E se Fosse Real? escrita por Ina sama


Capítulo 32
Capítulo 31: Amigas, amigas, torneios à parte


Notas iniciais do capítulo

depois de perder tudo que ja havia escrito quando a minha irma futricou meu pc, tive que recomeçar do zero. merda. mas aqui esta mais um cap pra vcs.
ps: se tiver alguma coisa errada ai no cap, me digam; eu ano tive tempo de revisar.
boa leitura



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Hoshi desviou de mais uma kunai atirada pelo oponente curvando o corpo para trás. Seu sharingan, agora que despertado, ajudava muito na luta. O garoto de Iwa não tinha nem chance contra o pequeno Uchiha.


-VAI HOSHI-KUUUN!!! –Gritou Touya da plataforma onde estavam reunidos os gennins. Hinata sorriu mediante ao desempenho do aluno. Satoshi também fora excelente, já na primeira luta. Olhou para a pequena Uzumaki, que se segurava na barra e vibrava a cada ataque do colega. Ela era a única de sua equipe que não havia lutado. Olhou para o aluno, que desviava habilmente das kunais do oponente graças ao seu sharingan, que ele havia despertado há uns dias trás. Depois iria ver Satoshi na enfermaria, onde estava se recuperando dos efeitos da luta. Por último, olhou para sua irmã na arquibancada oposta, que também torcia pelo Uchiha fervorosamente, já que haviam sido colegas na Academia. Olhou para baixo para se concentrar na luta assim que Hoshi, com um soco, havia levado o oponente ao chão e notou o olhar preocupado do Hokage para a menina ruiva à sua esquerda, que dava pulos de alegria.


-E o vencedor da 3ª luta é Uchiha Hoshi. –Anunciou Genma.


-Viu, sensei?! –Hinata escutou a voz de Touya animada e virou a cabeça para encará-la. –Hoshi-kun venceu!!


-Que bom! –Exclamou animada. Parecia que o treinamento estava dando certo. Olhou para o lugar onde os jounins se concentravam no campo e viu o loiro Namikaze cruzar os braços e dar-lhe um breve aceno de cabeça, como quem diz “bom trabalho”. Hinata sorriu e correu para abraçar o aluno junto com a ruivinha quando Hoshi subiu até onde elas estavam.


-Você foi incrível, Hoshi-kun! –Exclamou Touya, deixando o menino corado. Ele coçou a cabeça e desviou o olhar, sorrindo sem graça.


-Que nada. O Satoshi foi ainda mais incrível do que eu...


-Os dois foram excelentes. Estou muito orgulhosa de vocês. –Disse Hinata, pondo as mãos na cintura. Hoshi encarou a sensei por alguns segundos e sorriu.


-Obrigado. –Corou e olhou para Touya. –Agora só falta você, né, Touya-chan?


-Pois é... –Disse a ruiva. –Mas não creio que chegará agora, tipo, acho que ainda vai demorar um tempinho para rolar. Na verdade... –Olhou para baixo, encarando o pai que conversava com o juiz. –Estou meio nervosa. 


-Por quê? –Perguntou Hoshi. –Você é incrível. E vai se sair muito bem. –O comentário fez Touya corar.


-Eu...


-Hoshi tem razão, Touya. –Disse a Hyuuga afavelmente, colocando uma mão no ombro da pequena. –Você se sairá tão bem quanto os outros. Afinal, uma menina que consegue lidar com um nukenin nível S consegue muito bem se virar contra um gennin comum.


Touya olhou para a ela e Hinata conseguiu ver o nervosismo em seus olhos.


-Eu...


-Próxima luta: Uzumaki Touya vs Hyuuga Hanabi. Competidores, por favor, dirijam-se ao centro da arena. –Anunciou Genma. Touya engasgou na mesma hora e se apoiou na grade para olhar para o placar. Não havia engano. Era ela contra Hanabi.


Hinata gemeu baixinho. Não esperava que um dia fosse ver uma luta dessas. Hanabi e Touya eram amigas. Colocar as duas para lutar era injusto.

