3. Transformações.

Suzana´s POV.

    Quando fui me acostumando com a onda de dor tentei aguçar meus sentidos, mas estava estranhamente silencioso, ao longe eu conseguia ouvir o barulho de água escorrendo pela parede, apesar disso continuei com meus olhos fechados, comecei a sentir uma leve dormência na ponta dos meus pés, a dormência ia avançando calma e lentamente me dando o alivio para o fogo, comecei a ficar ansiosa para me ver livre daquela dor infernal, era incrível como agora eu ouvia melhor, conseguia ate mesmo ouvir um burburinho de pessoas no que devia ser a uns 100 metros dali! OPA! DESDE QUANDO EU FUI BOA EM DISTÂNCIA? Acho que essa dor deve ter afetado meu cérebro!

    Pelo menos agora a dor havia regredido e meus braços e pernas pareciam estar dormentes e calmos, o fogo começou a se concentrar mais, e parecia que tudo estava indo para o meu coração, meu Deus, essa dor foi pior do que ser socada por um boxeador, atropelada por um ônibus e sido mordida mil vezes como naquela noite. Meu coração pulava feito louco e eu só conseguia agonizar, ele dava espasmos tão alto que meu corpo se debatia contra a superfície que eu estava; com um último pulo me jogando com tudo sobre a superfície ele parou, e eu pude sentir alívio finalmente.

  A dor havia passado, coloquei minhas mãos no meu rosto e tentei me sentar, incrivelmente rápido meu corpo obedeceu, não precisei fazer o mínimo esforço, me pus de pé e para meu espanto havia três pares de olhos vermelho vivo, e um vermelho leitoso, eles me encaravam o vermelho leitoso foi o primeiro a se pronunciar

-buonanotte tesoro!

(boa noite, querida!)

Encarei o homen de aspecto papirico, e tentei falar

-\t     Desculpe-me... Mas eu não falo sua língua!

Ele me olhou com olhos surpresos

-Ah! Sim, Brasileira?

Fiquei surpresa por ele saber falar português, afinal português nem era uma língua universal

      -Sim – o encarei sem reação-

      -Hora, hora, mas que interessante! – ele sorriu para os outros com ar especulativo- seja bem vinda querida!

Ok! O que será que esta acontecendo? Pessoas gentis de olhos vermelhos, audição e senso de direção apurado? Acho que surtei.

    -Obrigada! Mas... Eu morri?

Todos gargalharam menos eu que continuei com cara de palerma.

  -Não querida, deixe-me apresentar-lhe a mim e meus amigos, e você a sua nova vida!

Foi só então que eu percebi que os outros ainda me olhavam, eram três homens, ou melhor, dois homens e um rapaz ele devia ter entre 16 ou 17 anos.

-Esse e Alec –apontou para o rapaz- Felix e Demetri, e eu sou Aro.

Todos eram muito bonitos, ate mesmo Aro que tinha a pele parecida com um papiro e olhos leitosos, Felix era alto e musculoso, Demetri tinha quase as mesmas características de Felix só não era tão musculoso e seus cabelos de cor clara o deixavam diferente, e todos tiram algo em comum, pele muito branca e olhos vermelhos vivos, e foi então que meus olhos param nele, Alec! Ele era a coisa mais linda, doce e prepotente que já vira na minha vida, seu rosto angelical com lábios cheios lembrava anjos Botticelli, seus olhos vermelhos pareciam rubis incrustados em prata, e o manto negro que o cobria o deixava com certo ar misterioso, sai da força de seu olhar e resolvi me apresentar, fazendo Aro sorrir

- Er... Eu sou Suzana!

-Excelente querida! Bom, deve estar se perguntando o que aconteceu, Gostaria de te explicar, mas, grandes poderes grandes responsabilidades- ele sorriu – portanto nada mais justo do que ter um professor para te ensinar tudo que precisa e mais justo ainda se for o seu salvador não?

Ele arqueou a sobrancelha de forma sugestiva para Alec, que fez cara de suplica

-Mestre, se me permite, tenho tantas outras coisas para resolver, afinal com as inscrições dos novos membros, tenho que coordenar os ensinamentos!

-Por isso mesmo querido! Será o professor particular da Suzana!

Alec me olhou, e se olhar matasse eu estaria fulminada, abriu um sorriso bem forçado, mas ainda assim lindo,

-Me acompanhe, por obséquio, te levarei ate o seu aposento no campus!

Nesse momento Aro tocou uma das minhas mãos e disse divertido

- Espere Alec, Acho que a senhorita Peterscol ficaria mais confortável em um de nossos aposentos. O que você acha do quarto de hóspede?

Alec pelo visto gostaria de me fulminar

-Com todo prazer mestre, Me acompanhe senhorita Peterscol.

E saiu andando a passos lentos me guiando por um longo corredor, muito bem decorado, me lembrava um museu, porém era muito mais refinado, tinha divãs em tons vinho, quadros muito bonitos em toda a extensão do corredor, e alem disso tinha muitas esculturas e objetos antigos, deviam ser da idade média, paramos em frente a uma porta ele a abriu e deu passagem para mim, passei e esperei

-Esse será seu quarto - Ele disse indiferente e pediu que eu me sentasse - Você agora e um vampiro.

Fiquei confusa

-Mas isso possível? Quer dizer..... Vampiros não... Existem.

Ele cruzou os braços

-Ache o que quiser, porém receio que a queimação na sua garganta te force a rever seus conceitos mitológicos.

-Então você também e um vampiro?

Ele respondeu pingando sarcasmo

-O que você acha?

Nossa que grosso, eu mal acabei de entrar nessa loucura toda, estava confusa minha garganta parecia osso seco sendo queimado e ele zoando com a minha cara, deixei minha irritação falar mais alto

-Sabia que sou nova por aqui? Não precisa ser tão grosso!

- Se você se sente assim eu muito mais, não pense que estou feliz por acompanhar uma relis recém-nascida que por sinal e muito mal educada, essa esta sendo a pior humilhação da minha vida, um príncipe Volturi tendo que ensinar uma recém-nascida.

Me irritei

-Grande coisa ser um príncipe! Os maiores lixos estão na corte.

Nem deu tempo de me arrepender, ele literalmente voou e me levantou da cadeira com a mão na minha blusa

-NUNCA. MAIS. REPITA. ISSO! Para todos os infelizes efeitos eu sou seu mestre agora, e você querendo ou não, me deve respeito. Por isso seja uma boa garota e apareça daqui uma hora no pátio principal, já tenho sua primeira lição.

Eu realmente estava assustada, ele me colocou sentada novamente, só consegui gaguejar.

-Co-mooo te encontro?

Ele colocou as mãos dos dois lados da poltrona ficando a centímetros da minha boca, nem consegui raciocinar direito, meu corpo queria e sentia ele... fiquei sem fôlego e confusa, eu o conhecia a apenas alguns minutos e reagia assim a ele, ate que sua voz quebrou meu silêncio

-respire! –eu obedeci, seu delicioso cheio me invadindo- sentiu? Esse e meu rastro siga-o na hora que estiver pronta.

Ele se levantou e saiu, quando pensei que me recuperaria ele apareceu novamente na porta.

-A propósito, tem roupas no closet, com certeza tem uma para o seu tamanho, se sinta a vontade.

Eu apenas assenti.