Meu ideal seria escrever tão bem que ninguém tivesse dúvidas do que eu sinto. Seria fazer aquela pessoa especial segurar a folha e abrir um sorriso, lendo cada palavra que eu escrevi. E assim, sentir o coração disparando e as pernas até cedendo um pouco, apenas por palavras escritas em uma folha qualquer. Desse modo, eu consegueria levar esperança para aquela pessoa no hospital, levar a reconciliação para aquele casal que está enfrentando uma crise ou levar o amor no coração daquela pessoa descrente do mundo. Apenas com palavras. Eu queria escrever tão bem a ponto de uma pessoa se apaixonar por um texto meu, ter vontade de levá-lo ao peito e o abraçar, como se fosse uma pessoa. E essa pessoa, que se apaixonou pelo meu texto, o guardaria em um lugar especial, e não em uma gaveta qualquer. Em uma caixa de cartas, talvez. E sempre que se sentisse triste ou com saudades, saberia exatamente onde encontrá-lo e o buscaria, e, enquanto lesse, seu coração se enchesse de alegria novamente. Enfim, eu não precisava nem ser famosa, ser conhecida por fazer textos apaixonantes. Pra ser sincera, eu queria sim, ser famosa pra uma pessoa só, ter um texto que só uma pessoa se apaixonou. 

“E haja poesia,
             para inundar
               essa tua alma vazia.”