Não fiz nada praticamente nesse intervalo de dois dias, então vou pular logo pra aquele 12 de fevereiro...

Eu realmente não sabia o que vestir... Nunca tinha ido num enterro, até aquele dia. Maravilha, o enterro da minha mãe e eu tenho que perguntar "O que eu uso?"!

-Terno preto...- Scooter disse, quando ele passou pela porta. Ás vezes eu acho que as pessoas consegue ler a minha mente... Fato.

-Valeu...

-Vamos em meia hora...

-Ok...- Me virei para o armário e coloquei um terno que estava guardado lá no fundo do armário. Me troquei bem rápido e sem humor nenhum, e fomos para aquele cemitério exatas meia hora depois.

Já no carro, eu estava com uma coisa entalada na garganta. Olhando para a janela, com as coisas se mexendo lá fora, eu gaguejei:

-S-Scooter... Você vai se importar se... Se eu não te chamar de "pai"?

-Claro que não... Até eu demorei bastante pra chamar meu pai de pai...

-Ah, tá...- Não falei mais nada além disso, até chegarmos. Um tempo depois, já na cerimônia, um carinha aí estava dizendo, com voz de locutor de rádio:

-Pattie Mallette, parceira, mãe, amiga, heroína para algumas...-Heroína... Ela já tinha recebido vários tweets de beliebers dizendo "Tia Pattie, eu te adoro! Você é a minha heroína!"- Está nos deixando esta tarde...

-Ela não está nos deixando...- Disse para mim mesmo, com os olhos inchados.- Pelo menos não a mim.

-O filho de Pattie, Justin, tem algumas palavras a dizer.- Me levantei e fui até o caixão. Olhei para ele e suspirei.

-Você não sabe o quanto eu queria acordar e perceber que isto é um pesadelo... Eu sei que a gente batia de frente ás vezes... Bastante, pra falar a verdade. Mas eu sempre amei você. Sempre... Você que me criou... E, se devem agradeçer a alguém por eu ser eu, estar onde estou, é a você... V-você foi a minha inspiração...- Abaixei a cabeça e soltei alguns soluços.- E o meu exemplo...- Afastei o microfone da boca e pûs a mão cobrindo meus olhos, chorando, de cabeça baixa. Fiquei uns segundos assim, depois levantei minha cabeça e disse, soluçando:

-Você vai me fazer falta... Muita... E... É só isso que eu queria dizer... Obrigado...- Entreguei o microfone para o ministrador e me sentei novamente, de cabeça baixa, escondendo o rosto, para não mostrar que estava chorando mais ainda.