Instinto escrita por miojo, popozita


Capítulo 14
Seu Lugar


Notas iniciais do capítulo

Amores!
Agradecer aos reviews!

Anores, eu estou super atolada e por isso a demora em escrever o cap. Mas eu juro que o próximo é lindo de morrer! E que sai rapidinho, isso é, se vocês mandarem reviews, sem eles eu vou segurar o cap. FATO! Por que o proximo é o meu preferido, e só quero postar se vocês realmente estiverem ansiosos!

Agora, vamos fazer uma apelação por recomendações....

E uma propaganda, de duas Ones minhas! Meus nenens!

Minha Nessie atormentada!
http://fanfiction.nyah.com.br/historia/66567/Socorro

e minha Quil e Claire.
http://fanfiction.nyah.com.br/historia/51967/Magic

Agora uma novidade! Eu e a Yexa montamos um Blog! Que vai conter varias entrevistas com autoras!
http://entrevistasparalelas.blogspot.com/

agora fiquem com mais um cap, muito triste, dessa histórinha!



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Jake havia triplicado o número de lobos nas rondas e me colocado como segurança de Clarissa, para tentar expulsar Chacal. Stefan estava preocupado, nos advertiu que, provavelmente, havia mais dois rapazes com Chacal.

-Devemos tentar resolver verbalmente. -Billy falou calmamente.

-O que? Está brincando não?-Embry debochou.

 -Não queremos reativar a rivalidade da tribo. - O velho Quil falou serenamente.

          

Eu me mantive calado, não apoiei nenhum dos dois lados, eu tenho pleno conhecimento do meu eu, e sei que não conseguirei manter a calma quando encontrar com ele. Ele machucou a pessoa que mais amo, ele assinou sua pena de morte. Fingi escutar e prestar atenção em tudo que eles diziam, mas na verdade, estava tentando entender porque Clarissa não nos deixou atacar o Chacal. Seria fácil exterminá-lo ali mesmo, mas ela nos impediu. Talvez ela ainda sinta pena dele...

 -Seth?-Leah me chamou, fazendo-me encará-la.

 -Vou ter que ir trabalhar. - Ela olhou pra Clarissa agarrada ao pai, e disse, sem propagar som algum: Ela está abalada, dê um desconto.

A principio, essas palavras não fizeram muito sentindo, eu não a estava pressionando. Sempre fui paciente e compreensivo com tudo o que ela passou, ou estava passando, não tinha motivos para a Leah me pedir isso.

 -Acho que todos têm afazeres, e já estão esclarecidas as regras. -Jake falou olhando o relógio.-Portanto, cada um pode voltar para suas tarefas, a ronda começa com Alex.-Jake ordenou.

Alex era o mais novo lobo da tribo, ele era o primo do Quil. Nunca soubera de seus descendentes, mas ao vir passar um tempo com o avô, o velho Quil, transformou-se em um lobo branco, extremamente calmo e amável dando jus a cor que fora escolhido a ele.

 -Eu posso pegar essa junto a ele. -Sam se ofereceu, saindo em seguida.

Todos começaram a seguir seus caminhos, exceto Clarissa, que conversava com o pai em alguma língua que eu desconhecia completamente. Ela me olhava durante a conversa, com os olhos pesados e apagados.

 -Seth... -Ela levantou-se, vindo em minha direção. Um medo estranho me pegou de surpresa.-Eu queria ficar mais com meu pai. - Ela me pediu, encarando o chão.

-Está bem, a gente fica! -Sorri acariciando seus cabelos.

-Queria ficar sozinha. -Ela me olhou, implorando. Eu não podia deixá-la sozinha, eu não queria deixá-la!

-Clarissa... -Afaguei seus cabelos, beijando sua bochecha. – Não me peça isso. Sabe que não consigo ficar longe de você!

 -Só um pouco. -Ela sussurrou, abraçando-me. Ela tinha esse poder sobre mim, era impossível negar algo a ela.

 -Eu... Não posso te deixar. -Falei dolorido, enquanto ela me envolvia em um abraço doloroso e carinhoso.

 -Só uns minutos. -Ela selou nossa despedida com um beijo levemente saboroso, fazendo todas as minhas dúvidas se espremerem no fundo do peito, dando lugar a um delicioso calor provocado pelo amor crescente. O beijo não durou muito. Afastei nossas faces vagarosamente, fazendo-a sorrir de olhos fechado enquanto se distanciava de mim.

-Não irei me afastar... -Falei soltando-a e caminhando para fora da pequena casa.

 Coloquei minhas mãos no bolso e mirei o chão. De cabeça baixa, comecei a caminhar vagarosamente, deixando para trás o cheiro da mulher que amo. Uma rajada de vento passou por mim, fazendo com que um cheiro me atingisse com brutalidade, aquele cheiro me causava raiva; repulsa; ódio... Ergui a cabeça encarando a águia que cortava o céu. Sem pensar, comecei a tirar o casaco e me lançar em uma corrida atrás do pássaro, assim que entrei na floresta, abrindo a calça, a águia pousou em minha frente, me fazendo parar a corrida. Outro pássaro pousou a minha direita, e Chacal, em forma humana, caminhou pela minha esquerda.

