O Cisne Branco escrita por anonimen_pisate


Capítulo 27
Capítulo 27




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P.O.V – Hellena di Fontana

O resto das semanas passou totalmente normal, sem súcubo, sem mestiça vampira, e ate sem visitar Alec muito. Na maioria das vezes nos falávamos pelo telefone, o que deixava a relação menos paranormal.

Ta, eu não sei por que sempre digo quando minha vida esta normal ou não, eu adoro ser anormal.

Eu estava deitada na minha cama lendo uma revista, esperando dar o horário da aula de dança do ventre, ate que era bem legal, eu já estava dançando bem, tenho uma facilidade incrível para aprender.

Agora aprendíamos a dança hindu junto. Nossa, nem acredito que Blake me meteu nisso, para ela, o quanto mais de dança soubéssemos, ajudaria no currículo. Ok. Ela esta certa, mas não precisava exagerar tanto. Apesar de eu ainda achar que ela quer me distrair, ou algo assim.

Terminei a revista e liguei a televisão. Vampire Diaries.

Graças a deus não estava dublado. Ver Damon e Stefan falando italiano era terrível, se bem que eles eram italianos. Ah, que seja.

Como o Damon era lindo. Porque eu tinha essa atração por vilões? Eu achava os mocinhos tão chatos! E ele era tão sexy, porque a Elena não escolheu ele?

Ta, o Stefan também é legal, ele faz bem para Elena, protege ela, e tem a cabeça no lugar, alem de não tentar matar o irmão dela.

-Porque as personagens principais sempre ficam com o bonzinho? – saltei tomando um susto quando Alec surgiu escorado na minha parede. Sua típica pose de braços cruzados, eu sempre via ele assim.

-Não sei bem... Acho que é porque elas têm medo que os vilões não as amem de verdade. Talvez elas precisem de uma segurança. – me levantei indo até ele. – Quando se é um vilão, ninguém sabe do que ele é capaz.

-Tem medo que eu não te ame?

-Dês de quando você é o vilão?

Ele sorriu.

-Sou um monstro Hellena.

-Sabemos o que somos, mas não sabemos o que poderemos ser.

-Então procurar frases de Shakespeare no Google é o que você faz no tempo livre? – sorriu torto.

-Talvez. – fiquei mais próxima e ele virou o rosto.

-O que foi Alec? – perguntei com um pouco de magoa pela rejeição.

-Esfregar a droga na cara de um viciado não é uma boa idéia.

-Você não esta viciado. – falei indignada.

-E se eu estiver? – ele passou a ponta do dedo nas marcas de meu pescoço.

-Ser mandado para a reabilitação resolve? – mordi meu lábio inferior.

-Não. – falou divertido.

-Hellena! – minha colega gritou.

-Blake. – sussurrei.

-Ela esta subindo. – falou desinteressado.

-Se esconda.

Ele revirou os olhos. Pulou pela janela bem no minuto que ela entrou.

-Vamos?

-Claro. – sorri nervosa.

-Tudo bem? – perguntou.

-Tudo ótimo. Já estou indo, deixe eu só vestir a roupa. – empurrei-a para fora do quarto. Fechei a porta e corri para pegar minha roupa. Vesti tudo correndo e me debrucei na janela. – Alec. – sussurrei.

-Estou aqui. – falou atrás de mim.

-Pare com isso. – reclamei pulando.

Ele ergueu as mãos em sinal de rendição.

-Tudo bem. Só vim perguntar que dia é o natal.

-Daqui a dois dias.

-Já? – parecia surpreso.

-Não se preocupe. Agora vá. – empurrei ele de volta a janela.

Saltou por ela e sumiu nos arbustos lá embaixo.

Desci as escadas saltando de duas em duas.

-Hoje é nossa ultima aula Hellena! Não podemos nos atrasar!

Saímos pela rua. O sol começava a se abaixar no horizonte, deixando o firmamento levemente alaranjado. As ruas estavam movimentadas. Verona não era bem uma cidade que se pode andar de carro por todo canto. As pessoas preferem bicicletas ou motos pequenas.

Os italianos são alegres na maior parte do ano, sempre rindo e gritando. Eu amava a Itália, apesar dos meus parentes italianos terem nascido em Cicília, e eu nunca ter visitado aquele lugar, preferia muito mais Veneto.

-Vamos fazer o que de natal? – minha amiga perguntou.

-Uma ceia, troca de presentes, tal e tal... – estava na hora. – Mas antes, eu vou visitar aquele meu amigo.

-Ele é o que seu de verdade?

-Amigo.

-Você dorme na casa dele sempre que pode. – revirou os olhos.

-Ta. Talvez seja mais que um amigo. – falei vencida.

-Hum... – ela não perguntou mais nada.

Chegamos à aula com antecedência. Ficamos lá conversando com algumas das alunas, hoje eu me sentia simpática.

