Saga Sillentya: Lágrimas da Alma escrita por Sunshine girl


Capítulo 1
Prólogo - Fuga


Notas iniciais do capítulo

Hello!!

Eu voltei! Segunda fase começou! Ahhhhhhhhh!

Desculpem se demorei um pouco, mas hoje eu consegui abrir o meu pulso, então ficou um problema digitar para mim! rsrsrsrsrsrs

Mas aqui está o prólogo da segunda fase!

Boa Leitura!



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Prólogo: Fuga

Era inacreditável que os fatos tivessem levado-me até esse ponto.

Como eu pudera chegar a ter que tomar medidas tão drásticas e desesperadas?

Eu ainda não acreditava que minha vida havia tomado esse rumo. Eu ainda me perguntava como isso poderia ter acontecido comigo.

Porque a verdade finalmente foi revelada, eu descobri o que realmente sou, mas seria melhor se eu não o fizesse.

E em todos esses anos de minha vida, eu jamais imaginei que dentro de mim pudesse haver algo tão belo, tão místico, tão poderoso...

Poder.

Esse é o motivo pelo qual todos esses segredos iniciaram-se. O motivo pelo qual eu sempre me senti vazia, incompleta, desnecessária. Mas minha existência possui um propósito maior, e isso o tempo tratou de provar-me.

O motivo pelo qual eu sempre me senti atraída pelo perigo e pelo sobrenatural, o motivo que também os trouxeram até a minha vida.

Durante toda a minha vida eu vivi cercada por segredos e mentiras, eu estava envolta em uma densa e fria névoa, mas que acabou por dissipar-se perante os raios calorosos da luz da verdade. Mas seria realmente melhor que eu descobrisse?

Meus olhos confusos recaíram até a face bela do garoto ao meu lado. E eu encontrei o par de olhos tão azuis novamente, orbes de um azul tão intenso que me lembravam da beleza e da profundidade do lápis-lazúli, a pedra que muitos acreditam ter propriedades míticas.

Aqueles olhos eram como um oceano de segredos para mim, de águas tão límpidas, serenas e atraentes, as mesmas águas que me envolveram e arrastaram-me até aquele mundo, mais uma vez...

Sim, eu rompi minha promessa. Eu quebrei meu juramento. Eu deixei que Sillentya envolvesse-me novamente. E eu fui tragada por aquele mundo mítico e perigoso mais uma vez.

Eu sei que devia sentir algum tipo de ressentimento em relação a mim mesma por fazer isso. Mas eu simplesmente não consigo. Para ser franca, eu não consigo sentir mais absolutamente nada. E agora olhe para mim...

Em fuga desesperada, tentando escapar de um destino tão cruel e pesaroso. Tentando escapar de um destino sombrio e incerto, um futuro que somente As Sete Tristezas podiam conceder-me, se por acaso descobrissem sobre mim.

O quão tola eu tenho sido em todos esses anos, sempre acreditando que minha existência era fútil, vazia, amarga, quando na verdade eu possuía um propósito muito maior.

Nesses últimos meses, eu tenho provado de um fruto proibido, um fruto que me proporcionou tantos momentos doces ao lado de meu amado, e tantos infortúnios, e encontros com a morte, como agora.

Mas se me arrependo de algum dia tê-lo provado?

A resposta é jamais.

Porque graças a todas essas experiências, eu finalmente descobri. Eu sei quem eu sou. E nada poderá deter-me agora. Nada será forte o bastante, nada será poderoso o suficiente para me deter em meu novo caminho.

O destino de minha fuga?

A Itália.

Parecia estranho que o único lugar agora no mundo inteiro que pudesse oferecer-me algum tipo de proteção fosse o mesmo local onde meus inimigos mais mortais habitam. Chegava até mesmo a ser algo irônico, mas essa era a minha nova realidade. E eu estava preste a conhecê-la.

Porque os únicos que seriam capazes de proteger-me de Sillentya agora seria uma outra sociedade, composta por indivíduos tão míticos e poderosos quanto os Mediadores. Uma sociedade situada em Roma, na Itália.

Ephemera: A grande e eterna rival de Sillentya.

E eu só poderia confiar minha vida a eles naquele momento. Somente sob a proteção deles eu estaria segura. Porque nada e ninguém era mais confiável. E todos tentariam contra a minha vida.

Meus olhos, hipnotizados pela beleza e profundidade daquelas pedras lápis que eram os olhos do garoto, demoveram-se, varrendo tudo ao meu redor.

Como a noite escura e gélida que estava fora do calor e do aconchego daquele automóvel. O Porsche negro com certeza fora fruto de algum furto em alguma cidade distante dali. Mas eu não devia pensar nesse momento.

Se eu realmente quisesse deixar a América com vida, eu tinha que fugir, naquele momento, naquela noite.

Olhei para a minha direita, encontrei a frente de minha casa, o meu lar, aquilo que eu acreditara durante dezoito longos anos que pudesse ser o lugar ao qual eu pertenço. Mas eu estava errada. Eu nunca pertenci a esse mundo, eu ainda não pertenço e acredito que jamais pertencerei.