Touya olhou para a amiga do outro lado da arena. Hanabi assentiu para ela com a cabeça e dispôs-se a andar até o centro. A ruiva engoliu em seco.


-Uzumaki Touya? Você desiste? –Perguntou Genma. Touya, notando que se não se movesse perderia por desistência, correu até chegar ao centro da arena, encarando Hanabi de frente. Ela respirou fundo e disse:


-Estou aqui. –Genma assentiu. Hanabi encarou a amiga.


-Nunca pensei que esse dia chegaria. Desculpe, Touya. –Disse, ativando o byakugan e se colocando em posição de combate.


-Não, Hanabi. Você é quem terá que me perdoar. –Disse com um pequeno sorriso nos lábios, se colocando em posição de combate. Hanabi sorriu.


-Sem ressentimentos, certo? Que a melhor vença.


Touya sorriu também. E assentiu.


-Que a melhor vença.


Genma perguntou, olhando para as duas, que se encaravam fixamente:


-Prontas? –Elas assentiram com a cabeça, sem tirar os olhos uma da outra. Genma levantou o braço esquerdo e o abaixou. –Comecem!


Hanabi partiu para cima de Touya com a palma da mão banhada em chakra, mas a ruivinha desviou no último segundo rapidamente, desferindo um soco pela esquerda, bloqueado pela Hyuuga com o braço. A Uzumaki desviou de mais uma desferida da morena com um salto mortal para trás assim que ela tentou acertar-lhe a barriga. Hanabi sorriu torto, pondo-se em guarda de novo.


-Você é rápida.


-Você também. –Disse Touya retribuindo o sorriso e avançando logo em seguida para acertar-lhe um soco. Hanabi desviou curvando as costas para trás, mas foi pega por uma das correntes de Touya, ativadas assim que ela se abaixou. Se afastou rapidamente da Uzumaki tendo o braço arranhado, com um pequeno filete de sangue escorrendo de onde a corrente a acertara. E avançou com o punho suave, disposta a acertar a Uzumaki a qualquer custo, que desviava com uma velocidade e agilidade impressionantes. Minato sorriu ao ver o desempenho da filha, enquanto Hinata ficava mais tensa a cada golpe furtivo que a irmã desferia contra a aluna, embora ela desviasse com maestria.

Touya se afastou e jogou kunais contra Hanabi, que as desviou com a Rotação. Não satisfeita, jogou kunais e shurikens, mas nada penetrava o campo de força de chakra da Hyuuga. A ruiva partiu para cima com suas correntes, das quais Hanabi também desviava.


-Uau, que incrível! –Exclamou Hoshi. –Elas desviaram quase todos os golpes! Sensei, a sua irmã é muito boa!


-Eu sei. –Disse Hinata, nervosa. Hanabi, em termos de genialidade, se equiparava à Touya facilmente.


Dando um mortal de costas, a ruiva Uzumaki desvia de mais um golpe. Afastadas, as duas ofegam.


-Nada menos esperado do pequeno gênio da Academia. –Disse Hanabi, limpando um pouco do sangue de sua boca.


-Obrigada. –Disse Touya ofegando. Enxugou o suor da testa e se concentrou, fechando os olhos. O que faria em seguida?

Hanabi se mexeu, jogando kunais contra a ruiva, que se protegeu com os braços em forma de X, e quando as kunais bateram nela, virou fumaça. Hanabi sorriu e armou a rotação justamente quando as kunais lançadas pela ruiva rasgaram o ar, bloqueando o ataque na hora. Porém, quando desfez a rotação, notou a ruiva aparecendo a 1m dele, com um soco armado. –Toma essa! –E acertou-lhe, porém, tudo o que teve foi fumaça quando a tocou. –“Nani?! Kuso! Um bunshin...!” –Exclamou em sua mente surpresa. Pelo impacto, continuou indo para frente, onde Hanabi apareceu e pegou-a de surpresa, batendo em 64 dos seus pontos de chakra rapidamente. Por último, tocou-lhe o peito com o punho suave. Touya caiu apoiada no ombro de Hanabi, fraca. Cuspiu sangue.


