Doze.

Aidan estava tranqüilo em seu quarto, vestindo somente suas adoradas calças de moletom, com o tórax divinamente esculpido exposto. Lamentando não poder dormir, pois desejava que a dádiva de sonhar lhe fosse devolvida. Para então, sonhar com  a loba, com seus lábios febris, com sua pele morena, com seu cheiro selvagem e quem sabe poder sonhar com o que poderia ter acontecido se não fosse Seth.
 -- Onde você está? – perguntava ele para a pintura da loba. – Não vê que era aqui que deverias estar... – falou ele batendo levemente na cama. – Em meus braços.
 O vampiro sorriu, sentindo o desejo lhe fazer o baixo ventre pulsar. Sua imaginação se encheu de cenas eróticas, de Leah, deles dois na floresta, de quão quente deveria ser o interior da loba. Aidan cerrou os olhos, se deliciando com as imagens que se formavam em sua mente, sentindo a excitação crescendo dentro de si, ele a queria e sabia que não importava quantas mulheres ou vampiras tivesse, nenhuma iria lhe satisfazer os primitivos instintos, pois somente Leah poderia saciá-lo, poderia completá-lo.
 -- Onde está você? – perguntou mais uma vez de olhos fechados.
 A faixa do cd mudou, como ele estava proibido de ouvir Coldplay, sua banda predileta, pela próxima década estava se virando como podia com outras bandas britânicas. Naquele momento ouvia Keane, tocando sua musica favorita, “Nothing in my way”

A turning tide
(Uma mudança de Maré)
Lovers at a great divide
(Amantes em uma grande vertente)
Why d'you laugh
(Por que você ri)
When i know that you hurt inside?
(Quando eu sei que você ficou magoada)

 Aidan começou a cantar a plenos pulmões, deixando que sua voz grave, afinadíssima, se confundisse com a do vocalista Tom Chaplin.

And why'd you say
(E por que você diz: )
It's just another day, nothing in my way
(É só outro dia, nada em meu caminho)
I don't wanna go, i don't wanna stay
(Eu não quero ir, eu não quero ficar)
So there's nothing left to say?
(Então não há mais nada a dizer?)
And why'd you lie
(E por que você mente)
When you wanna die, when you hurt inside
(Quando você queria morrer, quando fica magoada)
Don't know what you lie for anyway
(Não sei porque você mente de qualquer maneira)
Now there's nothing left to say
(Agora não há mais nada a dizer)

-- Por que você mente? – perguntava ele para pintura.

A tell-tale sign
(Um sinal revelador)
You don't know where to draw the line
(Você não sabe onde traçar a linha)

 -- O que falta para você perceber que me quer também? – perguntava ele para a pintura. – Dane-se os limites entre lobos e vampiros.

Well for a lonely soul, you're having such a nice time
(Bem, para uma alma solitária, você está tendo bons momentos)
For a lonely soul, you're having such a nice time
(Para uma alma solitária, você está tendo bons momentos)
For a lonely soul, it seems to me that you're having such a nice time
(Para uma alma solitária, me parece que você está tendo bons momentos)
You're having such a nice time
(Você está tendo bons momentos)

 -- Sim. Para duas almas solitárias, estamos tendo ótimos momentos. – Os olhos de Aidan não desgrudavam da pintura de Leah em meio aquela matilha de lobos.
 Foram leves batidas na porta que o tiraram de seus pensamentos.

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 Myridan acabara de receber uma ligação urgente de Seth.
 Pelo o que ele dissera a loba não estava bem, quase cinquenta graus acima de sua temperatura normal, inconsciente e com feridas nas mãos e pés, que estranhamente, não estavam sarando.
 E ali estava ela, diante da porta de Aidan se decidindo a contar ou não a ele, experimentou uma leves batidas na porta rezando para que ele não as tivesse ouvido, porem quando já estava se virando para ir embora o vampiro abriu a porta.
 -- O que foi? – perguntou ele sorrindo. – Não vá me dizer que também estou proibido de ouvir Keane?
 -- Não é isso. – começou a mestiça sem saber por onde começar. – É sobre Leah.
 -- Ela está ai? – perguntou Aidan animado.
 -- Não. – começo Myridan. – Ela está doente.
 -- O quê? – uma vinca de preocupação se formou na bela testa de Aidan.
 -- Ela sumiu pela manhã, passou o dia inteiro desaparecida. – relatou a mestiça. – A encontraram nua numa floresta no Canadá, inconsciente e com febre muito alta.
 -- ... – Aidan não falou nada, sua expressão era de incredulidade. Enquanto isso, sua mente relembrava o momento em que ela o deixara sozinho na floresta após ele tê-la beijado.
 -- Eu estou indo para lá e Carlisle também. Sei que está apaixonado, mas por favor fique aqui. – implorou a mestiça. – Vou te manter informado, eu prometo. – disse Myridan saindo dali em uma velocidade sobre-humana, em questão de segundos podia-se ouvir o ronco do Mustang.

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 Aidan continuo parado no mesmo lugar, seu belo rosto estava inexpressivo. As palavras de Myridan ainda ecoavam em seus ouvidos. “Leah doente. Inconsciente. Feridas que não saravam.” – lembrava. – “Será eu o culpado? – se perguntava o vampiro.