Heart Beat escrita por Noel Blue


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Mais um, espero que gostem.



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I do swear that I'll always be there

(Eu juro que eu sempre estarei ao teu lado)

I'd give anything and everything and I will always care

(Eu daria qualquer coisa e todas as coisas e eu sempre te cuidarei)

Through weakness and strength Happiness and sorrow,

(Na fraqueza e na força, na felicidade e tristeza)

For better, for worse, I will love you with every beat of my heart

(No melhor, no pior, eu te amarei a cada batida do meu coração)

From This Moment On – Shania Twain

Eu estava cansada. Meu corpo estava dolorido e eu queria estar dormindo agora. Passei a noite no hospital com Edward, e acordei de madrugada. Vim até em casa pegar uma roupa para ele, pois hoje ele sai do hospital. Enquanto isso, Alice e Jasper ficaram lá pra mim, mas eles irão vir depois que eu voltar. Ah, como eu queria que tudo isso fosse apenas um pesadelo!

Peguei a bolsa de couro, com algumas roupas para ele, e saí do quarto. Caminhei lentamente em direção a escada e desci. Parei no final e me virei, olhando para ela. Eu estava parada onde Edward caiu. Ainda tinha mancha de sangue no carpete. Aquela mancha ainda estava escarlate. Senti meu coração apertar e meus olhos lacrimejarem. Sentei no chão, ali, do lado da mancha, e passei a mão em cima enquanto minha outra mão estava por cima do meu peito. As lágrimas caírem e a cena dele caindo aqui, se repetia incansavelmente em minha cabeça. E aquilo doía tanto... O que poderia ser pior do que ver a pessoa que você ama sofrer? Eu suspirei e fiquei de pé. Peguei a bolsa que estava ao meu lado e fui em direção a cozinha.

Comi uma torrada e depois tomei um analgésico para dor de cabeça. E agora sim, eu iria para o hospital. Enquanto passava pela recepção, eu sentia os olhares sobre mim. Mordo o lábio e saio dali o mais rápido possível. Meu carro estava em frente à porta principal. Eu só entro e dirijo até o hospital. Tudo estava caindo. Minha vida estava ruindo diante dos meus olhos e eu não posso fazer nada!

.

.

Eu cheguei tão rápido quanto saí. Alice e Jasper estavam na ala de espera, a mesma de ontem. Assim que me vêem, se levantam.

- Podem ir, eu cuido de tudo daqui. E gente, obrigado! – Eu disse, e abraço os dois que retribuíram. – Eu nem sei como agradecer vocês. Vou ficar devendo pelo resto da minha vida. – lhes digo, e as lágrimas desciam novamente.

- Ah Bella, não se preocupe! Você pode sempre contar conosco! Sabe que somos teus amigos. – Jasper disse e Alice concordou. Eu não sei o que faria sem eles dois na minha vida. Eu sorri e me separei deles. Limpei as lágrimas e vi que Alice também chorava.

- Vão para casa! Descansem, e daqui a pouco eu apareço em casa com Edward, ok?

- Certo, mas qualquer coisa é só ligar! Viremos correndo! – Alice disse. Nos despedimos e, logo depois, me vi caminhando em direção ao quarto de Edward. Ele já deveria estar acordado, pensei.

Abri a porta devagar para não fazer barulho, caso ele estivesse dormindo. Mas não o vi na cama. Entrei, fechei a porta e fui em direção a cama. Sentei, e logo escutei o barulho do chuveiro. Sorri de leve e deixei a bolsa em cima da poltrona, ao lado da cama. Suspirei e deitei ali mesmo. Lembrei de uma coisa e peguei meu celular no bolso da calça jeans que eu vestia.

Mandei uma mensagem para a Alice, pedindo para ela trocar o carpete do meu apartamento. Mensagem enviada, e pronto! Em uns 5 minutos, ele já saia do banheiro. Levantei a cabeça para olhá-lo. Ele estava com uma toalha ao redor da cintura, com o cabelo molhado, pingando água. As gotas de água caíam pelo seu peito, e seu sorriso lindo estampado no rosto. Ah Edward!