-TOUYA!! –Exclamaram Hinata e Hoshi. Minato se levantou de seu assento na mesma hora, preocupado. Hanabi disse, com um sorriso triunfante:


-Te peguei.


-Iie... Hanabi-chan... Quem te pegou... Fui eu. –Disse Touya com voz fraca, e, para a surpresa de Hanabi, ela sorriu com os lábios cheios de sangue assim que sentiu um chakra denso envolvê-la. De repente, Touya a agarrou pelo colarinho das vestes com uma das mãos e socou-lhe a cara com a outra, fazendo a menina se afastar alguns metros e bater contra uma rede de correntes de chakra que saiu do solo e se projetou em todo lugar, como uma teia de aranha. Quando Hanabi encostou nela, foi imediatamente amarrada por correntes menores, ficando presa. Ela arregalou os olhos perolados, surpresa.


-C-como...? Como você ainda tem...? Eu cortei seu fluxo de chakra! –Touya sorriu, limpando o sangue da boca, cambaleando um pouco. Sentia sua pulsação desregular.


-O meu, sim. Mas graças à minha mãe, eu tenho um pouco do chakra da Kyuubi em mim também. –Hanabi arregalou os olhos. –Esse chakra não foi obstruído pelo seu punho suave. E essa armadilha já estava pronta desde o meu bunshin. –Touya colocou a mão para trás, com muita dificuldade, formando um pequeno rasengan na mão direita. E avançou, acertando com tudo o peito de Hanabi, que cuspiu saliva tremenda a força do golpe. –E pra finalizar...! –Exclamou Touya, dando-lhe uma cabeçada forte na testa, que apagou a menina no mesmo instante. Hinata segurou a barra com força.


-HANABI!!


O corpo inconsciente de Hanabi caiu sobre Touya assim que desmaiou, sendo liberada pelas correntes. Touya amparou a amiga com cuidado. Genma olhou para elas e declarou:


-A vencedora da 4ª luta é Uzumaki Touya. –Minato sorriu de orelha a orelha e por ter sido barrado por Sarutobi, não correu para a filha. Bufou. O Hokage tinha que ser imparcial.

Hinata correu para acudir a irmã, que já estava sendo levada na maca. Touya ofegava, com a mão sobre o peito, tendo a visão turva. Tossiu um pouco e quando viu, saiu sangue. Olhou para o sorriso do pai se desmanchando ao ver o estado dela, Hoshi e Konohamaru correndo ao seu encontro e Hinata, que estava perto de Hanabi, virar o rosto para encará-la. Ouviu as vozes deles ficando ainda mais distantes e tudo ficou escuro. 


...


Ela abriu os olhos, confusa. Olhou ao redor e se viu em uma espécie de enfermaria. Ouviu uma risadinha ao seu lado e quando virou para olhar, viu Hanabi olhando para ela sorrindo.


-Você demorou para acordar.


-Desculpe. –Disse Touya, corando um pouco. –Você está bem?


-Sim. Como o chakra da Kyuubi não estava muito concentrado, os ataques que você me deu não foram tão sérios. Mas a cabeçada doeu.


-Desculpe. –Repetiu ela. –Eu me empolguei.


-Só você? –Riu Hanabi. –Se eu tivesse mais chakra, aquele punho suave poderia ter te deixado inválida por um longo tempo e até mesmo te matado. Mas parece que você já se recuperou quase totalmente. Você é bem forte.


-Obrigada. –Sorriu Touya. –Você também é bem forte, Hanabi-chan.


