Dark Rose escrita por TayCristie


Capítulo 10
NEM SEMPRE OS FINAIS SÃO FELIZES


Notas iniciais do capítulo

Meus caros leitores, sinto lhes informar que esse é - infelizmente - o último capítulo da fic.
Sei que vão querer me matar, mas foi exatamente assim que imagei a fic. Então, espero que tenham gostado da fic e não me praguejem pelo final sad.



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  Tudo aconteceu muito rápido. Mesmo sem querer, me separei de Jason, o fazendo abaixar no momento em que uma Águia Carnificera investia contra sua cabeça. O redemoinho vinha logo atrás das criaturas, destruindo tudo que havia pelo caminho. As Criaturas Negras vinham ao meu encontro, mas não me atacavam, apenas tentavam pegar minha rosa. Eu a protegia, com custo.

  Mais uma onda de choque passou por meu corpo e uma imagem veio à minha cabeça. Era como se fosse um altar em ruínas, com uma luz amarelada vindo de cima para iluminar. A imagem tomou a direção de uma pedra enorme. Em sua superfície havia um espaço em forma de rosa.

  Meu coração começou a bater mais forte e eu voltei para o lugar onde realmente estava. Meus reflexos foram bons o bastante para eu conseguir me desviar de mais uma Criatura Negra. O redemoinho estava quase nos alcançando. Algo me dizia que o lugar que eu vi, era para o lado de onde essas criaturas horrorosas vieram.

  _Jason - gritei, já formulando um plano -, distraia essas criaturas.

  _O que você vai fazer? - Disse ele, enquanto desviava de uma ave estranha que não era Águia Carnificera. Era a ave que estava com a rosa de Jason, e quando ele investiu contra ele, abriu o bico, deixando a rosa cair. Jason foi esperto e a pegou rapidamente.

  _O que deve ser feito - eu disse, e sem olhar muito para ele nem para nada, comecei a correr na diração do inimigo.

  Senti que meus pés queriam sair do chão quando cheguei bem perto do redemoinho. Me manti firme, então consegui passar por ele, mesmo que às vezes eu tivesse que proteger o rosto com a mão e até mesmo fechar os olhos.

  Corri para a escuridão, deixando a luz e Jason para trás. As Criaturas Negras vieram atrás de mim, passando por mim como sombras malignas. Tentavama todo custo pegar a rosa, mas eu a protegia. Já estava chegando no final, não poderia perder agora.

  Minhas pernas já estavam cançadas e eu arfava como se tivesse corrido uma maratona. Eu já conseguia ver a luz laranjada, o que me motivou a continuar correndo. E como não podia deixar de acontecer, tropecei em alguma coisa e caí. Não consegui me levantar à tempo e as Criaturas Negras já estávam em cima de mim. Eu tentava proteger a rosa com minha alma.

  Como não conseguiam pegar a rosa, as Criaturas Negras apelaram para a tortura. Deram um grande arranhão do pescoço até o colo. Pude sentir o sangue fluir do corte. Eu gritei de dor. Então eles me arranharam mais uma vez. Desta vez no rosto, no lado da bochecha. Senti que elas iriam me matar, tudo por causa de uma rosa.

  Tentei não sentir dor, o que era impossível. Apenas tentei imaginar que ela não existia, que era só psicológica. Ignorando as Criaturas Negras em cima de mim, me virei de costas, me apoiando nos joelhos para tentar me levantar. Elas não deixaram isso barato. Arranharam minhas costas, e eu tive que arquear a cabeça quando gritei de dor. Meus olhos já lacrimejavam. Consegui me levantar e me afastar um pouco delas.

  _A dor não existe - murmurava para mim mesma enquanto tentava correr novamente. - A dor não existe.

  As Criaturas Negras continuavam a vir como sombras, e como agora sabiam que podiam me ferir, toda hora uma me golpeava, mas eu resistia. Uma me deu um no ombro, fazendo a manga da minha blusa rasgar e meu braço arder com o ferimento. Era inevitável elas não me seguirem ou pararem de me machucar. Então apenas ignorei, fingindo que aquilo tudo não era real.

  Meus pulmões já pediam por socorro e por mais ar. Estava difícil de respirar com toda aquela dor e correria.

  Finalmente consegui chegar ao altar destruído. A tal pedra ficava no topo de uma escadaria. Comecei a subi-la, mas quando levantava a perna, o ferimento em minhas costas doía. Respirando fundo e aguentando firme, continuei a subir. As Criaturas Negras continuavam a me seguir, tentando me derrubar e tentando tomar a rosa de minhas mãos.

  Cheguei à pedra, e ao passar minha mão pelo espaço em forma de rosa, percebi que ela estava pingando sangue. Meu braço inteiro estava coberto de sangue.

  Ao ouvir o grito fantasmagórico de uma das Criaturas Negras, automaticamente coloquei a rosa no espaço. Me virei à tempo de vâ-la vindo em minha direção. Quando seu capuz chegou bem perto do meu rosto, ela se dissipou feito fumaça. Foi como se tivesse me atravessado.

  Então o chão começou a tremer, e a escadaria começou a rachar. Com as forças que ainda ,e restavam, desci, sentindo que ia cair a qualquer momento.

  A alguns metros longe de mim, uma luz prateada apareceu na escuridão. Parecia ser um portal. Finalmente voltar para casa. Sorri com esse pensamento. Mas eu tinha que ir buscar Jason.

  Já ia dar o primeiro passo quando uma voz me fez parar.

  _Corine - disse. - Que bom encontrar você.

  _Erik! - Eu disse. - Erik, consegui. Olha, o portal. Temos que atrvessá-lo antes que a Dimensão Negra seja destruída.

  _Temos? - Disse Erik. - Você não vai a lugar nenhum.

  _O quê? Erik, do que você está falando? Claro que vou sair daqui. Olhe para mim, preciso de cuidados médicos. E você finalmente vai poder voltar para casa.

  Ele se aproximou de mim e pegou meu ombro ferido, o apertando. Gemi de dor.

  _Você não vai sair daqui - disse ele. - Não viva.

  Olhei fixamente em seus olhos castanhos. Antes eram gentir e amigáveis. Agora eram os olhos de um psicopata.

  Tentei tirar sua mão de meu ombro, mas sua força era subumana, e eu já estava muito fraca.

  _O que eu fiz contra você? - Perguntei, desesperada.

  _Destruiu minha dimensão - disse ele, logo em seguida ouvi o barulho de uma faca sendo tirada de algum lugar e uma dor percorreu minha barriga. Olhei para baixo e vi que ele segurava o cabo de uma faca, cuja lâmina estava dentro de mim.

  Foi uma dor à mais, que me tirou o ar. Quando ele tirou a faca com força, senti meu sangue fluir livremente. Levei minhas mãos à barriga, e quando levantei uma delas, estava cheia de sangue.

  Senti meu corpo gelar. Era como se todo sangue que havia dentro de mim já tivesse saído.

  Olhei para Erik. Vi seus olhos ficarem vermelhos, então ele virou fumaça e sumiu.

  _Corine - ouvi a voz de Jason gritar. Queria gritar de volta, mas era impossível.

  Ele apareceu na luz, e quando me viu ficou paralisado, depois correu até mim.

  _Não - disse ele, me segurando antes que eu caísse. Ele passou a mão em meu rosto e voltou com ela suja de sangue.

  Eu não conseguia falar nada, mas arfava como nunca.

  Finalmente consegui fazer minha voz sair e disse:

  _Portal.

  Ele olhou para a luz prateada e assentiu.

  _Você ficará bem - disse ele. Então me pegou no colo e correu comigo para o portal.

  Meu corpo já não aguentava mais nada, e a luz do portal já não entrava mais nos meus olhos.

  Quando Jason entrou no portal, respirei tão profundamente que fez barulho. Então minha mente de esvaziou, meu corpo relaxou e minha respiração parou.

A partir daqui, o capítulo é narrado por Jason Sullivan

  No mesmo segundo em que estávamos na Dimensão Negra, já estávamos na varanda da casa de Miranda. Apenas dei um forte chute na porta e ela se abriu. Miranda apareceu como um foguete.

  _Me ajude com ela - pedi, colocando Corine no sofá. Percebi que estava chorando depois de soluçar quando disse isso.

  _Ela conseguiu? - Perguntou Miranda.

  _Sim - respondi.

  Jeffrey apareceu, vindo da cozinha. Seu rosto ficou horrorizado quando viu Corine. Ela tinha arranhões profundos no rosto, no ombro, no pescoço e parecia que nas costas também. O que me preocupava era o ferimento em sua barriga.

  Miranda colocou dois dedos em seu pulso, depois colocou o ouvido sob sua boca. Miranda colocou sua mão sobre o próprio coração, então disse:

  _Ela está.. morta.

  Eu desabei sob meus joelhos. O ar parecia estar preso em minha garganta. Grossas lágrimas caíram de meus olhos.

  Vi Miranda levantar a blusa de Corine e depois dizer:

  _Foi bem nos pulmões. Seja lá o que aconteceu, deu um jeito de acertar os dois pulmões de uma vez.

  Enquanto eu ainda estava no chão, me afundando em desgraça, a rosa negra de Corine apareceu ao meu lado. A peguei, e antes que ela desaparecesse, a beijei, transportando todo o meu amor e toda a minha dor para aquelas pétalas.

  O enterro de Corine foi de mais para mim. Ver aquele caixão, descendo para ficar à sete palmos abaixo da terra, fez meu coração doer.

  A mãe dela estava lá. Parecia que ia morrer afogada em seus soluços. Para ela disseram que Corine havia fugido de casa e foi atacada por um animal no caminho. Ela perguntou quem eu era, pois nunca havia me visto. Eu disse que era um novo amigo de Corine, que mesmo a conhecendo a pouca tempo, se preocupava com ela, e que se abalou muito quando soube de sua morte. Bem, nada disso era mentira.

  Quando voltei para casa, minha mãe me colocou de castigo pelo meu desaparecimento. Nem me importei.

  Depois de tomar banho, fui direto para a cama. Não queria encarar ninguém. Só conseguia pensar em Corine. Embora não quisesse mais aquilo, minha rosa negra continuava alí. Não importa. Qualquer outro chamado que tenha, não atenderei. Já passei por coisas de mais.

  Assim que encostei minha cabeça no travesseiro, peguei no sono.

  Sonhei, com Corine. Ela estava sorrindo. Não estava ferida e nem parecia morta. Seus cabelos castanhos voavam conforme o vento batia em seu rosto. Seus olhos verdes estavam brilhantes e alegres. Ela usava um vestido preto de tecido leve, que esvoaçava por causa do vento.

  Você está linda, eu disse. E não parece morta.

  Você está sonhando, disse ela. E sou um espírito, seu idiota.

  Me aproximei dela, pegando seu rosto com as mãos.

  Por que você se foi?, perguntei, pesaroso.

  Porque tinha que ser assim, disse ela, seus olhos ficando tristes.

  Já sinto sua falta, admiti. Se fosse para você ficar viva, eu voltava no tempo e não deixaria você ir sozinha quando disse que tinha um plano. Eu protegeria você, como prometi e não cumpri.

  Você fez o que pôde, disse ela. Nem sempre os finais são felizes.

  Meu coração se apertou. Me curvei para beijá-la, mas ela colocou dois dedos em meus lábios.

  Sou um espírito, repetiu.

  Não me importo, eu disse, me livrando de seus dedos e a beijando.

  Foi então que acordei, ainda sentindo seus lábios nos meus.

  Nem sempre os finais são felizes. Foi isso que ela disse. Olhei para minha rosa na mesa. Nem sempre os finais são finais.

 


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Notas finais do capítulo

Então gente, o que acharam do último capítulo?? Meio triste, não é?!
Enfim espero que tenham gostado da fic e que ela fique na lembrança de vocês.
Mais uma vez, não se esqueçam dos reviews...
Bjukas!!
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