Harry é dono de uma floricultura no vilarejo de Godric’s Hollow, e se apaixona perdidamente pela mulher recém chegada na cidade e que trabalha no posto de saúde em frente, embora tenha plena certeza de que ela é casada. (ou será que não?)


Ou, sobre como Ginny Prewett precisa lidar com seus sentimentos pelo maravilhoso florista que trabalha do outro lado da rua, sabendo que ele é gay. (ou será que não?)

James Potter sabia ser irritante com maestria. Sabia fazer boas pegadinhas, sempre tinha uma resposta convencida na ponta da língua, e até seu cabelo espetado sabia ser irritante quando o garoto decidia ficar passando a mão por ele - o que frequentemente tinha a ver com Lily Evans.
No entanto, se algo poderia ser dito em seu favor, ele tinha um enorme coração, e era um amigo extremamente fiel e leal, disposto a tudo pelos seus. Uma combinação intensa e explosiva - tudo a ver com seu sol astral no signo de áries.
James Potter jamais daria paz a quem convivesse com ele, e isso tinha um quê de maravilhoso.

Harry Potter podia ser "O-Menino-Que-Sobreviveu", mas ele também ainda era só ele mesmo. Às vezes, ele era só um garoto de 17 anos, muito destruído por uma guerra que tinha acabado de acabar, e, às vezes, ele queria não precisar salvar nada.

Às vezes, ele só precisava ser salvo. E de todas as pessoas do mundo, Ginny Weasley era quem que não hesitaria em fazer aquilo.

Era Hermione quem geralmente gostava de palavras difíceis como excelso, então Harry Potter escolheria um sinônimo simples, e que descrevia exatamente como ele se sentia: Excelente!

Ninguém jamais tinha dito a qualquer aluno Hogwarts que se formar seria simples, nem dado qualquer expectativa de a vida fora dos muros da escola ser minimamente fácil, ao contrário, no entanto, nenhum professor também tinha sido tão específico quanto às dificuldades que poderiam haver.

Os anos pós-Hogwarts da juventude que compôs a Ordem da Fênix, e um pouco que era viver sob pressão até a queda do Lord das Trevas

Havia algumas coisas em Lily Evans que eram capazes perturbar a paz de espírito de James, fazendo-o sentir fraco e acelerando seu coração. Os cabelos ruivos, os sorrisos, as provocações contidas na monitoria...
Ou quando ela decidia comparecer ao jogo de quadribol com o rosto pintado e disposta a participar da confraternização depois.

Às vezes as coisas eram demais, muito pesadas, e davam vontade de serem jogadas no ar, do tipo “Deus do céu, eu não ligo!”. Às vezes era como se nem todo o amor do mundo fosse preencher os vazios dentro deles. O vazio dentro Remo e seus segredos, o vazio dentro de Sirius e suas velhas feridas.
Mas eles tinham amor. Amor dos amigos, amor por seus sonhos e ambições em carreiras, amor pela música e pelo rock e, como viriam a descobrir, tinham o amor um do outro.

Quase tudo que se ouve na infância marca sua existência profundamente, e ajuda a condicionar os comportamentos da vida jovem e adulta. É assim sobre valores morais, sobre certo e errado, sobre capacidades e competências, e sobre o ato de chorar. Remo Lupin ouvira inverdades duras sobre o choro e sobre ser forte, sobre como meninos não choram, e foi preciso uma vida inteira de experiências traumáticas para que ele entendesse que as coisas não eram exatamente como seu pai tinha dito.

Chegar aos quarenta anos sendo O-Menino-Que-Sobreviveu, o Eleito, era um feito e tanto, e Harry acreditava ser uma vitória, algo digno de uma comemoração, algo que merecia toda sua felicidade e esforço em aproveitar a fase que vivia.
Algo semelhante a ganhar uma partida de quadribol sendo o apanhador. Algo tão fascinante, emocionante e maravilhoso capturar o pomo de ouro.

Se naquele segundo um Sniper tivesse invadido a sala e sequestrado Sirius, ou talvez se James tivesse coberto a boca de Sirius com a mão, impedindo que o melhor amigo falasse, ou mesmo se Marlene tivesse levantado-se e beijado Sirius como todos sabiam que ambos desejavam, toda essa confusão teria sido evitada, e as meninas poderiam passar a sexta-feira a noite vendo um filme de romance clichê.
Mas não.
Sirius abriu a boca.

O ano letivo já tinha passado do primeiro trimestre e, aparentemente, tudo ia muito bem obrigado. E é exatamente nesses momentos em que o universo prega suas peças. Pelo menos era o que Lily tinha certeza ao ter que passar aquele isolamento na companhia que, ninguém menos que James Potter.
***
"Meus caros, é meu dever informá-los que, por medida de segurança, os senhores de agora em diante deverão se manter restritos aos seus salões comunais."

Naquele dia, em especial, essas memórias o estavam atingindo com um impacto diferente e mais profundo. Não que ele tivesse sido convidado. E não que fosse comparecer, ainda que tivesse recebido o convite das mãos da própria Lily.
Vê-la nos corredores de Hogwarts andando de mãos dadas com Potter era uma coisa, que já incomodava demais, por sinal. Outra completamente diferente era ir vê-la, no auge de seus 20 anos, indo casar-se com a maior inimizade de Snape.

— Um pouco dos pensamentos de Severo Snape ao perceber que nunca poderia amar outra pessoa, porque tivera Lily. Em seu amor possessivo, e nunca de outro jeito, ele a tivera.

Não que James não fosse seu estilo de garoto, ao contrário. As vezes achava que seu estilo era exatamente James Potter, com os cabelos arrepiados e bagunçados, os óculos dando um ar de intelectual, o sorriso de canto de boca que brincava entre o doce e o malicioso.

Se ele tivesse a coragem de pedir um beijo, Lily nem mesmo sabia como reagir.

Mudar de cidade e de colégio no meio de ano letivo podia parecer extremamente desgastante e solitário, mas Lily Evans ia descobrir que nada poderia ser mais fácil do que se integrar ao grupinho de sua melhor amiga, Marlene Mckinnon em Hogwarts.
Exceto por James Potter e suas cantadas irritantes que Lily não cansava de cortar.
Com todos os novos amigos em comum com Potter, por quanto tempo Lily ia conseguir não chamar ele pelo nome e ignorá-lo nas conversas sem parecer uma arrogante mandona?


Epílogo: https://fanfiction.com.br/historia/786913/MY_Queen/capitulo/1/