-Eu tento. –Sorriu de orelha a orelha. –Mas, parece que eu estou fora da final. Paciência. –Suspirou. Touya a olhou com pena e quando ela notou a expressão da amiga, fechou a cara. –Não me olhe desse jeito, Touya-chan. Eu perdi e aceito isso. Só tive o azar de cair contra você. E aliás, eu posso refazer a prova ano que vem. Treinarei bastante até ficar forte como você. –Sorriu mais uma vez, arrancando um sorriso de Touya. Continuou, olhando para o teto. –A onee-chan veio aqui ver a gente. Seu pai e Hoshi-kun também. Onee-san disse que hoje à noite a sua família vai jantar lá em casa. Meras formalidades entre ela e o seu aniki.


Touya sorriu.


-Que bom que eu não vou perder isso. Seria uma pena perder essa oportunidade rara de amolar o onii-chan. –E sorriu malignamente. Hanabi também deu um sorriso maldoso e se sentou em sua cama.    


-E não é? Eu também não queria perder essa. –As duas se entreolharam e um sorriso maligno aflorou no rosto delas.


-Topa perturbar o jantar dos pombinhos lá na sua casa? –Perguntou Touya.


-Amiga, você leu meus pensamentos. –Respondeu Hanabi, e as duas desataram a rir.


...

  

-------------------------------[flashback]----------------------------------------------


Naruto parou cercado por seus companheiros. Uns feridos, outros à beira da morte. Eram somente aqueles dos 17 ninjas que Konoha mandara para o País do Barro que haviam sobrevivido. Dois deles estavam morrendo, pois tinham kunais enfiadas nas gargantas. Naruto olhou para eles com pena. E com um último suspiro, eles vieram a falecer. O garoto se sentiu impelido a desistir. Mas não podia. Se não destruíssem aquela bomba, eles atacariam a vila e o número de mortes que ele presenciaria aumentaria drasticamente. Sua família, seus amigos e colegas... Todos morreriam. Não poderia fraquejar agora. Ele era um jounin, um capitão, e deveria agir como tal. Levantou-se enquanto seus dois últimos companheiros fechavam os olhos dos mortos. Sua voz e suas pernas tremiam, mas seus olhos azuis estavam cheios de determinação.


-Minna-san... –Chamou a atenção, fazendo com que os dois se virassem

para encará-lo.


-Naruto-taichou? O que houve? Você está bem? –Perguntou um deles que tinha uma enorme cicatriz no rosto, vendo o olhar do rapaz. O outro ainda segurava a mão da irmã que acabara de morrer e tinha lágrimas nos olhos.


-Yoshiro, Kenji... –Chamou Naruto, pegando a bomba que havia trago em suas mãos. –Voltem para Konoha. É uma ordem. 


Yoshiro, o mais velho, levantou-se, furioso.


-Está pensando em abandonar a missão??! Não ouse fazer isso! Não podemos desistir agora! Não agora que perdemos tantos companheiros! Se eles chegarem a Konoha...


-Eu sei o que vai acontecer, -ttebayo! –Cortou-lhe Naruto rispidamente. –Eu sei! Eu não vou deixar que destruam Konoha. Não vou deixar que atinjam minha vila, tampouco minha família! Mas... Eu... –Por um instante o olhar determinado se transformou em um rio de tristeza, que escorreu pela face do jovem como uma única lágrima. –Eu... Eu vou... –Olhou para a bomba em sua mão e a determinação voltou. Ele olhou para o rosto da antiga colega de esquadrão morta e uma raiva inundou seu peito com tanta força que o fez caminhar furiosamente. Caminhar em direção à base.


-N-Naruto-taichou! Chotto matte...!! –Levantou Kenji, tentando impedir o capitão, mas Naruto bradou para eles antes de sumir entre a vegetação:


-Retornem para Konoha e relatem ao meu pai tudo o que aconteceu aqui! Eu vou completar essa missão sozinho, -ttebayo! –Disse um pouco antes de sumir. E gritou de novo quando os dois se entreolharam, desesperados. –Vão! E não olhem para trás! É uma ordem!


E sumiu. Yoshiro e Kenji não sabiam o que fazer, se entreolhando desesperados.


