Sirius Black não se Apaixona? escrita por N_blackie


Capítulo 1
Capítulo 1




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Sirius Black Não Se Apaixona.

- Consegui! Ela é minha!

Hein? Ah, James. Novidade.

- Lily aceitou? – Remus perguntou, então tive de abrir os olhos. Estava deitado num dos sofás da sala comunal, tirando um cochilo. Afinal, o que mais de interessante eu poderia fazer numa noite tranquila de domingo, quando não se tem nem um passeio para Hogsmeade? Além de sair com a minha garota da semana, claro.

Mas ela é da Lufa – Lufa, então esquece. Nessa noite meu nível de distração é zero. O nome dela? Putz, ela chegou a dizer, mas eu não estava escutando.

Bom, voltando a James, eu abri os olhos e olhei para ele. Sorrindo e suspirando, Prongs se jogou na poltrona ao meu lado e disse:

- Sim. Moony, Padfoot... Cadê Wormtail? Ah, que seja. Ele vai ficar sabendo... Eu estou namorando Lily Evans.

- Aleluia, todos nós! – gritei, saltando imediatamente de onde estava e fui cumprimentá – lo. Não que eu apóie esse negócio de relacionamentos duradouros, mas com ele era necessário. Oh, coitado.

- É, Padfoot... Lily queria saber se você tem alguma coisa pra fazer, uma garota ou coisa assim, para o próximo fim de semana em Hogsmeade...

- Porque, ela quer sair comigo? – perguntei. Sacanagem, Sirius. Ah, há. James me olhou com uma cara de poucos amigos e disse:

- Não, idiota. Ela queria sair para comemorar, sabe.

Revirei os olhos. Comemorem quando casarem, que m*rda é essa?

- Ah... Acho... Acho que não tenho nada no sábado... – respondi, quase pegando uma pá para cavar a minha cova. Porque na verdade eu tinha alguma coisa. Com uma garota... Ou duas.

XXX

- Como assim a gente não vai poder sair? – a garota da semana gritou, quase chorando.

Oh, boy.

- Não vai dar, amor. – eu resmunguei de volta, me encostando numa árvore. Ela colocou as mãos na cintura e disse:

- Por quê?

- Porque James arranjou uma namorada e...

- O que? – ela perguntou, e algumas meninas se aproximando, parecendo os robôs que tem nos gibis de trouxa que James coleciona. Sai!

- Você disse que James Potter está namorando? – perguntou uma delas, chorando. – Mas... Como?

- Pois é, querida. Está sim, agora podemos continuar a conversa?

- Não, não podemos, não. Já que prefere ir à Hogsmeade com Potter, eu não vou ficar mais no caminho. – a garota da semana interrompeu ofendida. Revirei os olhos e fui atrás dela.

- Querida, eu...

- Você não sabe o meu nome, não é? – ela perguntou, virando para trás.

Não. Na verdade não, porque você só serve para me distrair.

- Claro que sei! – menti, fingindo estar surpreso. – Você é Mary... Ann... Louise...

- Meu nome é Josie! Tchau, Sirius. – e foi embora. Saco. É bom que esse encontro com todos seja extremamente legal, porque essa Josie era bonita. Bom, já que ela não está mais aqui, preciso achar outra garota da semana.

-Hey, Takeda! – gritei, correndo em direção a uma corvinal japonesa que eu ando de olho já faz um tempo. – Tudo bom?

Risadinhas. Eu. Odeio. Risadinhas. Qual é o problema em rir como alguém normal, algumas vezes por dia?

- Oi, Sirius. Soube que Hopkins te dispensou. – ela riu.

Às vezes eu acho que tem espiões me seguindo, olhando cada passo que dou. E às vezes eu tenho certeza.

- Ela ficou meio brava porque não posso mais sair com ela para Hogsmeade.

- Ela é maluca. Relaxa. Eu não ligo muito pra esse tipo de coisa.

Mais risadinhas. Se ela não fosse tão... Gata, eu saia correndo chamar o Filch para sair. Ok, não faria isso não.

- Que bom. Queria saber se...

- Torre de astronomia, semana que vem, segunda. – ela disse, piscando para mim.

SEGUNDA? E essa semana? Bom, eu aguento. Só pra garantir...

- Takeda?

- Sim?

- Qual é o seu nome?

- Yuka.

- Obrigado.

Agora sim. Feliz com a minha nova "amizade especial", fui até o Salão Principal almoçar, e sentei de frente da Wormtail, que cutucava um pudim de carne aborrecido.

- Está sozinho aqui? – ele resmungou, e o pudim se desmontou.

Eu estou achando que não sou só eu que estou chateado. Peter costuma comer um pudim desses como tira – gosto.

- Oi? Ah, mais ou menos. Onde estão os outros?

- Ali.

Chegando ao salão e arrancando soluços das garotas, James vinha de mãos dadas com Lily.

- Bom – dia!

- Só se for para você, amigão. – eu disse, indicando as choronas.

Lily olhou para elas preocupada.

- Devo temer alguma azaração?

- Não, só se estivesse namorando o Sirius. – James riu, piscando para mim. Ouvimos um barulho, e Remus chegou carregando duas mochilas.

- Dorcas esqueceu o tinteiro lá em cima. – ele disse todo sorridente.

Não entendo como alguém pode ficar feliz servindo de mordomo, mas tudo bem. Dorcas e Emmeline Vance desceram algum tempo depois, conversando.

- E aí, pessoal? – Emmeline disse, se jogando no banco ao lado de Dorcas, que conversava com Remus. Peter estava comendo freneticamente de novo, mas era pra sair dali rápido, porque um grupo de Lufa – Lufas o esperavam ansioso.

- Está andando com eles? – perguntei irritado. Peter engoliu o suco de abóbora e sorriu amarelo.

- Grupo de estudos...

Revirei os olhos.

- Tchau.

Olhei em volta. James colocava os cabelos de Lily atrás das orelhas dela, Remus engasgava com suco de abóbora, rindo das piadas de Dorcas e Fabian Prewett conversava alegremente com Emmeline. E eu aqui sozinho (pelo menos até o encontro com Yuka) assistindo tudo. Ou quase sozinho. Só quando escutei um: "Hem, hem." Vindo do meu lado, percebi que tinha alguém ali. Me virei para olhar, e quase derrubei o prato.

Uma garota linda, de olhos azuis e cabelos pretos e compridos. Estava irritada, olhando para as meninas com a testa franzida, mas mesmo assim eu podia ver os lábios cor – de –rosa, as ondas do cabelo dela, o brilho deles... CÉUS. QUEM É ELA?

- Eles também te ignoram? – ela perguntou para mim, colocando a comida no prato dourado. Ainda meio atordoado, fiz que sim com a cabeça e ela suspirou. Quando notou a presença dela, Lily parou de tratar James como um bebê e sorriu:

- Oi, Lene!

Hã? Como assim? Esse anjo não é... Lene Mckinnon? Ela era normal, não essa aparição aqui! Olhei para ela de novo. Estava encarando Lily com um sorriso sarcástico:

- Bom – dia!

Lily pareceu meio constrangida, mas assim que acabou de comer, e todo o caminho até Herbologia foi tratando James por "Jimmy querido", me fazendo ficar a ponto de pedir à Professora Sprout para vomitar fora da estufa. E depois da aula... Ela continuou! E James não fez nada. Ficou parado, feito um imbecil, aceitando o carinho. Vamos lá, amigão. Reaja!

Naquela noite, no dormitório, ele disse:

- Lily é um sonho, Pads. O sonho da minha vida.

- Awn. – eu disse sarcástico.

- Sabe quando você sente tudo de bom ao mesmo tempo? – ele continuou, me fazendo fechar os olhos, sonolento.

- Então! Ela é... Isso.

A partir daí eu não lembro mais nada.

No outro dia, acordei mais cedo que tudo mundo, e percebi que tinha algo errado comigo (quero dizer, acordei antes que Remus! Isso é o apocalipse).

Bom, fui tomar banho, e só saí quando me senti eu mesmo novamente (ou seja, quando James começou a esmurrar a porta gritando: "Saia daí, sei vagabundo!")

Não que seja novidade a semana que passou. Meu encontro é só na outra semana, e com todos os casais recém formados, eu realmente fui deixado de lado. Até Peter, que eu achei que seria minha eterna companhia, sumiu! O N.I.E.M'S se aproximando fez ele querer estudar feito louco. Logo: estou sozinho.

Na sexta – feiras, véspera do nosso encontrão, tiveram dois tempos de poções, como se a minha vida não pudesse se tornar mais ferrada.

Embora eu seja membro do Clube do Slugue (não que tenha tido muita escolha, já que fui praticamente arrastado para lá) não acho que ele seja o máximo. Lily acha. Ranhoso acha. Até o retardado do Regulus acha (bom, ele não conta muito, porque ele acha A MINHA MÃE o máximo, e qualquer pessoa que olhe para ela sem ver o diabo não merece créditos mentais). Mas eu não acho. E nas aulas não é muito diferente (exceto que não temos Regulus. E, diga – se de passagem, isso melhora muito minha vida. Viva a falta do Regulus! Viva! Balões em mim.)

- Hoje vamos ver uma poçãozinha um tanto complicada e inútil, que poucos conhecem, mas que provavelmente aparecerá nos exames: a poção mata – cão. No caso dos que queiram trabalhar como aurores, aproveitem essa oportunidade, porque essa poção tem uma característica especial: acalma o lobo durante a lua cheia, mantendo sua mente humana enquanto o corpo se transforma. Ótima invenção, de um ex - aluno meu, aliás. Bom, poderão fazer em duplas, e venham pegar a receita autografada comigo!

O tumulto seguinte não foi acompanhado nem por mim, nem pelos outros. Eu, James e Peter corremos para perto de Remus, que tinha ficado pálido e depois roxo. Remus se afastou de nós rapidamente, e sentou em uma das bancadas, um brilho esquisito nos olhos. James virou para nós e disse:

- Peter, vá com Remus, ele vai precisar de apoio.

- Porque não vai você? – Wormtail perguntou. Era! Porque ele vai comigo, imbecil.

- Porque Lily me chamou.

O QUÊ? Peter deu de ombros e foi se juntar a Moony. Lancei um olhar revoltado a James:

- Prongs!

- Ah, Padfoot. Você sobrevive sem mim por hoje, né?

- Com quem eu vou? Peter está com Moony, Lily tirou você de mim, Vance está com Dorcas...

- Olha, a Marlene está sozinha.

- Você me paga por essa. – retruquei, e virei as costas.

Cheguei à bancada e Marlene lia o papel que pegara de Slughorn. Quando me viu, soltou um suspiro e disse:

- James te abandonou também?

Eu ri.

- Está irritada com os dois também?

- Não exatamente. Gosto deles. Torço por eles. – ela me respondeu enquanto arrumava os ingredientes. – É só que... Sei lá. Sou a melhor amiga de Lily desde o segundo ano.

- Primeiro ano. – Comentei, olhando para James. – Você sente que ela prefere ficar com ele. Também me sinto assim.

Marlene olhou para mim por alguns instantes e disse:

- Vai amanhã ou prefere sair com a garota da semana?

OMG! Tem gente me seguindo, juro.

- COMO SABE DISSO? – gritei, e o Professor Slughorn parou de paparicar Lily e James.

- Sim, Sr. Black?

- Nada. Hum... Nada não.

Virei para o caldeirão, e Marlene encarava o líquido borbulhante, rindo.

- Como sabe disso? – repeti, dessa vez sussurrando.

- Sirius, você e sua vida amorosa são o assunto preferido de noventa e nove por cento das meninas dessa escola. Eu, por acaso, divido o dormitório com outras quatro meninas. Teria de ser surda para não saber. – e depois riu.

Me vi preso naquele sorriso, sem ter ideia do porque.


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