Accidentally In Love 1 escrita por Juh__Felton


Capítulo 19
Tudo pelo que eu vivi + BÔNUS


Notas iniciais do capítulo

Capítulo 18 aí pra vcss!!!



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~>TUDO PELO QUE EU VIVI

Draco entrou de madrugada no salão comunal da Sonserina. Exibia um sorriso no rosto, mas este morreu quando viu que Jandy Scherpes levantara e andava ao seu encontro.

-Boa noite, Jandy... – ele suspirou e foi direto até a escada do dormitório masculino; não tinha cabeça para certos assuntos.

-Draco, espera! – disse a garota pousando a mão delicada no ombro dele.

-Pode falar. – ao ouvir isso, inesperadamente Jandy começou a chorar. Draco, desconcertado, abraçou-a. Ela sentou-se numa poltrona em frente à lareira, e ele a acompanhou. Depois de um tempo, ela sussurrou.

-Draco... Você é a única pessoa com quem eu posso contar... Ninguém nessa porcaria de casa vale o chão que pisa... Exceto você.

-Agora você ta me preocupando... – disse ele. – O que houve?

-Draco, eu... Eu to grávida. – o garoto arregalou os olhos. Ele esperava de tudo, de Jandy, de tudo mesmo... Menos um filho. Justo agora, pensou. Como se fosse uma resposta aos seus pensamentos ela deu uma risadinha e disse. – Não se preocupe, o filho não é seu... – Draco não conseguiu deixar escapar um suspiro de alívio.

-E... Tem quanto tempo? – ela baixou a cabeça.

-Vai fazer um mês daqui a alguns dias. Meus pais já sabem e... – ela levantou o rosto, deixando à mostra seu belo rosto manchado de lágrimas. – E eles vão me mandar de volta para casa. Eles queriam me mandar amanhã, mas... Com o ataque eu não acho seguro ir de avião para a América. Além disso... – sorriu. – Hogwarts precisa de toda a ajuda possível. – Draco não respondeu, as engrenagens funcionando em seu cérebro.

-E... Você pretende fazer o que quando voltar para casa? Quer dizer... – ele apontou para o ventre da garota.

-Vou criar essa criança... Mas acho que chegar lá sem nenhum apoio seria horrível. Você pertence a uma família influente, Draco... Não poderia me ajudar a encontrar... Alguém para me acompanhar até os meus pais? – Draco sorriu. Seu plano seria totalmente infalível.

-Por incrível que pareça, Jandy... Já encontrei essa pessoa.

-É? – perguntou ela esperançosa. – E quem...

-Eu. Eu vou te acompanhar até o sr. e a sra. Scherpes. Seria uma forma de te agradecer.

-Não preciso de quem me acompanhe Draco... – disse ela, sorrindo. – Preciso de alguém que me banque.

-E onde você encaixa a parte do “você pertence a uma família influente”? – Jandy sorriu abertamente e abraçou-o.

-Você não sabe o quanto está sendo...

-Perfeito? – ele respondeu sorrindo.

-Não... Amigo. – ela ficou séria de repente. – Mas você sabe que vai ter que se apresentar como meu ex-namorado, pelo menos por alguns dias.

-Por mim tudo bem. Mas eu vou convidar alguém. Não vou me hospedar na sua casa, seria muito incômodo.

-Além disso, a Granger me odeia não é?

-Não é bem assim... – respondeu ele.

-Por mim tudo bem. Desde que ela não vá conosco até a minha casa, papai e mamãe me matariam.

-Ok... Por mim também está tudo certo. Agora vá dormir, mocinha.

-É, amanhã o dia vai ser cheio.

-Não pra você! – exclamou Draco assustado. – O garotão aí pode se machucar!

-Mas Draco, eu...

-Nada feito. De Hogwarts você não sai. – ele deu um beijinho na testa dela. – Boa noite.


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Hermione estava comendo muito rapidamente no café da manhã. Na mesa em que estava sentada, entre Rony e de frente para Harry, todos faziam o mesmo. Quase todos os professores não estavam ali, só Slughorn e Flitwick. Todos foram avisar aos moradores de Hogsmeade que eles seriam transferidos para Hogwarts dali a algumas horas, e o motivo da súbita mudança. Enquanto isso ela se resignava com o mingau de aveia, que parecia zombar dela balançando-se alegremente [[OBS.: Essa foi ridikula, ok eu aceito isso...]]. Ok, Mione, ele é só um mingau, não tem nada demais... Foi preparado pelos elfos, nenhum Comensal da Morte vai sair de dentro dessa tigela e te atacar, pensava ela enquanto devorava o café.

