Amor, Calibre 45 escrita por LastOrder, Luciss_M


Capítulo 13
BÔNUS - All these things that I've done


Notas iniciais do capítulo

Musica do capitulo e tema de Miguel: http://www.youtube.com/watch?v=sZTpLvsYYHw&ob=av3nm


Partes em negrito: Letra de musica



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Estavam viajando há dois dias e apenas agora entravam no estado de Nevada. O frio de Chicago fora substituído pelas altas temperaturas, comuns nessa região dos Estados Unidos.

Haviam decidido seguir pela rodovia 93 há poucos minutos atrás e desde então a única coisa que se ouvia era o ruído do vento batendo furiosamente no capô do carro.

-E então? – Tessa perguntou de repente, cortando o silêncio.

Miguel a encarou pelo canto do olho, mas não conseguiu desvendar suas intenções pela sua expressão. Ela olhava fixamente para a estrada.

-E então o que?

-Acho que já estamos trabalhando juntos a tempo suficiente para que me conte algo sobre você, não acha? – Sorriu. – Quero dizer, algo que não esteja na sua ficha.

Ele se virou para frente, perdido em pensamentos.

-Algo sobre mim… - Balbuciou para si mesmo.

Flash Back on

Miguel estava sentado no chão da cozinha terminando um desenho que havia feito para levar para sua irmã Kate que havia pego uma forte pneumonia. Sua mãe dormia no hospital desde que a menina fora internada há três dias.

A porta da casa se abriu de repente, ele correu para a sala, sua mãe o encarou com o semblante abatido.

-Mãe? O que está fazendo aqui? – Segurou a folha com mais força entre seus dedos, tinha medo da resposta. – O que… Kate…

A mulher se ajoelhou na frente do filho, as lágrimas que tentava conter inutilmente logo lhe escorreram pela face.

-Lamento, Miguel. – Afagou os cabelos do menino. – Eu realmente lamento. -E dizendo isso se levantou e correu até seu quarto.

Miguel ouviu o back da porta se fechando, mas não fez nenhum movimento para sair do lugar, parecia que a situação não era real, como se estivesse vivendo num sonho estranho.

Olhou para o desenho incompleto do parque perto de casa onde levava sua irmã para brincar e sem perceber… Estava chorando.

“Quando não há mais nenhum lugar para correr
Há lugar para mais um filho?
Mais um filho
Se você puder esperar...
Se você puder esperar... Espere.”


-Se não comer vai acabar ficando doente, garoto. – Boris deu uma garfada na propria comida. – Não vou levar ninguém ao médico, já vou avisando.

Miguel permaneceu sentado olhando para o prato, ele mesmo fazia a própria comida desde que passara a viver com seu pai, e mesmo assim, não tinha muita vontade de comê-la.

- Me deram mais um trabalho, vou ficar fora uns três dias.  – Parou para engolir. – Mas quando voltar vamos continuar seu treinamento. Entendeu?

- Eu... Não quero. – Balbuciou ainda olhando para baixo.

O homem riu alto, de um jeito sarcástico que só o deixava mais ameçador.

- Isso não foi uma sugestão, Miguel. Você é meu filho, tem meus olhos, meus cabelos, meu sangue correndo em suas veias. E vai fazer o que eu achar que é melhor para você. – Ergueu o copo de cerveja que tomava. – Saúde. – Tomou um longo gole.

Miguel sentiu o ódio ferver o sangue em suas veias, as palavras de Ruston o enojavam e o irritavam profudamente. A última coisa que precisava ouvir era que se parecia com o monstro que havia matado sua mãe,e pior, que algum dia seria como ele.

- Tem alguma coisa para me dizer? – Perguntou o pai encarando o olhar de ódio do filho – Então não fique me olhando desse jeito! – Urrou nervoso espetando os talheres na mesa de madeira.

Levantou-se num movimento rápido e puxou Miguel pela gola da camisa, afim de faze-lo ficar a sua altura.

- Se ainda não é homem o bastante para vingar sua querida mamãe, então pare de tentar bancar o herói lançando esses olhares irritantes. – Jogou o no chão com tamanha força que foi para no canto da cozinha.

Miguel limpou o sangue que lhe escorria pela boca com a manga da camisa enquanto Boris voltava a sentar-se na mesa.

