Quando Felipe Conheceu Johnnie escrita por Zoombie_Misora


Capítulo 13
Esperança


Notas iniciais do capítulo

CARACA VÉIO! Já tamo em 2011!
Minha primeira postagem do ano xDDD
Eu tentei caprichar, ok?
Me foquei mais no que eles sentem do que no probelma...
Espero que gostem...



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Charqueadas

Fritz parou o carro na frente da casa. Desligou o motor e suspirou longamente. Não tinha vontade de encarar o filho. O loirinho tentava não chorar mais. Não acreditava na reação do pai.

Apesar do alemão possuir todos os motivos para ser considerado um ogro, ele era sempre gentil e nunca havia tocado em Felipe com a intenção de machucá-lo. O loirinho nunca tinha lhe dado motivo para isso.

Felipe ia abrir a porta do carro, quando escutou o barulho da tranca. Continuou olhando para a janela.

-Me deixa sair. –Disse Lipe tentando não mostrar tristeza na voz.

-Ele não ti merece filho. –Disse Fritz. –Nenhum deles merece.

-Não quero falar sobre isso. Tu não manda no meu coração.

-O Balthazar é um canalha, todos os Balthazar são!

-O que fizeram pra ti?

-Pra mim não. –O loiro suspirou. –Pra sua tia.

-A mãe do Lucas?

-Não. A minha irmã que morreu. Tu sabe que éramos três. Os trigêmeos de Porto Alegre. Conhecemos o Balthazar e ele acabou destruindo a Angelica. Ela se apaixonou e ele a usou. Sabe o que vez depois? A traiu e largou ela.

-A Tia Angelica morreu de depressão.

-Ela nunca me disse se ainda o amava. Mas eu sabia. Do mesmo jeito que soube quando tu encontrou o Johnnie.

-Pai, eu não sabia que ele era filho do Balthazar. Eu achei que nunca mais ia ver ele de novo.

-Se afasta dele Lipe. Não vale a pena. Pessoas como ele, destroem corações por diversão.

Fritz destrancou a porta do filho. O menino apenas suspirou, pegou sua mochila e foi para dentro de casa. Nem falou com Hans, apenas entrou no quarto e se trancou. Deitou na cama e sentiu um aperto no peito.

O que ele podia fazer? Estava apaixonado! Precisava vê-lo.

Sem perceber, suspirou e pegou no sono.

Hospital

Duas Semanas Depois

-Dói quando levanta? –Perguntou o médico levantando o braço esquerdo de Johnnie.

-Um pouco. Parece que tá puxando a pele... –Disse o moreno.

-Acho que lhe darei alta daqui uns dois dias. –Falou o doutor anotando algo. –Vai ficar mais dois meses de repouso, campeão. Por falar nisso, onde está o seu amigo loiro?

-Eu também não sei. Acho que ele tinha algumas coisas pra resolver. Por isso não veio mais aqui.

-Que pena, era um rapaz muito gentil. As enfermeiras estavam de olho nele. Bom, te deixarei descansando.

O médico saiu do quarto. Johnnie deitou na cama e sentiu a depressão deixar seu corpo pesado. Não tinha mais vontade de ligar em vão para o loiro, mandar mensagem ou rezar para que ele desse um sinal de vida.

Estava muito preocupado. Nem comia direito só pensando no que poderia ter acontecido com o seu amor para que ele não desse nem sinal de existência! Nossa, estava pensando nele como ‘amor’?

Nem seu pai o visitava. Johnnie foi completamente abandonado no hospital. Fechou os olhos tentando pensar em algo para se distrair, quando escutou a porta se abrindo e revelando Nando com um jarro de flores.

-Nando! –Disse o moreno se sentando.

-Saudade de mim? –Perguntou o menino colocando o jarro na cômoda ao lado da cama.

-O que aconteceu com o Lipe?

-‘Ah Nando, eu estava morrendo de saudades!’ –O moreno mais baixo falou imitando o maior. –O Lipe brigou com o Fritz.

-O que aconteceu?

-O Fritz descobriu de vocês. –Nando sentou na cama. –Ele ficou uma fera.

-Mas que merda!

-É. –Ele suspirou. –Ele tem muita coisa contra você. Tu tem uma fama terrível, sabia?

-Eu sei.

-Sabe o que fazer não é?

-Sei?

-Claro que sim! Mate o dragão, salve a princesa e a beije, liberando-a da maldição!

-Como?