-Calma, só vim conversar. - Ele estendia as mãos ao lado da cabeça.

-Conversar?-Rosnei avançando para cima dele, mas uma das águias me lançou no chão, e antes que eu tentasse erguer o braço para segurá-la ela já estava novamente no alto. Seria mais difícil do que eu pensei.

 -Não quero brigar, e se não percebeu, além de termos o céu, ainda estamos em três. -Ele deu os ombros.

-Não tenho medo! -Falei serio, tremendo por inteiro.

 -Que pena... Clarissa tem! -Ele acertou meu coração em cheio. Eu não poderia deixar que eles passassem por mim, chegando à casa do Billy.

-Não vai tocá-la. - Rosnei fortemente.

-O que te faz pensar que eu quero machucá-la? Eu a amo!-Ele sorriu, fazendo com que todos os músculos de meu corpo tremessem ainda mais.

-Quem ama não trata como você a tratou!-Berrei, fazendo os pássaros se calarem em volta de nós.

-Eu errei, mas quem não erra?-Ele me olhou desdenhando, enquanto eu espumava pela boca.

-Errou? Você a estuprou e espancou! – Era praticamente impossível evitar a transformação.

-Erros graves. -Ele baixou os ombros, fazendo-me odiá-lo ainda mais. Eu desconhecia esse sentimento que corroia todo o meu peito, transformando tudo de bom que havia em mim em puro veneno.

 -Não ouse se aproximar dela, eu a amo e matarei por ela!-Ameacei-o.

Você realmente acredita que serão felizes?-Todo seu tom de brincadeira sumiu, tornando seu semblante serio e preocupado.

-Nós nos amamos!

-Você a ama! E ela, será que realmente te ama? Ou está confundindo gratidão com amor? Pelo que já fiquei sabendo, foi você quem a achou, acolheu e protegeu. Talvez ela só esteja agradecida - O peso de suas palavras mexeu comigo, mas eu me negava a acreditar em qualquer coisa que saísse de sua boca.

-Ela não mentiria. - Mantive o mesmo tom de voz.

 -Ela pode não ter se dado conta. -Não, Clarissa me ama... Eu sei disso.

 -Não venha com esses seus joguinhos. -Desdenhei.

 -Já parou para pensar que ela é uma águia? - Seus olhos, tão parecidos com os de Clarissa e ao mesmo tempo tão diferentes, transbordavam dor e maldade.

-Não me importo com o que ela seja!-Endireitei minhas costas, ficando ereto.

 -Não é disso que estou falando. -Ele riu roucamente, me deixando intrigado. Eu sabia que não poderia confiar ou acreditar em uma só palavra que saísse da boca dele, mas eu estava querendo ouvi-las. Essa vontade súbita de ouvir seus argumentos estava me torturando, me matando! Eu não poderia me deixar levar por sua lábia.

 -Já notou como ela admira o céu? Como é lá que ela quer estar?- No segundo seguinte ao entendimento das palavras, as memórias me atingiram com violência.

 “Chegamos ao penhasco, as nuvens estavam cinzas, embora não parecesse que iria chover, por agora, o mar estava negro e o vento forte, maltratando as árvores em nossa volta. Clarissa caminhou até a beira, me olhando por cima do ombro.

-Já sentiu como se o vento fizesse parte de você?-Sua voz estava tão doce.

 -Quando eu corro. -Assumi.

 -Parece que eu sou parte dele, preciso dele envolvendo-me.-Ela sorriu, abrindo os braços enquanto ficava na ponta do penhasco.

 Pensei em adverti-la, mas a imagem dela de olhos fechados, se entregando ao vento era linda. Os cabelos eram atirados com voracidade para trás, suas roupas eram remexidas, sua pele parecia absorver e se misturar ao vendo. Seus lábios rosa se torciam em uma meia lua radiante.

 -Eu já fiz isso. -Ela falou baixinho.

-Já veio aqui?-Perguntei aproximando-me.

 -Não. Eu voei. -Ela falou tão ciente que não havia como duvidar.

-Eu preciso. - Ela se lançou do penhasco, eu arranquei a camisa, pronto para me lançar também, mas algo me parou na beirada, olhei seu corpo cortar o ar em direção a água, eu acreditei que ela iria voar.”

 -Ela nasceu para isso! É como se o vento fizesse parte dela. O lugar dela é no céu! E você nunca poderá oferecer isso a ela. -Meu corpo tremeu, não pela vontade de entrar em fase, mas pelo medo de existir alguma razão naquelas palavras. 

- Você ainda não tinha pensado nisso, não é? Ela é uma ave nobre, que deseja desvendar os céus. E você? Um lobo que vive sujo de terra? Lamento, mas Clarissa esta fardada a infelicidade ao seu lado.

-Ela pode ter o céu à hora que ela quiser. -Falei baixo, quase como um sussurro.

 -Você conseguiria dominar esse lobo, se não tivesse outros ao seu lado? Imagino que não. E é o mesmo com ela. Ela não vai conseguir dominar seus instintos. -Meu coração estava se apertando. Por mais que eu não quisesse acreditar, fazia sentido às palavras tão fortes e frias que escorriam, juntamente com o veneno, de sua boca.

