Capitulo 03

Edward puxou Isabella fazendo com que ficasse em seus braços fortes.

- O que... O que você vai fazer comigo?

Isabella estava apavorada. Edward expandiu seu sorriso.

- Te ensinar boas maneiras!

E então ele a jogou no chiqueiro.

Isabella sentindo aquela lama grudenta e fedorenta fechou os olhos cheia de fúria. Não ele não podia ter feito aquilo. Não com ela.

Edward começou gargalhar junto com todos que assistiam a cena. Isabella num ato de fúria encheu a mão com uma porção da lama e acertou em Edward que imediatamente parou de rir. A lama tinha acertado o colarinho de sua camisa e respingado um pouco em sua face. Mas mesmo assim Isabella resmungou porque queria ter acertado na boca aberta dele.

- É guerra? - Ele perguntou arqueando sua sobrancelha ferida.

- Tenha certeza que sim! – Isabella rosnou as palavras. O que fez Edward esboçar um sorriso sacana.

Ele se aproximou colocando seu indicador na testa de Isabella.

- Você quem decidiu! – ele afundou a cabeça dela na lama encharcando seu cabelo. Isabella não pensou duas vezes e com ódio puxou Edward pela camisa tentado derrubá-lo.

- Nem em sonhos! – ele disse puxando-a para fora do chiqueiro.

- O meu cabelo! Meu cabelo vai ficar fedendo! Eu te mato Cullen! Sim eu faço esse favor a humanidade!

Ele gargalhou e foi conduzindo-a força até a bica d’água.

-Bella quanto mais você se debater pior vai ser! – ele disse entre risos Isabella soltou uma de suas mãos sujas e esfregou na face do Cullen. Edward ficou surpreso e só para sacanea-la ainda mais chutou a torneira fazendo com que um jato de água fria da mina acertasse Isabella em cheio.

Isabella deu aqueles gritinhos frescos fazendo com que Edward sentisse mais prazer em enfiar ela debaixo da água gelada.

- Ahrg. Eu já disse que te odeio?

Ele sorriu satisfeito.

- Já!

Isabella empurrou Edward e furiosa e saiu pisando duro em direção a casa.

Edward enfiou a cabeça debaixo da água lavando o rosto e retirando a camisa que Isabella tinha sujado.

- Hum novo método de conquista? – Edward sorriu para Emmett.

- Não! Novo método de adestramento! Ela é a única aqui nessa joça que não me respeita!

- Vai dizer que não gosta? Mulheres difíceis são as que mais desperta desejo em nós homens!

Edward olhou para Emmett divertido.

- Sabe eu te pago por hora. Larga de fazer corpo mole e vai trabalhar! – Emmett sorriu. Sabia que o amigo estava fugindo da resposta. Edward se virou para os outros funcionários que ainda estavam dispersos - Vocês também seus bando de urubu, eu chamei vocês aqui? Não era para estarem trabalhando? Vai logo antes que eu coloque todos no olho da rua!

Os funcionários engoliram seco e foram trabalhar. Edward sorriu internamente. Talvez Isabella o respeitasse de agora em diante. Mas havia uma pequena duvida: ele realmente queria que ela o respeitasse?

Isabella entrou chorando dentro de casa. Nunca tinha imaginado que Edward fosse capaz de algo assim. Isso ia além da grosseria.

- Querida o que houve?

Isabella foi até sua mãe aos prantos.

- Edward mamãe! Ele quem fez isso comigo! Droga eu adorava essa saia!

Renée riu deixando a filha mais furiosa.

- Mãe não tem graça!

As duas estavam na cozinha quando Edward entrou sem camisa.

Isabella trancou o maxilar. Como ele ainda ousava?

- Renée trouxe a minha camisa que sujou. Tem como lavar?

Renée assentiu com um sorriso, isso deixou Isabella mais furiosa ainda.

- Não acredito que ainda tem coragem de vir até a minha mãe e pedir para ela lavar a sua roupa depois de ter feito tudo aquilo comigo! E você mamãe é uma traíra! Isso sim, eu estou cercada de um bando de traíras!

- Ah querida você pare com isso! Os dois ainda vão acabar casando! – Isabella arregalou os olhos e Edward prendeu o riso.

- Casando? Você acha que vou casar com esse bruto? Ele espancou sete caras hoje só porque se achou no direito! E depois me jogou no chiqueiro só porque não gostou de ouvir umas verdades! Pois saiba que eu prefiro mil vezes o velho desdentado e raquítico do Laurent do que ter algo com esse grosso mal educado!  - disse Isabella completamente alterada.

