Sirius Black não se Apaixona? escrita por N_blackie


Capítulo 2
Capítulo 2




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Encontrão

Acordei no dia seguinte com uma dor de cabeça do caramba, sendo sacudido por James.

-Acorda, seu lesado! Vamos nos atrasar!

Eu juro que se ele não parar vou arrancar as tripas dele com um feitiço. Ah, cac*te!

- O que você quer? – perguntei, com a cara ainda no travesseiro.

- Não vai se arrumar? São quase onze horas!

E daí?

- Não, vou de cuecas.

- ECA! ESTÁ DE CUECAS?

Sorri para meu travesseiro. Ele sempre cai no truque da cueca.

- Aham. Quer ver? Está furada, mas...

- PELO AMOR DE MERLIN, SIRIUS. SAIA DAÍ E VÁ SE ARRUMAR, COM AS COBERTAS.

Rindo, peguei o cobertor, enrolei na cintura e comecei a andar até o banheiro. Olhei para James, que escondia o rosto nas mãos.

- Prongs!

Ele afastou as mãos, e eu deixei cair a coberta. Ele soltou um grito e saiu correndo, sem ver que eu estava com a calça do pijama. Nossa, eu devia ter chamado o resto dos garotos pra ver isso. É impagável.

Resolvi colocar minha fantasia de almofadinhas, como diz o Peter. Costumava usar essa roupa quando ia para a plataforma com meus pais, mas desde que fugi de casa parei de fazer isso, então a camisa pólo preta e o sapato ficaram esquecidos. Bom, se eu colocar a calça jeans não fica tão cafona assim... Porque eu ligo pra isso?

Desci correndo, e encontrei todo mundo me esperando (eu amo quando eles me esperam, James fica fulo da vida).

- Deu problema no vestido? – James disse sarcástico.

- Deu. Rasgou um babadinho, e eu tive que esperar a Matilde consertar. – eu brinquei, olhando para meus sapatos, fingindo estar preocupado.

Ele revirou os olhos.

- Vamos?

No caminho até as carruagens, Marlene chegou perto de mim, e não pude deixar de reparar que tinha trocado o uniforme de escola por calça jeans também. Uma apertada.

- Foi extremamente mulherzinha você na sala comunal.

Eu ri.

- Piada interna. Vai entrar? – perguntei, rindo, quando percebi que ela não estava prestando atenção nas carruagens paradas à nossa frente. Eu sei, eu distraio as pessoas, vou fazer o que?

- Hã? Ah... Vou...

- Venha aqui, Lene! – Lily chamou. Estava numa carruagem, acompanhada por James, Dorcas e Remus. Revirei os olhos e entrei na carruagem ao lado, onde Peter se sentava, irritado. Depois de alguns minutos, Marlene sentou ao meu lado, e senti um calafrio esquisito no peito quando a mão dela quase chegou na minha. Não sei o porquê disso, o que está acontecendo comigo?

- Lily está irritante. – ela disse, enterrando o rosto na mão. Sem entender nada, olhei para Peter, que agora se ocupava com uma barra particularmente grande de chocolate, sem reparar em nada. Um soluço ao meu lado denunciou que ela estava chorando, então cutuquei de leve os ombros dela.

- De – desculpa, Sirius. Me ignore.

Ah, não. Eu não aguento garotas chorando, nunca aguentei. Me deixam tenso.

- Hum... Marlene?

- Po – pode me chamar de Lene. Você não sente?

- O que?

- Lily está me deixando sozinha! Na última semana, eu tenho andado sem ninguém pelo castelo. Ela... Ah! – e recomeçou a chorar.

Hum, o que posso dizer numa situação dessas? Quero dizer, ela está aqui, chorando, e eu preciso fazer com que pare até chegarmos a Hogsmeade.

- Lene? – comecei, imaginando como poderia fazer ela parar. – Olha, James também me deixou sozinho. Ando só com Peter, de vez em quando...

Ela virou o rosto para mim, e vi duas lágrimas escorrerem ali. Fiquei com pena. Garotas choram por muita coisa.

- Eu imagino... Mas você tem as garotas... Elas meio que... Te distraem, não?

Lembrei de uma vez que James limpou as lágrimas de Lily com os dedos, e ela parou de chorar. Cheguei perto dela e estiquei os dedos. Marlene paralisou. Acho que ela pensa que vou meter o dedo no olho dela, só pode. Tentando ser o mais gentil possível, tirei as lágrimas das bochechas dela, e senti a pele se curvar quando ela sorriu.