-Ele vai morrer! Não é possível que consiga sozinho! –Exclamou Kenji, colocando as mãos na cabeça. Yoshiro, que ficou parado olhando para o lugar onde o loiro sumira, encarou serenamente o colega, que estava uma pilha de nervos. –O que faremos, Yoshiro?!


-Voltaremos a Konoha e contaremos ao Hokage o que aconteceu aqui.


Kenji o encarou incrédulo. Ele não moveu um músculo.


-Você está louco?


-Não. Só quero cumprir meu dever. E vou obedecer às ordens do taichou. É o máximo que podemos fazer por ele agora. –E virando-se de costas, começou a caminhar de volta ao porto que os levaria à vila. –Vamos.


Kenji pegou o corpo da irmã o seguiu relutantemente, enquanto ao fundo se escutavam os berros e as sirenes do inimigo. Ele olhou para trás por um momento, pesaroso.


-Gambatte, Naruto-taichou. –E ao sussurrar isso, virou as costas e seguiu o companheiro.


--------------------------------[flashback off]-------------------------------------


 Os dois recobraram a consciência depois do acidente. Seu guia, um jovem magrelo de aparência anêmica, aproximou-se, com um sorriso triste nos olhos.


-O que aconteceu? –Perguntou Kenji, perto do embrulho grande que carregavam consigo, ainda meio atordoado. O rapaz respondeu:


-Uma parte da montanha desabou devido à chuva de ontem. Para chegar ao porto e pegar o barco que os levará a sua vila, serão pelo menos 3 semanas de caminhada, se forem correndo.


-O que?! Três semanas?! Mas temos que ver o Hokage agora! –Rosnou Yoshiro, quase avançando no garoto, mas fora segurado pelo amigo. O menino deu uns passos para trás.


-O que é tão importante para vocês quererem tanto falar com seu Hokage? –Perguntou o menino, erguendo uma sobrancelha.


-Não é da sua conta! –Rosnou o homem. O garoto deu de ombros e se virou.


-Se quiserem chegar ao porto, eu sei o caminho. Mas para chegar no tempo estipulado, vocês precisam me acompanhar sem discussão. Estarei lá no bar ali perto se quiserem minha ajuda. –Os cumprimentou com uma breve reverência e deu-lhes as costas. Yoshiro cerrou os punhos.


-Não posso deixar isso assim. Vamos, Kenji. Temos que voltar a Konoha. –E, pegando o embrulho com o maior cuidado, foi se reunir ao guia que lhes mostraria o caminho de volta para casa.


...


-“Kami-sama... Por que o senhor me odeia?” –Perguntou ele mais uma vez, olhando para cima. Bufou enquanto ajeitava a gola do kimono que usava, cuja parte superior era alaranjada com detalhes em espiral brancos e negros; o hakama era negro com desenhos brancos em sua borda; e por último, sandálias de dedo de madeira com tiras em cetim alaranjado do mesmo tom da roupa, para combinar. “Se pelo menos essa roupa não fedesse a naftalina, seria mais agradável”, pensou. Bufou ao tentar inutilmente acalmar os cabelos revoltos. Fez uma careta no espelho para as mechas loiras assim que quando ele passou o pente, voltaram ao normal. Urrou de frustração e atirou o pente no chão. –Chega! Desisto dessa merda, -ttebayo! –E cruzou os braços, irritado.


-Haha! –Gargalhava uma voz infantil à suas costas. Ele revirou os olhos.


-Vai, pode rir. Ta se divertindo bastante?


-To sim, hahahahah! –Respondeu a menina de cabelos vermelhos, se dobrando de rir. –Onii-chan, você é tão tonto.


-Ah, orusai! –Respondeu ele, sentando-se derrotado em sua cama. Na briga contra o pente, ele havia perdido de novo. A pequena sentou-se ao seu lado, vestida com seu kimono rosa-claro com desenhos de flores de pessegueiro e cabelos presos por um enfeite de cabelo que imitava um arranjo floral, balançando as peninhas descontraidamente. Ele a encarou. Às vezes ela parecia somente uma criança de 10 anos normal, ao invés de uma kunoichi mirim gênio que havia impressionado nas eliminatórias do chuunin shiken. Minato havia comentado o desempenho de Touya quando chegaram em casa. Fora assustador. 