Edward sorriu.

- Detesto ter que concordar com sua filha. Eu me apaixonar por Isabella seria a mesma coisa que um ser humano se apaixonar por uma vaca!

Renée segurou o riso e Isabella o encarou chocada.

Preferia ser jogada 15 vezes seguidas no chiqueiro do que ter ouvido aquilo.

- Que bom!

Isabella era orgulhosa e nesse exato estava com seu precioso orgulho ferido. Subiu as escadas do casarão e se trancou no quarto. No trajeto as lagrimas já caiam. Porque ela tinha de se apaixonar pelo pior ser humano do mundo?

Arrancou as roupas com raiva e entrou debaixo do chuveiro misturando as lagrimas com as gotas de água.

- Edward você pegou pesado!

- Que nada, ela de certa forma me comparou com o nojento do velho Laurent. Ela supera a ofensa.

- Ela é orgulhosa Edward!

- Eu também sou!

- Um dos dois vai ter que ceder! Não podem continuar nessa guerra!

- Pode apostar que não serei eu!

Renée rolou os olhos. Os dois eram impossíveis.

- Vem aqui deixa eu ver esse corte.

- Que corte?

- Esse na sua sobrancelha direita!

Edward tocou onde ela tinha indicado sentindo no contado o ferimento arder.

- Ah não é nada!

- Como assim não é nada? É um corte deixa eu fazer um curativo.

- Não! Eu sempre me curei sozinho nunca precisei de curativos.

- E se infeccionar? E se o ferimento se agravar ao ponto de ter que arrancar seu olho?

Edward encarou Renée espantado fazendo logo em seguida uma careta cômica.

- Desculpe não consigo controlar. Instinto materno.

Renée deu um sorriso sem graça.

- Vem deixa eu cuidar de você. Tenho o kit de pronto socorros completo com causa de Isabella. Você se lembra de como ela caía? Deus eu vivia com o coração na mão! Era cada tombo!

Edward sorriu ao se lembrar de ver Isabella a cada três dias com um curativo novo. Vivia cheia de bandeides de bichinhos.

- Tudo bem!

Renée tinha Edward como um filho embora ele nem soubesse. Ela se preocupava mais com ele do que com a própria Isabella. Limpou o ferimento com cuidado e fez um curativo.

- Não quero ser chata mais já sendo; querido peça desculpas a Isabella! Você a magoou!

Edward rolou os olhos e se levantou.

- Nem! O que eu disse demais?

- Você a comparou a uma vaca! Isso para qualquer mulher é ofensa ainda mais vindo de um homem. Edward eu sei que você nunca fez isso. Mas pedir desculpas não é um bicho de sete cabeças!

Renée interrompeu Edward antes mesmo que ele alegasse que nuca tinha feito qualquer coisa que estava na regra de etiqueta da boa educação.

- Onde é o quarto dela?

Edward se deu por vencido, não queria bater de frente com Renée.

- Ultima porta a esquerda.

Edward subiu as escadas e parou diante da porta. Duvida. Não sabia como fazer aquilo.

- Bella?

Bateu três vezes na porta, mas nada. Nenhuma resposta. Irritado por estar se sujeitando a fazer aquilo entrou no quarto e não viu ninguém. Caminhou por ali e já começou imaginar que Isabella teria pulado da janela. Não ela não faria isso.

Ele ouviu um barulho no banheiro, curioso caminhou até lá avistando Isabella completamente nua. Ficou observando aquela cena sem conseguir sair do lugar. A forma de como a água do chuveiro escorria por suas costas e pernas até chegar aos seus pés era um trajeto tentador.

Edward caindo em si da bobagem que estava fazendo saiu do banheiro e em seguida do quarto no maior silencio que podia. Desceu as escadas perturbado. Ele não podia ter visto Isabella nua.

- E ai falou com ela?

- Acho que não é uma boa hora ainda!

Ele disse saindo da casa e deixando Renée para traz sem entender o porquê de sua afobação. Imaginou que seria muito difícil para ele pedir desculpas.

Aquela não podia ser a Isabella que ele conhecia. Ela era tão mulher. Quando foi que ela tinha crescido?

- Patrão!

- SAM NÃO ENCHE!

O funcionário olhou com espanto a mudança de humor repentina de Edward. E fez o que ordenara.

