True Love escrita por TayCristie


Capítulo 16
Capítulo 16 - Sem Ar




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  Na manhã de terça-feira, me encontrei com Alec no restaurante/bar, e resolvi cumprir o que havia dito ontem - antes de resolver ir salvar Jacob. Alec disse que eu fui muito corajosa, e felizmente não perguntou o porquê de eu ter desaparecido o resto do dia.

  O passeio foi até divertido - tirando a parte de que a metade da cidade estava tecnicamente destruída por causa da tempestade de ontem.

  _Por que não vai visitar seus avós? - Perguntei a Alec.

  _Eu vou - disse ele. - Eu e Jane vamos vê-los hoje à tarde.

  Falando em avós, eu tinha que ir ver como estava Charlie. E ir visitar vovó Esme.

  Andamos em silêncio, cada um com seu pacotinho de pipoca.

  _Você está distante - disse Alec. Me senti culpada. A última coisa que queria fazer era magoá-lo.

  _São os problemas - eu disse.

  _Está falando do Jacob?

  Dei de ombros.

  _Vocês... terminaram mesmo?

  _Sim - respondi, mas as imagens de ontem não saíam da minha cabeça, o nosso erro. Tinha que esperar até sábado ou domingo para me preocupar de verdade.

  _Nessie - disse Alec, parando. Parei também. - Quero que saiba que nunca magoaria você.

  _É muito nobre da sua parte, Alec - eu disse, tentando sorrir. - Mas dê tempo ao tempo.

  _Isso quer dizer que posso ter esperanças? - Perguntou ele, os olhos brilhando.

  _Isso não quer dizer nada. Por enquanto.

  Voltamos a andar. Vários pensamentos me passavam à mente. Os acontecimentos dos últimos dois dias. Tudo era muito surreal e estava me deixando exausta. Jacob tinha que sair da minha cabeça de uma maneira ou de outra. Eu não iria perdoá-lo... tão cedo. Eu podia nos imaginar mais velhos, cada um com sua família construída. Depois de anos nos reencontramos e conseguimos fazer um acordo de paz, nos tornando amigos. Mas isso é improvável. Estávamos no presente, e eu não queria vê-lo nem coberto de diamantes.

  Eu tinha que esquecê-lo, e já. Nem que fosse à força.

  _Alec - eu disse, parando. - Quero que faça uma coisa.

  _Qualquer coisa - disse ele.

  Hesitei, mas tinha que concretizar isso.

  _Me beija - pedi.

  Ele franziu o cenho, desconfiado. Mas mesmo assim, colocou uma mão na minha nuca, se inclinou e me beijou. Seus lábios suaves eram aconchegantes. O estalido do beijo fez um arrepio me percorrer a espinha. Eu gostava de beijar Alec - não tanto quanto gostava de beijar Jaocb, mas tá valendo.

  Separamos nossos lábios, mas sua mão continuou na minha nuca e nossas testas estavam encostadas.

  _Agora - eu disse -, faça a pergunta que eu sei que você quer fazer para mim, desde que me viu. Faça, Alec.

  Ele arfou, ainda não acreditando nisso tudo.

  _Nessie - começou a dizer, sua voz estava fraca -, você quer... namorar comigo?

  A imagem de Jacob quando me fez a mesma pergunta me veio à mente. Tratei de mandá-la para longe de mim.

  _Q-quero - eu disse. Ele sorriu.

  Seus lábios voltaram para os meus, mas apressados. O incrível é que eu não sentia nada de especial. Nenhum show de fogos de artifícil, nenhum coraçãozinho passando por meus olhos fechados. Mas me mantive firme e sorri quando Alec me encarou.

(..)

  Sábado chegou depressa. Já estávamos todos prontos para irmos embora.

  Recapitulação: quarta-feira, passei o dia inteiro na casa dos meus avós Cullen; quinta-feira, visitei Charlie, que parecia bem melhor; sexta-feira, saí com Claire, Leah, Jane, Embry, Jared, Mike e Alec - claro.

  Era perturbante os olhares que Jacob me lançava quando nos encontrávamos. Não havia como, ele não parava de olhar para mim, e estava com uma raiva evidente por causa do meu namoro com Alec. E estou livre de preocupações. Minha menstruação chegou no sábado, bem cedo.

  Dessa vez fui no mesmo ônibus que as garotas. Alec foi conosco. Jacob... bom, não quero nem saber. Pra falar a verdade, tudo voltou a ser como era antes. As garotas continuaram a se insinuar para ele, e ele fingia estar no paraíso.

  Quando chegamos na Califórnia, já era noite. Alguns pais esperavam por seus filhos, inclusive os meus.

  _Mãe! - Corri, a abraçando. - Pai!

  _Que saudades! - Exclamou minha mãe. - Parece que se passou um ano.

  _Não exagera, mãe - eu disse, rindo. Eu estava com saudades de seu jeito protetor, com uma pitada de pensamento adolescente.

  _Sua mãe parecia que ia ter outro filho - disse meu pai. - Ficou preocupada, e eu também. Você não ligou, querida.