- Pensei que não viria tão cedo. Abandonou-me no meio da noite... Isso é crueldade! – Ele disse, caminhando em minha direção. Com sorriso ainda no rosto, e seus olhos fixos nos meus, ele chegou bem perto e se deitou ao meu lado. Abraçou-me dando um beijo em minha testa me causando arrepios. Ele estava gelado, por causa do banho.

- Eu tive que ir em casa pegar suas roupas, e o senhor sabe que precisava descansar! – lhe digo. Ele riu e tive que rir junto.

- Ora, eu descansava com você! Afinal, você também precisa descansar. – Ele suspirou com um sorriso bobo.

- Ai vai se vestir Edward! Você está me deixando com frio! – ele gargalhou, mas se pôs de pé, ao lado da cama. Sacudiu os cabelos me molhando toda, e eu soltei um berro, olhando para ele sorrindo.

Ele contornou a cama, pegou a bolsa e, então, veio para o lado da cama novamente. Abriu a bolsa e pegou uma boxer branca. Eu prestei atenção em seus braços. Algo me chamou atenção na sua fossa cubital*. Estava um pouco roxo, de tanto soro e remédios na veia que tomou. Senti o ar faltar, mordi o lábio, desviei os olhos e parei na janela, olhando as árvores de uma praça que ficava logo ao lado do hospital. Sorri quando senti Edward beijando meu pescoço. O olhei pelo canto do olho. Ele já estava com a calça social preta e uma camisa também social, ainda sem abotoar.

- Pensei que iria colocar a roupa mais esporte, mais soltinha... – sentei-me na cama. Ele se posicionou entre minhas pernas, e comecei a abotoar sua camisa. Ele pendeu a cabeça para o lado e me olhou curioso.

- Eu vou à empresa quando sairmos daqui. Preciso ver como andam as coisas.

- Ah, mas você está muito enganado se pensa que vai! – terminando de abotoar os botões, o olhei nos olhos enquanto ele levantava as mangas na medida do antebraço, passando a mão esquerda pelo cabelo já penteado. Ainda entre minhas pernas.

- Qual é? Eu já estou me sentindo bem, Bella. – Ele me diz, torcendo a boca de um modo que só ele sabe.

- Nada disso, Edward! Está decidido. Você não vai à empresa. Amanhã mesmo eu vou lá e falo para Jasper e Rosalie cuidarem de tudo enquanto a gente estiver fora. –suspirei quando terminei de falar. Edward é tão cabeça dura!

- Jasper e a irmã gêmea Rosalie? Aquela que trabalha na empresa dele? – Ele perguntou, franzindo o cenho. Fofo, diga-se de passagem.

- Sim, essa mesma meu querido. Então o Doutor já te deu alta? Podemos ir? – enquanto o puxava pela gola da camisa, encaixando meu rosto em seu pescoço, inspirei fundo aquele perfume amadeirado que eu tanto amava, dando um beijinho de leve enquanto ele assentia.

Eu me afastei e ele saiu de perto da cama. Pus-me de pé e peguei a bolsa a colocando pela alça em meu ombro. Suspirei e caminhei até o seu lado. Ele abriu a porta e, quando atravesse aquela porta branca e opaca, ele tirou a bolsa do meu ombro e passou para o dele. Homens!

Ele parou ao meu lado e me deu seu braço. Sorri e segurei enquanto caminhávamos para a saída. Aquele hospital me dava calafrios. Eu não sabia explicar, na verdade, todos os hospitais me davam calafrios. Acho que era um trauma de infância. Saímos pela recepção e ele entrou no carro, sentando no banco do motorista. Eu só revirei os olhos. Teimoso!

Eu deveria ter uns 7 ou 8 anos. Estava na escola quando tive um ataque de asma. Lembro que enquanto me debatia no chão todos ficavam lá, me olhando, inclusive os professores. E então, depois, tudo que vi foi escuridão. Essa foi a primeira vez que morri. Eu havia parado de respirar. Não lembro o que eu vi na minha morte, mas eu me sentia leve e tranqüila. Não havia mais dor, nem lembranças. Mas eu não gostava dali.

