POV Jacob

  As coisas não saíram com a rapidez que eu imaginava – graças a Deus! Mas, infelizmente, tiveram que acontecer.

  Já estávamos em dezembro. Bree já havia completado três meses e sua barriga começava a aparecer. Não posso dizer que me senti feliz com isso. O casamento já estava marcado e a data se aproximava cada vez mais.

  Droga! Deveria ser proibido as pessoas se casarem aos 17 anos. Mas com a autorização dos pais a coisa se complica mais ainda. O quanto mais a porcaria da data se aproximava, eu me via perdido, tomando um caminho sem volta, preso nos meus próprios atos.

  Bree estava radiante, claro. Conseguiu tudo o que sempre quis. Só não faço nada com ela por causa do bebê, se não... Ah, como eu ia arrebentar aquela filha da mãe.

  Todos na escola já sabiam da gravidez e do casamento. Quil estava me dando uma força, mas confesso que pouco adiantavam os seus esforços. Meu pai também era compreensivo, me dava conselhos, me ajudava em algumas situações. Mesmo assim eu ainda me sentia ferrado, e realmente estava.

  Eu e Nessie não nos falamos desde que ela descobriu que eu e Bree iríamos nos casar. Não conversávamos, mas trocávamos intensos olhares, coisa que me fazia querer correr e agarra-la ali mesmo. Mas não podia. Eu estava preso, de mãos atadas.

  Sexta-feira, meu último dia de liberdade. Amanhã entraria no meu pior pesadelo.

  _Estou ansiosa, você não? – Perguntou Bree, no estacionamento da escola.

  _Muito! – Eu disse com ironia. – Não força, Bree. Já é de mais para mim ter de aturar você.

  Ela fechou a cara.

  _Estou esperando um filho seu, Jake – ela apontou para a barriga. – Não pode falar assim comigo.

  _Eu falo como quiser – eu disse. – Agora, vá atrás das suas “amigas” e me deixe em paz. – Fiz questão de fazer aspas com os dedos ao falar a palavra amigas.

  Ela urrou.

  _Grosso! – Disse, e saiu. Finalmente!

  Me encostei no carro e fechei os olhos.

  _Já brigando antes do casamento? – Ouvi a voz de Quil. – Isso não vai prestar, irmãozinho.

  _Nem me fale – eu disse. – Parece que estou indo para o Purgatório.

  Quil riu.

  _Se fosse Nessie...

  _Estaria indo para o Céu – completei -, com os anjos tocando harpa.

  A vi chegar. O vendo batendo em seu cabelo, um meio sorriso em seus lábios ao ver as amigas. Minha Nessie. Tão distante, tão “não-minha”. É até difícil dizer essas palavras.

  Você acreditaria se eu dissesse que ela voltou com o Alec? Pois é, ela perdoou o cretino.

  Seus olhos encontraram os meus e mantive o seu olhar. Ela sorriu torto, então se afastou. Preciso dizer que meu coração quase saiu pela boca?

  O sinal tocou, e eu fiquei feliz. A primeira aula era Educação Física.

  Hoje era dia de vôlei. Eu estava jogando com os rapazes em uma área e Nessie jogava com as garotas em outra.

  _Professora! – Ela chamou. – Não estou me sentindo muito bem.

  _Tudo bem, pode se sentar, srta. Cullen – disse a professora.

  Ela se dirigiu para a arquibancada.

  Essa não! O que será que a minha garota tinha?

  _Todd! – Chamei o garoto que estava parado. – Entre no meu lugar. Vou tentar recuperar um pouco de ar.

  Todd veio correndo me substituir, e eu fui correndo me sentar na arquibancada, ao lado de Renesmee.

  _Está tudo bem com você? – Perguntei.

  Ela apenas assentiu.

  _Só um pequeno mal estar – disse depois.

  _Tem certeza?

  _Tenho.

  Peguei minha garrafa de água e bebi um pouco.

  _Então – disse ela -, é amanhã o grande dia.

  _O pior dia da minha vida – eu disse.

  _Não diga isso.

  _Mas é verdade. Não sabe o quanto eu queria que fosse você no lugar dela.

  Ela me olhou nos olhos.

  _Mas não sou – disse, se levantando logo em seguida.

  _Não está passando mal?

  _Já melhorei.

  Então voltou a jogar vôlei com as meninas.