-Tá nervoso, onii-chan?


-Nervoso? Eu? Quem parece nervoso? Eu pareço nervoso? Eu não to nervoso, não, -ttebayo! Eu to muito bem... –Sua voz deu uma afinada no final, o que o fez corar. Touya ergueu uma sobrancelha.


-É normal ficar nervoso no primeiro jantar na casa dos pais da sua namorada, onii-chan. Ninguém vai te julgar por causa disso. –Disse ela com um tom ligeiramente maternal. Ele a encarou pelo canto do olho.


-Você ta parecendo a mamãe. –Disse ele. Ela riu.


-E você tá tremendo. –Disse erguendo uma sobrancelha em um perfeito arco rubro. Naruto olhou para as próprias mãos e viu que era verdade. Escondeu-as.


-E daí que eu to nervoso? Estar calmo ou não não vai me salvar da ira do zumbi zoiúdo.


-Zumbi... “Zoiúdo”? –Perguntou Touya inclinando levemente a cabeça. Naruto fez um gesto com a mão como quem espanta uma mosca.


-É, é. O pai da Hinata. Os olhos dele me dão calafrios. –Se arrepiou só pela mera lembrança de Hiashi o encarando. Touya deu uma risadinha.


-Você não tem jeito mesmo, onii-chan.


...


-Prontos? –Perguntou Minato passando os olhos pelas três pessoas a sua volta. Seu kimono era azul claro com um hakama branco, ambos cheios de detalhes. Os cabelos estavam livres e arrepiados como sempre, e Naruto se perguntou se o pai [pelo menos era o que parecia] também tinha dificuldade em arrumar a cabeleira loira. Kushina vestia um kimono verde-limão com desenhos de morangos e flores de morango, ricamente desenhados no tecido e sandálias com tiras do mesmo tecido que a roupa.


Ela, mais cedo, havia dado um tabefe em Minato ao ouvir o comentário de que em seu kimono deviam estar desenhados tomates, e não morangos. Sem falar que, quando ela ouviu a gracinha do marido, mais uma vez ficara com o rosto vermelho de raiva e enchera as bochechas como uma criança birrenta, e, ele completou dizendo que ela estava parecendo um tomate com aquele rosto vermelho e bochechas estufadas. Naruto apanhou também por concordar que ela de fato estava parecendo um tomate. Isso a deixara de péssimo humor pela manhã, para desespero dos loiros.


-Hai! Ttebane! –Respondeu Kushina animada. Obviamente, o mau humor já havia passado. Naruto engoliu em seco.


Os quatro estavam parados em frente à porta de saída da casa. Naruto notou o sorriso descontraído da mãe e semi-serrou os olhos.


-“Ela deve estar adorando isso.” –Kushina pareceu notar o olhar do filho e deu-lhe um tchauzinho animado, com um grande sorriso no rosto. Ele bufou e andou até ela. –Você ta amando isso, não é verdade?


-Claro que estou, ttebane. –Respondeu Kushina sem nem um pingo de vergonha na cara. –Não é todo dia que meu filhote vai jantar com a família da namorada. –Apertou-lhe a bochecha, fazendo o garoto se contorcer para se desvencilhar dela. –E também, faz muito tempo que eu não amolo o Hiashi. To com saudade de amolar ele. –Deu um suspiro triste. Naruto girou os olhos.


-Você não é normal.


-Sou uma jinchuuriki há quase 30 anos, filhote. Não posso ser normal, ttebane!


-“Agora a culpa é minha, né?” –Resmungou Kyuubi na cabeça da ruiva.


-“É sim. E sempre foi, ttebane!” –Respondeu ela. Ele grunhiu.


