Maldito Mestre. escrita por Arizinha


Capítulo 30
Capítulo 30 - Revolta Discente


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo :(



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Ok. Eu ainda estou quente e arfando, MAS dessa vez é por outra razão... Ok, Charlie está correndo atrás de mim e Edward com um chinelo. Se ele nos pegar vamos apanhar feio dele. E sério, isso é quase tão humilhante do que correr cidade a fora do seu pai que está com um chinelo na mão.

Ok, talvez não seja.

Edward corria furioso do meu lado. Eu não sabia dizer se ele estava frustrado por aquela situação, ou se ele estava completamente indignado por voltar a correr do chinelo com uns vinte e três anos na cara. Nunca disse que me namorar era fácil. Fora que eu estava cada vez mais convencida que haviam posto alguma coisa naquele chá fedorento.

Até correr estava me deixando excitada, caralho.

Exausta e com um pai doido quase grudado em mim – ser policial fazia bem pra forma física, né? -, pensei em me render.  Fazia um tempão que eu estava correndo, valia mais a pena levar umas chineladas. Até porque era capaz de eu gostar... AI, QUE NOJO! Chega!  Eu tenho que parar com isso.

“Eu...Odeio...Forks!” Edward resfolegou do meu lado.

“Cala...do!” resmunguei.

Viramos uma rua e eu dei uma espiada pra ver se meu pai ainda estava atrás de nós. Sim, ele estava. Vermelho, bravo e não parecia nada cansado.

“Aiii!” gemi. “Vou me entregar!”

“Não!” Edward se indignou.  “Não se renda.”

“Eu não deveria ter estado tão negligente com as lideres de torcida...” reclamei ainda correndo.

Dobramos outra rua e no final dela, tinha um lindo principio de floresta. Grata aos deuses, comecei a correr mais rápido. Charlie não poderia nos ver entrar no mato. Ai, meu deus, por que eu fui dar logo essa definição? Calor, calor, calor...

“Espera, sua louca, minhas pernas não estão me obedecendo mais.” Edward xingou.

O puxei pela mão e assim que vi a primeira brecha na vegetação, me joguei sem pensar nas consequências. Na verdade, qualquer dor física seria menor que a psicológica de apanhar de chinelo com dezessete anos de idade!

Atirada de costas nas folhas, arfei umas três vezes em busca do meu ar que havia sumido. Eddie parecia estar fazendo exatamente a mesma coisa do meu lado.  Então, Charlie passou correndo pela brecha das árvores. Ele parecia meio confuso, mas seguia firme e forte (aaaaaai, jesus!) atrás de seu objetivo.

Meu ex-rolo e eu nos entreolhamos e inevitavelmente começamos a gargalhar.

Gargalhar mesmo, de fazer a barriga doer e de se sentir o maior idiota do mundo por sequer conseguir parar de rir. Aquilo parecia tão engraçado agora... que não tinha mais perigo.

Edward inspirou e expirou umas três vezes pra se recuperar do acesso de riso enquanto eu olhava distraidamente pra ele. Ver ele sorri tão abertamente – quero dizer, fazer barulho de risada enquanto ri – não era tão normal assim. Ele era tão fechado... Tão orgulhoso.  

Eu consegui então, lembrar do motivo de tanta raiva: Seu orgulho. Ele tinha que me pedir desculpas, ele não podia simplesmente achar que ia ser assim... Depois de ele acreditar piamente que eu havia posto um par chifres em sua cabeça e, agora, não acreditar mais. Não se pode relevar uma coisa dessas.

De repente, nada mais tinha tanta graça.

Fiquei séria e me sentei. O ruivo deve ter notado minha mudança súbita de humor, porque começou a me analisar com seus olhos verdes. Pra meu desgosto, eu não consegui esconder que estava chateada, meu rosto se desmanchou.  Suspirei, tentando me recompor e me ajoelhei, me preparando pra levantar.

“Hei, o que houve?” ele perguntou, segurando meu pulso delicadamente.

“Se você não sabe, Edward, como eu vou saber?” fui irônica, levantando e me soltando.

