Dream Land - o Jardim escrita por PerkyeFreak


Capítulo 14
Capítulo 13 - Quem é Elliot?




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-Vampiros psíquicos...tsc, odeio eles. – Disse a menina.

O tal vampiro se levantou e saiu correndo.

            -O que ele fez comigo?

            -Sugou sua energia e uma parte de sua memória, deve estar cansada não é?

            -Na verdade sim...

            -Ao menos sabe por que você estava correndo?

            -Na verdade não...

            -Normal. Depois você se lembra, Emily. Faz tempo que eu não te vejo. Está sozinha? Senti sua presença assim que você pôs os pés em Nightmare Land.

Parei para pensar um pouco...eu estou sozinha? Ah que dor de cabeça...

            -Do que você me chamou?

            -Emily...eu sou Alice. Caso não se lembre.

            -Acho que está me confundindo com outra pessoa.

            -Você estava gritando por ai ‘’Elliot’’. – Ela disse rindo.

Elliot? Esse nome parecia familiar...

            -Vamos na minha casa para você descansar, parece cansada.

Fiz que sim com a cabeça, acho que no final das contas eu estava sozinha, não me lembro de ter uma casa ou amigos.

Ela me levou até um cavalo, poderia ser chamado de cavalos se não tivesse duas cabeças, que de alguma forma me parecia ser normal, pois eu não me assustei ou gritei. Montamos em cima dele e fomos direto para a sua casa, que parecia ser um pouco afastada do centro de...daquele lugar.

Acho que estou em férias no hopi hari. – Pensei.

* * * * * * *

Conseguia avistar uma casa grande, que estava mais para castelo do que para casa.

            -Essa é a sua casa? – Perguntei.

            -Ah sim. Não esquenta, ela é espaçosa.

Eu sorri.

            Chegamos na casa dela, e encontrei duas meninas altas, realmente muito bonitas. Ambas com um corpo, peitos e bundas de dar inveja. A primeira tinha os cabelos curtos com um tom de loiro forte, usava um vestido de faxineira clássico. A segunda usava as mesmas roupas, e tinha cabelos longos e negros, com uma franja enorme que tampava as sobrancelhas. Alice me convidou para entrar, ambas garotas me cumprimentaram e fecharam a porta, acho que eram algum tipo de empregada ou faxineira.

Sentei-me na poltrona, por algum motivo, eu não me sentia bem naquele lugar, sempre tentava desviar o meu olhar de Alice.

* * * * * * *

[Nar.Elliot]

            Lavei o meu rosto em uma fonte, quando escutei a voz do Trevor:

            -Onde está a Anne? – Ele disse andando com as gêmeas atrás.

Me virei para falar com ele, mas antes que pudesse falar algo ele me deu um soco no meio da cara.

Cuspi sangue.

            -TREVOR, QUE BARBARIDADE! – Gritou a Lily.

Nem me importei com as pessoas me olhando, eu parti para cima dele, mas antes que pudesse fazer isso a Amy me segurou, e a Lily segurou o Trevor.

            -Onde, está, a Anne? – Ele retornou a dizer.

            -Ela está na estalagem, idiota. – Eu disse.

            -Vou te dar mais um soco se você não disser. A Anne estava indo atrás de você, não escutou ela?

Pensei por dois segundos, a Anne estava atrás de mim?

            -Se estava, eu não escutei.

            -MENTIRA. – Ele gritou.

            -Trevor, vamos tentar não chamar atenção okay? – Disse a Amy. – Tum in errorem, non dicitur! – Ela disse para as pessoas que olhavam. Não entendia uma palavra, mas seja lá o que ela disse fez com que as pessoas voltassem a fazer o que antes estavam fazendo.

            -Trevor, por favor se acalme, o Elliot não está mentindo. Por que desconfia tanto dele? – Disse a Lily.

Ele pensou um pouco.

            -Ta. – Foi só o que ele disse. – Não esqueça que ela se perdeu em Nightmare Land.

            -Vamos procurar pela Anne. – Eu disse, a Amy me soltou, e a Lily soltou o Trevor.

Humpf, eu não perderia essa oportunidade.

            -Trevor, só não esqueça de uma coisa. – Eu disse, ele se virou para mim.

Empurrei o Trevor de modo que ele caiu de costas no chão.

            -Eu sempre revido.

            -Que o inferno esteja acima de você. – Disse o Trevor.

Que o inferno esteja acima de você? Isso era algum xingamento druida?

Eu o ignorei e sai rindo, a Amy me fuzilou com o olhar, e a Lily ajudou o Trevor á levantar.