-Sobreviva, ponha sua melhor calça e o peça em namoro! Peça para o Fritz.

-ENLUQUECEU? BEBEU?

-Não! Só to dizendo que tu deveria ter mais jogo de corpo com ele. O cara é um ogro, mas tem coração e não vai agüentar ver que existe um sentimento verdadeiro de ambos! Ele e a Audrey, mãe do Lipe, sofreram bastante pra ficarem juntos. Ele vai entender.

-Me dê mais alguns dias, eu vou sair do hospital e...

-Nada disso! Fique aí. Recupere-se por completo. Precisará de todas as forças para vencer esse dragão.

-Mas serão dois meses!

-Que seja um ano! Só melhore. –O moreno menor se levantou e sorriu. –Algum recado para o loirinho? Eu vou para lá amanhã.

-Diga pra ele... –Johnnie suspirou. –Que eu irei salvá-lo.

-Não se preocupe príncipe! Estou a caminho! E enquanto estarei fora, o humilde jardineiro de bonsai irá lhe preparar.

-Nando... Brigado.

-Não agradeça ainda. Não tá do lado dele. Quando estiver... Me agradeça.

Lá se foi o moreno porta a fora. Mesmo com poucas palavras trocadas, a esperança de Johnnie se reacendia. Já podia ver o sol brilhando um pouco mais forte e a luz que o seu loirinho carregava iluminar seu corpo.

Ele iria mostrar que a sua fama de pegador era passado! Havia mudado com Lipe. E muito. Antes de vê-lo, nem pensava em ficar com homens, mesmo já tendo recebido propostas.

Para o moreno, qualquer mulher que caísse no seu charme era lucro e nunca havia perdido uma sequer! No evento que conheceu Lipe, já havia três na sua volta. Ele iria marcar uma hora para cada uma.

Desistiu.

Perdeu a sanidade naqueles olhos verdes.

Estava disposto a abandonar tudo e até arrumar um emprego descente para ficar com o loiro. Cortaria o cabelo, apagaria as tatuagens, tudo que Fritz quissesse! Só queria ficar com o loirinho.

Charqueadas – Dia seguinte

Nas duas semanas que se sucederam a discussão com seu pai, Felipe se dedicou apenas aos estudos e a cuidar de Hans. Não falou com o pai e na frente das irmãs, fingiu estar apenas um pouco preocupado com as notas.

Samira percebeu que o loiro estava mentindo. Perguntou várias vezes para ele, o prensando, mas nada além de notas saía escapava de seus lábios. Isso estava deixando-o muito deprimido, não queria mentir.

Sua mãe só voltaria em dois meses e não agüentava mais de saudade dela. Seria bem mais fácil voltar a falar com o pai se ela estivesse ali. Poxa, como tem saudades suas! A casa fica muito mais alegre com ela ali.

Alguém estava batendo na porta. O loirinho foi atender o mais rápido possível, afinal Hans dormia na sala.

Quando a abriu, sentiu os braços de Nando no seu pescoço. O moreno o girou e quase que ambos caíram no chão da sala. Não falaram nada, apenas entraram, fecharam a porta e foram para o quarto do loiro.

O menor deitou a cabeça no colo do outro e deixou as lágrimas reprimidas daquelas semanas escorrerem. Ficou recebendo o carinho do amigo, que distribuía pequenos beijos e mexia nas madeixas loiras.

-Vai ficar tudo bem Lipe. –Disse Nando. –O seu príncipe mandou dizer.... Que vai te salvar.

-Peça pra ele vir logo. –Fungou Lipe.

-Calma, princesa! –Falou o moreno limpando as lágrimas. –Ele precisa estar pronto! Kazu-chan vai ajudá-lo a treinar, ficar forte. Quando ele retirar a espada da pedra, verá que ele derrotará tudo...

-Eu sou quase adulto Nando, não acredito em contos de fada.

-Acredite neles! Está vivendo um...

Felipe suspirou.

Só pensou em Johnnie naquele hospital. Ele não poderia fazer nada para mudar Fritz, o pai era muito teimoso.

Ficou com poucas esperanças.

Mas mesmo assim, rezou baixinho.

-Por favor Johnnie... –Sussurrou tão baixo que nem Nando havia escutado. –Me salve. –Corou um pouco. –Eu te amo.


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Notas finais do capítulo

Cara, nota triste:
Eu acho que a fic não terá mais de três chappies...
Já estou organizando o tema dos próximos e acho que irei terminá-la na próxima semana...