  Me penitenciei mentalmente. Sabia que todos os dias me esquecia de alguma coisa.

  Antes de irmos embora, me despedi das garotas e de Alec.

  _E Jacob? - Perguntou minha mãe enquanto entrávamos no carro.

  _Quem? - Eu disse, na maior cara de pau.

  Ela não falou mais nada, mas me lançou pelo retrovisor um olhar de "vai me explicar tudo quando chegármos em casa". Fingi que não entendi e meu pai iniciou a direção.

  Foi estranho voltar para casa, até porque eu não estava realmente acotumada àquele lugar. A grama verde do pequeno jardim foi iluminada pelos faróis do carro. A trilha de pedras atá a porta de entrada estava mais impecável que nunca - aposto que papai trocou as pedras.

  Meu quarto estava como que o havia deixado - todo arrumado e com a janela aberta. Minha mãe me deixou sozinha para que colocasse as roupas no lugar. Quando terminei de esvaziar a mala, me joguei na cama e peguei o celular. Mais uma vez olhei para aquela foto em que eu e Jacob estávamos juntos. Seu sorriso largo que eu tanto gostava estava lá, mas seus olhos, que mostrariam seu real sentimento, estavam escondidos debaixo dos óculos escuros. Mais uma vez quis excluir a foto, e mais uma vez não consegui. Era difícil me separar dele. Pelo menos com aquela foto poderia ver uma felicidade, mesmo que falsa, entre nós dois.

  Houve algumas batidas na porta e minha mãe entrou. Fui logo para o menu do telefone e o coloquei ao meu lado.

  _Temos que conversar - disse ela, fechando a porta e se sentando na cama. Suspirei. - O que houve entre você e Jacob durante essa semana? Sim, seu pai me contou que vocês estavam juntos.

  _Não estamos - eu disse, comprimindo os lábios. - Foi apenas uma coisa passageira. Tipo... ficamos por um tempo. Só isso. Nada de mais.

  _Não me parece que era isso - disse ela. - Querida, pode se abrir comigo.

  _Não tenho nada para falar - sussurrei, reprimindo o choro.

  _Tudo bem - disse ela, afagando meu braço. - Não vou pressionar você. Quando quiser me contar, estarei pronta para lhe escutar.

  Ficamos em silêncio por um tempo.

  _Quer jantar? - Perguntou ela.

  Balancei a cabeça negativamente. Ela murmurou um "ok" e saiu do quarto.

  Me deitei de bruços na cama, a luz apagada. Encarei o céu escuro e cheio de estrelas pela janela aberta. O celular vibrava pelas várias mensagens que Alec estava me mandando. As ignorei, e rapidamente peguei no sono.

  Fiquei o domingo em casa, vendo filme com pipoca com a minha mãe. Ela perguntou sobre a viagem, mas não falou sobre Jacob. No final do dia, tínhamos assistido - sem brincadeira - à sete filmes (Querido John, Salt, Lembranças - o protagonista parece com o papai -, A Hora do Pesadelo - ficamos o tempo topo grudadinhas -, Idas e Vindas do Amor - não gostei muito, um dos personagens parecia com o Jake -, O Amor Não Tira Férias - me pergunto se precisávamos de tanto romance assim - e um que adoramos, Moulin Ruge.

  Quando papai chegou, estávamos no final do file, e ele perguntou por que a casa estava tão escura. O mandamos calar a boca sem tirar os olhos da Tv - Satine estava morrendo!

  Foi bom acupar minha cabeça. Todos os filmes - menos Idas e Vindas do Amor - me fizeram esquecer um pouco de Jacob - embora nas partes melosas ele ter sido o único que invadiu a minha mente.

  Quando me deitei, estava cansada de mais para ficar pensando e logo o sono me pegou, me levando para um universo onde os sonhos não existiam. Graças a Deus!

  POV Jacob

  Quando cheguei em casa no sábado, papai estava na sala vendo TV. Abriu um largo sorriso ao me ver e me perguntou sobre a viagem. Eu disse que conversávamos depois, porque estava cansado. Ele não acreditou, claro, mas me deixou subir.

  Eu estava realmente morto. Nessie estava me matando aos poucos e agora conseguiu. Foi tão difícil me segurar toda vez que eu via ela com o Volturi, então a notícia do namoro dos dois se espalhou e eu fiquei mais irado ainda.

  Entrei no meu quarto já jogando a mochila para um lado, tirando a jaqueta e jogando em cima da cadeira e tirando aquela camisa que estava me sufocando. Me joguei na cama, com uma mão atrás da cabeça, a outra escrevendo o nome dela com o dedo na minha perna.

  Peguei meu celular e fiquei admirando as fotos que havia tirado dela no meu jardim secreto. Tão linda... Tão feliz... Poderíamos estar juntos agora. Mas não, a burrice tinha que reinar em meu mundo. Ah, como eu queria voltar no tempo! Mas não posso. A única coisa que posso fazer é tentar consertar as coisas. Claro. Não posso desistir dela tão fácil assim. Vou reconquistá-la, mesmo que eu passe minha vida inteira tentando.

