A Loba e o Frio escrita por JubaDAzvdo


Capítulo 19
Dezoito.


Notas iniciais do capítulo

Demorou, mas finalmente consegui. O capitulo está pronto.
Valeu liliswan pela pressão. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
Espero que gostem.
Bjuxxxxxxxxxxxxxx



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Dezoito.

            “É um longo caminho...” Pensou Leah.

            A mansão de Myridan ficava do outro lado de Forks, seria um longo caminho. Caminho este que ela estava mais do que disposta a fazer e sem pressa. Necessitava de todo o tempo possível para acalmar seu coração que parecia querer saltar para fora do peito, todo o tempo que lhe fosse disponível para organizar seus pensamentos, controlar seus sentimentos, caso contrario não conseguiria olhar nos olhos do frio.

            Chovia naquela manhã, uma chuva fina e fria que fazia com que a loba se encolhesse dentro do casaco de lã.

            Seus passos firmes pareciam ecoar na manhã cinzenta e em sua mente as lembranças desfilavam mesclando as memórias de outra vida com a figura do rosto dele. Uma outra vida que se acabara no azul dos olhos de Aidan.

            Era a vida de uma Leah que se julgava amaldiçoada e extremamente infeliz, pois o homem que amava a abandonara. Aquela Leah era uma mulher amargurada, sem expectativas, esperanças. Sua vida era uma eterna noite chuvosa e fria, em pensar que por um momento ela acreditou que essa seria sua vida para sempre. Como se enganara...

            “O vida sempre nos pega de surpresa.” Uma vez lhe disseram e como foi pega de surpresa ao longo de sua existência. E agora estava mais uma vez ela totalmente impotente diante de mais uma surpresa.

Uma surpresa de olhos azuis, pele branca e sorriso sedutor. Como ela lutou contra o que Aidan fizera despertar dentro dela. Com um simples olhar ele transformara a noite em dia e a chuva no mais lindo sol que e a loba assustada com tamanha mudança fechara os olhos e se recusara a encarar a luz, mas o calor provocado por ele a esquentava mesmo assim, e mesmo assim a loba dentro dela lutou para não encarar os raios solares, o brilho dele. E como lutou, no entanto, quanto mais lutava e se rebelava mais forte a luz dele brilhava ao ponto de mesmo com seus olhos fechados ela ainda conseguia ver-lhe o fulgor e ele já a cegava.

Não havia mais porque fechar os olhos. Estava cansada de lutar contra si mesma, já estava exausta de nadar contra a maré que a conduzia a Aidan. Seu corpo, sua alma ansiavam por ele desde aquele primeiro encontro de olhares, não havia mais como fingir e nem como fugir, todo o seu ser pertencia ao frio e o resto deveria se danar. Leah precisava queimar toda sua vida de antes nessa chama intensa.

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            Já deveriam ter passado das onze horas quando Leah, finalmente, chegou à solitária caixa de correio na auto-estrada que marcava a entrada da estreita estradinha de terra que só tinha espaço para passar um carro de cada vez que conduzia ao que os habitantes de Forks estavam chamando de O Casarão Branco. O estreito caminho se estendia por mais de dois quilômetros adentro pela floresta densa.

            Leah parou para tomar fôlego e secar o suor da testa, hesitou um pouco diante do caminho, se ela seguisse por ele não haveria volta.

            Em um impulso vacilante abriu a caixa do correio para ver havia alguma correspondência, não havia.

            -- O que estou fazendo? – se perguntou a loba. – Preciso seguir em frente, mas... – as lagrimas começaram a se formar nos olhos indecisos de Leah. – Não sei se consigo seguir em frente e não tenho coragem de voltar para casa. O que eu faço?

            -- Talvez, deva seguir em frente. – soou uma desconhecida voz feminina as costas da Quileute.

            -- Quem é? – falou Leah assustada se virando para encarar o outro lado da auto-estrada a procura da origem da voz.

            Diante dos olhos de Leah surgiu uma vampira de longos cabelos ruivos e grandes olhos azuis, vestida apenas em uma camisola preta semitransparente.

            -- Me chamo Justine. – falou a vampira estudando Leah da cabeça aos pés fazendo a loba se sentir desconfortável. – Também resido no Casarão Branco com o Aindan e os outros. Você é Leah?

            -- Sou... – respondeu desconfiada.

            -- Então, o que você faz aí parada? – Falou a vampira sorridente se aproximando da loba. – Não acredito que só veio conferir se recebemos cartas...

            -- Eu não...

            -- Sabe, não é tão incomum como se pensa... Acontecer o imprinting entre vampiros e transformistas. – falou a ruiva sorrindo para seus pés pálidos e descalços. – Nem posso imaginar como deve ter sido difícil para ele, como ele deve ter ficado assustado... Eu também fiquei. È sempre tão assustador no inicio, mas, não é algo que dê para lutar contra, mais cedo ou mais tarde acabamos nos rendendo, não é?

            - De quem está falando? Não sei do que você está falando. – falou Leah evitando olhar para aquela estranha vampira.

            -- Se não soubesse do que estou falando, você não estaria aqui com essa cara de boba. – disse sorrindo. – Você faz com que me lembre de mim mesma há muito tempo. Passamos por maus bocados naquela época, nossos mundos haviam acabado de se transformar radicalmente quando nos conhecemos... – falou a tal Justine mais para si mesmo do que para Leah.

            -- Olha, eu vou indo... – interrompeu Leah.

            -- Pare de fugir. – falou Justine. – Não veio até aqui só para olhar a caixa do correio.

            -- Não estou fugindo de nada. – sussurrou Leah tentando conter as lagrimas.