Minha mãe permanecia completamente desolada, segurando-se na soleira da porta, acredito eu, para não desabar no chão.

Seus olhos chorosos a delatavam, ela morreria de aflição durante minha ausência. Mas o que ela poderia fazer? Absolutamente nada.

De seus lábios avermelhados escapavam gemidos de dor. A separação seria tão dolorosa para nós duas.

E ela derramava-se em lágrimas, vendo a única filha partir rumo ao desconhecido, na companhia de um estranho, e preparando-se para enfrentar um destino incerto.

Meu coração martelava em meu peito, de forma tão desesperadora.

E então, o garoto ao volante, bem ao meu lado, tocou em minha mão. Eu sobressaltei-me de imediato, a diferença de temperatura entre nossas peles era algo evidente. A dele estava quente, confortante, segura. Mas a minha estava congelada pelo medo, pela incerteza que me aguardava.

Instintivamente, meus olhos recaíram sobre seu rosto novamente. Os olhos azuis estavam semicerrados, mas eles exalavam tanta segurança, tanta confiança, era quase impossível não se deixar levar por todas aquelas sensações que seu olhar penetrante transmitia.

Seus lábios moveram-se e sua voz rouca permeou meus ouvidos, trazendo-me um pouco mais de alívio.

- Eu prometo, não permitirei que ninguém lhe faça algum mal.

Eu estava tão petrificada que mal pude assentir.

Seus dedos envolveram minha mão fria, e o calor de sua pele ardeu na minha, tão gélida quanto à de um cadáver.

Tornei a fitar minha mãe, ainda enroscada na soleira da porta. Com minha mão livre toquei o vidro do carro.

E disse-lhe as palavras que poderiam selar aquela despedida.

- Adeus, mamãe.

O garoto soltou minha mão no mesmo instante. Seus dedos giraram a chave na ignição, o motor do porsche rugiu como uma pantera preste a atacar sua presa.

E ele sorriu para mim.

Como sempre acontecia, seu sorriso despertava algo diferente em mim. Diferente do vale desértico no qual eu vagava há alguns meses, desde a partida de...

Desde a partida de Aidan.

E era como se alguns resquícios, tênues, mas ainda assim esperançosos, dos raios de meu sol brilhante e dourado, voltassem a dominar meu céu nebuloso e cinzento.

Eu assenti, ainda muda. As palavras acumulavam-se em minha garganta de uma forma incomum.

O garoto meteu o pé no acelerador, e o carro arrancou, os pneus cantaram no asfalto e logo nós já partíamos, deixando para trás a tediosa cidade de South Hooksett. Os moradores àquela hora já dormiam, mas ainda assim, era inevitável que as lembranças daquela pequenina e insignificante cidade preenchessem minha mente.

Minha mãe e seu noivo John Collins, meus amigos Peter e Tamara, todos aqueles que já passaram por minha vida medíocre.

Senti um aperto em meu coração enquanto preparava-me para dizer o adeus final a minha cidade natal.

O que seria de mim agora, somente o destino o sabia. Mas de algo eu poderia ter total e plena certeza; as tempestades estavam a caminho, nuvens densas, negras e pavorosas. E o que elas fariam em minha vida, isso eu tinha que testemunhar por meus próprios olhos e descobrir por mim mesma.

Pois quando se conhece esse outro lado obscuro e perigoso desse mundo sobrenatural, quando se pertence a esse mundo, é natural que se tema olhar nesse espelho chamado destino, e corra-se o risco de ter a sua alma aprisionada por seu reflexo, corra-se o risco de perdê-la para ele, para sempre.

E agora que o momento chegou, agora que eu conheço toda a verdade, está na hora de revelar-me das sombras, porque depois de tanto me esconder, depois de tanto ocultar minha existência nas trevas que sempre me rodearam, a luz da verdade iluminou-me e o momento de decidir meu próprio caminho chegou.

As águas desse rio guiaram-me até ali, então por que deveria eu temer o quê quer que me aguardasse?

Mesmo que ao trilhar esse caminho até o fim, mesmo que quando se chegue até o final, quem lhe espere seja a própria morte, pronta para levá-lo para o reino de escuridão mais uma vez.

E talvez a morte fosse o que realmente me aguardasse no fim. Mas isso, eu só saberia ao final do curso daquelas águas, quando aquele rio cristalino lançasse-me nas águas turvas e inóspitas do verdadeiro oceano. E somente lá, eu descobriria o que o destino realmente reservou para mim.

E qual seria o real desfecho de toda essa história de mentiras, enganação, conspirações, opressões e principalmente, de sacrifícios e mortes.


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Notas finais do capítulo

E então o que acharam?

Reviews são muito bem-vindos...

Como já perceberam, novamente o prólogo trata da cena final do último capítulo. Sim, Agatha fugirá para a Itália com esse estranho que eu não posso revelar o nome ainda.

O prólogo também já se refere a alguns elementos que estarão presentes na terceira fase.

E agora, começou mesmo! Logo eu volto com o 1º capítulo!

E logo começa o terror novamente!

Até a próxima!

Beijos!!!