 -Ela tem o pai. -Tentei achar uma saída, mas no fundo, eu sabia que não existia.

-Ele está velho, faz tempos que não se transforma. Ela esta fardada a ser uma mera garota que quer voar, têm asas, mas não pode usá-las. -Fui atirado aos leões, era isso.

Ele tinha conseguido me ferir de tal forma com aquelas palavras, que era impossível remediar. Eu estava atrasando a vida de Clarissa! Por mais que eu não quisesse acreditar, essa era a verdade, eu estava cortando suas asas, sem a intenção, mas estava. Era duro para eu aceitar que não sou o bastante para ela, que não posso dar a Clarissa o que ela deseja.

-Apenas pense e veja, se o lugar dela é realmente ao seu lado. - Chacal falou já se contorcendo e transformando-se em uma águia. As três aves subiram ao céu, me deixando confuso e sozinho na floresta.

Minha cabeça girava, e eu tentava me manter concentrado nos momentos em que Clarissa olhava o céu, desejando estar nele. E eu era o que a impedia, mas se o lugar dela não era ao meu lado, também não era ao lado de Chacal. Isso eu tinha certeza.

          

Se ele quis me fazer desistir de Clarissa, ele conseguiu! Não vou estragar os planos e desejos dela, mas se ele pensa que irá ficar com ela está completamente enganado. Eu a amo, e vou lutar pelo bem estar dela, mesmo que seja a quilômetros de distância de mim.

           Comecei a caminhar lentamente de volta para a casa de Billy. Meu coração era esmagado, prensado e completamente destruído, eu iria perder a mulher que amo, por ser quem eu sou! Um lobo!

Sempre me orgulhei dessa condição, exibindo meu sorriso diante das complicações da vida, mas não poderia viver de sonhos, a realidade bateu em minha porta. Pela primeira vez na minha vida, tive vergonha e ódio de quem sou. Invejei aquele maldito Chacal, pois ele poderia oferecer o céu a Clarissa, oferecer o que ela tanto quer, enquanto eu ofereço as migalhas.

          

O cheiro dela começou a me atiçar, me fazendo repensar em tudo. Eu estava desistindo de ter quem eu amo? Sim! Eu estava. Ela merecia mais. Abaixei, pegando minha camisa e vestindo-a. A casa ia se aproximando, e meu coração sangrando. Antes que eu batesse na porta, ela a abriu, sorrindo. Os olhos liquefeitos me encarando, enquanto suas mãos contornavam meu corpo em um forte abraço. Eu seria torturado cada vez que deixasse ela se aproximar, ganhando ainda mais terreno em meu peito.

-Demorou. -Ela sussurrou em meu pescoço.

-Desculpe. -Seu pai me encarava serio, como se conseguisse sentir o que eu sentia, a podridão que se encontrava em meu peito.

-Pai, cuide-se bem. Amanhã eu venho arrumar a casa. -Ela o abraçou rapidamente.

 -Cuide-se filho. -Ele me olhou friamente.

 -Qualquer coisa, não hesite em chamar qualquer um de nós. -Adverti, afinal, ele também corria riscos com Chacal por perto. Saímos da casa caminhando lado a lado, ela procurou a minha mão, e não tive como negar ao toque dela. Apertei com força meus dedos em torno de sua mão fina. Ela me encarou, estava percebendo que tinha algo de errado.

-O que houve? - Seus olhos oscilavam entre o claro e o escuro.

 -Você quer voar?- Perguntei. È estranho como mesmo quando já temos certeza de uma resposta, nossos corações se enchem de esperanças para ouvir o que gostaríamos.

-Claro!- Ela falou animada. -Eu sinto que o céu me chama. -Ela completou, sorrindo. Meu coração não poderia estar mais pisoteado do que nesse momento.

-O que foi? Seu olhar está triste. -Ela mudou a expressão, encarando-me preocupada.

-Não é nada. -Forcei um sorriso, que durante toda a minha vida saiu fácil, e agora, não quis sair.

 O resto do caminho foi em silêncio, estava doendo de mais para falar. Assim que entramos em casa, Clarissa se virou, ficando em minha frente e encarando-me.

-Seth, o que está havendo?-Seus olhos me hipnotizaram.

-Clarissa, não é nada. -Tentei passar por ela. Ainda não tinha condições de contar a ela.

 -Não... Eu te conheço. -Ela impediu minha passagem.

-Você não vê?-Sentei-me no sofá.

 -O quê?-Sua voz estava tremula.

 -Eu te amo de mais. –Falei, respirando pesadamente. -Para te privar de ser quem você é. - Seus olhos deixavam claro que ela não estava entendendo.

 -Eu... -Ela deixou as mãos, que antes estavam suspensas no ar, caírem ao lado de seu corpo.

-Você quer o céu, e eu só tenho a lama para oferecer. –Desabei em dor e melancolia com o significado das palavras que saíram de minha boca.


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Notas finais do capítulo

beijos e espero reviews!