- Agora saia daqui logo antes que eu fique muito bêbado e acabe matando você. – E tomou outro gole de seu copo.

“Eu quero me levantar, eu quero me libertar
Você sabe, você sabe .Não, você não sabe, não sabe
Eu quero brilhar no coração dos homens
Eu quero conhece-la como a palma de minha mão ferida.”

O relógio tocou a meia noite, naquele momento Miguel completava seus quinze anos. Estava mais alto,e mais encorpado. Ele próprio não se reconhecia mais quando se olhava no espelho.

Pelo contrário, a cada ano que se passava via em seu rosto as feições de seu odioso pai, e sentia mais raiva de si mesmo.

No reflexo a sua frente quase não haviam mais vestígios do garoto que ele costumava ser a cinco anos atrás. Havia escondido seu verdadeiro ser no canto mais profundo de sua alma e se protegido com uma máscara de gelo e sarcasmo que tinha certeza, só se solidificaria com o tempo.

Afinal, estava ficando cada vez mais parecido com seu pai.

Ouviu a porta de frente se abrir, e sabia que era Boris chegando bêbado em casa. Segurou a arma que lhe havia roubado do armário e caminhou em direção ao quarto.

- Saia. – Ordenou apontando a arma para a prostituta semi nua deitada na cama. Assustada, juntou suas coisas rapidamente e saiu sem questionar.

Boris sorriu cínico. Enquanto Miguel colocava a arma na sua direção.

- Ora, ora. Vejam só quem resolveu por as asinhas pra fora. – Riu. – Quem te viu quem te vê, ein, filhote.

- Não me chame assim. – Grunhiu de volta.

- Ah. Miguel. Francamente, acha que pode tudo só por que consegue me apontar uma arma. – Se esticou para pegar um cigarro na gaveta do criado mudo. – Você nunca vai poder me matar.

- Eu não apostaria isso. – Armou o revolver num cilck que ecoou pelo quarto.

Ruston riu novamente, colando o cigarro na boca.

- Você pode se parecer comigo por fora Miguel. – Tragou profundamente. – Mas é como sua mãe por dentro. Do tipo que raramente se apega as pessoas, mas que quando o faz, ama incondicionalmente, e é capaz de dar a vida por elas. – A fumaça saiu por sua boca como uma nevoa obscura. – Tenho pena de você, assim como tinha dela, afinal, quem sabe ela ainda estivesse viva se não te amasse tanto, não é mesmo?

A risada de Boris fez Miguel perder o controle sobre seus movimentos e apertou o gatilho sem pensar duas vezes. Num segundo, o lençol da cama estava completamente molhado de sangue.

Miguel guardou a arma sob a camisa e se virou para a porta.

- Da proxima vez que nos encontrarmos, eu não vou ferir só o seu ombro. – Disse para o pai que tampava o ferimento com a mão. – Esteja avisado.

E saiu porta afora.

“Outra dor de cabeca, outro coração partido
Eu sou muito mais velho do que eu posso aguentar
E meu afeto? Bem, ele vem e vai
Eu preciso de uma direção para a perfeição

Não, não, não!”

- Miguel Owen, idade entre quinze e dezessete anos, encontrado a dois meses em um navio de carga que vinha da Inglaterra. Foi expulso das melhores instuições por mau comportamento.

O diretor do reformatório militar de Chicago olhou para Miguel.

- Isso é tudo o que eu sei de você moleque. Mas tenha a certeza de que vai se arrepender de não ter ficado nos outros reformatórios

Miguel o olhou de cima a baixo, e quase teve vontade de revirar os olhos e suspirar, aquele homem parecia dar mais valor a sua farda do que ela realmente merecia.

- Leve-no para cortar o cabelo. – Ordenou o diretor aos soldados que aguardavam no canto da sala.

Os dois homens seguraram Miguel pelos braços e fizeram com que se levantasse do assento. Ele atacou os dois militares com socos e chutes e se libertou sem dificuldade.

- Acho que omitiram nesse relatorio ridículo que eu não sou do tipo que segue ordens.

O diretor arqueou uma sobrancelha perante o comentário, e impediu com um sinal quando os soldados quiseram partir para cima do garoto.