  Eu fiquei depois da aula. Tinha que treinar para o jogo de hoje. Eu não queria jogar, mas Quil disse que seria bom descontar minha raiva na pobre bola de futebol americano. E estava sendo bom mesmo. Eu colocava toda a minha angústia nos lances. Além do mais, eu tinha que jogar bem. Era o último jogo do ano.

  Treinamos bastante, então fui para casa, só para descansar um pouco antes do jogo.

POV Renesmee

  Eu havia perdoado Alec. Nem me perguntem o porquê. Tá, eu sei que ela extrapolou e foi um imbecil aquela noite, mas depois que soube que Jake iria se casar com aquela naja, eu agi sem pensar.

  E agora o casamento dele está somente a um passo de acontecer. Amanhã. Quando ele me falou que queria que fosse eu no lugar da cobra, eu desabei por dentro, mas mantive firme a muralha do lado de fora.

  Hoje tem jogo. Eu não queria ir, mas as garotas insistiram muito. Sei não. Vê-lo jogar... Mas Alec estará lá, tenho que me concentrar apenas nele, apesar de que não vai jogar.

  Já estava quase na hora. Tomei um banho e me arrumei, depois esperei por claire.

  As arquibancadas do pequeno estádio da escola já estavam praticamente lotadas. Gente gritando, sacudindo bandeirinhas, levantando cartazes de Vai Tigers! – nosso time. A bando tocava, as líderes de torcida rebolavam, os jogadores se preparavam para o jogo. Pude vê-lo por um momento. Lindo naquele uniforme vermelho e branco.

  _Com esse time – disse Claire, - os Broken Arrow não têm nenhuma chance.

  Todos ao redor concordaram com ela.

  Depois de alguns minutos, o jogo começou. Realmente nosso time era muito bom. Quem era o melhor jogador? Preciso mesmo responder?

  _Onde está o Alec? – Perguntei, depois de 20 minutos de jogo.

  _Eu não sei – disse Jane. – Eu o vi agora a pouco. Deve ter ido no banheiro, sei lá.

  Deixei pra lá.

  Os Tigers fizeram um ponto. Enquanto eles comemoravam, Bree correu para Jacob e lhe deu um beijo na boca. Enojada, disse que já voltava e saí daquela bagunça toda. Entrei na escola. Os corredores vazios e escuros eram uma boa para mim.

  Andei por eles, passando a mão pelos armários, com cara de débil e sem nada na cabeça. Entrei no ginásio. Ali ninguém me encontraria. Eu poderia ficar sozinha, no escuro, passando o tempo sem ter que ver Bree e Jacob se beijando novamente.

  Enquanto me aproximava da arquibancada, ouvi um barulho vindo do vestiário feminino. Andei devagar até lá. A porta estava entreaberta. Dei uma espiada pela fresta.

  _Uhhh... Issssoooo... – uma garota gemia. – Mais forte, seu gostoso.

  _Para de gemer, vadia – ouvi a voz do filho da mãe. – Só rebola, vai... Isso mesmo, gostosa.

  E ela continuou a gemer, enquanto subia e descia no artefato dele.

  Vou resumir: ela = Genevieve; ele = Alec. Transando, no vestiário feminino. Foi de mais para mim.

  Coloquei a mão na boca e saí correndo. Derrubei alguma coisa no caminho, o que fez um barulhão daqueles. Corri pelos corredores, até que passei pela porta de entrada. Atravessei o pátio e segui pela rua. Tudo aquilo era de mais para mim. Será que esse era o meu destino? Ser traída por meus namorados?

  Segui vagando pelas ruas até que cheguei em casa, exausta, detonada. Caí dura na cama. Amanhã terei outro acontecimento que acabaria de me detonar.

POV Jacob

  Vencemos o jogo! Claro que o beijo de Bree não foi muito motivador, mas coloquei as minhas frustrações no campo e detonei os Broken Arrow. Chad me convidou para a festa da vitória em sua casa. Recusei, dizendo que tinha que me preparar para amanhã.

  Procurei Renesmee no meio da multidão, mas não a encontrei, apenas a suas amigas. Estranho. Eu tinha certeza de que ela estaria por aqui.

  Desisti de procurar e fui direto para o vestiário tomar uma ducha. Como eu queria que esse dia repetisse mil vezes. Pelo menos o dia de amanhã não chegaria.

  Quando saí do vestiário, adivinhem quem estava me esperando? Se você disse Bree, acertou.

  _O que quer agora? – Perguntei.

  _Parabenizar meu campeão – disse ela.

  _Perdeu o seu tempo – eu disse, passando por ela.