-“E nem é por que você é uma Uzumaki e todos do seu clã são doidos de pedra. Nããão, imagine se seria uma coisa dessas! Vamos lá, culpe a raposa!”


-“Ah, Kyuu-chan, deixa de drama!”.


-“Já não disse um milhão de vezes pra você parar com esse negócio de “Kyuu-chan”? Isso é muito queima filme!”.


-“Kyuu-chan! Kyuu-chan! Kyuu-chan!” –Implicou ela.


-“Pareeeeee!!”


Kushina sorriu. Naruto encarou a mãe por alguns segundos enquanto ela ria sozinha, balançando a cabeça. Era louca mesmo.


...


Eles apareceram em frente à casa dos Hyuuga. Naruto congelou na calçada enquanto os outros se dirigiam ao portão. Minato pousou a mão em seu ombro.


-Você está bem, filho?


Naruto assentiu, olhando receoso para o portão. O Hokage sorriu levemente e disse com a voz nivelada no tom suave e paternal que Naruto conhecia muito bem.


-É normal ficar tenso. Vai dar tudo certo, filho.


-Como tem tanta certeza? Você já passou por isso?


-Hmm... Na verdade, não. *gota* A sua mãe era órfã, então eu não tive que me preocupar com esse tipo de coisa.


-*gota* Obrigado. Foi de grande ajuda, -ttebayo. –Disse com um tom ligeiramente irônico, sem querer. Minato suspirou e relaxou os ombros. Olhou para o garoto por alguns segundos e bagunçou seus cabelos levemente com a mão.


-Pelo menos eu tentei. Venha, o portão já abriu. –Disse direcionando o menino pelos ombros até o portão, onde Hinata o aguardava. Estava vestida com um belo kimono em vários tons que variavam desde o violeta, passando pelo lilás até o branco, graciosamente harmonizados no tecido. Sua maquiagem era bem leve e ela sorria, com os olhos perolados focados nele. Só de encarar aqueles olhos, metade de seu nervosismo se fora. Minato, notando o filho menos tenso, largou seus ombros e foi se juntar à esposa e à filha. Naruto parou em frente à Hyuuga, um tanto hipnotizado.


-Você tá linda, -ttebayo.


-Obrigada, Naruto-kun. –Ela disse corando um pouco. –Você também está muito bonito.


-Obrigado. –Corou ele também, e ofereceu-lhe o braço. Ela o pegou delicadamente e caminharam até a casa, com o jovem ANBU ficando mais tenso a cada passo.


-Calma, Naruto-kun. Vai tudo dar certo. Você já não veio aqui uma vez? –Ele assentiu. –Então? Ele não vai te matar. –Disse Hinata em tom consolador.


-Morrer não é meu maior medo, acredite. –Engoliu em seco. “É ser mutilado.”, pensou. Principalmente em uma certa área entre as pernas. Mas é claro que não comentaria nada disso com Hinata. –Da última vez eu tava com a minha mãe do lado.   


-E ela não está aqui agora? –Perguntou Hinata, apontando pela janela para a ruiva que pegava Touya nos braços. –Ou aquela não é a Kushina-san? –Ergueu uma sobrancelha.


-Não, claro que é ela, -ttebayo. Só que... Ela está de bom humor e ela tem um modo estranho de me defender. Sem falar que seu pai me olha como se quisesse me comer vivo. Ele é assustador. –Eles pararam na soleira da porta, um de frente para o outro. Hinata piscou, divertida.


-Não se preocupe. Otou-sama não morde. –Naruto se espantou pelo gesto de Hyuuga e riu levemente. Respirou fundo, abriu a porta de correr e entrou na casa dos Hyuuga, com a jounin em seus calcanhares. 


-“Seja o que Kami-sama quiser.” –Pensou.


...

   



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Notas finais do capítulo

tadinha da hinata. aquelas duas quase fizeram ela ter um infarto, kkk
reviews, ein?
ja ne
Kissus, Ina-sama