Não houve mais nenhum transtorno durante a viagem. Quando estavam chegando em Hogwarts Hermione foi trocar de roupa pois havia colocado apenas a capa com o distintivo de monitora-chefe. Trancou-se em uma cabine vazia e quando terminou de se trocar ela conjurou um espelho para ver como havia ficado. Ao olhar-se sorriu aprovando a imagem. Ela havia tomado a liberdade de “melhorar” o uniforme, a saia estava mais curta e suas vestes estavam mais justas, moldando-se às curvas da garota, seus cabelos na altura dos ombros caíam em cachos perfeitos e ela usava uma leve maquiagem que destacava seus lábios avermelhados e dava um ar de mistério ao seu olhar. Ela estava bonita e sensual sem parecer vulgar. Quando chegaram a garota procurou Malfoy pois eles deviam ajudar os alunos novos a entrarem nos barcos para atravessar o lago, como não encontrou seu parceiro ela foi fazer a tarefa sozinha, quando terminou ela só conseguiu lugar na última carruagem, que era ocupada por umas quartanistas corvinais. Quando chegaram na escola ela foi chamada pela professora Minerva para ajudar a controlar os alunos antes da seleção. Quando a garota foi liberada todos já estavam sentados em suas mesas. Todas as mesas ficaram em silêncio quando a garota abriu as portas e andou de cabeça erguida até a mesa da Grifinória. Ela não ligou para os comentários que explodiram pelo salão após sua entrada, na verdade até achou engraçada as expressões de surpresa e incredulidade, que logo foram substituídas por olhares invejosos por parte das garotas e cobiçosos por parte dos garotos, até mesmo na mesa da Sonserina havia admiradores babando pela leoa. Dumbledore levantou-se e explicou, sem muitos detalhes, que a notícia divulgada nas férias não passara de um engano, e pediu para que todos deixassem a aluna em paz.

Ela estava se sentindo bem com tudo isso, depois de tudo, lá estava ela, renascida das cinzas, como uma fênix, ainda mais bela e poderosa, pronta para enfrentar de frente qualquer desafio, sem abaixar a cabeça para ninguém. Ela precisou mudar para alcançar seus objetivos. Agora ela estava no jogo, e ela não aceitava a derrota. Estava pronta para isso, bastava lembrar-se das regras:

1, não confie em ninguém;

2, pense como seus adversários e esteja sempre à frente deles;

3, ninguém é perfeito, se você não encontrou nenhum erro, você apenas não soube onde procurar;

4, manipule todos à sua volta;

5, não se apegue, todos são descartáveis;

6, quanto maior a necessidade das pessoas, maior será seu poder sobre elas, torne-se indispensável;

7, nunca subestime ninguém nem mostre sua verdadeira força, as piores cobras são aquelas que nós julgamos mais inferiores, e sua melhor arma é o orgulho do seu adversário;

8, não existe o certo e o errado, apenas o necessário para alcançar seus objetivos;

9, faça os outros pensarem que você caiu no jogo deles apenas o tempo necessário para prendê-los no seu;

10, não se prenda ao passado e nem deixe a vingança cegá-lo, culpa é uma palavra que deve ser riscada do seu vocabulário e a vingança você conquista no caminho para a vitória;

11, tenha paciência e sangue frio, nenhuma queda é grande demais para se reerguer e quanto maior o sofrimento, mais doce será o sabor da vingança;

12, pense sempre, não aja por impulso, um ato impensado pode colocar tudo a perder;

13, não aceite provocações, na hora certa você mostrará a que veio;

14, não se aproxime de quem você não pode manipular a menos que seja para destruí-lo;

15, você está sozinho nessa, sua sobrevivência depende exclusivamente de você.

Ela não iria falhar, vidas estavam em jogo, ela sabia que teria que esperar, a escola seria uma boa distração por enquanto, mas seu objetivo era muito maior. Ela falhou sendo boazinha, agora estava na hora de mudar de estratégia, ela conseguiu todo conhecimento possível e agora era hora de por em prática. Ela estava nas sombras, não fazia mais parte da luz, porém queria destruir as trevas, mesmo que para isso precisasse usar as mesma armas. Aquele seria um longo ano.