Quando acordei, eu estava na U.T.I do hospital local. Quem havia me salvado, era um homem chamado Billy Black. Ele era o coordenador da escola. Lembro que meus pais estavam ao meu lado quando acordei. E o Sr. Black também estava no hospital. Eu estava fraca e com o corpo dolorido. Sentia os fios das maquinas em mim. A sonda em meu nariz era horrível! Havia um espelho na parede de frente à cama do hospital. Dava para me ver, do tronco para cima. Eu estava pálida, totalmente sem cor. Meus olhos estavam vermelhos e, embaixo deles, uma mancha escura, quase preta.

O quarto era de tamanho médio, com uma janela um pouco grande e sempre estava chovendo. Forks, minha cidade natal, sempre fora assim; a cidade mais chuvosa da região de Washington! Então, o quarto, que era de um branco opaco, sempre estava com uma cor azulada. Um azul que deixava tudo pior. Era como se nós mesmos fossemos azuis.

E depois de um dia naquele lugar, tive uma Parada Cardiorrespiratória. Vi tanta gente em cima de mim! Meu peito doía, e eu sentia meu sangue bem devagar. E novamente escuridão. E essa foi a segunda vez que morri. Meu sangue havia parado de circular e eu não estava mais respirando. Eu não gostava da morte, ela me fazia sentir medo.

E novamente, quando acordei, tudo que vi foi o azul da chuva no mesmo quarto. Eu estava viva.

-... Bella? –escutei Edward me chamar e me virei para ele. Quando me dei conta, já estávamos em frente ao nosso hotel.

- Desculpe o que você disse?

- Perguntei se você estava se sentindo bem! Você parece distraída. – Ele franziu o cenho e eu sorri. Desci do carro e ele fez o mesmo.

- Estou sim, querido. Só estava lembrando de algumas coisas da infância.. Sabe como é. – lhe respondi. Ele veio para o meu lado, passando o braço pelos meus ombros, beijando minha cabeça.

- Bons tempos? – Ele perguntou e eu ri enquanto entravamos pelo hall. Todos os olhares pararam em nós. Senti-me incomodada, mas ele pareceu nem ligar. Fomos direto para o elevador.

- Oh não! Péssimos tempos, acredite. – sorrimos com esse comentário, mas na verdade eu odiava minha infância. A maior parte dela, eu passei em hospitais e enfermarias. Um desastre.

A nova musiquinha do elevador era até legal. Antes era irritante, mas o bom gosto de Edward sempre foi bom mesmo! Ele escolheu um toque clássico de Beethoven. Era de fazer qualquer um relaxar. Apoiei minha cabeça em seu ombro enquanto ele acompanhava a sinfonia.

- Você sabe que é minha preferida de Beethoven não é?

- Sim, você tem um ótimo gosto Sr. Masen – Ele riu de leve.

- Obrigada Sra. Masen.

O elevador parou, e então saímos de mãos dadas. Paramos em frente a nossa porta. Peguei a chave e abri logo. Quando entramos, bati logo o olho no carpete, e sorri aliviada quando vi que Alice havia trocado. O de cor de creme, com a mancha de sangue, não estava mais ali. Agora a cor que predominava era a cor mais escura, tipo o vinho. Combinava com a parede do interior da sala, onde ficavam as bebidas. Era vermelho escuro quase escarlate. Edward havia sentado no sofá e eu sentei ao seu lado.

- Bem vindo de volta ao lar – Digo com um sorriso calmo, olhando para meus pés.

- Obrigado mesmo, Bells, por tudo. – Sua mão direita pegou a minha esquerda. Olhei nossas mãos juntas. Eu via a aliança de ouro puro realçar minha mão e se destacar. Então, olhei para sua mão esquerda, e lá estava a aliança dele também, grossa e dourada. Eu sorri e dei um beijo em seu rosto.

- Você esta cansado? – Perguntei o olhando nos olhos. Ele negou. - Ok, eu tenho que ligar para o Jazz. Temos que falar com ele sobre o pai dele. – Eu disse e ele assentiu, revirando os olhos. Sorri e lhe dei um tapa no braço.