- De verdade garoto, eu não gosto de lidar com garotos rebeldes que acham que já sabem tudo sobre o mundo. Já lidei com tipos como você antes, sei como tratar do seu caso. – Girou  a cadeira ficando de costas para os três. – Levem esse garoto para a sala de castigos e dêm uma recepção de boas vindas.

“Ajude-me
Sim, você sabe que tem que me ajudar
Oh, não me tire da lista de prioridades
Você sabe que tem que me ajudar”

Louis Bolevuc foi até o reformatorio militar apenas para conhecer o tal Miguel Owen que tinha uma fama tão mal falada em seu círculo social.

Indomável, rebelde, nem o proprio General Frederik Blin havia sido capaz de colocá-lo no lugar. E era por isso que tinha tanta curiosidade de conhece-lo.

Tinha esse velho habito de tirar orfãos de reformatórios e treina-los para que trabalhassem para seus interesses, e agora, estava a procura de sua arma secreta.

- Aqui está ele. – Disse um soldado abrindo a porta da pequena sala cinza onde esperava ser recebido pelo tal garoto.

Miguel entrou acorrentado pelos pulsos e tornozelos, praticamente sendo arrastado por dois militares e um terceiro que apontava um fusível em suas costas. Sentou-se na cadeirra de frente a Louis. E o encarou com desinteresse.

Louis não pode deixar de esconder a surpresa. Nunca havia visto nada parecido antes, um garoto acorrentado como um prisioneiro, cheio de cicatrizes nos ombros e com um olhar tão frio e sem emoção que chegava até a intimida-lo mesmo por detrás dos cabelos escuros que lhe caiam sobre o rosto.

- Podem ir agora. – Disse para os soldados que sairam em seguida. E então colocou uma arma sobre a mesa. – Sabe o que é isso?

Miguel arqueou a sobrancelha e encarou a arma por alguns segundos.

- Um Colt calibre 45. Armazena sete cartuchos por vez. Não é lá grande coisa, mas está em um ótimo estado.

- E você sabe usa-lo?

Ele bufou irritado com aquela conversa e se curvou sobre a mesa.

- Eu posso usá-lo em você. Se não me disser de uma vez por que veio até aqui me encher a paciência. – Sorriu maldoso. – É uma boa ideia não acha?

Louis se acostou na cadeira e riu alto.

- Incrivel, além de saber atirar e entender de armas também é simpático. – E continuou a rir.

Miguel bateu os punhos na mesa.

- Está tirando uma com a minha cara, seu velho aleijado?

Louis se curvou sobre a mesa ignorando o ataque de nervos do garoto.

- Ora, não seja tão grosso, Miguel. Eu vim até aqui lhe fazer uma proposta que você não vai poder recusar.

“ E quando não há mais nenhum lugar para correr
Há lugar para mais um filho?
Essas mudanças não estão me mudando
O garoto de coração frio que eu costumava ser”

- Vejam só. O novato que Louis trouxe do reformatorio militar. – Disse o garoto de cabelos castanhos se aproximando de Miguel. – E então fedelho, quantos anos você tem? Quatorze, Quinze?

Miguel o olhava sem entender muito bem qual era a desse garoto. Passou os olhos em volta do campo onde teria que treinar todos os dias, como era parte do acordo. Suspirou. Não se lembrava de ter ouvido Louis dizer que haveriam crianças com as quais teria de lidar.

- ... James, sou o mais velho, o mais experiente, o melhor. Então se quizer se dar bem aqui, é bom fazer tudo o que eu falar. – Foi o que ouviu quando voltou a prestar atenção no que o tal garoto dizia.

- Você? O... Melhor? 

- Claro. – Armou seu revolver e sorriu satisfeito. – Serei o braço direito de Louis assim que terminar meu treinamento.

Miguel arqueou a sobrancelha vendo aquela encenação de poder.

- Você é ridículo. – Disse.

James o fitou primeiramente surpreso, e depois com raiva.

- Acha que é melhor do que eu?!

Miguel apontou sua arma para o alvo que estava ao seu lado e deu cinco disparos, todos eles acertaram o pontos vitais do boneco de espuma.

- Eu sei que sou melhor do que você. – A frieza em suas palavras fez com que James e os demais garotos retrocedecem um passo. – Agora pare de me importunar, ou o próximo boneco será você.