-Mione, você vai conduzir quem? – perguntou um Rony desgostoso.

-Eu pedi à diretora para me deixar conduzir as crianças... Eu tenho jeito com elas, sabe... – respondeu ela distraída. – E você, Ron?

-Os idosos... – Hermione abafou uma risada. – É, pode rir... Vai ser difícil!

-Difícil? – ela disse, tentando como nunca conter uma gargalhada. McGonagall os chamara quando ela explicava o plano todo a eles. Resolveram que a evacuação de Hogsmeade seria naquele dia, e cada um dos adolescentes ficaria responsável por um grupo.

-Você não conhece velhos como eu conheço Mione... Minha tia Muriel é um caso sério... Aposto que todos os velhinhos vão ser que nem ela, querendo lutar.

-Ok, mas você tem um poder de persuasão incrível, Rony, e...

-Poder de persuasão para que, posso saber? – perguntou Jorge, que chegava andando calmamente ao lado de Fred. Ambos se sentaram, Jorge ao lado de Hermione e Fred ao lado de Rony. O casal se cumprimentou com um selinho.

-Ei! – exclamou Fred. – Cadê a Gina? Hermione, você não deveria ter acordado ela?

-Deveria, mas ela não estava no dormitório quando eu cheguei, e olhe que eu acordei realmente muito cedo... Bom, ela ta vindo aí. – disse ela, apontando para Gina, que vinha acompanhada de Draco.

-Bom dia, pessoas! Nossa, estou morrendo de fome! – exclamou Gina. Draco sentou-se ao lado dela e resmungou:

-Bom dia... O correio já chegou? – perguntou a Harry.

-Não, mas já deve estar chegando, ainda é cedo...

-Ok... – respondeu ele sem interesse, passando geléia na torrada.

-Bom, eu acho que já terminei, então... – disse Hermione se levantando.

-NÃO! – gritaram Gina e Draco ao mesmo tempo. Jorge olhou para os dois com uma cara interrogativa. Draco se apressou e respondeu.

-Acho que vocês devem ficar até o correio chegar... Vão gostar disso, eu garanto. – como se fosse uma resposta à afirmação de Draco várias corujas chegaram trazendo, entre pacotes e cartas pessoais, várias edições do Profeta Diário. Hermione recebeu a sua edição e olhou a primeira página. Depois de digerir o que tinha escrito, cuspiu mingau de aveia no jornal.

-Mione? – perguntou Harry sem entender.

-Cara, olha isso! – exclamou ela. – Caral... – resmungou ela lendo a notícia sem mostrar aos amigos.

-Olha a boca suja, garota! – exclamou Fred. – Pára de falar palavrões e lê a notícia! – ele disse um pouco mais alto, tentando se sobrepor aos murmúrios que tomavam conta do Salão.

COMENSAL DA MORTE PRESA

Angelina Jesse Johnson, descoberta como Comensal da Morte ativa, foi presa na Travessa do Tranco, depois de ser descoberta por uma denúncia anônima. Angelina estava trabalhando ativamente para Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado, e há registros de Maldições Imperdoáveis usadas no vilarejo de Hogsmeade. Todas as indicações apontam para ela, que aparatou com uma prisioneira e um companheiro segundo testemunhas oculares. (cont.pág. 20).


-CARAL... – Fred gritou, sendo interrompido por Gina e Draco, que esboçavam um sorrisinho de vitória.

-E então, gostaram?

-Não me digam que foram vocês que... – perguntou Jorge, apontando freneticamente do jornal para a irmã.

-Mais ou menos... A gente soube que ela estava hospedada em cima da Borgin & Burkes... Então mandamos uma carta anônima para o Ministério. – disse Gina, com jeito de que estava escondendo alguns detalhes.

-É? – perguntou Hermione descrente, mas só Gina e Draco puderam ouvi-la. – Pelo que diz aqui... Ela foi encontrada com alguns cortes e hematomas. – Gina tossiu e Draco deu um sorrisinho amargo. – Ok, nas palavras do jornal: ... a Comensal trazia evidentes sinais de luta, embora o local não estivesse revirado ou apresentasse sinais de batalha... blábláblá ela reclamava de tortura, mas as evidências comprovaram que ela mentia. Bom, eu acho que isso já diz muita coisa, não? – a ruiva ia dar uma resposta atrevida à amiga, mas foi interrompida pela chegada de Luna.

