Instinto escrita por miojo, popozita


Capítulo 5
Cada vez mais perdido


Notas iniciais do capítulo

Amores!
Agradecer a Popozita, que apesar de estar viajando betou o cap! E como sempre, o deixou lindo!

Amei cada review, embora fiquei um pouquinho triste com o número. Mas como a fic começa a revelar os sentimento do Seth e o passado de Clarissa, espero que gostem e deixem mais reviews!

Agradecer a Nath-Garcia que indicou o Seth e a Clarissa como melhores personagens de Drama! Flor, quando me contaram isso, eu nem acreditei. A fic ainda está no começo e você indicou! Não tenho palavras flor! Não ligo para ganhar ou perder, o que me importa é que alguém, achou que eles mereciam!

Próximo cap. na quarta!

Deixem o reviewzinho, ele me dá animo para escrever até as 3 da manhã, e depois a popozita betar no trabalho.



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Invadiu, levou meu coração

Já estava deitado na sala, tentando dormir, ou melhor, forçando-me a tentar dormir, já que eu estava levemente esperançoso de que Clarissa viesse se deitar novamente comigo. Não era certo eu esperar por isso, mas era inevitável. De alguma forma eu sabia o que estava acontecendo, mas negava assumir que estava ficando balançado pela estranha.

A curiosidade sempre foi algo que me prendeu e o desconhecido algo que me cativou.  Agora eu estou tomado e cativado por ela. Revirei-me no sofá, causando rangidos, que ecoavam pela sala. Já devia passar das duas da manhã, e ela devia estar dormindo serenamente enquanto eu esperava-a. Suspirei, e fechei os olhos, talvez durma, talvez sonhe com ela.

Senti um leve formigar na bochecha, com certa vagareza abri os olhos e encontrei uma Clarissa sentada no chão, acariciando meus cabelos. Sorri sem entender o porque.

-Bom dia. - Disse sem se mexer, estava tão bom sentir os delicados dedos brincando em meu rosto.

-Bom dia. - Ela sorriu, levantando-se e caminhando para a cozinha, passei pelo banheiro antes de segui-la. O cheiro era delicioso. Leah estaria cozinhando outra vez?

Avistei uma mesa com bolos, pudins, ovos, panquecas e omeletes. Leah não sabia cozinhar nem metade disso. - soltei um risinho - Clarissa colocava os pratos e uma jarra de suco na mesa. Olhei para o relógio, ainda não eram nem sete horas da manhã, Clarissa deve ter acordado ainda na madrugada para fazer esse café.

-Não precisa se preocupar com isso, muito menos acordar cedo para fazer café. - Falei me sentando, afinal o cheiro estava mesmo muito bom.

-É o mínimo que posso fazer, além disso, eu não dormi. - Ela falou calmamente, enquanto se sentava à mesa também.

-Não dormiu?- Ela me olhou serenamente com os olhos em constante movimento.

-Sinto medo. - Ela desabafou. Meu coração foi apertado cruelmente com essa fala.

-Não sinta, eu estou aqui! - Tentei alcançar sua mão, mas ela recuou. -Pode dormir comigo se desejar. - Ela apenas me olhou curiosa.

-O que?- Leah apareceu na cozinha, à roupa amassada e o cabelo em pé.

-Foi Clarissa. - Falei orgulhoso.

-Você pode morar aqui por quanto tempo quiser. - Leah se sentou já começando a comer.

-Eu me lembrei de mais uma coisa, ou melhor, um nome. - Claissa brincava com o garfo na omelete.

-Qual?- Eu e Leah falamos juntos.

-Chacal. - Clarissa deu os ombros.

-Chacal?- Leah perguntou pegando mais panquecas.

-Era dele que eu estava fugindo. - Clarissa se encolheu levemente na cadeira. O nome lhe dava medo.

-Isso não é nome de gente. - Leah revirou os olhos.

-Pode ser um apelido. - Falei dando os ombros. Peguei mais um pedaço de bolo e comi, Clarissa cozinhava muito bem.

-Tanto faz, estou atrasada!- Leah levantou-se, mas voltou e pegou mais um pedaço de bolo, correndo em seguida para o quarto. Nesse momento o telefone tocou. Levantei-me da mesa no mesmo instante.

Trin... Trin... Trin

-Alô. - Atendi enquanto ajudava Clarissa a guardar os alimentos.

-Seth? Como está, meu amor?- Minha mãe tinha a voz tão doce e autoritária ao mesmo tempo.

-Bem e a senhora, mãe?- Clarissa começou a lavar a louça, só agora reparei que a cozinha estava impecável.

-Com saudades! O que achas deu passar ai um minutinho? Vou até La Push e pensei em ir te dar um abraço. - Estava mesmo com saudades dela.

-Claro! Mãe, não sei se você já sabe... - Ela não ia gostar de chegar aqui e achar uma menina morando aqui.

-Eu já sei. E estou levando algumas roupas que eram da Bella, Charlie disse que posso dar a Clarissa.

-Tenho certeza que ela vai adorar! Até mãe.

