Nany desceu as escadas rapidamente. Ela passou pelo Salão Principal e viu os alunos tomando café. Ela saiu do castelo e foi em direção ao portão, tentando andar rapidamente para evitar que alguém à visse.

– Cavenaugh! Espere!

Nany se sobressaltou, e ao virar-se, viu uma garota loira, junto com um garoto alto, correrem em sua direção. Nany sorriu e disse:

– Luna! Neville!

Os dois chegaram ofegantes perto de Nany. Luna disse:

– Vimos você saindo do castelo. Voltará à dar aulas?

Nany suspirou e disse:

– Não tenho muito tempo para conversar. Tenho que ir.

– Iremos à Hogsmeade daqui há pouco. Pode nos encontrar lá? - disse Neville.

– Bem, Tonks pode esperar. Me encontrem no Três Vassouras assim que chegarem.

Neville e Luna sorriram. Nany olhou em volta e foi para o caminho de Hogsmeade. Ao chegar ao Três Vassouras, Rosmerta estava cantarolando enquanto terminava de limpar as mesas. Nany disse:

– Cantando, Rosmerta? Qual a razão para tanta felicidade?

Rosmerta sorriu e disse:

– Não é felicidade, Nany querida. Estou apenas acalmando os ânimos. Sabe que Potter sumiu, não sabe?

– Claro. Ele fugiu junto com Rony e Hermione. O que isso tem a ver?

Rosmerta olhou para Nany e disse:

– E se... eles estiverem mortos?

Nany percebeu os olhos de Rosmerta se encherem de lágrimas. Ela abraçou a dona do bar e disse:

– Eles estão vivos. Tenho certeza.

Rosmerta limpou algumas lágrimas e disse:

– Se o menino Potter estiver morto, Você-Sabe-Quem terá poder absoluto.

– Isso não vai acontecer. Notícias ruins se espalham rápido. Se estivessem mortos, o Lorde das Trevas faria questão de mostrar isso.

– Pare de dizer isso. - Nany estranhou e olhou confusa para Rosmerta. - Pare de chamá-lo de Lorde das Trevas. Me traz péssimas lembranças suas, Nany.

– Só porque me acostumei a chamá-lo por esse nome não quer dizer que eu continue leal à ele Rosmerta.

Rosmerta afastou-se de Nany, e recomeçou a chorar, enquanto dizia:

– Nany, eu temo por você. Um Comensal nunca deixa de ser um Comensal, até que morra.

Nany olhou nos olhos de Rosmerta e, segurando as mãos dela, deu um sorriso.

– Não se esqueça que eu sou diferente Rosmerta. Sempre fui diferente.

Rosmerta sorriu entre as lágrimas e abraçou Nany.

Os alunos começavam a chegar em Hogsmeade. Nany estava atendendo um grupo de alunos do terceiro ano quando Luna aproximou-se e disse:

– Professora, poderia se sentar conosco?

Nany sorriu e disse:

– Irei em breve Luna. Espere apenas um minuto.

Nany terminou de atender os alunos e seguiu Luna. Elas caminharam entre os clientes até o fundo do bar, onde Gina e Neville esperavam por elas sentados na última mesa. Nany se sentou ao lado de Neville, que ficou um pouco corado. Luna sentou-se ao lado de Gina e disse:

– Gostaríamos de conversar com você, Cavenaugh.

Nany sorriu e disse:

– Me chamem de Nany. Não sou mais professora de vocês.

Gina assentiu. Neville disse:

– Não voltará à dar aulas?

– Nâo por enquanto. - o olhar de Nany encontrou o de Gina. - Ainda sou procurada por Vocês-Sabem-Quem.

– Mas se você foi uma Comensal, não tem a...? - Gina perguntou isso olhando para o braço esquerdo de Nany, coberto pela manga da capa e pela usual luva de renda.

– Quer saber se o Lorde das Trevas pode me rastrear pela Marca Negra?

Gina assentiu, um pouco envergonhada. Nany olhou em volta e, levantando a manga da capa, tirou a luva lentamente, revelando a caveira com língua de cobra marcada à fogo na pele de Nany. Neville ficou branco como cera, assim como Gina e Luna. Nany recolocou a luva no braço e disse:

– A Marca na verdade é um meio do Lorde das Trevas se comunicar conosco. Quando um dos Comensais toca a Marca em seu braço, ele sabe quem o está chamando. O mesmo acontece quando o Lorde das Trevas toca sua própria marca, e todos nós recebemos o chamado. É por isso que os Comensais são sempre tão frios. Uma pessoa normal não seria capaz de suportar a dor causada pela Marca.

Neville olhou para Nany e disse:

– Você não é fria.

Nany sorriu para Neville.

– Quantas vezes eu já ouvi isso...

– Você não é como Belatriz Lestrange.

Neville falou o nome de Belatriz entre dentes. Nany olhou para Neville e notou diversas cicatrizes no rosto do garoto. Ela disse:

– Quem fez isso com você?

O garoto evitou o olhar de Nany e disse:

– Isso? Não foi nada, eu estava jogando e...

– Você acha que não sei diferenciar marcas de tortura de marcas de balaços, Neville?

Neville ficou calado. Nany encostou nas cicatrizes do garoto, e algumas lágrimas rolaram pelo rosto dele. Gina sussurrou:

– Eles são realmente terríveis.

Nany olhou para Gina e disse, com raiva:

– Amico e Aleto. Não acredito! O que fez para merecer isso Neville?

Neville enxugou as lágrimas e lentamente disse, sorrindo:

– Se eles forem sangue-puros, eu sou Draco Malfoy.

Nany sorriu. A porta do bar se abriu, fazendo os sinos tocarem. Gina disse:

– Professor Slughorn e professora McGonagall.

Nany olhou para a entrada e disse:

– Não se meterão em apuros se alguém os vir conversando comigo?

Luna balançou os ombros e disse:

– Não faço idéia. Do que iriam nos acusar?

– De acorbetarem uma fugitiva - Nany voltou a olhar para Neville. - Você foi corajoso de os encarar desse modo, Neville. São poucas as pessoas que tem a sua ousadia.

Nany pôs sua mão em cima da mão de Neville e sorriu. Neville ficou bastante corado. Os sinos da porta soaram novamente. Luna disse:

– É o Snape!

Nany olhou para a entrada e viu Snape correndo os olhos pelo bar. Ele avistou Nany e andou até ela, ignorando os olhares confusos e curiosos dos clientes. Neville se espremia contra a parede à medida que Snape chegava mais perto. Nany largou a mão de Neville e se levantou. Snape parou à frente dela, e, olhando rapidamente para Neville, sussurrou olhando nos olhos de Nany:

– Amico e Aleto sabem que está aqui. Vamos sair daqui, agora.