            -- Está sim. – disse a ruiva segurando o queixo de Leah para lhe olhar nos olhos. – Eu também fugi, foi assustador me descobrir apaixonada por aquilo que eu deveria odiar.  Mas, de qualquer forma a escolha é sua... Porém, já aviso que se não conseguir trilhar esse caminho hoje. – disse apontando a estradinha. – Você tornara a estar aqui amanhã, depois de amanhã e depois e depois de amanhã. Não há mais nenhum outro a escolher... – Falando isso à vampira começou a se afastar andando calmamente pela estrada de terra que conduzia ao casarão.

            Leah ficou parada por alguns minutos assistindo-a se afastar. Não havia entendido muito bem o que ela havia querido dizer ou de quem estava falando exatamente. Porem em uma coisa a tal de Justine tinha razão: Se ela não trilhasse esse caminho que se estendia a sua frente era certeza que voltaria no dia seguinte e retornaria para aquele lugar até que conseguisse ir onde Aidan estava. Não havia outro caminho a seguir, mais nenhum outro passo dar a não ser aquele que a levasse para mais perto daquele que seu coração desejava.

            Antes mesmo que percebesse seus pés começaram a se mover.

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            Myridan havia ido à casa dos Cullen depois de receber uma ligação. Somente Jean se encontrava no casarão naquela manhã esparramado no sofá devorando uma grande travessa cheia de cereal enquanto assistia o canal de esportes como fazia sempre assim que acordava.  

            Aidan estava deitado em sua cama encarando o teto. – Porque os vampiros não podiam chorar? – pensava. Talvez as lágrimas aliviassem a pressão em seu peito ou só pioraria? – Porque não poderia ter me apaixonar por uma humana? Seria tão mais simples... – Poderia cortejá-la normalmente, seduzi-la, cercá-la de todos os encantos até que esta lhe retribuísse o sentimento... Poderia lutar abertamente por aquilo que queria, mas seu coração traiçoeiro resolvera por conta própria se render a Leah, o que dificultava tudo...

            O vampiro convivia com um casal semelhante, Jean e Justine. O transformista o havia lhe dito que essa situação é sempre muito delicada para os de sua espécie, mesmo na condição de Leah que pertencia a um bando mais brando a coisa ainda é meio complicada. Sendo o melhor que ele poderia fazer segundo Jean, seria não forçar nada, deixá-la vir até ele e rezar para que a loba não demorasse muito a se render.

            Em outras palavras só lhe cabia esperar por ela.

            Aidan permanecia deitado naquela confusão de papeis e lençóis fazendo sua silenciosa oração para que Leah viesse logo lhe aliviar a pressão em seu coração e pacificar-lhe o espírito quando uma suave brisa entrou pela janela trazendo com ela o inconfundível cheiro da loba o fazendo saltar da cama e cerrar os olhos para seu apurado olfato identificar a localização dela. Assim que tornou a abri-los precipitou-se pelo peitoril da janela para pousar seguramente diante dos marmóreos degraus dianteiros do casarão e nestes se sentou para esperá-la vir até ele.

            De onde estava conseguia distinguir o cheiro de Justine se aproximando da fonte do cheiro de Leah permanecer junto a ela por algum tempo para depois se afastar. A vampira estava andando pela estradinha já que o aroma desta estava ficando cada vez mais forte, enquanto o da loba não sofria qualquer alteração que indicasse uma aproximação ou afastamento até que bem aos poucos de maneira quase hesitante o aroma da quileute começou a se intensificar. – Estou te esperando...

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            Leah andava de cabeça baixa encarando os próprios all stars surrados pisar a terra úmida, a floresta ao redor parecia deserta pois os únicos sons que ouvia eram os dos próprios passos e os da vampira que ia um pouco mais a sua frente afundando os pés na lama.

            -- Chegamos... – foi tudo o que a vampira falou quando seus pés sujos pisaram na verdejante grama bem aparada que parecia acarpetar a frente do casarão. Ao som dessa única palavra pronunciada em alto e bom som, Leah ergueu a cabeça para contemplar pela primeira vez ao que toda a cidade de Forks estava chamando de o Casarão Branco.

            Timidamente o sol se apresentava e seus raios refletiam em cheio nas vidraças das grandes janelas e no tom alvíssimo das paredes da construção a fazendo parecer que brilhava assim como a pele de um vampiro exposta ao sol. Impressionada pela beleza da casa Leah continuou andando até ela mesma sentir o macio tapete verdejante sob seus pés.

De repente suas narinas foram golpeadas por um odor adocicado que ela já conhecia. Automaticamente seus olhos procuraram a fonte do cheiro familiar até que o encontrou ali há alguns metros de distancia parado junto aos degraus de mármore a olhando, seu peito nu brilhava sob a luz do sol contrastando com o negro da calça folgada que vestia.

Diante da espetacular e brilhante visão de Aidan, Leah parou de andar não conseguia dar mais nenhum passo, o coração começou a acelerar, a respiração se tornou ofegante, os joelhos a tremerem e as lagrimas escaparam de seus olhos descendo em uma lacrimosa torrente por suas bochechas e quando as pernas cederam e ela se sentiu cair uns braços fortes surgiram para apoiá-la, abraçá-la, lábios gélidos apareceram para beijar-lhe a testa e o cheiro dele pareceu envolvê-la de uma vez por todas.

A loba cerrou os olhos em estado de êxtase enquanto se prendia a Aidan e enterrava o rosto em seu pescoço sorvendo em longas expirações o perfume dele que por sua vez a abraçava forte e também de olhos fechados bebia loucamente o aroma que se desprendia dos cabelos de Leah.

-- Finalmente... – sussurrou o vampiro tomando Leah nos braços como uma noiva.


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Notas finais do capítulo

Já comecei a escrever o próximo capitulo, espero postá-lo em breve.