  _Credo, Jake! Custa me dá atenção? Nos casaremos amanhã.

  _Garanto que não é o meu maior desejo – eu disse. – Agora, me deixe em paz!

  Andei o mais rápido que pude, e consegui deixá-la para trás.

  O que essa garota pensa? Que perdi de vez o juízo e vou querer realmente alguma coisa com ela? Confesso que antes de conhecer Renesmee, achava Bree a garota mais gostosa da escola. Agora ela me dá nojo.

  Fui para casa e desmaiei na cama. O dia de amanhã prometia.

  Fui acordado às 7:00h da manhã pelos tapas de alguém em minha retaguarda. Abri os olhos.

  _Rachel?! – Quase gritei. – Ei! Estou só de cueca.

  _Nada que eu não tenha visto quando você era pequeno – disse ela. – Agora, levanta! Você tem muito o que fazer.

  _Tenho nada – eu disse. – Só tenho que colocar um terno, uma gravata e um sapato que aperte meus pés.

  _Nada disso – disse ela. – Vamos fazer a coisa direito. Você tem que relaxar, Jake.

  _Ahh, então relaxa comigo, maninha!

  A puxei pela mão e ela caiu na cama.

  _Jacob, cuidado! – Disse rindo.

  _Verdade – eu disse. – Como vai meu sobrinho?

  _Ou sobrinha – disse ela. – Está muito bem.

  _Que bom – eu disse. – Quero ver logo a cara dessa criaturinha. Tomara que não puxe o Paul.

  _Engraçadinho – disse ela, me dando um besliscão na barriga. Eu ri. – Você deveria estar ansioso para ver a cara do seu filho.

  _Não estou nenhum pouco.

  Ela me olhou com um olhar de advertência. Apenas dei de ombros.

  _Vamos – disse ela, se levantando. – Vista uma roupa e desça. Precisa se estabelecer para hoje.

  _Me deixe dormir mais um pouco – pedi, me deitando novamente.

  _Nada disso! – Disse ela, tirando o edredom de cima de mim. – Vamos, Jake! Estarei te esperando lá embaixo.

  Ela saiu, fechando a porta.

  Suspirei, então a obedeci.

  O terno preto anunciava que eu já estava pronto para ir para o meu velório. Tá, eu sei que é um casamento, mas vocês entenderam o que eu quis dizer. Já era meio-dia. O fim estava próximo. A igreja já estava cheia. Colegas da escola, familiares, penetras. Todos ali para presenciar meu fim. Agora só faltava a “noiva cadáver”. Tive que respirar fundo quando a marcha nupcial começou a tocar.

  No braço do pai, Bree sorria ao entrar na igreja. Ah, como quero vomitar!

  Ele a entregou a mim e subimos no altar.

  _Senhoras e senhores. Estamos aqui reunidos para celebrar a união deste jovem casal.

  Pois é. Já estava sendo encaminhado para a guilhotina.

POV Renesmee

  Eles já deviam estar lá agora, ouvindo as palavras do padre, se preparando para dizerem “sim”. Apertei minhas mãos contra a colcha. Meus olhos já lacrimejando, minha garganta doía. Então o verdadeiro choro começou, com soluços altos, preocupantes. Eu precisava ir para um lugar onde poderia me acalmar, espairecer. E já sabia para onde iria.

  Desci as escadas correndo.

  _Aonde vai? – Perguntou minha mãe.

  _Preciso ir para um lugar bom – eu disse chorando. – Onde eu possa pensar com clareza.

  _Acho melhor você...

  _Por favor, mãe. Não me impessa.

  Dizendo isso, saí porta afora, com mais lágrimas nos olhos. Não tinha carro, então o único jeito seria ir a pé.

  Todos olhavam para mim enquanto eu passava. Ignorei completamente.

  Já estava bem distante de casa e perdida em pensamentos, quando ouvi uma voz dizendo meu nome.

  _Renesmee?

  Olhei para a pessoa.

  _Jessica? – Era só o que me faltava.

  _O que houve? – Perguntou ela.

  _”O que houve?” – Repeti. – Houve que eu sou uma completa azarada. Primeiro meu namorado me trai com a garota mais nojenta da escola, e ainda por cima a engravida. Depois, meu outro namorado também me trai. Pois é. Eu o vi ontem transando com uma das vagabundas da escola no vestiário feminino. E agora o Jake está se casando com aquela bruxa. Me diz, Jéssica: eu mereço isso tudo? Por que eu não posso simplesmente ser feliz?