  

“Sim, você sabe que tem que me ajudar
Oh, não me tire da lista de prioridades
Você sabe que tem que me ajudar
Você vai se magoar
Sim, você vai se magoar”

- Sabe, você me lembra muito uma pessoa. – Disse a médica que cuidava dos feridos. – O nome dele era Richard. – Ela lhe mostrou um pingente com uma pequena foto dentro. – Vê como vocês se parecem. Só a cor do cabelo é diferente.

Miguel olhou calado para a foto do garoto de cabelos ruivos que a médica lhe havia mostrado, realmente, eram um pouco parecidos. Mas não achou que aquilo fosse relevante.

Sarah Miller voltou sua atenção para o ferimento no ombro do menino.

- Pode arder um pouco. – Falou, molhando um pano com agua oxigenada. Só que quando o colocou sobre o ferimento, não ouviu nenhuma reclamação de Miguel, como já esperava.

Miguel... Aquele triste e solitário menino era tão parecido com seu falecido filho que simplesmente não conseguia deixar de tentar de conversar com ele, mesmo quando o mesmo nunca lhe dava nenhuma palavra em resposta.

- Amanhã é o aniversario do meu filho, ele completaria dezesseis anos se estivesse vivo. – Falou naturalmente. – Eu costumava fazer torta de limão para o aniversario dele. – Riu de uma lembrança enquanto passava a atadura sobre o ombro. – E você? Quando faz aniversario? Se não quiser falar não precisa foi só uma pergunta e ...

- Três de Maio.

Sarah arregalou os olhos e imediatamente parou seu movimento.

- O que?

- Eu faço dezoito anos no diaTrês de Maio.

A médica sorriu para si mesma.

Mesmo que a resposta não tivesse passado de um murmurio baixo e que Miguel não tivesse feito menção de continuar a conversa, ela tinha certeza de que aquilo era o começo de uma boa amizade.

“Eu tenho alma, mas não sou um soldado
Eu tenho alma, mas não sou um soldado
O tempo cura os corações”

Chovia forte na cidade, Miguel caminhava na frente do centro de treinamento do FBI, havia terminado o treinamento de Louis aos vinte anos e a dois exercia a profissão de assassino de aluguel.

Já havia matado muitas pessoas, era verdade. Mas no fundo, sabia que no final de tudo as coisas terminariam desse jeito. Talvez seu pai ficaria orgulhoso se o visse agora.

Enquanto caminhava e lutava contra a chuva, se perguntava se seria arriscado caminhar por ali. Chegou a conclusão de que não. Os policias eram incompetentes demais, nenhum deles havia descoberto sequer seu nome.

A essa hora, naquele momento, não passava de mais um civil inocente caminhando pelas ruas de Chicago.

Foi na verdade, o centro que chamou sua atenção, naquela tarde, havia uma única pessoa se jogando contra a parede de concreto escorregadia e tentando inutilmente escalar-la.

Miguel forçou a vista para tentar ver o rosto da garota magra de cabelos curtos dourados que mesmo após cair no chão lamoso, ainda insistia em subir na parede novamente.

Aquela cena o divertia, devia ser alguma novata, tinha certeza disso. Aproximou-se o máximo que podia da parede de arame e foi capaz de ouvir a onda de xingamentos que a garota lançou para o muro, antes de, no auge da ira, sacar a arma e gastar três balas no concreto.

Ele pensou em chama-la e dizer o quão ingenua estava sendo em gastar suas balas e ficar pagando aquele papel de tola. Ninguém conseguiria escalar aquela parede, pelo menos não com aquele tempo.

Mas quando abriu a boca para chamar sua atenção, o celular tocou. Viu o identificador e não era necessário ser um adivinho para saber o que Louis queria.

- Alô?

- Miguel? Que bom que te encontrei ,estou tendo uns problemas e ... Pensei se talvez...

Miguel suspirou e continuou seu caminho.

- Quem é dessa vez?

- O senador do estado.

Sim, você sabe que tem que me ajudar

Oh, não me tire da lista de prioridades
Você sabe que tem que me ajudar
Sim, você vai se magoar”


No natal de 2006, Miguel andava pelas ruas frias e desertas enquanto o resto das pessoas aproveitava o momento para passar um tempo de harmonia com seus familiares e amigos.

Eram em momentos assim que ele acreditava que não havia ninguém no mundo que poderia incomodá-lo. Todos estavam ocupados demais para isso. Especialmente Louis Bolevuc.

Ou pelo menos era isso que pensava. Quando parou no meio da rua vazia e atendeu o celular.

- Mas que porcaria Louis! Será que nem mesmo natal você pode me deixar em paz!

Do outro lado da linha, o mafioso sussurrava, estava numa festa importante.

- Mil desculpas, Miguel. Mas estou desesperado, se não me der a confirmação desse trabalho não sei se vou poder passar esse natal em paz. – Praticamente implorou. Louis sabia que não podia forçar a barra com Miguel.

- Inferno! – Desligou o telefone com raiva e se dirigiu para a casa da repórter investigativa do jornal de Chicago.

“Sim, você vai se magoar
Oh, não me tire da lista de prioridades

Sim, você vai se magoar”

Sentado no chão da sala de estar da atriz de cinema Maristella Bolevuc, que também era a irmã mais velha de Louis Bolevuc, e que havia acabado de ter um ataque do coração ocasionado “acidentalmente” por uma erva não detectável em exames que havia sido posta “acidentalmente” no seu chá da noite.

Miguel esperava pacientemente que o programa que assistia voltasse dos comerciais. Ainda era madrugada e demoraria a que alguém encontrasse o corpo da senhora.

- Alô? –Disse impaciente.

- Miguel, sou eu. Queria saber se já...

- Já.

Louis suspirou.

- Obriga...

Não foi capaz de agradecer, Miguel tinha esse habito de cortar a ligação sem se despedir de Louis. Talvez fosse por que não gostasse dele, ou por que não tinha muita paciência.

Mas desta vez, o programa havia voltado dos comerciais.

“Por cima e por dentro, última chamada para o pecado
Enquanto todos estão perdidos, a batalha é vencida

Com todas as coisas que eu fiz

O apartamento era num bairro residencial simples de Chicago, pequeno, não era do tipo que chamava atenção. No entanto era bem decorado, não que ele mesmo o houvesse decorado. Sarah o forçara a contratar uma agencia para decorar sua nova casa.

Miguel recostou-se no batente da porta de entrada e passou os olhos em seu novo lar, teria que arrumar tudo de novo. Não havia gostado da decoração.

Jogou-se no sofá, e a espuma deste pareceu se desfazer sob seu peso. Deveria ser a nova tendência em conforto. Suspirou, também teria que trocar a mobília.

Passou novamente os olhos por aquela casa estranha.

Sabia que poderia comprar algo muito melhor do que aquilo. Sabia que seu carro na garagem e suas armas no armário eram muito mais caras do que aquela casa.

E sabia também que qualquer um que não o conhece e que o visse, teria inveja  dele, pois tinha tudo o que um jovem de vinte e três anos poderia querer, dinheiro, casa, carro... E trabalho também, na medida do possível...

“Todas estas coisas que eu fiz
O tempo cura os corações”



...Subiu até o terraço sentando-se na mureta que separava o telhado do abismo de vinte metros de altura. Encarou o sol se pondo por entre os enormes arranha céus da cidade.

Perguntou-se por um momento o que sua mãe diria se o visse agora... Provavelmente não ficaria muito orgulhosa dele, pensou. Mas sabia que não tinha muito que fazer com relação a aquilo.

O telefone tocou em seu bolso, chamando sua atenção.

“Se você puder esperar...”

- Miguel...

Começou a voz de Louis antes que Miguel jogasse o telefone em direção ao horizonte.

“Se você puder esperar...”



Flash Back off

-Acho que não – Respondeu depois de um curto minuto de silencio.

- Por que não? – Tessa estava um tanto indignada.

Miguel sorriu de lado.

- Você não agüentaria.

- Ahá, por que não tenta?

- Vamos deixar para outro dia. – Disse por fim.

Thereza não insistiu mais no assunto, percebeu pelo tom de voz de Miguel que seu passado era algo que não gostava de compartilhar.

- Tudo bem, outro dia então.


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Notas finais do capítulo

Cap bonus para conhecer mais a historia do miguel ^^
desculpa a demora, eu fui viaja no fim do ano e so voltei hj

hehe

bjss



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