Lovestory escrita por Liane


Capítulo 1
I


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, nova fic...
Sou a autora de Prohibited e Segundas Intenções...
Essa fic é bem diferente das outras, mas espero que gostem. Acho que ela vai ser mais curtinha do que Prohibited, mas vamos ver ao longo do caminho né?



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A garota abriu os olhos para a luz fria e rósea que antecede o amanhecer. Já se ouvia barulho de pratos mexidos e caixas arrastadas do aposento ao lado, que era separado de seu minúsculo quarto apenas por um lençol velho, esfarrapado e encardido.

Apesar de muito cedo, Isabella Swan já não sentia sono. Estava acostumada a acordar àquela hora da madrugada para ajudar o pai com o leite. Espreguiçou-se gostosamente e se levantou devagar. Vestiu o vestido gasto e remendado por cima da camisa de gaze amarelada, calçou seu sapato rachado em vários pontos e saiu para cumprimentar seus pais. Apesar de não serem seus pais de verdade, adotaram a garota quando ela foi abandonada em sua porta. Eram pobres e faziam muitos sacrifícios para se alimentarem, mas mesmo assim acolheram uma boca a mais e ela sempre lhes seria grata.

– Bom dia. – Exclamou animada.

– Bom dia querida. – Rennée a cumprimentou carinhosamente de onde estava, ao fogão, preparando o café-da-manhã modesto, para três pessoas.

– Bom dia filha. Ajude-me com as caixas, querida, já não sou mais tão jovem. – Não, Charlie não era mais tão jovem, mas com certeza era um bom homem, bom pai e bom marido. Daqueles que realmente faria falta, do modo como o mundo hoje está cheio de bandidos e homens ruins.

Bella ajudou o pai a carregar as caixas com garrafas de leite para a carroça parada no pátio ao lado da casinha minúscula. Voltaram para dentro e comeram o mingau que Rennée lhes preparara.

Não era uma comida maravilhosa e os flocos dos quais fora feito já estavam velhos, mas era delicioso para uma pessoa que não comera nada além de restos da mesa na noite anterior. Depois Bella poderia beber algum leite quando Charlie terminasse de vender e sobrasse alguma garrafa. Se sobrasse.

Saíram os três de casa. Charlie levou Rennée direto para a grande mansão imponente em que trabalhava como cozinheira e então passou direto para o bairro mais modesto ali perto, modesto, porém muito mais farto do que o bairro miserável onde os três moravam. Lá, ele e Bella se encarregariam de vender o leite para cozinheiras como Rennée, que preparariam o desjejum para seus patrões, que em breve estariam acordados.

Sobraram duas garrafas de leite ao fim da manhã e Bella se encarregou de acabar com uma, deliciada. Não estaria boa no dia seguinte, de qualquer jeito. Seu pai tomou a outra e se dirigiram para a mansão dos Hale, onde Bella ajudaria sua mãe com o almoço da família. Charlie tinha que se dirigir para uma fazenda ao norte, onde pagaria por mais leite, o qual venderia no dia seguinte.

A mansão estava mais agitada do que Bella se lembrava de ter estado. As empregadas estavam fofocando sobre a chegada do jovem senhor Hale e seus dois amigos, estudantes de medicina como ele. As meninas estavam muito animadas com a perspectiva de se encontrarem com tais senhores ricos e elegantes quando fossem servir o chá esta tarde.

Bella não se importava, nunca saía da cozinha. Ajudava a mãe com os afazeres e, no fim do dia, limpava o chão em troca de algumas poucas moedas e restos da mesa, que eram seu jantar todas as noites.

E assim foi naquele dia. Muito depois de a família ter ido dormir, Bella limpou todo o chão da cozinha e ajudou a mãe a terminar de lavar e guardar as panelas, e ambas saíram para o frio da noite, onde Charlie as esperava, sentado na carroça, muito bem agasalhado, mas mesmo assim tremendo de frio.

Em casa, Bella imediatamente se acomodou sob os cobertores quentes de sua cama. Antes de dormir, no entanto, se inclinou de lado e puxou uma pequena caixa que guardava debaixo da cama. Tirou as moedas que ganhara com seu trabalho de hoje e juntou às poucas outras que havia ali. Estava economizando para comprar um livro de poesia que vira de relance na vitrine de uma livraria.

Essa era sua paixão. Os livros. Tinha alguns, que estavam empilhados em uma caixa de madeira aos pés de sua cama. Estes ela pegou do lixo quando o quando o Sr. Stevenson, do fim da rua, morrera e sua mulher, deprimida, jogara tudo que era do velho fora. Bella não poderia deixar aqueles tesouros irem para o lixo. Lia e relia várias vazes os mesmos exemplares surrados, fascinada. Adorava os de poesia principalmente. E sonhava com um amor tão belo quanto o que os poetas descreviam.

Mas isso era apenas à noite. Durante o dia, enquanto trabalhava, via o quanto a vida era dura e que ninguém tinha tempo ou desejo de encontrar um amor como aquele. Exceto ela.

Finalmente estavam de férias. Apesar de ansioso para terminar os estudos e começar a exercer sua profissão, Edward Cullen já estava exausto e entediado. Tudo o que via, todos os dias, eram cadáveres e mais cadáveres, nos quais precisava aprender a anatomia humana. Ultimamente ele andava interessado mesmo era na anatomia das mulheres, de preferência vivas. Mal via a hora de sentar numa sala aquecida e cheia de risos e, mais tarde, ter a companhia de uma das empregadas em seu quarto.