-Oi gente... O que eu perdi? – perguntou Luna sorridente, sentando-se de frente para o grupo, ao lado de Harry.

-Ah, nada demais, Lu... – respondeu Rony. – Só uma prisão de uma Comensal, fora isso o café ta normal.

-Comensal? – exclamou Luna. – Foi a Belatriz? Ah, tomara que tenha sido, Ron, ela não bate muito bem da cabeça, sabem... – Harry e os gêmeos se entreolharam e abafaram risadinhas.

-Não, Lu, não foi a Belatriz... Foi a Angelina.

-Ei, que intimidade é essa? – perguntou Gina.

-É... É Lu pra lá, Ron pra cá... – disse Fred. Rony, com as orelhas escarlates respondeu:

-É que a Luna me disse que... AI! – exclamou quando sentiu o arranhão da mão piorar, mas por sorte não sangrou.

-Tenho que ir... – disse Draco, conjurando uma bandeja e pondo comida. Gina se surpreendeu com a atitude do amigo, mas não disse nada. – Vejo você em Hogsmeade. – ele sussurrou para ela, e saiu andando equilibrando a bandeja com a varinha. Gina estranhou ainda mais quando, discretamente, viu Draco adicionar um jarro com uma flor à bandeja e sair assoviando.

-É, Ron... A coisa ta feia, meu velho... Até coleira o cara já tem! – disse Harry sorrindo, mostrando o arranhão do amigo. Todos deram risada, mas ninguém avisou a Harry que Vianne se aproximava por trás.

-Coleira? – perguntou ela, apertando a orelha do namorado. – Aqui, Harry Tiago Potter, é na base das rédeas e do cabresto, ok? – e, sob aplausos do grupo ela se sentou.

-Assim ela me deixa louco... – sorriu Harry. E permaneceram falando amenidades até o fim do café da manhã. O grupo terminou de comer e saiu andando até Hogsmeade onde, no bar Três Vassouras, todos receberiam as ordens. A prisão de Angelina Johnson dera um ânimo maior às pessoas que trabalhariam naquele dia. Hermione terminou de ouvir as palavras de McGonagall meio afastada dos outros. Quando, enfim, a diretora e os professores os liberaram para começarem a trabalhar, ela ajudou algumas pessoas a lacrar suas casas e protege-las com feitiços. A retirada dos moradores estava marcada para dali a algumas horas. Quando se dirigia a uma loja um pouco mais afastada, sentiu uma mão tapando sua boca e a puxando para um bar que, em aparência, parecia uma caricatura do Cabeça de Javali.

-Sssh, calma, Granger, sou eu! – disse Draco Malfoy, soltando a garota que se debatia. Ela não conteve um suspiro de alívio.

-Malfoy! Você me assustou! – ele sorriu enquanto trancava a porta.

-E isso é alguma novidade?

-Na verdade não. – ele encostou-se no balcão empoeirado, enquanto ela tentava sem sucesso abrir a porta.

-Quer beber alguma coisa? – ele entrou sem cerimônia nos fundos do bar, e Hermione tentou vários feitiços para sair dali. Como ela não respondeu, ele voltou com duas garrafas de cerveja amanteigada. Sentou-se em uma cadeira e Hermione olhou-o profundamente, sem pegar a bebida.

-O que você quer?

-Que você se sente, pegue a sua bebida e me ouça.

-Ouvir você? Acho que você já me disse tudo o que você tinha a me dizer. – retrucou a garota, pegando a bebida e sentando-se no balcão.

-Ok, mas eu acho que não. – disse ele aproximando mais a cadeira da garota, que bufou irritada.

-Malfoy, eu tenho muito trabalho a fazer... Então seja rápido e fale alguma coisa que preste.

-Nossa Granger... – disse ele sorrindo ironicamente. – Estamos de volta às hostilidades?

-Se você quiser, nós estamos sim. Então, desembucha logo.

-Simples! Quero saber o que você quer. – ela pulou do balcão e saiu andando em direção à porta.

-Ótima brincadeirinha, Malfoy. Agora me deixa sair.

-Não, espera... – disse Draco, segurando-a pelo braço.

-Se você quer que eu responda alguma coisa, seja mais específico.

-É? Então ta. Depois da batalha eu vou viajar e...

