo. - ele falou

– Que estranho... Vai ver eu sou descendente dessa pessoa... – falei.

– É... É... Pode ser isso... – ele falou ainda pensativo. Balançou a cabeça e se despediu. – Bom... Eu tenho que ir. Stefan quer conversar comigo.

– Ok. Boa noite.

– Boa Noite, Elijah.

***

Quando eu acordei, já passava das 9h. O sol já batia em minhas costas, quente o suficiente para me acordar. Me levantei e cocei meu olho. Tinha dormido demais e ainda tinha que entregar os últimos trabalhos para a escola, afinal o verão estava chegando e eu era apenas professora substituta por 6 meses. Olhei ao redor e me lembrei da noite passada, de eu consolando o Damon. Balancei a cabeça, afinal, mesmo que não consiga, tenho que pelo menos tentar.

– Porcaria! Vou ter que voltar para casa de Pijamas?!- pensei alto.

Mas então me lembrei que estava na casa dos Salvatore. E eu sempre deixava uma roupa extra aqui, caso eu precisasse. O problema é que ela estava no quarto do Damon. Respirei fundo e rezei para que ele não estivesse no quarto. Olhei ao redor do corredor, mas não vinha ninguém. Corri até aporta do quarto de Damon, mas quando ia entrar escutei a voz de Elena:

– É minha vida, Damon. Minha escolha.- Olhei pela fresta e eles estavam de mãos dadas de frente para o outro. Ofeguei.

– Não posso perder você. – ele falou. Senti uma pontada dolorosa no peito.

– Não vai. – ela falou e eu ia sair. Não queria escutar mais nada. Nem ver a cara do Damon. Mas quando eu ia saindo, eu escutei Damon falando:

– Tem um outro jeito. – ele falou. E então eu percebi que Damon ia fazer alguma merda. Me virei e corri para a porta do quarto.

– O que você está fazendo... - Não pensei nem duas vezes quando eu ouvi Elena falando aquilo e vi Damon mordendo o braço ele. Gritei bem alto:

– STEFAAN!!- Assim que eu gritei, Stefan já estava jogando Damon longe. Damon olhava para mim e Stefan com raiva.

– O que você fez? – ele perguntou.

– Salvei a vida dela. – Damon respondeu. Enquanto Stefan acalmava Elena, que tossia e estava caída no chão. – Quer tanto morrer, assim sei que voltará. – ele falou.

– Como uma vampira. – Stefan falou começando a ficar assustado com Damon. – Ela voltará como uma Vampira!

– É melhor que nada. – ele falou.

– Como pôde fazer isso com ela?- Stefan perguntou com raiva enquanto elena chorava no chão.

– Pode me desejar uma eternidade de miséria. – ele falou como se não ligasse. – Acredite, você vai superar. – ele falou para Elena e Stefan rosnou e voou em cima dele. Damon caiu e logo em seguida empurrou Stefan contra a parede. – Admita, queria ter colhões para fazer você mesmo. – e então a briga voltou pior ainda. Eu não ia deixar os dois brigarem. Damon ia ficar pior que ontem.

– PAREM OS DOIS!- gritei e os dois pararam e olharam pra mim. – Porcaria Damon! Você não sabe ver o quão estúpido está sendo? Não consegue perceber que essa vai ser uma das atitudes que você vai se arrepender para o resto da sua vida?

– Cale a boca Rebecca! Você já se meteu demais nessa história! - Damon falou se soltando de Stefan e caminhando em minha direção. – Só atrapalha os planos, quase morrendo ou me delatando. – ele falou com ódio pegando em meus ombros. – Toda hora eu tenho que parar, por que a estúpida humana foi sequestrada ou se meteu em perigo. NINGUÉM PRECISA DE VOCÊ AQUI! VOCÊ NÃO SERVE PARA MERDA ALGUMA!!! - ele gritou me sacudindo. Eu o encarei abismada, enquando ele continuava apertando meu ombro.

– Me solte. – falei olhando para ele com um ódio que eu nunca tive de ninguém. Senti uma sensação estranha no meu corpo, como se algo que tivesse preso há muito tempo em mim se soltasse. – ME SOLTE! - gritei com raiva e ele me soltou. – NUNCA MAIS ME PROCURE! – gritei colocando o dedo na cara dele. – SE NÃO EU MESMA TE MATO! - de repente, um vaso se quebrou e todos nós nos assustamos.

E então eu me virei e saí correndo. Não me importando mais se estava de camisola, ou não... Só queria ir embora de Mystic Falls correndo.

***

Coloquei a ultima coisa na minha mala e suspirei, enxugando as lágrimas. Eu estava decepcionada, triste e com ódio. Tinha me mudado para me recuperar, mas só conseguia ter piorado. Decidi ir embora, não queria ficar mais em um lugar que só me fazia sofrer. Minha sorte era que minha tia não estava em casa. Não queria me despedir. Vou apenas deixar uma carta para minha ela e pronto. De repente a campanhia toca.

– JÁ VAI! - gritei e saí do meu quarto para atender a porta. Quando comecei a descer as escadas e a campanhia tocou de novo. – Que droga! - murmurei. – JÁ VAI! - gritei mais alto. Corri até a porta e a abri. Um cara estava com a mão direita encostada na soleira da porta e a cabeça abaixada. Ele levantou a cabeça e sorriu.

– Ciao mia Rebecca. – ele falou e um calafrio passou por mim. Então tudo ficou negro.