* * * * * * *

[Nar.Anne]

            - Quer chá? Café? Capuccino? – Ofereceu uma das empregadas.

            -Hum...não obrigada.

            -Meu nome é May, caso precise de algo.

Mesmo assim a outra empregada me trouxe em uma bandeja duas xícaras de chá, uma seria para mim e outra para Alice. Senti o cheiro – chá de Erva-cidreira– minha mãe adorava e fazia para mim quando pequena.

Aceitei o chá.

Alice se sentou em uma das duas poltronas que havia na imensa sala, percebi que a sala tinha quatro espelhos, sendo que havia um em cada canto.

            -Onde estão seus pais? – Eu perguntei bebendo o chá.

            -Eles não estão aqui, e os seus?

-E os meus pais? – Eu pensei olhando para a xícara de chá que já estava na metade. – Eu moro com o meu pai e minha mãe... uuh ela morreu quando eu tinha 10 anos.

-Ah, desculpe. – Ela disse arrependida. – Como ela morreu?

Como ela morreu? – Pensei.

-Ela...ela foi baleada por um bandido. – Forcei para não me lembrar de mim ensanguentada.

Os médicos disseram que ela ainda estava viva quando foi baleada...atiraram nela na barriga, não foi?

Uma lembrança da minha mãe dormindo passou pela minha cabeça.

            Eu estava com o meu pai no hospital, ele estava chorando muito segurando a mão da minha mãe, que estava enfaixada do peito para a cintura.

            -Eu te amo. – Ele disse.

            -Eu também te amo, cuide da Anne enquanto não estou. – Ela disse, eu fui até a minha mãe e dei um abraço nela.

            -Mãe, você vai ficar boa, eu sei que vai.

            -Eu vou ficar boa meu anjo, e quando ficar, prometo que vamos ir ao Water Planet, e nos divertir muito.

Lágrimas escorriam pelo meu rosto.

Me lembro que meu pai recebeu um telefonema, lá pelas 5 da manhã do hospital, e que eu havia acordado assustada.

Ele estava chorando muito e forçava para que as palavras pudessem sair.

            -Okay, okay.

Depois me abraçou, deu um abraço intenso. Eu já estava ficando preocupada, raramente via meu pai chorar. Então me puxou para uma conversa, tentando falar delicadamente que minha mãe se foi.       

            -Ela era boa demais para nós, então Deus á levou para que pudesse morar com os anjos.

            Lembro que eu me recusei a aceitar, fiquei xingando Deus horas e horas, reclamando que ele não deveria levar minha mãe assim. Mas no final eu perguntei:

-Co...como ela morreu? – Eu tentei dizer, mas os soluços deixavam a minha frase distorcida.

            -Ela morreu enquanto estava dormindo...acho que não resistiu a hemorragia. – Ele chorava, e me deu um abraço.

Morreu dormindo...

            -Oi, Emily? – Disse a Alice interrompendo o meu flashback. – Está tudo bem com você?

            -Ah, sim. Tudo bem. E é Anne. – Eu disse voltando da minha casa para o castelo da Alice, que não era exatamente um castelo, e sim uma mansão feita de pedra.

            -Recuperou um pouco a sua memória? – Ela perguntou.

            -Uh...acho que sim.

            -Quem é Elliot? – Ela me perguntou novamente.

Elliot...Elliot...

            ‘’-Eu sou Elliot, elfo da família Vanyar...’’

            ‘’Nada vai acontecer com você agora, eu prometo...’’

            ‘’Os vermelhos...são os sentimentos negativos...’’

Eu me lembrava desses diálogos, me lembrava de sua voz...Elliot.

            -Elliot...Elliot é o meu melhor amigo. – Eu respondi.

‘’Precisamos achar e a chave...’’

‘’E o meu pai...’’

‘’É, e o seu pai.’’

Outro diálogo passou pela minha mente.

Meu pai...foi sequestrado não é?

‘’Uma menina de branco... ’’

Ah céus.

Quase deixei a xícara derramar.

            -Anne, tudo bem?

            -Sim...sim, estou bem. Mas acho que agora já recuperei minha memória, e preciso me encontrar com o Elliot. – Eu disse me levantando. Assim que levantei fiquei com uma imensa tonteira, quase cai. Alice me segurou.

            -Viu? Está tão cansada que nem consegue ficar em pé. – Ela disse. – O que aquele vampiro fez com você?

Minhas pálpebras estavam cada vez mais pesadas, tudo estava ficando distorcido, e olhei para o espelho que ficava no canto da sala. E vi, o meu pai. Ele estava no espelho, LITERALMENTE dentro do espelho.

            -Pai...-sussurrei.

E tudo se apagou.


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