Hereditary escrita por almightymag


Capítulo 3
Without wishing, wanting.


Notas iniciais do capítulo

Ok, o capítulo 3 está maiorzinho que os outros o/ Não gosto de capítulos ENORMES porque é um saco ficar lendo no computador - minha opinião. Daí não se torna uma coisa chata ler. Éaaah, nem eu entendi o que eu quis dizer =) Mas os capítulos são pequenos porque também eu não tenho tempo para escrever uma coisa milimetricamente detalhada no momento. Escola, livros para editar, blog para administrar, e-mails para responder, e - melhor parte - uma vida para viver e amigos que merecem a minha atenção ♥_♥



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Eu estava morrendo de sono.

Adoraria dizer que dormi na aula de filosofia, mas não dormir. Isso porque aconteceu um acidente com a carteira onde eu sempre sentava, então tive que me transferir temporariamente para uma das carteiras da frente. Isto é, cada respiração minha era observada pelo professor Flincker.

O que fizeram com a minha carteira? Colaram chicletes! Não só um, mas vários. E eu podia adivinhar quem tinha feito isso. Minha inimiga de muitos anos, Massie e suas seguidoras góticas, Amber e Veena. E elas simplesmente me odeiam por eu ter pegado o último cupcake no refeitório. Não faz sentido elas me odiarem por isso, eu sei. Mas elas são do tipo valentonas que querem ter tudo o que desejam e se não tiverem elas arrancam-lhe a cabeça. Seria melhor elas terem arrancado a minha cabeça naquele dia do que ficaram me sacaneando todos os dias!

O sinal do término da aula tocou e eu soltei um suspiro de alívio. Levantar, andar, isso faria que eu despertasse.

– Olá Cinderela! – disse meu irmão assim que eu saí de sala. Ele estava me esperando na porta.

Eu olhei para o rosto dele pressionando meus lábios em uma linha reta de desaprovação. Estava cansada de corrigi-lo, era Bela Adormecida e não Cinderela! Mas discuti historinhas de contos de fadas com meninos não é uma coisa a se fazer.

– Oi irmão – disse sorrindo. Não pelo Jasen, mas por outra coisa bem melhor que estava apenas à alguns passos de mim.

Steve.

Ele tinha os cabelos louros caindo sobre os olhos azuis, e os dentes tão prefeitos que pareciam cintilar! Um rosto quadriculado, perfeito. E lábios que arrancavam suspiros de qualquer garota.

Quando Jasen percebeu para onde eu estava olhando – e o motivo pelo qual eu não conseguia escutar mais nada do que ele dizia – ele bufou.

– Ele é meu namorado – lembrei a ele –, você precisa aceitar isso mais cedo ou mais tarde.

Ele parou, segurou meus ombros e me virou para ele fazendo com que eu olhasse diretamente em seus olhos.

– Só quero que você saiba que eu sou o único cara que vai te amar de verdade, para sempre, e que não vai largar do seu pé tão cedo – disse ele sorrindo – Mas eu nunca fui com a cara dele – Jasen olhou para Steve por cima da minha cabeça. – Ele tem o cabelo estranho...

Eu ri.

– Você precisa superar isso. Eu sempre tratei bem todas as suas namoradas – minha voz falhou na última frase.

Foi à vez dele de rir.

– Claro! Muito hospitaleiro de sua parte tacar ovos crus na cabeça da Kristi... – a expressão dele ficou pensativa – Talvez esse tenha sido o motivo de eu ter terminado com ela. O cheiro de ovo podre estava em seu cabelo depois de uma semana!

Eu precisava soltar uma gargalhada, minha cabeça inclinou um pouco para trás.

– Ela pediu por aquilo!

E quando eu já estava perto de Steve meu irmão já não estava em meu lado.

Steve sorriu e eu correspondi ao seu sorriso. Uma de suas mãos foi para o meu pescoço enquanto a outra relaxava no bolso da calça jeans. Ele ergueu meu rosto com o dedão enquanto os outros dedos deslizavam para a minha nuca e seus lábios se aproximavam dos meus.

Antes de beijá-lo eu pensava em todas as garotas que deviam estar se mordendo de inveja de mim. Quem não gostaria de ter um Steve? Ele é perfeito!

Logo depois nós fomos para o refeitório.

Lá estava minha querida Massie e suas seguidoras fúnebres. Elas me fuzilavam enquanto eu entrava no refeitório de mãos dadas com Steve. E quando eu estava com ele eu me sentia imune a tudo. Principalmente a elas!

Nós nos sentamos na mesa de sempre – a que ficava perto da janela e que conseqüentemente se destacava das outras – juntos com os outros populares. Meu nível cresceu bastante desde que comecei a namorar o Steve.

Minha vida é perfeita, pelo menos na escola é perfeita, acho que eu nunca me cansaria disso tudo. Mas Massie faz com que eu mude opinião toda hora. Enquanto eu estava conversando e rindo, ela fez questão de jogar uma colher de purê na minha cara.

Steve se moveu procurando quem havia feito isso, a garota que se sentava com a gente – sempre esqueço o nome dela – disse “éca”. Eu não fiz escândalo, nem me movi. Permaneci sentada encarando Massie e suas amigas rirem. Talvez isso tenha provocado um tremor no meu corpo todo, um tremor de ódio. Ela já tinha ido longe demais. Uma humilhação por dia já era o suficiente.

Foi então que aconteceu. Tudo muito rápido.

Em um segundo Massie estava rindo da minha cara, da outra mesa. No segundo seguinte ela estava no chão, os olhos arregalados, o corpo todo tremendo em choque. Aos poucos todos se aproximavam dela para saber o que havia acontecido.

– O que foi aquilo? – as pessoas cochichavam – Parecia um raio! De onde veio?

– Vamos sair daqui – sussurrou Jasen perto do meu ouvido. Ele estava no meu lado e segurava meu braço me puxando para fora do refeitório.

– Mas o que aconteceu? – Eu realmente estava preocupada, não exatamente com a Massie, mas com o fato.

– Você deveria saber mais do que eu – sibilou Jasen. Ele me levou para o corredor e me encostou a um armário. – O que te deu na cabeça, Zoey?

– Está dizendo que eu fiz aquilo? – perguntei incrédula.

Ele soltou um suspiro.

– Eu e você somos as últimas pessoas desse mundo que podem pensar em perder o controle, ou encubar nossa raiva. Todos os nossos sentimentos precisam ser expulsos do nosso corpo de alguma forma. Se você prendê-los dentro de você, ele explode, e casos como esse – Ele apontou para a porta dupla do refeitório. – acontecem!

– Não foi a minha intenção – murmurei de cabeça baixa. Meus olhos ardiam, e por quê?

Ele apoiou uma mão no armário atrás de mim, do lado da minha cabeça.

– Nunca é, Zo. Por isso papai treina a gente todos os dias! Para nós aprendermos a controlar isso. O dengen não é uma benção, não é uma brincadeira. Esse poder nas mãos erradas poderia destruir muita coisa. Ele toma conta de você lentamente, possuindo seu cérebro e fazendo com que você se esqueça até quem você é se você não aprender a controlá-lo.

Finalmente senti uma lágrima caiu de meus olhos. Eu não queria isso, não queria ser assim.


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Notas finais do capítulo

Obrigada, obrigada *-* Reviews? Yeaah, yeah o/



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