  _Você será feliz – disse ela.

  _Não – eu disse. – Não serei. Está tudo acabado. Não tem mais volta.

  Ela ficou em silêncio, pensando em alguma coisa.

  _Vai dar tudo certo – disse ela. Eu ri, sem achar muita graça na coisa. – Acredite em mim.

  _Que se dane! – Eu disse, me virando e seguindo para onde eu estava indo.

  Quando olhei para trás, vi Jéssica entrando em seu carro e dirigindo como uma louca.

POV Jacob

Eu estava suando frio, mas não era de emoção, e sim de vontade que um milagre acontecesse nos 45min do segundo tempo.

  _Bree Denise Tanner. Você aceita Jacob Michael Black como seu legítimo esposo?

  _Sim – respondeu ela imediatamente.

  _Jacob Michael Black. Você aceita Bree Denise Tanner como sua legítima esposa?

  Engoli em seco. Esperei mais alguns segundos, mas nada aconteceu. Não me restava outra escolha.

  _Sim – eu disse, parecendo que tinha dito “sim” para a morte.

  _Pois bem – disse o padre. – Se há alguém que tenha algo contra este casamento, que fale agora ou cale-se para sempre.

  Houve um silêncio, então as portas da igreja se abriram com um estrondo.

  _Eu tenho!

  Me virei para a porta.

  _Jessica?!

  _Jacob, você não pode se casar com ela – disse Jéssica. – Está mentindo.

  Houve um coro de “oh’s”.

  _Do que está falando? – Indagou Bree.

  _Cale a boca! – Disse Jessica. – Jacob, ela não está grávida coisa nenhuma!

  Mais “oh’s”.

  _Como? – Eu disse, descendo do altar.

  _É isso mesmo que eu estou falando – disse Jessica. – Essa... coisa não está grávida.

  _Não acredite nela, Jake – disse Bree, descendo do altar também. – Tem inveja de nós.

  _Ah, é? – Disse Jessica. – Então vamos tirar a prova!

  Jessica veio pisando firme até nós, parou em frente a Bree e começou a rasgar seu vestido.

  _Pare! – Disse Bree, tentando impedi-la.

  Mas Jessica era mais esperta, a deixou somendo de calcinha e sutiã em questão de segundos. Bom, calcinha, sutiã e... uma barriga falsa.

  _Mas o que significa isso? – Gritei.

  _Jake... – Bree choramingou.

  _Cale a boca! – Berrei.

  _Papai! – Disse ela.

  John Tanner estaca com as mãos levadas à cabeça.

  _Que decepção – disse ele.

  _Sua... Sua... – comecei a dizer.

  _Deixe para xingá-la depois – disse Jessica. – Vá atrás de Renesmee.

  Eu sorri para ela e fiz o que mandou. Pedi Quil a chave de sua moto emprestada e saí correndo da igreja. A moto me deu a velocidade de que precisava. Cheguei à porta de sua casa em questão de minutos.

  _Onde está Renesmee? – Perguntei, assim que Bella atendeu.

  _Não sei – disse Bella. – Disse que precisava ir a um lugar bom, onde pudesse pensar.

  _Pudesse pensar?

  _Sim.

  Nem a dei mais ouvidos. Fui correndo para a moto.

  _Ei! E o casamento?

  Não respondi, apenas segui em frente. Sabia perfeitamente onde Nessie estava.

  Deixei a moto em um lugar escondido na praia e corri pela areia, tirando aquela gravata e a jogando ali mesmo. Passei pelo muro de palmeiras e me dirigi para a porta. Ela não poderia ter entrado, só eu tenho a chave. Mesmo assim, girei a maçaneta, e a porta se abriu.

  O vendo soprou em meu rosto quando entrei no jardim. Fechei a porta e caminhei lentamente, olhando para todos os lados, mas eu não a via.

  _Jake?!

  Olhei para o lado, e ela estava ali, parada, com os olhos cheios de lágrimas.

  _Como conseguiu entrar? – Perguntei.

  _Um arame entortado e um pouco de experiência. Foi tudo o que precisei. – Ela fungou. – Você não deveria estar na igreja?

  Dei uns passos em sua direção.

  _Bree não está grávida – eu disse. – Jessica chegou com essa bomba.

  _Jessica?! – Disse ela. – Então foi isso o que ela quis dizer.

  _Como assim?

  _Eu me encontrei com ela antes de vir para cá.

  Andei mais em sua direção, ficando a poucos centímetros dela.