Em menos de três segundos ele estava em pé também, de cenho enrugado e com aquela cara de professor maldito que eu tanto gostava.

“Bella, você pode parar com os joguinhos, por favor?” Ele quis saber, mandão.

Eu olhei pra baixo, chateada, mas esbocei um pequeno sorriso de desdém que transmitia tudo o que eu queria que transmitisse: nojo. Nojo de mim. Obvio que ele não veria por esse lado. Conhecendo ele como eu conheço, ele ia achar que eu estava rindo dele. E ele ficaria chateado. Sem nenhuma razão, só pra variar.

“Sabe, você tem razão.” Eu olhei pra seus olhos. “Eu tenho que ir agora, preciso estudar pro seu teste de amanhã.” Olhei pra cima e fiz aspas com meus dedos. “A prova mais difícil do ano!” sorri e girei, indo em direção a saída.

“Isabella, qual é a sua?” Ele agarrou meu pulso. “Por que você está fazendo isso?”

“Edward, me solta!” eu quase berrei. “Eu só estou cansada, tá legal? Eu corri feito uma demente, eu vi Quil ser preso e tive que aguentar sua bipolaridade durante toda a semana! Estou cansada, ok?”

Ele largou meu braço, mas seus olhos me fulminavam.

“Você está assim por causa de Quil? Mesmo depois de ele ter tentado me matar.”

“Eu não posso acreditar que você está distorcendo as coisas!” eu quase gritei, furiosa. “Você é ridículo! Não pode ser verdade! Como tem coragem de fazer isso comigo?!” eu queria machuca-lo naquele momento. Queria poder bater até toda a raiva e a impotência saírem de dentro de mim.

“Eu não estou distorcendo nada, Isabella, foi o que você falou.”

Juntei toda minha compostura e boa vontade, lhe encarando da maneira mais fria que eu consegui. “Quer saber? Você tem toda razão. Eu estou muito triste por Quil. Antes de você aparecer aqui nessa droga dessa cidade, nada era assim. Eu provavelmente seria amiga dele ainda e ele me levaria no baile de primavera – festa que por sinal eu fui indicada a rainha. Ele ia ser meu amigo ainda e não estaria preso naquela penitenciaria ridícula de Seattle!” eu podia ver que ele estava magoado, mas eu não conseguia me parar. “Se você não tivesse aparecido, eu não ia estar quase rodada em biologia no ultimo ano da minha vida escolar, eu não ia estar passando vergonha quase diariamente na frente de todo mundo. Eu não ia ser a X9 da turma!” passei as mãos pelos cabelos, meus olhos ardiam. “E sabe do que mais? Eu nem sei por que ainda estou aqui com você! Você consegue ser mais orgulhoso que eu, e isso é patético, porque você não consegue nem admitir quando está errado. Você é tão cego, que não enxerga nem quando magoa as pessoas que se importam com você.” Joguei minha cabeça pra trás, indignada. “Quer saber? Que você se exploda!”

Eu o encarei, esperando que ele esboçasse qualquer reação. Então, ele disse simplesmente:

“Acabou?”

Furiosa, respondi, quase chorando de raiva: “Sim!”

Então ele puxou meu pulso outra vez, enfiou uma mão por entre meus cabelos e me beijou. Eu comecei a bater em seus ombros e empurrá-lo pra trás, mas ele não parecia querer desistir.  O aperto em minha nuca ficou ainda mais forte e eu achei que ele estava puxando meus cabelos. Eu, na verdade, já estava cansada de lutar contra. Cansada de resistir. Então, me deixei levar. Prometendo a mim mesma que seria a última vez.

A última vez que ele beijaria meu lábio inferior e o mordiscaria, a última vez que ele sugaria meu lábio superior e, finalmente, aprofundaria o beijo. A última vez que eu sentiria seu gosto, a última vez que sentiria a maciez de sua língua a ultima vez que eu sentiria a doçura de seu beijo. Eu me entreguei. Eu sempre me entregava.