Eu me arrastei pelo sofá até perto da outra ponta, onde ao lado ficava um criado mudo com um telefone e um abajur em cima. Vi um bilhete e peguei.

“Oi Bella.

Se for ao meu apartamento e eu não estiver, é porque eu fui ao mercado e resolver algumas coisas. Mas daqui a pouco volto.

Beijos, Alice.”

Eu sorri, e peguei o telefone. Disquei o número de Jasper. Em três chamadas ele já atendeu.

-Alô.- A voz dele estava descontraída; deveria estar conversando com os garotões da empresa antes de atender.

- Jasper, sou eu, a Bella. Eu queria falar com você sobre seu pai, Carlisle o cardiologista. – Eu disse e me virei para Edward que me olhava contrariado.

- Ah sim, claro. Se você quiser, eu posso ligar para ele hoje mesmo.– A voz dele ficou um pouco mais seria.

- Sim, claro. Seria ótimo! Eu quero muito mesmo conversar com ele. Onde ele está trabalhando mesmo?

- Ele está trabalhando no hospital central de Manhattan. Vou ligar para ele agora, e hoje à noite, quando eu chegar, te digo tudo, ok?

- Oh, obrigado mesmo Jazz.

- De nada Bella. Sempre que precisar, já sabe.

- Obrigado.

Despedimo-nos e voltei minha atenção a Edward, que me olhava intrigado.

- Não sei pra que esse auê todo! – Ele disse, cruzando os braços.

- Não seja rabugento. Isso é para o seu próprio bem. – Eu digo fazendo bico. E ele sorri e me dá um selinho.

Ficamos de chamego no sofá até dar a hora do almoço. E então, ouvimos alguém tocar a campainha. Nesse meio tempo, eu já estava sentada em seu colo, com as pernas de cada lado de seu corpo. Levanto-me, e vou até a porta, e a abro. Dou de cara com Alice com duas sacolas em cada mão.

- Alice? O que faz aqui, baixinha? – Pergunto confusa, a vendo entrar em meu apartamento e indo direto para a cozinha com um sorriso no rosto. Eu e Edward a seguimos.

- Bom, eu vim trazer o almoço de vocês, já que eu tinha a plena certeza que a Bella não iria cozinhar. – Ela foi colocando as sacolas em cima da mesa. Edward sentou-se em uma cadeira, e eu me aproximei vendo Alice se sentar também. Tirei as sacolas e vi duas vasilhas de alumínio médias. Hummm... E cheirava gostoso.

Almoçamos devagar. O clima estava ameno, e dentro do apartamento reinavam as risadas. Alice já tinha almoçado e, por isso, só nos acompanhou a olhos. Riamos, e eu vi que o velho Edward havia voltado. Ele estava bem de novo. Não bem BEM, mas estava aqui comigo, e isso era o que importava.

E depois do almoço fomos os três assistir um filme. A Ilha do Medo, com Leonardo DiCaprio. Mas quando me dei conta, já eram 4 horas. Já estávamos no segundo filme. Fiquei de pé.

- O que foi? – Edward perguntou.

- Ah, eu tenho que sair ir para comprar seus remédios. Daqui a pouco volto e, Alice, tome conta dele! – Disse sorrindo e ela deu uma piscadela.

Peguei a chave do carro, e saí pela porta. E na mesma hora, vejo Jazz parado, em frente a mim.

- Ah, oi Bella. Falei com meu pai. Ele disse que vem aqui amanhã para conversarmos todos juntos. E, bom, Alice esta aí?

- Ah, obrigado Jazz. Sim, Alice está aqui, sim. Clube do filme. - Eu disse e rimos juntos. Nos despedimos e ele entrou em meu apartamento, ficando lá com Edward e Alice.

E, bom, eu logo segui meu caminho em direção a farmácia mais próxima.


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Notas finais do capítulo

* Na anatomia, a fossa cubital é a área triangular na porção anterior do cotovelo.

Gente eu não demorei tanto, vou ver o que posso fazer para o próximo sair ainda mais rápido ok?

Eu quero agradecer a minha linda e fofa amiga Amanur que beta essa fic pra eu, hihi. E também a Stefannymarie por recomendar a fic.