-Viajar? – Hermione ficou desconcertada. Não esperava que ele fosse lhe dizer isso.

-Você realmente acha que, mesmo sendo o tipo de pessoa que o Lúcio era o... – ele tentou não dizer “assassinato”. – A morte dele ficaria impune? Eu, sinceramente, acho que não.

-Mas ele era um Comensal!

-Mesmo contra um Comensal, o uso de uma Imperdoável é garantia de pena perpétua em Azkaban. O Lupin me fez o favor de me dizer isso.

-Ok... E você vai...

-Sair do continente. É, vou tentar vida nova na América. Então... – ele suspirou. – Queria saber se você quer ir comigo. – Hermione ficou boquiaberta, e deixou a cerveja cair no chão. Começou a limpar a bagunça para não ter que olhar nos olhos azuis acinzentados que lhe fitavam. – Ora, vamos... Isso aqui ta abandonado, o dono desse lugar fugiu há muito tempo! – Hermione olhou para a bebida do garoto com nojo. Por fim, disse:

-Malfoy, eu... – ele a interrompeu.

-Sabe, eu realmente me considero uma boa companhia de viagem... – Hermione se irritou com o modo como estava sendo tratada.

-Malfoy, você acha que, depois de tudo o que você me fez eu...

-Escuta aqui, Granger... – respondeu Draco, levantando e andando até ela. – Se mesmo depois de tudo o que você esfregou na minha cara, diretamente ou... – ele sussurrou. - indiretamente... Se depois de tudo isso eu ainda acho que tenho chances com você e estou te chamando para ir para a América, eu acho que sim, você tem motivos para pelo menos considerar tal hipótese! – Hermione olhou-o incrédula. Não acreditava que estava ouvindo aquelas coisas.

-Eu não acredito que... – ela não encontrava palavras para descrever toda a surpresa e a repugnância com que olhava aquele garoto à sua frente. – Você, depois de ter se mostrado tão... Tão... - Perfeito, pensou ela. – Tão ridiculamente romântico vem me dizer esses... Absurdos? Sinceramente, Malfoy... A sua arrogância é extrema!

-Eu não consideraria um pedido de casamento arrogância... – disse ele, sorrindo ironicamente. E completou: - Mione. – Hermione ficou boquiaberta diante de Draco. Isso era, com toda a certeza, a última coisa que ela imaginaria ali, naquele momento, com uma guerra iminente. Ignorando a vozinha que lhe dizia coisas totalmente indecentes na sua mente, a garota resolveu ouvir a raiva, e gritou:

-CASAMENTO? DEPOIS DA MANEIRA RIDICULAMENTE INFANTIL QUE VOCÊ ME TRATOU NOS ÚLTIMOS DIAS ESPERA MESMO QUE... Que eu me case com você? – perguntou ela em voz baixa, como se fosse dizer algo pecaminoso. – DEPOIS DE ME ENGANAR, MENTIR PRA TODO O MUNDO, E...

-Enganar? Mentir? – Draco riu. – Se for por isso nós estamos quites, Mione. E, estando quites... Mas você prefere o Jorge... – ele sorriu malicioso. Só ele sabia como doía dizer aquelas palavras. – Ou não?

-Você trata tudo isso como se fosse um contrato!

-Ok... Deixando de lado a parte do... Contrato... – Hermione bufou. – Você acha mesmo que seria feliz com o Jorge? Sinceramente, Hermione Jane Granger... Você ama o Jorge?

-Eu... – ela queria acabar com tudo aquilo e dizer que sim, que amava Jorge, mas... Simplesmente não conseguia dizer aquilo olhando nos olhos de Draco. – Eu não o amo. Mas a situação pode ser vista de outro ângulo. O Jorge é um homem de caráter. Não vai me deixar passar fome, e vai, sim, me fazer muito feliz. - Eu espero.

-Agora você tratou o casamento como um contrato. – ele sorriu vitorioso. Todos os músculos da sua face fizeram um tremendo esforço para o simples ato de sorrir, como se carregar Hogwarts inteira nas costas fosse algo mais simples. Ele percebeu que não só seu coração se rebelava contra suas atitudes, mas também o seu cérebro. Ótimo, agora era o que eu realmente precisava... Um motim no meu corpo. - Viu Mione?

-É diferente! E o Jorge não me machucou, não mentiu pra mim... Ele nunca trataria um casamento como um contrato...