O aperto em minha nuca afrouxou, a intensidade absurda do beijo diminuiu e eu estava com os braços enganchados em seu pescoço. 

O beijo acabou em um suave encostar de lábios e ele envolveu minha cintura eu um abraço que eu fiquei feliz em dar. Senti sua respiração em meu pescoço, sua barba roçar em minha clavícula e seu cheiro perto de mim.

“Bella,” ele sussurrou.

“Hm?” foi a resposta que eu pude dar.

“Eu te amo,” ele sussurrou. “me desculpe” sua voz estava quebrada.

Eu sorri sem conter. Finalmente.

*

“Muito bem, turma” Edward parou em frente a nossa classe com aquela cara de mal comido de sempre.  “As notas estão sobre a minha mesa. Devo dizer, claro, que estou terrivelmente desapontado com vocês.”

A turma soltou muxoxos e vários suspiros preocupados. 

A prova tinha sido há alguns dias e estávamos todos muito preocupados com as notas.  Na verdade, eu não estava nem um pouco preocupada, Edward havia me passado o resultado gentilmente de todas as questões na noite anterior a prova. Aparentemente estávamos bem. 

Na realidade, ótimos.  Não podia dizer que era o mesmo caso dele com a turma.

“E, agora, em função das baixas notas, quero que pensem bem e estudem muito para os testes finais que serão realizados na sexta que vem.” Ele segurou os exames no  antebraço e seguiu distribuindo-os pela turma.

As notas foram todas um fiasco.

Ok, todas não, um ou outro se saíram realmente bem.  A minha e a das minhas amigas, obviamente, foram As+ lindos. Edward piscou pra mim quando me entregou o teste.

“Antes de liberar vocês, claro, quero dar dois avisos.” Ele pausou, olhando cada um de nós com as mãos no bolso. “As notas finais saem quarta-feira.” A turma estourou em conversas doidas por todos os cantos.  “Silêncio!” ele suspirou antes de seguir.

Ele estava preocupado?

“Tá, e o segundo aviso é que quarta-feira, na nossa próxima aula, a minha conselheira virá nos visitar. E nós saberemos que eu passei no estágio ou não, pelo jeito que eu darei a aula.”

O sinal tocou e antes que eu pudesse perguntar pra Eddie o que era isso, fui arrastada pelas garotas pra fora da sala. Elas queriam – e devo dizer que queriam muito – comprar as roupas pro baile de máscaras de sábado. Pelo que eu entendi, era de máscaras e não a fantasia.

De certa forma, era melhor assim. 

“Eu quero ir de azul marinho.” Comentou Alice. “E com um vestido liiindo!”

Eu suspirei profundamente. Ainda tinha essa bobagem de roupas bonitas, só pelo fato – idiota diga-se de passagem – da rainha do baile. E das indicações e de eu provavelmente perder pra Rose ou Alice. Não que me importe...

Enfim.

“Eu quero achar alguma coisa bordô... Ou verde musgo.” Rose disse. “Sei lá. Alguma coisa que tenha brilho e realce minhas curvas.”

Não falei nada. Eu não achava que ia ao baile, afinal de contas.

“E você, Bella?” Alice perguntou. Acho que tinha que ser algo em preto... Sua pele é bem branquinha, ia ficar lindo em você!”

Mexi na barra da minha blusa distraidamente. Isso seria ruim. “Hm... Eu, bem, eu ainda não sei se eu vou.”

“O QUE?” as garotas gritaram. Em uníssono. E BEEEEEEEM alto. Oh, deu, fiasco!

“Shiu!” mandei. “Ué, eu não sei se vou ao baile, ora! Eu e Edward finalmente estamos nos entendendo... E eu não vou perder isso só por causa de uma festa idiota.”

“Mas, Isabella, não é uma festa idiota!” Rose disse, ela estava chateada. “É a nossa festa idiota, você não pode entender?  Essa, se dermos sorte, vai ser a nossa última festa da escola. Ano que vem nós...” ela parou. Ela tinha falado demais? Opa, opa, opa.

“Nós?” Instiguei. Alice mordeu o lábio inferior, nervosa, enquanto Rose baixava os olhos. “Oh, meu Deus! Do que vocês estão sabendo que eu ainda não sei?”

Rosalie suspirou profundamente antes de seguir:

“Eu estou indo pra Princeton...”

“Princeton? Nova Jérsei?”  Eu não pude evitar o grito. “Mas nós todas fomos aceitas em Darthmouth! Por que você não vai pra lá?”

“Minhas mãe quer que eu faça medicina lá.” Ela deu de ombros, como se não fosse nada.

“Mas... Mas, Rose, a medicina de Darthmouth é ótima! Tenho certeza de que se falarmos com sua mãe ela vai deixar e-.”

“Bella,” Rose colocou o braço em meu ombro. “Eu quero ir pra Princeton. Foi onde meu pai se formou.”

Olhando em seus olhos eu vi que era uma batalha perdida. “Por que você não contou antes?”

Ela olhou pra baixo e me encarou profundamente. “Você tinha seus problemas.”

Aquilo foi tipo o fatality da conversa. Eu não tinha os meus problemas, eu tinha sido ausente. E ver as minhas amigas me defendendo enquanto elas mesmas passavam trabalho, era uma das situações mais terríveis que eu podia imaginar. Eu havia sido negligente com elas, ausente, egoísta e elas, ainda sim, me defendiam de mim mesma. 

“Oh, garotas...” eu choraminguei. “Eu sinto tanto, tanto...” meus olhos começaram a lacrimejar fortemente.

“Calma, Bella!” Alice disse, me passando a frente e abraçando meu pescoço. “Não é como se não fossemos nos ver nas férias, nos feriados e nos ligar todos os dias para uma conversa em linha tripla!”

Rose sorriu concordando.

Não ia ser a mesma coisa... Não ia ser nunca mais a mesma coisa. Fiz um beicinho concordando. “Tudo bem,” suspirei. “Acho que preto é minha cor, então.”

Elas sorriram.

*

“Edward, fica calmo!” mandei, lhe estapeando o ombro. Hoje era quarta-feira. O dia que a maldita professora de Edward vinha ver como ele estava com seus alunos e se ele estava aprovado no estágio ou não.

“Eu estou calmo.” Ele respondeu, suspirando audivelmente.

“Aham, e eu sou uma lhama!” ele sorriu de canto. “Vai dar tudo certo, ok? Você é um bom professor e todo mundo tem medo demais de você.”

Ele achou graça nisso.   “Eu tenho que ser amado, não temido.”

Lhe olhei com a minha cara de “Quero seu sangue” e respondi, simplesmente. “Pensasse nisso antes!”

O empurrei sala a dentro. Ainda não tinha ninguém, o que era ótimo porque poderíamos nos agarrar como fizemos nas duas últimas aulas, mas já havia sido muito bem avisada de que hoje eu tinha que me comportar.

Não o escutei, óbvio.

Me agarrei em seu pescoço e ele começou a empurrar meus braços. “Bella, sua maluca, para!” ele riu.

“Não, não. Rapidinho.” Segui me agarrando.

“Para, sério!” ele mandou.

“Não, não.” Gargalhei, tentando me segurar.

Ouvimos um pigarro enorme vindo do fundo da sala. E pânico, Edward me empurrou fortemente pra longe dele, me fazendo dar vários passos pra trás antes de bater contra a porta. Minhas costas doeram demais e com a batida forte, não consegui me mexer direito.

“Oh, Deus...” Edward disse, claramente arrependido.

No momento em que fui sair dali, a porta se escancarou graças a Mike Newton. Fui arremessada contra a parede, batendo com minha testa na parede.  Furiosa, saí dali com a mão na testa, vendo a tal professora com os braços cruzados olhando de Edward pra mim e de mim para Edward repetidamente.

“Isso é totalmente explicável!” Avisei, olhando feio pra meu estagiário. “Ele tem um pelo feio demais no nariz.” Disse depois de pensar um pouco. “Eu só queria tirar.”

“Ah, é?” Ela me olhou, incrédula.

“Sim!” fui até Eddie que estava ame olhando com uma cara péssima e lhe arranquei um tufo de cabelos do nariz.

“Aaaaaaau!” ele berrou, agarrando seu aparelha olfativo.

“Sinto muito.” Disse, passando por ele e dando um encontrão.

Não era um comportamento exemplar, mas ele mereceu pelo empurrão e por eu ter tido minha testa praticamente rachada em duas.

Mike já estava em seu lugar, portanto não tinha como eu lhe arrebentar a cara com eu estava sentindo vontade, então virei pra frente e esperei os outros chegarem.

Rose e Alice chegaram logo e elas estavam olhando desconfiadas ao redor.

“Sabe,” Rosalie comentou assim que se sentou. “Você não está notando nada diferente?”

“Tipo?” perguntei, distraída, olhando pra Edward que conversava animadamente com a professora.

“Todos eles se sentaram... Calmamente.” Alice completou. “Eles estão... Comportados.”

Encarei a turma, estranhando. Era verdade, todos eles estavam calmos. A sala estava quieta e imóvel, os alunos sequer conversavam uns com os outros. Era possível ouvir apenas a conversa sobre a importância da biologia entre os dois professores e só. Mike estava em seu lugar de costume, Jake estava em seu lugar de costume, nós estávamos nos lugares de costume e toda a turma estava no lugar de costume. Mas, ali, tinha uma coisa errada.

E eu podia ver isso em cada olhar de cumplicidade.  Eles estavam aprontando algo. E, sinceramente, eu estava com medo de como seria essa aula.

O sinal tocou no corredor, fazendo os barulhos de conversa do lado de fora aos poucos silenciarem e meus devaneios serem completamente confundidos.

“Boa tarde, turma!” Edward foi até a frente da turma que estava diminuída. “Essa aqui é a Nina Benson, minha professora. Ela vai assistir a aula hoje . Então, comportem-se, temos visita.”

Então, quando a professora excessivamente magra passou o corredor desfilando sobre as sapatilhas pretas e baixas, a situação caótica teve início.  Um dos alunos jogou a mochila no chão propositalmente, fazendo a pequena mulher quase cair.

“Oh, desculpe.” Ele disse, fingindo inocência de forma exagerada. “Não foi por gosto.”

Edward mandou um olhar mortal pra Tyler que sorria depois de ter sido desculpado pela mulher e seguiu a aula.  Ele começou uma revisão no quadro, colocando a palavra “Fecundação” marcada como tópico, então ele se virou pra turma e começou a explicar:

“Bem, como vocês sabem-“

“Eu não sei de nada!” Seth cortou, causando risinhos em todos.

Edward pigarreou e seguiu: “...A fecundação ocorre com a união dos-“

“Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!”  Mike sorriu. “União! Espertinho.”

“Calem-se!” Eddie mandou, bravo “Vocês querem aprender isso ou não?”

“Não!” responderam todos.

Edward suspirou profundamente. “A porta da frente é cortesia da casa. Sintam-se a vontade de sair a hora que vocês bem entenderem.” Eles se calaram. “Enfim, a fecundação ocorre quando dois gametas se encontram-“

“AAH, TÁ MUITO ESCURO AQUI!” Tyler reclamou, dando um berro exageradamente alto no meio da aula. “Simon, acende ali a luz!” pediu.

Simon levantou, sorridente, indo até a lâmpada. Acendeu.

“Ah, assim-“

Apagou. Acendeu. Apagou. Acendeu.

“O que você...”

“AAAH, ENTENDIIII!” ele disse, arrancando risos de todos.

“SENTE-SE AGORA, SIMON!” Edward disse, furioso.

Simon sentou rapidinho.

“Acho que vocês precisam de um tempo,”  eu podia o ver reunir toda sua paciência. “Vou fazer a chamada.”

Ele sentou na cadeira e todos o alunos fizeram barulhos arrastando suas cadeiras, levantando.

“Mas o que...?” Edward estava muito chocado. “Sentem!” mandou levantando.

Todos sentaram.

Ele voltou a sentar e todos eles levantaram. “CHEGA! SENTEM AGORA MEMSO U EU VOU CHAMAR O DIRETOR AQUI!” Eddie explodiu outra vez e eles sentaram. “Mas que inferno, o que deu em vocês hoje?”

A pergunta era retórica e o jeito que ele falou era inapropriado. Virei e dei uma breve espiada na professora que fazia sua presença marcada mesmo quieta no fundo. Ela anotava coisas sem parar em seu caderninho. Isso era tão injusto! Ele não passaria por vingança desse bando de imbecis!

“Amanda?” ele começou.

“Presente.”

“Anne Benett?”

“Aqui.”

“Anne Stanley?”

“MUUUUUUUU!”

A turma explodiu em risadas descontroladas. Edward levantou a cabeça pra cima. Ele estava em seu extremo.  Jogou a caneta sobre a mesa, encarando a turma furiosamente. O desfaio havia sido importo, eu via.

“Muito bem.” Ele disse. “Sem chamada, vamos voltar a aula.” Ele sorriu, irônico. 

Ele seguiu a explicar o conteúdo, até Jake o interromper:

“Droga! Alguém aí tem uma furadeira?”

Eu tive que rir. Quem traria uma furadeira pra sala? Nosso lindo estagiário o ignorou.

“Aqui!” Tyler tirou uma da mochila, entregando pra ele, de forma sorridente. Eddie seguiu ignorando, mas dessa vez o giz quase rasgava o quadro negro com a brutalidade que ele usava pra escrever as palavras.

Jacob Black pegou a furadeira, foi até a parede e fez um buraco na mesma, enfiando uma bucha, um parafuso e colocando a mochila pendurada ali.

Edward encarou tudo de braços cruzados e a mulher lá atrás olhava pra ele como se olha pra um animal incompetente.

Jake deu um sorriso pra ele, de escárnio e eu quis pular em seu pescoço.

“Tá calor aqui, né?” Simon perguntou, indo até o ventilador de teto e o ligando. Milhares de partículas de isopor começaram a voar para todos os lados, grudando nas paredes, piso, mochilas, cabelos... A turma começou a gritar e a falar todos ao mesmo tempo, as meninas soltavam gritinhos histéricos com aquele monte de bolinhas brancas em seus cabelos limpos e a mulher lá de trás, levantou com a zona que havia se formado.

Todos falavam ao mesmo tempo, bolinhas de isopor voavam para todos os lados, um celular com um toque de “Cala boca, filha da puta...” e mil outros palavrões começou a  tocar de forma descontrolada em algum canto da sala, a mulher começou a berrar pra Edward por ordem na sala, mas a gota d’água mesmo foi quando Tanya, Kate e Megan entraram pela porta de sutiã e saias curtas.

Eddie olhou horrorizado pra elas que pararam de sorrir assim que viram a mulher derrubar a ata que ela segurava e a caneta no chão, em verdadeiro choque.

“OH, MEU Deus!” Tanya gritou, tapando-se. “ela vinha hoje? Oh, meu Deus, Edward, eu sinto muito. Achei que você ia querer me ver assim outra vez antes de ir e...”

“Cale-se Tanya,” Kate mandou. ‘Ninguém pode saber do caso com o professor!”

“É, Tampem-se!” Megan mandou.

Agora, o silencio ali era sepulcral. Com exceção do toque.

O professor Cullen saiu bufando pela porta, realmente furioso. A guerra havia acabado, eles haviam ganhado... Então era assim? Edward ficava conhecido como incompetente e tudo terminava bem pra eles?

Era injusto!

“Eu sinto muito,” a mulher seguiu. “Deve ter sido um horror aguentar esse homem como professor... Tenho que ver bem as pessoas antes de manda-las pra cá outra vez.”

“Realmente.” Anne alfinetou.

“Em nome da Universidade de Los Angeles eu peço desculpas,”

“NÃO OUSE PEDIR DESCULPAS.” Ah, tá. Eu fiquei quieta a aula inteira. “Edward Cullen era um ótimo professor, esses alunos aí só fizeram isso HOJE porque desde o primeiro dia de aula eles respeitam Edward como se respeita o diretor da escola ou o presidentes dos EUA!” eu havia perdido a paciência.

“O sr. Cullen jamais ia permitir alunas nuas na sala de aula, Tanya e seu grupinho só vieram desse jeito hoje porque repetiram numa prova que ele passou, porque passavam a aula inteira se jogando pra ele sem ter nenhum retorno.”

“Ao contrario de você, não é?” Tanya rebateu, a ignorei completamente.

“A verdade é que todos estavam irritados com ele. Você acha mesmo que todos os dias eles trazem furadeiras? Ou sentam e levantam! Eu me sinto envergonhada por fazer parte dessa turma e não por ser aluna de Edward. Me sinto realmente envergonhada por vocês TEREM ROUBADO UMA PROVA DELE  e ainda terem a cara der pau de vir dar troquinhos! Vocês são adultos, estão saindo do médio, vão pra uma universidade!” me indignei. “CRESÇAM!”

A turma ficou quieta um pouco mais. “Isso é a verdade?” a mulher inquiriu. Ninguém respondeu e ela voltou a perguntar. “ME RESPONDAM! É VERDADE?”

Ninguém respondeu mais uma vez. “Não posso dizer se é verdade se só você me disser isso, garota,” ela disse “São trinta contra uma.”

“Eu a apoio!” Ross e Alice saltaram.

“São amigas dela! Iam confirmar qualquer coisa.” Kate disse.

A mulher deu de ombros. “Eu confirmo a história da Bella.” Jacob Black, pra meu total espantou, me apoiou.

“O que? Como você pode fazer isso?” Megan gritou.

“Sinto muito, mas é a mais pura verdade. A turma armou pra ele porque estava furiosa pelas notas baixas... Ele pode ser um infeliz desgraçado como professor, mas é justo... Pelo menos, mais do que a gente.”

“Era tudo que eu precisava saber.” A professora sorriu e saiu. Eu corri também porta a fora, precisava ver Edward Cullen.

(...)

“Você o que?” eu berrei, retirando suas roupas da mala de volta.

“Eu estou indo embora!” ele disse, colocando-as de volta.

“Mas por quê?” perguntei, retirando todas de novo mais sendo barrada por Edward. Ele segurou meus pulsos até os soltar as peças.

“Eu já ia ter que ir embora, eu só estou adiantando um pouco mais as coisas pro aqui.” Ele disse, ainda bravo.

“Se for sobre a aula hoje,”

“Eu não quero ouvir.” Ele me interrompeu. “Eu não quero ouvir nada sobre aula, estudos, ou a sua turma. Estou farto de Forks e nada do que você diga vai me fazer ficar aqui!”

Eu lhe encarei por alguns segundos. E dei um paço em sua direção, mas acabei fechando os olhos e recuando.

“Você está certo. Forks é um saco. Tchau, Edward, faça uma boa viagem.”

Saí da sua casa sem nenhum impedimento. Ele não queria Forks, ele não queria dar aulas, ele não queria a mim. Então... QUE VOLTE PRA LOS ANGELES! Pra ficar a 1950km de mim!


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Notas finais do capítulo

Bom, gente, primeiramente oi! UASHUSHAH
E tipo, Ivis, sua chata, o capítulo tinha continuação. :( Tu é muito má UAHSAUASHHAUHUAHSUHAUSHAUSHUAH mas eu só decidi terminar a história por causa tua, então obrigada :D

O último capítulo vai ser o próximo e ainda vai ter um epílogo. É triste, ótimo e estranho estar terminando MM, garotas, mas... :~

O próximo capítulo vai estar cheio de coisas não resolvidas. Vou tentar fazer ele ser engraçado e um pouquinho romãntico. Não quero que NINGUÉM brigue comigo pelo jeito que ele vai terminar antes de ler o epílogo, vocês todas sabem que eu sou a campeã de finais tensos, minha fic não podia terminar de outro jeito ASISJASJIJSA
Eu já estou com saudades!!!

Amo vocês! ♥