-Fique com Deus, amor. - Desliguei o telefone a tempo de secar algumas louças. Liguei para o Quil avisando que ia me atrasar, e ele me disse que não ia trabalhar hoje.

  

-Sua mãe?- Perguntou curiosa. Olhei para ela e vi que varria a sala, eu tentei impedir, mas ela não me deixava se aproximar acabei por ajudá-la com a poeira.

-Você vai gostar dela, e ela de você. - A viatura de Charlie se aproximava, e logo a Dona Sue bateu à porta. Clarissa se escondeu nas minhas costas, e eu abri a porta.

-Seth!- Minha mãe me abraçou, beijando minha testa inúmeras vezes.

-Onde está ela?- Minha mãe procurava por cima do meu ombro, me girei delicadamente deixando a pequena garota de cabelos negros e olhos liquefeitos no seu campo de visão.

-Que olhos lindos. - Foi o que minha mãe falou.

Depois de alguns minutos, ela já estava a avisar a Clarissa de como eu bagunço a casa. Clarissa se acabava nas risadas com minha mãe. Elas conversaram sobre toda a minha infância, das minhas brigas com Leah e várias outras coisas, até que chegou a parte que me pegou desprevenido. Minha mãe foi ao seu antigo quarto e pegou uma caixa cheia fotos nossas, de quando éramos crianças. Foto de todos os tipos tinha na caixa. Minha mãe vasculhava as fotos e cada uma que ela pegava, contava uma história diferente, até que ela pegou uma onde eu me encontrava totalmente “pelado”.

- Não mãe, por favor, essa não. - Pedi envergonhado.

-Seth, deixe de bobagem, é apenas uma foto, e você já mudou muito desde esse tempo. - Disse com um risinho senvergonho.

            Passei a pior vergonha da minha vida, Clarissa estava me vendo pelado, não literalmente, tudo bem que eu não sou nada parecido agora, mas ainda sou eu naquela foto. Elas riram mais um pouco das trapalhadas minhas e de Leah, e então, minha mãe teve que ir.

-Cuide bem dessa menina, têm alguma coisa nela que me fez gostar dela. - Minha mãe sussurrou pensativa, enquanto me abraçava.

-Pode deixar. - Ela se foi nos deixando novamente sozinhos.

-Quer que eu prepare o almoço?- Clarissa usava um vestido da Leah, já velho, mas nela ficava tão perfeito.

-Não, vamos comer o que sobrou do café. - Ela riu, me acompanhando. O sorriso em sua face ficava cada vez mais fácil e encantador. Ela estava me enfeitiçando. Assim que terminamos, ela olhou pela janela e sorriu.

-Quil e Claire. - Levantei-me, parando ao lado dela e observando a janela, ao longe, muito longe, Quil e Claire caminhavam pela praia.

-Quer ir vê-la?

-Sim. - Clarissa e eu saímos para caminhar na praia. Enquanto não alcançávamos o Quil, ela encarava de forma pensativa o céu. O que abria novamente as portas da minha criatividade e curiosidade.

-Você disse que caiu do céu, como chegou lá em cima?- Clarissa pareceu pensar por alguns segundos se devia ou não me responder.

-Não sei ao certo. Eu não lembro como cheguei lá, só que lá é meu lugar. - ela desabafou. Era estranho se sentir mal por não poder ajudá-la a se recordar. Ao mesmo tempo em que queria que ela encontrasse as respostas, desejava que ela nunca me deixasse, mesmo sabendo, que quando ela se lembrar vai partir e me abandonar.

-Já sentiu como se o vento fizesse parte de você?- Ela me perguntou, ainda encarando o céu.

-Não sei se você se recorda, mais eu sou um lobo. - Por algum motivo desconhecido, achei que essa era à hora de contar minha verdadeira natureza.

-Eu vi, no penhasco. - Ela não me olhava, apenas para as nuvens cinza no céu. Eu jurava que tinha me transformado em uma distância segura.

-Não tens medo?- Temi a resposta.

-Não. - ela sorriu, abaixando-se  recebendo um abraço de Claire.

-E ai, como está sendo?- Quil me cumprimentou rindo.

-Minha mãe gosta dela. - Dei os ombros, e nós rimos. Claire correu até Quil, pedindo para que ele a colocasse nos ombros.

-Segura. - Claire me entregou um monte de pedrinhas coloridas.

-Ela não cansa dessas pedras?- Perguntei enquanto guardava-as no bolso.

-Tem um baú cheio delas no quarto dela. - Quil riu.

-Quero uma manchada!- Claire já estava com quatro anos, o que deixava sua fala quase perfeita. Clarissa encarou as pedras que cobriam toda a extensão da praia, seus olhos fixos em algum ponto distantes,  ela acelerou, andando firmemente em uma determinada direção, sem mudar o foco dos olhos. Encarei Quil que deu os ombros.

Clarissa deu uns vinte passos longos e se abaixou, pegando alguma coisa, se virou sorridente e veio em nossa direção. Sua mão estava fechada, guardando algo, seus olhos pareciam ainda mais claros e oblíquos. Estendeu a mão na direção de Claire e lhe entregou uma pequena pedra amarela com manchas laranja, estava inerte em sua palma branca.