  _Você não precisa chorar mais – eu disse, secando suas lágrimas com o polegar. – Eu não vou mais me casar.

  _Esse não é o único motivo – disse ela. – Ontem eu vi o Alec transando com aquele projeto de francesa no vestiário feminino.

  Dei um passo para trás.

  _Você gosta tanto dele à ponto de ficar com ciúmes?

  _Não é ciúmes – disse ela. – É ódio, cinismo, incredulidade. Eu não o amo, Jake!

  _Não? – Eu disse, me aproximando novamente.

http://www.youtube.com/watch?v=98WtmW-lfeE

  _Não – disse ela, olhando em meus olhos. – Eu amo você. Sempre você.

  Não consegui mais me segurar. A puxei e tomei sua boca com a minha naquele mesmo instante, a apertando contra meu corpo. Eu tinha que sentir que aquele momento era real, e não mais um sonho. Eu não conseguia acreditar que tinha Renesmee novamente. Minha Renesmee, de mais ninguém.

  Nos separamos, ofegantes. Eu encostei minha testa da dela.

  _Eu te amo – disse ela.

  _Eu te amo – eu disse. – Para sempre.

  Ela colocou os braços em volta do meu pescoço e me olhou nos olhos. Passei o polegar por seus lábios, a fazendo fechar os olhos e abrir um pouco a boca. Coloquei minha mão em sua nuca, enfiando os dedos em seu cabelo, então a puxei novamente, minha boca com sede da dela. O beijo foi mais demorado que o anterior, e nós merecíamos isso.

  Saímos do jardim abraçados. Andamos pela areia do mesmo modo.

  _Semana que vem é Natal – eu disse. – Já tem planos?

  _Meus avós e meus tios virão para a minha casa.

  _A casa vai ficar cheia! – Ela riu.

  _Você e seu pai passarão com a Rachel?

  _Não sei se ela e Paul vão ficar por aqui.

  Ela parou, ficando de frente para mim.

  _Você e seu pai podem ir lá para casa. Se Rachel e Paul ficarem, também estão convidados.

  _Não sei se meu pai aceitaria – eu disse. – Pra falar a verdade, acho que ele estava planejando que passássemos o Natal em casa. Eu, ele, Rachel e Paul.

  _Entendo – disse Nessie.

  _Mas isso não significa que eu não possa dar uma passada na sua casa.

  Ela sorriu e me deu um selinho.

  _Por favor, faça isso! – Disse.

  A peguei pela mão. Ainda temos tempo para pensar em Natal, Ano Novo, vida nova, casamento... Mas dessa vez o nosso casamento.

  Me virei para beijá-la novamente, mas ela desviou. Fiquei sem entender. Ela riu, então soltou minha mão e andou de costas em direção ao mar. Fez um sinal com os dedos, me chamando, então correu na direção do mar. Eu ri e corri atrás dela. Ela entrou na água, e não tive outra opção a não ser entrar também. Ela mergulhou, e quando voltou à superfície, jogou água em mim.

  _Venha me pegar! – Disse ela.

  _Olha que eu sou bom nisso – eu disse.

  _Quero correr o risco. – Ela riu.

  Nadei até ela, mas ela desviou. Ficamos nesse “pega-pega” até que consegui a pegar de costas. A prendi junto ao meu corpo, as palmas das minhas mãos em sua barriga. Beijei seu pescoço e mordisquei sua orelha.

  _Peguei você – eu disse. Continuei beijando seu pescoço.

  Ela se virou de frente, enlaçando meu pescoço com seus braços.

  _Agora eu vou pegar você – disse ela.

  Então me beijou, de forma urgente. Nossa línguas se enrolando enlouquecidamente, como se não se vissem há muito tempo.

  Afundei minha mão na água, segurando sua cintura. Não resisti e a desci mais um pouco, apertando seu bumbum. Ela gemeu.

  _Acho melhor pararmos – disse ela.

  _Tem certeza?

  Ela riu.

  _Tenho – respondeu. – Tem gente na praia.

  Suspirei.

  _Por um momento achei que fosse somente nós – eu disse.

  Saímos da água e, molhados, seguimos para a moto de Quil. Levei Nessie até em casa e demoramos uma eternidade para nos despedirmos, até que Bella apareceu dizendo para ela se trocar, senão ficaria doente. Fui embora, mas com vontade de ficar para sempre ali.

  Agora eu e Nessie estávamos juntos, e ninguém mais poderia estragar isso.