  No domingo eu me manti trancado no quarto. Meu pai achou estranho, mas me deixou quieto. Quil me ligou para irmos em um clube - que eu nem me lembro o nome -, mas eu recusei. Ele entendeu. Me deixou viver minha fossa.

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  A segunda-feira veio - finalmente. Nunca pensei que um dia estaria tão ansioso para ir à escola em uma segunda, mas meus dias na escola eram - até agora - as únicas oportunidades que eu teria para ver Renesmee.

  Me aprontei e tomei café rapidamente. Peguei meu carro - que saudades! - e segui para a escola. Quando cheguei, ela já estava lá, com Leah, Claire, Jane e... Alec. Pelo menos eles não estavam abraçados, nem perto um do outro. Comemorei por dentro.

  _Jacob - disse Quil, se aproximando. Ele se encostou no carro ao meu lado. - Relaxa, irmãozinho. Se quiser eu te ajudo a sequestrar a Nessie para vocês fugirem em um cavalo branco.

  Eu ri. Quil e suas piadas...

  _Ela me mataria antes de chegármos ao cavalo - eu disse.

  O sinal tocou e eu segui rapidamente para a entrada. Não fui para a aula de Matemática. Segui Renesmee até sua classe de Biologia. Olhei para os lados para ver se tinha alguém olhando, e antes de ela entrar, a puxei pelo braço.

  _Quê isso?! - Disse ela, indignada.

  Os corredores se esvaziaram e encontrei um lugar seguro para conversarmos - a velha sala de música, ninguém entrava alí.

  _Nessie...

  _Achei que já tinha entendido, Jacob Black - ela disse, cruzando os braços e me olhando furiosa. - Acabou! Dá pra entender? Ou quer que eu desenhe?

  _Nessie, por favor - pedi. - Esquece aquilo tudo. Vamos apenas ficar juntos. Eu não existo sem você.

  _Esquecer? - Disse ela, rindo. - Não dá pra esquecer, Jake. Terça-feira passada você pode ter me seduzido, me deixado louca. Mas nada mudou. Eu tenho namorado.

  _Você não o ama - eu disse rispidamente.

  _Isso não é da sua conta.

  _Podemos parar de brigar?

  _É só você parar de me procurar.

  _Não posso - eu disse, tentando me aproximar. Ela recuou. - Sem você eu fico em chão, não consigo enxergar nada. É como se eu não pudesse respirar quando você não está por perto. Eu fico... sem ar.

  Ele me olhou sem expressão por um momento.

  _Compre uma máscara de oxigênio - disse simplesmente, passando por mim e saindo da sala.

  Me segurei, a garganta doendo, mas não iria chorar. Não mais. Saí da sala também, mas não fui para a classe de Matemática com uma desculpa esfarrapada. Saí do colégio, peguei meu carro e dirigi para um lugar onde eu encontraria paz, onde eu poderia conversar com alguém especial, mesmo ela não estando lá.

  Era incrível. Mesmo tendo ficado uma sema afastado, o jardim ainda era o mesmo. Nenhuma flor morta, nenhum sinal de invasão. Estava perfeito. Do jeito que deixei na última vez que estive aqui. E estive aqui com Renesmee.

  Ignorei o banco e me sentei no gramado, perto das tulipas vermelhas.

  _Oh, mãe! - Eu disse. - Como eu queria que a senhora estivesse aqui agora para me ajudar.

  Me lembro de quando eu tinha 14 anos e minha mãe veio falar comigo sobre garotas. Foi constrangedor, mas ela se saiu bem. Dois meses antes de ela morrer - eu ainda estava com 14 -, comecei a namorar a Caroline. Uma loira de olhos azuis, linda. Mas não era amor de verdade, era só uma paixonite - amor eu sinto por Nessie. Então minha mãe se sentiu na obrigação de conversar comigo sobre sexo e a importância da camisinha. Sei que as mães só se preocupam com as garotas, e que os garotos aprendam sozinhos sobre essas coisas, mas minha mãe era... bom, a minha mãe. Não ligava para essas coisas - mesmo eu já sabendo de tudo que ela pudesse querer falar.

  Peguei uma tulipa vermelha e segurei nas mãos. Não pude deixar de pensar em Nessie ao olhar para ela. As tulipas vermelhas significam amor eterno.

  Amor eterno. Acabo de ter uma grande ideia!


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Notas finais do capítulo

Oii..
O segundo capítulo que posto na semana, e prometi que hoje diria o porquê. É o seguinte, terça-feira eu vou viajar e vou ficar duas semanas fora. O que significa: duas semanas sem capítulos.... Bom, por isso resolvi abençoar vocês com dois capítulos essa semana, e quando eu voltar, acho que cotinuarei a postar dois capítulos por semana.. vamos ver.
Bom, o que acharam do capítulo??? Jacob todo tristinho e tentando reconquistar a Nessie... qual será essa grande ideia que ele teve???? Acho que vocês já têm uma ideia né..
Posso dizer que no próximo capítulo vocês terão mais vontade ainda de matar a Bree...
Até lá então... e me desejem boa viagem...

Bjukas!!
*--*