A professora chegou um tempo depois.

Fizemos as mesmas coisas que sempre fazíamos. Chegou ate a ser tedioso, já estou cansada de descrever o que sempre faço.

Enquanto eu dançava, consegui ver Alec escondido nas sombras em silencio. Sorri e continuei concentrada na aula.

-Hoje foi nossa ultima aula antes do recesso meus alunos! Tenham um bom natal. – saímos da aula junto com uma multidão de jovens que iam se dissipando aos poucos. Tomando caminhos diferentes e tal.

O vento invernal agredia meu rosto, deixando minhas bochechas vermelhas junto com meu nariz. Sentia minhas orelhas congelando aos poucos junto com as minhas mãos.

Chegamos em casa.

-Hell... – Blake começou.

-Hum?

-Eu tenho de sair... Tenho um encontro. – falou direta.

-Vai sair assim? – olhei-a de cima a baixo, não que estivesse feia, mas nem de longe estava bem arrumada para um encontro.

-Me lembrei que estou atrasada.

-Com quem é?

-Você tem seus segredos, eu tenho os meus. – ela piscou saindo.

Quenn estava na frente do espelho treinando passos de sua dança.

-Oi Hell, como foi à aula?

-Boa. Sabe com quem Blake vai sair?

-Um garoto ai da faculdade de musica. Um tal de... Klaus... – deu de ombros levanto a perna ate a cabeça.

-Ah! Eu sei quem é. Ele é gatinho.

-Vai ver minha apresentação?

-Se der eu vou. – sentei-me à mesa da cozinha com uma xícara de chocolate quente nas mãos. Bati minhas longas unhas na madeira. – Você vai estar fantástica no fim de tudo Quenn.

Ela sorriu.

-Você também. Será princesa perfeita. – beberiquei o liquido quente.

Princesa? Mas eu sou a bruxa.

Acordei cedo, e quando entrei no quarto das meninas, elas ainda dormiam profundamente. Vesti uma roupa quente, afinal estávamos no ápice do inverno.

Peguei minhas chaves e sai de casa.

Fui correndo ate a padaria.

-Grazie. – segurei a sacola de papel com pães quentes.

Sai da padaria cantarolando em italiano.

Enquanto andava pela rua, vi um vulto agachado em um banco na praça. Reconheci o vulto sendo Klaus. Corri até ele.

-Klaus! – sentei ao seu lado balançando-o.

Ergueu os olhos. Longas olheiras estavam abaixo de seus olhos vermelhos. A pele de seu rosto parecia uma folha de papel amassada, e seus cabelos estavam desgrenhados.

-Esta bem?

-Não. – falou com a voz rouca e falha. – Não consigo respirar direito. – tossiu e colocou a mão na garganta. Deu um pigarro e caiu no chão.

-Ah meu deus! Aiuto! Aiuto! – derrubei o saco de pães no chão.

-Oi Hell, onde estava? – Blake apareceu descendo as escadas.

-Onde eu estava? Onde eu estava? – comecei a gritar. – Eu estava no hospital!

-Por quê?

-Porque o cara que você saiu ontem estava quase morto no banco da praça!

-Co-Como assim?

-Eu tive que levar ele para o hospital, para que aplicassem insulina no sangue dele! Sendo que ele não é diabético! Ele estava com pressão baixa, e fraco ate para respirar! Você tem algo a ver com isso?

Blake estava de olhos arregalados.

-Quem te contou que eu estava saindo com Klaus?

-Quenn.

-Olha... Eu não sei o que houve com ele esta bem? Quando ele me deixou aqui foi para casa, e não nos vimos depois. Não tenho nada a ver com o que houve. – saiu pisando duro.

Deixei meu corpo cair na cadeira da cozinha.

Perai.

Segui o mesmo caminho que Blake havia feito, indo ate a varanda, onde Quenn estava sentada na mesinha de vidro folheando outro de seus livros.

-Esta louca Quenn? – Blake bateu as mãos na mesa.

-Ei. O que foi?

-Porque contou para Hellena com quem eu estava saindo?

-O que tem?

-O que tem é que ela encontrou ele na praça, sem energia nenhuma.

Quenn apertou os lábios e arregalou os olhos.

-Agora ela acha que eu tenho algo haver com isso!

-Blake... Foi muito mal.

-Foi mal mesmo Quenn, e espero que isso não aconteça nunca mais.

-Blake... – ela interrompeu a fala da amiga com a mão.

-Não vamos falar sobre isso. – moveu a cabeça para o lado, mas como estava de costas para mim, não consegui ver o que indicava. – E espero que não aconteça mais.

Veio na minha direção, me encolhi do lado do armário e esperei ela passar.

Aubrey passou a cauda no meu rosto. Nossa, eu havia me esquecido por completo das minhas gatinhas.

Ai que droga! O que estava havendo hein?


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