Foi realmente uma gentileza de Jasper convidar a ele e ao seu irmão para passar uns tempos em sua casa na cidade. Edward sabia muito bem que ele tinha uma bela irmã que andava em busca de um marido. Não estava nem um pouco disposto a se comprometer, mas parecia que Emmet achava que já era a hora dele. Seu irmão já estava mais adiantado do que ele e Jasper na profissão. Enquanto os dois ainda iriam para o ultimo período antes de se formarem, Emmet era residente no hospital da faculdade e mal tinha tempo para respirar, mas estava sempre disposto a cortejar uma bela dama.

A casa era certamente senhorial e muito imponente. Saltaram da carruagem e, ao entrarem na casa, uma jovem empregada veio tirar-lhes o casaco. Os três rapazes a miraram com interesse e a moça corou, embora sorrisse.

“Espero que haja mais dessas por aqui ou teremos que disputá-la em um duelo.” Edward pensou. Riu com a piada mental.

– Rindo sozinho? – Emmet perguntou animado.

– Uma piada particular eu diria. – Edward respondeu simplesmente.

Na sala de visitas, foram saudados pela bela senhora Hale e sua linda filha Rosalie. Linda seria um ultraje perto daquele rosto perfeito e o corpo de um anjo. Viu a boca de Emmet ficar relativamente aberta quando olhou pra a moça e reprimiu uma gargalhada. Ela analisou os irmãos Cullen com vívido interesse, mas seu olhar se fixou principalmente em Edward, sem ser muito obvia, certamente. Tão obvia quanto uma dama respeitável poderia ser.

– Estou tão feliz de tê-lo em casa, querido. Você realmente faz falta nesta casa. – Disse a Sra. Hale para o filho, que segurava sua mão, sentado ao seu lado.

– Certamente que também sinto falta de casa mãe. – Ele respondeu respeitosamente.

– Como está indo na faculdade Jasper? Agora que está no ultimo ano as coisas devem estar mais fáceis. – Rosalie perguntou educadamente.

– Pois é exatamente o contrário, irmã. Cada vez se torna mais difícil, mas certamente valerá à pena quando pudermos salvar vidas. – Ele proclamou, ao que recebeu fervorosos murmúrios de concordância dos amigos.

– E os senhores? São tão sonhadores quanto meu amado irmão? Também desejam salvar vidas? – Rosalie se voltou para os convidados, olhando para o mais jovem dos irmãos, mas foi o outro, que era grande como um urso, que respondeu.

– É o nosso sonho desde crianças, senhorita. Mas também está no nosso sangue, já que nosso pai também é médico. - Emmet falou sonhadoramente. Ele certamente sempre foi mais apaixonado pela profissão do que o irmão. Não que Edward não quisesse ser médico, mas também tinha outras paixões além dessa, as quais incluíam poesia e música.

A conversa fluiu agradavelmente sobre sonhos e vocação durante o jantar. O Sr. Hale já não era mais vivo, deixou os negócios nas mãos da mulher, coisa muito incomum naquela época.

Normalmente o filho mais velho ou o genro, se o homem não tivesse filhos, seria quem assumiria os negócios. Mas Jasper não parecia se importar. Não tinha o mínimo interesse nas empresas do pai, era um verdadeiro sonhador.

“Dar-se-ia bem com Alice.” Edward pensou.

Sua irmã mais nova era uma verdadeira sonhadora, às vezes sonhava alto demais até e acabava fazendo todos passarem por maus bocados quando não atendiam aos seus caprichos.

Edward sentia falta de casa e de sua família. Passaria alguns dias na casa dos Hale e depois os três amigos iriam para a mansão dos Cullen antes de voltar para a faculdade.

Mas isso não era imediato. A coisa mais imediata em que ele podia pensar era em uma dama. Uma das empregadas, encarregada de servir o café depois do jantar, ficou paralisada por um segundo quando o mirou. Depois serviu o café nervosamente e saiu. Edward pediu licença para ir ao toilet e seguiu a moça. Encontrou-a andando rápido pelo corredor escuro que levava à cozinha.

– Espere. – Ele chamou. A moça parou, chocada.

Ele se aproximou e sentiu a respiração ofegante da garota. Prensou-a contra a parede e beijou-a. A garota não se mexeu para nada, parecia uma boneca de cera.

– Pode encontrar-se comigo, no meu quarto, mais tarde?

Ela não era a moça mais bela do mundo com certeza, mas ainda assim era jovem e bem encorpada. Tinha cabelos negros e olhos da mesma cor, que pereciam sem vida.

– O que o senhor quiser. – Ela sorriu largamente, se recuperando do choque e contente de ter chamado a atenção de homem tão belo. No entanto sabia que depois que ele se fosse, provavelmente não o veria mais.

Naquela noite Edward Cullen teve em seu quarto um belo adereço, que o aliviou depois de tanto tempo sem ver uma mulher. Apesar de cavalheiros não conversarem sobre aquilo tão abertamente, ele sabia que tanto seu irmão quanto seu amigo também tinham encontrado com quem compartilhar a cama hoje.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?Ed galinha e Bellinha sofredora...Isso vai dar certo?Reviews please...Bjus