- Obrigada.

A carruagem parou, e nós descemos correndo. Quando chegamos ao três vassouras (onde acharam que a gente ia comemorar?), Rosmerta abraçou James.

- Você conseguiu, garanhão! Lily, querida, mal sabe o quanto ele sofreu por você, amor. Vamos lá, pessoal!

Entramos no bar, e James pediu garrafas de cerveja amanteigada. Porque sempre cerveja amanteigada? Decidi tentar algo novo...

- Rosmerta, meu amor. Traz a cerveja para eles. Vou querer um pouco de firewhisky.

James e Remus me encararam, assustados, e eu fiz questão de olhar para eles com a minha cara de "Hum?" que eu sei fazer muito bem. Rosmerta estranhou um pouco, mas trouxe a garrafa.

- Bom, um brinde a nós! – James ergueu o copo e eu realmente achei que ele ia cruzar o copo com a Lily e os dois podiam cortar um bolo cheio de glacê branco. Acho que estou com fome.

- Posso dizer alguma coisa? – perguntei, e senti Remus ao meu lado, me puxando pela calça. – Calma, Moony, depois eu tiro a calça e você vê. Posso?

A cara branca de James me fez olhar para Remus. Nunca tinha visto o lobisomem tão envergonhado, e comecei a rir (acho que firewhisky é um pouco forte...)

- Pode, Sirius. - veio a voz encorajadora de Lily. Ok, vamos lá.

- Eu conheço James desde... Sempre, e ele é meu melhor amigo. Lily eu não conheço há muito tempo, mas sei que é uma ruiva muito show que vai fazer o meu amigão aqui muito feliz. Sejam felizes. – e sentei.

Acho que James achou que eu estava muito bêbado, porque sorriu amarelo e disse:

- Hum, obrigado, Sirius. Então, aproveitem esse fim de semana. Lily e eu vamos sair um pouco. – e se levantou.

ÓTIMO. AGORA FICO SOZINHO O RESTO DO DIA. Obrigado, mundo. Dorcas e Remus sorriram um para o outro, e todos me deixaram sozinho, exceto por Emmeline, Peter e Marlene. Mas, como a minha vida ama me ferrar, Fabian Prewett chegou.

- Emme! Está, er, sozinha?

- Aham!

- Vamos comigo até a Dedosdemel?

- Claro!

Claro. Palavra idiota. Emmeline foi embora com Fabian e eu encarei a garrafa de firewhisky, me sentindo um pinguço de primeira.

- Bom... Alguém tem algum assunto em pauta? – perguntei, e Peter me encarou confuso.

- Não. Eu vou comer alguma coisa da Dedosdemel. Tchau.

Mentalmente, repassei James indo embora, Remus também, e agora Peter. EU TENHO A PESTE POR ACASO? PORQUE NINGUÉM VEM AQUI E PERGUNTA: HEY, SIRIUS, QUER TOMAR UM CHÁ?

Eu diria: não, obrigado.

Mas que seja, eu adoraria que alguém percebesse meu sofrimento. Aborrecida, Lene olhou para mim:

- Deixaram a gente sozinho.

- É.

- Estou me sentindo tão irritada que quero me vingar. E você?

- Preciso comer alguma coisa, e depois penso em me vingar ou qualquer coisa parecida.

Ela me olhou, perplexa.

- Como pensa em comida quando todos estão indo embora?

- Bom, meu cérebro olha para coisas e visualiza pedaços de carne e batata, não tenho culpa disso, sabe.

- Não consegue controlar a fome e me ajudar a planejar alguma coisa?

- Tenho cara de mafioso por acaso?

- O que é um mafioso?

- Remus disse que são trouxas malignos que curtem meter 'balas' nas pessoas que enchem o saco. E que eles são comandados por alguém chamado "Poderoso Chefão".

- Que coisa idiota.

- Pois é.

- Então, podia me ajudar?

- Ok. Podemos fazer isso na dedosdemel?

- Que seja.

Saímos do três vassouras, e senti o vento bater com tudo na minha cara, e vários casais surgiram, como num sonho muito alucinado. Exceto que era verdade. E estava me irritando.

- Porque não arranja uma namorada fixa? – Marlene perguntou, quando entramos na dedosdemel e fomos recebidos por tantas vozes apaixonadas que quase desmaiei de náuseas.