-E não é? – ela olhou-o indignada. – Tanto no casamento quanto em algum contrato qualquer as pessoas se comprometem, assinam um papel, gastam uma grana pra manter alguma coisa...

-Você é totalmente... Insensível!

-É? – perguntou ele fazendo cara de desentendido. – Hermione, você tem que perceber que a vida não é um conto de fadas!

-Você acha que eu não sei? – disse ela. – Olha, Draco... – nem percebeu que usara o primeiro nome do garoto. – Eu fui ver as crianças há alguns minutos, sabe... Passar confiança a elas. Todas estavam tristes, achando que não iam ver seus pais e mães nunca mais... E eu prometi que cuidaria delas! – ela virou-se para enxugar as lágrimas. Não o deixaria vê-la chorando. Não mais.

-Hermione... Eu acho que...

-NADA! Nada, Draco, você não acha nada! Sempre aí, com a sua ganância, e...

-GANÂNCIA? – ele exclamou. – Não acho que seja ganância querer passar a vida ao lado da mulher que eu amo!

-Então você deveria ter se esforçado mais para isso!

-Era isso o que eu queria ouvir... – sussurrou ele, agarrando a garota pela cintura e dando-lhe um beijo. Ignorando totalmente os murros que Hermione dava em suas costas ele aprofundou o beijo, logo depois sentindo a mão da garota em sua nuca. Era um beijo possessivo, e desejado por ambos. Mas acabou, e Hermione bufou, saindo do bar. Draco sentou-se no balcão do bar e, como não fizera desde a morte de Narcisa, chorou.


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No Ministério a seção de Aurores estava em polvorosa. Percy andava torcendo as mãos até onde o Ministro estava. Ele esperou Rufo Scrimgeour terminar de dar ordens para os poucos Aurores que iam para Hogsmeade e, quando a pequena sala estava vazia, ele prendeu o Ministro lá dentro.

-Weasley? – o Ministro puxou a varinha.

-Só vim conversar, Ministro.

-Conversar sobre...?

-Eu quero ir a Hogsmeade. – o Ministro olhou-o intrigado.

-Você não disse que nada relacionado aos Weasleys era da sua competência, Weasley?

-Eu disse, mas caramba... Eles são a minha família!

-Eu já organizei todos os que vão a Hogsmeade, Weasley, sinto muito, mas precisarei de você aqui.

-“Todos os que vão a Hogsmeade”? O senhor quer dizer aqueles dez Aurores que acabaram de sair daqui?

-Não admito que fale assim comigo!

-Pois eu falo! E eu exijo que mais vinte Aurores sejam colocados nessas missão, e que eu esteja com eles! E se não for assim eu ponho meu cargo em disposição, senhor Ministro!

-Você é só um assistente, Weasley, o que sabe da vida? Eu consigo outro mais competente ainda num estalar de dedos! – mas ele sabia que era mentira. Percy Weasley era o melhor assistente sênior que qualquer Ministro da Magia jamais tivera.

-Eu sei muitas coisas, Ministro. O senhor acha mesmo que a senhorita Scrimgeour ficará no Centro enquanto todos se arriscam? É óbvio que não! Não vai se surpreender quando vir sua filha lá, Ministro.

-Quem te deu essa liberdade toda, rapaz?

-Eu sempre a tive quando morei com meus pais, Ministro. Só não sabia.

-Assim sendo... Vou atender em parte ao seu pedido. Irei com os Aurores. Sou ex-chefe daquela seção e tenho esse dever.


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A transferência das pessoas estava quase no fim. Hermione terminou cedo com as crianças, e estava ajudando Rony com os idosos. E era difícil: realmente o que Rony dissera fazia sentido agora. Eram todos irredutíveis, idiotas e insensíveis que... Não, Mione, pára... Você ta falando do Malfoy e não desses velhinhos aqui... Além do mais, as portas de Hogwarts estão apenas a alguns metros daqui, pensava ela enquanto liderava o grupo. Rony ficara para trás, convencendo um senhor a entrar nos terrenos; não demorou muito e o ruivo chegou. Antes que pudesse perguntar alguma coisa Hermione ouviu a voz da diretora os chamar.

-Senhorita Granger e senhor Weasley? - A McGonagall não ta bem, pensou a garota ao ouvir a voz da diretora vacilar enquanto se afastavam com Rony.

-Sim, diretora... – respondeu Rony em voz baixa, quando se afastaram o suficiente para não serem ouvidos. - O trabalho aqui já está quase completo e...