-Colorida!- Claire agarrou a pequena pedra, puxando os cabelos do Quil.

-Como você achou?- A pedra era pequena de mais para alguém conseguir enxergá-la a essa distância.

-Eu vi. - Clarissa deu os ombros.

-Você viu? Mas a gente estava a mais de vinte e cinco metros. - Estava empolgado, seria mais uma pista do que Clarissa era?

-Eu só vi. - Ela deu os ombros, se sentindo chateada por não ter a resposta.

-Isso é legal!- Quil riu.

-Estou com fome!- Claire choramingou. - Me leva para casa?- Ela se jogou para frente, encarando Quil de ponta a cabeça. Despedirmos-nos, Clarissa continuou andando pela beira da praia e minhas pernas a seguiam sem ao menos eu mandar.

-Eu queria lembrar quem eu sou. - Clarissa sussurrou.

-Você vai lembrar. - Me aproximei mais dela, deixando meu ombro roçar no dela conforme andávamos.

-E se eu não lembrar? Serei para sempre uma desconhecida?- A incerteza na voz dela, o medo, só me fez ter uma certeza: Ela já não era desconhecida para mim. Conhecia cada timbre da voz dela, todos os milímetros de sua face, as cores de seus olhos, as ondas de  seus cabelos...

-Você não é mais uma desconhecida para mim. - Minhas mãos estavam suando de uma forma diferente, nunca havia passado por isso na vida.

-Sou uma desconhecida para mim mesmo. - Ela bufou. -Não sei quem eu sou ou de onde venho. Só tenho lembranças tomadas pela dor, além desse medo que se apodera de mim toda vez que alguém se aproxima. - Meu coração recebia uma facada a cada palavra dita por ela. Clarissa não merecia essa dor.

-Não precisa ter medo, eu estou aqui. - Rocei meus dedos nos dela, mas ela recolheu a mão.

-Talvez isso seja a única coisa que me tranqüilize. Acho que nunca conseguirei agradecer pelo que fez e faz a mim. - Ela me olhou de um modo diferente, como nunca antes havia olhado.

-Eu é que deveria agradecer por você ter caído em minha vida. -Minha voz estava caindo algumas casas, ficando quase inaudíve

*

-Só te trouxe problemas. - Ela se culpava.

-Não, pelo contrário, você só me faz bem.- Já estava ficando constrangedor e confuso de mais essa história. Respirei pesadamente, dando fim a conversa. Minhas mãos estavam escorrendo suor, fui obrigado a limpá-las na bermuda.

Continuamos andando por mais algum tempo, antes de darmos meia volta. O som das pedrinhas sendo esmagadas pelos meus pés se juntava com o som das ondas quebrando nas pedras. Clarissa observava o céu, como se quisesse voltar lá para cima.

Um arrepio atingiu minha coluna juntamente com o formigamento em minha mão quando Clarissa entrelaçou seus dedos nos meus. Por que um toque dela estava me deixando assim? Meu coração acelerou levemente e meu estomago revirou. Eu conhecia esses sintomas!

Eu estava apaixonado por Clarissa. Isso era fato! Estava cada vez mais apaixonado e mais intrigado com a menina que caiu do céu. Era insano? Sim, era! Mas não tinha mais como fingir ou fugir. Eu estava entregue a ela.

Nunca me apaixonei, não sei se isso dói tanto como a Leah lembra ou se é tão belo como o Jake acha, e se for tão confuso quão o Embry? Desisti de pensar e apenas deixei minhas pernas me levarem até minha casa, enquanto a mão magra e comprida se envolvia a minha.

Leah já estava dormindo e eu ainda assistia televisão. Clarissa estava no quarto, a pouco a ouvi chorar, venci minha vontade de correr até lá e apertá-la e fazê-la se acalmar, não queria ser incômodo. Trocava de canais a procura de algo interessante, a TV estava realmente muito chata. Ouvi passos pelo corredor e percebi que era Clarissa.

Ela parou no portal da sala, me encarando. O pijama que fora de Bela ficava um pouco curto, a calça  na canela e a camiseta deixava dois dedos de sua barriga a mostra, isso fora o bastante para outra parte de mim, até então desconhecida, agitar-se. Um calor estranho seguiu pelos meus músculos, enquanto meus pêlos eriçavam-se.

-Seth?- Ela me chamou docemente.

-Está com medo?- Cheguei meu corpo para o lado, dando espaço para que ela se deitasse ao meu lado.

-Não vejo motivos para dormir no chão, você tem um quarto. - Levei alguns segundos para entender o que ela dizia.

-Não se importa?- Perguntei pegando meu travesseiro e o lençol.

-Só assim eu durmo. - Ela desabafou, seguindo-me até o quarto.

Deitei-me na cama, dando espaço para ela se juntar a mim. Clarissa se ajeitou ao meu lado, pousando a cabeça sobre meu peito. Comecei a brincar com seus cabelos e logo ela adormeceu.

Estar ali com ela era um mar de sentimentos, um mar de felicidade. Estaria eu definitivamente perdido?


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Notas finais do capítulo

E ai? Como foi?
Não esqueçam do Review!

beijos amores!