- Não sei. Nunca pedi nenhuma das garotas em namoro. Elas diriam não.

- Por quê? Se você estalar os dedos, umas cinquenta garotas vão correndo para você.

Estalei os dedos e esperei.

- Acho que não aceito esse tipo de rejeição. Além do mais, com o tempo a garota seria ignorada por mim, e eu por ela.

- Está com algum problema?

Olhei para ela. Marlene me encarava como se eu tivesse acabado de dizer que curtia sair à noite vestido de mulher.

- Não. Por quê?

- Eu realmente acho que você não está bem, Sirius. Está querendo comprar cachos de barata por quê?

Isso me fez lembrar uma música muito engraçada que Peter compôs no quarto ano, quando experimentou cachos de barata.

- Ninguém me ama, ninguém me quer. Vou comer barata. Barata frita, barata assada, cachos de barata.

- Hã?

- Arranca a cabecinha, chupa a melequinha. Chup! Ah! Joga a casca fora.

- Sirius, pode comprar os doces e vamos cair fora daqui. Sou capaz de fazer essas garotas melequentas engolirem essas baratas. Além do mais, você canta terrivelmente mal.

- Obrigado pela rejeição.

- Ah, por favor. – ela revirou os olhos.

Quando paguei os doces, algo feliz surgiu em mim, como se a salvação da minha alma estivesse dentro dos corpos daquelas belas baratas açucaradas.

- Vem comigo. – eu disse, imaginando o que James diria se soubesse o que eu estava prestes a fazer.

Levei Marlene até a cerca que separava a Casa dos Gritos do resto do povoado, e olhei em volta. Estava completamente deserto, como sempre. Pouca gente se atrevia a ir perto dali. Pelo jeito Marlene também não.

- Quero te mostrar uma coisa.

- Pode mostrar em outro lugar.

Me aproximei dela devagar, até ficar claro que eu era mais alto que ela.

- Tem medo, Mckinnon.

- Tenho.

- Não precisa. A casa dos gritos é uma piada.

- Pode ser para você. Vamos, Sirius.

- Relaxa. Se alguma alma penada ou depenada (ah, que piada engraçada, Sirius. Quase que morro de rir!) aparecer eu te defendo ou saímos correndo juntos.

Ela revirou os olhos de novo, e eu entreguei o saco de balar na mão dela. Me afastei, e abri os braços.

- Diga que não vai tirar a roupa.

- Não. – brinquei – Só se você quiser.

- Por favor, não faça.

- Tudo bem. – dei de ombros. – Sou um animago.

Silêncio. Eu podia escutar as vozes das pessoas, se divertindo com seus pares em sua vidinha deprimente nesse mundo frio. Haha.

De repente, ela começou a rir.

- Hey, o que foi? – perguntei. Ok, esse tipo de rejeição me afeta.

- Ok, você é um animago. E daí?

- Não acredita em mim?

- Na verdade... Não. Sirius, deixa de ser idiota. São precisos anos de preparação...

Olha, que pretensão! Se ela fosse qualquer uma, eu ia embora. Mas não é, então puxei a varinha do bolso e pensei no feitiço. Pude sentir de novo aquela sensação esquisita de quando me transformo. Se algum dia disseram que virar cachorro é legal, mentiram. É bizarro. Até porque num instante você está vestido, e no outro... Bem, não vem ao caso. O negócio é que me aproximei dela e lambi sua bochecha. Escutei um riso. Eba. Fui até uma árvore próxima e me transformei de novo, tomando o cuidado para vestir as roupas rápido.

- Como você conseguiu? – ela me perguntou, quando sai detrás da árvore.

- Alguns aninhos lendo livros interessantes. Mas é segredo. Só meus amigos mais próximos sabem. E você.

- Também tenho um segredo.

Sentei ao lado dela. Segredos são legais de ouvir.

- Quero te beijar, mas se eu fizer isso vou sentir sua falta depois. – ela sussurrou no meu ouvido, me fazendo sentir um arrepio percorrer a minha espinha.

- Jura?

- Uhum. Mas não conte para ninguém.

- Você é muito legal. Quer ser minha... Ah... Amiga?

Alguém me dá um soco, ou um tapa realmente forte. Porque não peguei Marlene e simplesmente joguei no chão e chamei de neve?

- Pode ser. Amigos, então? – ela sorriu, e estendeu a mão.

- Amigos. – apertei a mão dela.


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