Edward pegou a primeira camisa que viu no varal e partiu para a caminhonete. Precisava esquecer a imagem de Isabella tomando banho.

Procuraria conforto nos braços de Tânia.

Tânia o aceitou com todo o prazer. Depois de ficar horas na casa dela tentado esquecer voltou a fazenda tarde da noite. Desceu da caminhonete e ficou encostado nela até perceber ao longe Isabella deitada na relva admirando as estrelas. Como olharia para ela? Isabella a partir de agora não era mais a menina irritante e insuportável de antes. Agora era a mulher que estava perturbando seu sossego.

Caminhou lentamente.

- Bella, não acha que esta tarde demais para ficar aqui fora sozinha?

Isabella fingiu que ele não estava ali. Edward suspirou. Sabia que ela tinha todo o direito do mundo de odiá-lo. Pela primeira vez admitiu que devia um pedido de desculpas a alguém.

- Bella eu sei que...

Isabella se levantou com lagrimas nos olhos.

- Não fale nada. Vai ser melhor. Porque todas as vezes que você abre a boca, só consegue magoar as pessoas. Fique quieto. Pelo menos uma vez na sua vida.

Isabella saiu deixando Edward encarando a grama amassada. A única coisa que comprovava que esteve ali admirando as estrelas. Ele se deitou ao lado de sua ausência e se pôs a admirar o mesmo céu que a pouco a mesma observava.

Como as coisas poderiam mudar em tão pouco tempo?

*~~*

E havia chegado o grande dia. Isabella mal se agüentava de ansiedade. Perdeu o sono muito cedo então resolveu se arrumar. Vestiu uma calça jeans, botas de cano curto, uma regata branca e pegou um casaco porque sabia que lá fora estaria fresco. Passou no celeiro onde Seth tirava leite das vacas. Conversou por um tempo animadamente com o amigo e então foi dar uma volta. Sem perceber foi parar diante do antigo pasto de Dominic, ali agora estava a égua Baia e seu potrinho.

Alice chegaria dali algumas horas. Horas que custavam horrores a passar. Isabella desistiu de ficar zanzando pela fazenda e pegou as chaves da caminhonete.

- Não vai precisar de ajuda com a sua prima? – disse Embry um tanto zombeteiro, ele se lembrava muito bem de como Alice era. Isabella lhe deu língua brincalhona e entrou na caminhonete já dando partida em direção a estação de trem.

- Típico!

Isabella bufou de raiva. O trem estava meia hora atrasado. Esse era o problema de morar no interior.

Ao longe escutou o apito. Seu coração disparou. Sua prima enfim estava chegando.

Na verdade nem eram tão primas assim. O caso era que a mãe de Isabella era prima da mãe de Alice, mas elas pouco ligavam para distancia do grau de parentesco. Para as duas, eram primas e pronto.

- BELLA!

A garota baixinha de olhos bem verdes e cabelos chanel desceu apressada em direção de Isabella.

- ALICE!

Quanta saudade. Antes de Isabella se mudar para o Texas as duas eram unha e carne. Alias continuavam sendo apesar da distância.

- Que saudade! – as duas disseram em uníssono.

- Ah você esta tão gata! Já arrumou um namorado? Aqui tem tantos homens maravilhosos que quando eu vou embora e vejo aqueles projetos de ser humano sinto uma vontade enorme de voltar!

Isabella riu. Alice era assim: Bem Alice. Não tinha como definir aquela garota. Não tinha papas na língua, de gênio e opinião forte.

- Não nenhum conquistou meu coração! – Alice rolou os olhos.

- Nunca te disseram que enquanto não sem acha o homem certo, não há problema algum em se divertir com os errados.

Isabella deu um tapa de leve no braço da prima. Que fez bico.

- Que feio Alice! Não se pode falar desse jeito.

- Ah Isabella larga desses pudores ai! Quer ser santa vai virar freira!

- Sua boba! Onde esta a mala? – Isabella mudou de assunto, não queria pensar de forma alguma naquele momento no Cullen.

- Mala? Não Bella eu não viajo com mala, eu viajo com malas!

Isabella olhou por cima do ombro da prima o que não era muito difícil e enxergou sete malas.

- Alice pra que tudo aquilo?

- Essa grande tem meus sapatos, essa outra; calças e seus derivados, essa outra; minhas blusas, essa outra; meus vestidos, essa pequena; minhas roupas íntimas, essa média; meus acessórios e essa de mão; minha maquiagem!

Isabella encarava Alice atônica.