-Não, não é isso... Eles chegarão ao pôr-do-sol. – ela mostrou uma carta com a caligrafia delineada, porém grosseira.

Cada pessoa que se opuser à minha ocupação, portando sangue-puro ou sangue-sujo estará condenada. Espero que pense bem, Minerva McGonagall, pois essa pode ser a última vez que você verá seus alunos tão queridos. Hogwarts, em breve, será o ponto de partida para a Nova Ordem Bruxa. Está avisada, Minerva McGonagall. Ao pôr-do-sol tudo vai mudar.

-É... Ele foi bem claro dessa vez. – disse Rony.

-Rony! – repreendeu Hermione. – Diretora, onde estão os outros?

-Reunidos no Três Vassouras. Só vocês não compareceram, então vim avisá-los pessoalmente.

-Não, tudo bem... Já vou para lá, pode ir Rony. – ela disse apontando para o Três Vassouras. Olhando atentamente, viu que um dos gêmeos se aproximava.

-Fred?

-Jorge. – disse ele. – Quer ajuda?

-Não precisa Jorge, eu estou aqui... – disse Rony prontamente. McGonagall o interrompeu:

-Na verdade precisa sim. Ronald, eu preciso que você venha comigo, Potter quer que você o acompanhe.

-Só eu? – perguntou Rony desconfiado. Como Harry o chamava e não chamava Hermione? Pelo olhar da garota, essa pergunta também se passava pela mente dela.

-É! Eu citei outro nome aqui? Por favor, me acompanhe! – exclamou a diretora. Hermione olhou o relógio; dali a uma hora e meia o sol se poria.

-Prestativo, o Rony, não? – disse Jorge, enquanto trancavam com feitiços as portas do castelo. Elas só seriam abertas por um membro da Ordem.

-Na verdade eu o estava ajudando... É o trabalho dele.

-E as crianças?

-Devidamente acomodadas na Torre da Grifinória.

-Você não podia ter ido me ajudar?

-Você já tinha quase terminado de lacrar as lojas daquela rua, Jorge! – exclamou Hermione. Só pode ser conspiração... Dai-me forças, Merlin...

-Mesmo assim, eu sou seu namorado e você devia ter me ajudado! – ele exclamou. – Eu fui te procurar e não te encontrei.

-Eu devia estar aqui com o Rony.

-Acho que não. Eu encontrei o Rony, ele estava muito ocupado levando uns velhos. Onde você estava?

-Ah, não sei, Jorge, eu estava por aí... Ajudei todo o mundo um pouco, sei lá...

-Perguntei a todos, Hermione. A mesma coisa todo o mundo me disse: que não te viram por um tempo. Onde você estava Hermione Jane Granger? - Desisto, realmente é uma conspiração, agora todo o mundo deu pra me chamar pelo nome completo, pensou ela irritada enquanto lançava feitiços contra a porta de madeira do castelo.

-Jorge, eu...

-Não, eu me enganei! Não perguntei a todos... Só faltou uma pessoa. A única pessoa que eu não consegui encontrar em lugar nenhum. E acho que você vai me responder onde essa pessoa estava. Você estava com o Draco?

-Jorge, eu... – ela não queria mentir, mas a verdade seria pior, muito pior. Um meio termo era a solução. – Eu estava com o Malfoy sim!

-Hermione, eu não acredito que...

-Eu estava ajudando o Malfoy a lacrar algumas casas! – ela olhou-o indignada, mas com uma sensação horrível por estar mentindo. – Ah, não, eu não acredito que você pensou nisso!

-Mione, eu estava te procurando há...

-Eu estava fazendo o meu trabalho!

-Não era o seu trabalho, era o dele!

-Escuta aqui, Jorge, apesar de tudo o que aconteceu entre nós três... Todas as brigas e tudo o mais, isso não significa que eu vou atrasar o trabalho de não-sei-quantas pessoas por uma rixa qualquer! Eu não sou essa egoísta que você pensa ok?

-Eu não disse isso, Hermione! É só que eu não confio...

-Em mim?

-Não, nunca! Ele é que não é de confiança! Não acho que ficar sozinha com ele seja prudente!

-Eu sei me cuidar, Jorge, não preciso de uma babá, ok? Você é meu namorado, não meu pai!

-Eu só acho que você tem que ter mais cuidado com o Malfoy, Mione... – disse ele, se aproximando da garota com um sorrisinho. