Quando Felipe Conheceu Johnnie escrita por Zoombie_Misora


Capítulo 6
No Bus


Notas iniciais do capítulo

Chappie fofo!
Meio triste na real
mas muito fofo



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Um Mês Depois

Felipe estava no ônibus a dez minutos. Estava indo para a casa de Nando, que ficava a quase meia hora do centro. Escutava o som da cidade, enquanto lia um bom livro, Drácula de Bram Stoker. Era a terceira vez que o lia, mas sempre se surpreendia com cada palavra.

O calor estava tomando conta da cidade, por isso resolveu usar uma regata, não gostando muito de mostrar os braços finos, cotovelos avermelhados e as clavículas saltadas, mas era o que podia fazer.

Mesmo tomando mais de duas garrafas d’água na viagem até Porto Alegre, ainda sentia sede.

Estava tranqüilo, mas o motorista havia parado tão de repente, que chegou a quase cair do banco. Praguejou com um pouco de raiva e viu que o lugar estava ficando cheio! Após ele continuar a andar, só havia dois lugares sobrando.

O loiro adora posar na casa do moreno quando os pais dele viajam. Geralmente bebem alguma coisa, conversam, olham filmes até de madrugada... Mas dessa vez era diferente. Nando estava com um namorado...

Lá vai o loirinho segurar vela novamente. Quando ele se for, escreverão no seu túmulo: ‘Aqui jaz Felipe, ótimo castiçal’. Suspirou um pouco se desprendendo do livro. Foi aí que lembrou de Johnnie.

Abriu a contracapa do livro e viu o papel com o número dele. Estava todo amassado e já perdendo até a cor dos números, afinal o loiro ficava horas e mais horas segurando-o e tentando tomar a decisão de ligar ou não.

Nunca teve coragem o suficiente.

O ônibus parou novamente e lá se foi seus pensamentos. A lembrança do moreno sempre vinha acompanhada de um ruivo nos últimos tempos. Aquele que foi o primeiro a lhe tirar o fôlego!

Tinha 14 anos quando pensou em ficar com alguém. A menina com quem tinha compartilhado seu primeiro beijo simplesmente quase o engoliu. Resolveu não fazer mais nada depois disso, havia achado horrível!

Foi aí, que Nando havia dito que tinha beijado um menino. O loiro nem sabia que isso podia acontecer. Seu primeiro menino foi o moreno, que selou seus lábios com tanta ternura, que foi um baque perceber que tinha se interessado mais nisso que em meninas.

Depois de um tempo, dois meninos depois na verdade, surgiu ele. Rodrigo.

O ruivo que fez seu coração bater, respiração praticamente acabar e seu rosto ficar corado como um tomate. Não tinha dúvida, estava apaixonado. E era tão bom quando ele lhe retribuía com um sorriso...

Ou até mesmo quando ria das bolinhas do sol no seu rosto...

Falando nisso, sentiu alguém sentar ao seu lado. Até aí tudo bem, mas essa pessoa tocou sua bochecha! O menino virou e não pode acreditar.

-Sentiu minha falta? –Perguntou aquela voz estonteante. –Tu tá cheio de bolinhas... Tem alergia ao sol?

-Jo-Johnnie... –O loiro estava ficando branco, estava perdendo os sentidos!

Deixou o livro cair no chão, revelando o papel com o telefone do moreno. As mãos do loiro tremiam tanto, ele estava sem reação! O perfume do outro estava lhe tomando os sentidos!

Johnnie estava exalando o perfume fresco de banho, sem contar que usava uma regata tão... sexy. Sem palavras para o que sentir ou fazer na presença dele.

O moreno juntou o livro e o papel. Colocou o pequeno pedaço de celulose dentro do livro e o entregou para Felipe. O loiro tentou balbuciar um obrigado, mas foi incapaz. Aqueles olhos castanhos estavam tão brilhantes...

-Cuidado pra não deixar cair de novo... É um clássico. –Disse Johnnie.

-Claro... –O loiro ficou sem graça. –Tu já leu?

-Sim... Antigamente eu lia bastante... Depois que o meu pai teve mais dois filhos eu não li mais nada além do que preciso pra faculdade.

-Ah...

-Com tá o Hans?

-Melhorando. Ele ainda não tá andando direito, mas vai ficar bem.

-E tu? Deve ter sido um inferno só cuidar dele. Parece bem abatido.

-O papai disse pra eu vir aqui no Nando e ter um tempo pra mim. –O loiro olhou para a rua. –Discutimos um pouco antes de eu sair.

-Vai dar umas bandas por onde?

-Nem sei o Nando que vai me dizer...

-Tu e o Nando são...

-NÃO! Nós nunca fomos namorados, só ficamos uma vez pra ver como era ficar com menino e daí não fizemos mais nada desde então, sem contar que o Nando gosta de meninos que queriam... –Lipe respirou um pouco. Percebeu que falou demais e ficou corado.

Outro motivo pelo qual o loirinho parou, foi a risada de Johnnie. O moreno sorria com todos os dentes, de maneira tão pacífica e gentil. Ao mesmo tempo que queria morrer de rir com o jeito desesperado do outro, não queria deixá-lo constrangido.

Felipe abriu um sorriso angelical. Estava enfeitiçado. Olhou para a janela e viu que sua parada estava passando e que Nando tentava chamar sua atenção de qualquer jeito. Quando se tocou, levantou o mais rápido que pode.

O problema, foi que o ônibus resolveu fazer uma curva. O resultado foi a queda do loirinho por cima do moreno, quase o matando de vergonha. Johnnie o segurou e começou a rir.

Sem dificuldade, ajudou o menor a sentar e apertou o sinal para ele.

-Espero que eu não tenha te atrapalhado. –Falou o moreno.

-Não... –Disse o loirinho colocando o livro dentro da mochila. –Olha... Nós vamos no tributo a Matanza. Hoje de noite. Se quiser, aparece por lá... Vai tá tri barato.

-Por incrível que pareça era pra onde eu to indo agora. -O moreno sorriu. –Eu vou fazer o serviço do bar lá.

O ônibus estava chegando na parada.

O loiro levantou e os dois se encararam.

-Isso não vai contar como um encontro, ok? –Disse o loiro. –Somos amigos... eu acho.

-Seremos o que você quiser ser, quando você quiser. –Johnnie falou sorrindo.

-Até de noite. Johnnie.

O loiro desceu do ônibus em um salto. Olhou para a janela em que estava e viu o moreno olhando para si. Ele botou a mão no vidro enquanto o motorista arrancava o veículo.

Eles o deixavam do mesmo jeito. Rodrigo e Johnnie.

O ruivo foi aquele que lhe marcou. Aquele que o fez sorrir.

Sempre teve um amor platônico por ele. Até que, numa festa, enquanto segurava vela para Nando, o ruivo sentou ao seu lado e começou a conversar. Eles ficaram por um bom tempo lá.

Depois disso, cada vez que se viam, trocavam elogios, besteiras e livros.

Até o dia que resolveram jogar Pocky Game. Ambos ficaram corados, não conseguiram nem chegar perto um do outro.

Um dia, Rodrigo perguntou se Felipe ficaria com ele. O loiro, muito corado, respondeu que sim.

Uma semana depois, na sexta-feira, ambos andavam pelas construções de um bairro planejado e acabaram trocando um beijo. Não é preciso dizer que foram os dias mais floridos para o loirinho.

Seu coração estava tão bem! Tão vivo! Ficou o final de semana inteiro pensando nele e tentando decidir como vê-lo novamente... Se daria um selinho, estenderia a mão para nadarem novamente entrelaçados como no caminho de volta.

Mas a segunda amanheceu chuvosa. E uma notícia fez o loiro nunca mais querer sentir aquele aperto no peito novamente. Rodrigo estava namorando uma menina. Havia pedido ela no sábado.

Quando questionou o ruivo, ele apenas disse: ‘Eu tava me sentindo sozinho e triste. Tu me fez perceber que eu poderia pedi-la sem medo de um fora’.

Felipe limpou uma lágrima e encontrou Nando. Sorriu e percebeu que o moreno o olhava com uma carinha...

-Tava desfrutando da companhia de quem que perdeu a parada? –Perguntou o moreno.

-Ninguém... –Felipe abraçou o moreno. –Encontrar alguém num show vale como encontro?

-Depende do que tu vai fazer e se vai dar condição... Vem, quero que tu fique amigo do Dudu!

Nando pegou a mão de Felipe e o arrastou para sua casa. O loiro sabia que precisava se preparar, a noite prometia.


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Notas finais do capítulo

Postarei depois de amanhã, ok?
Esse show promete!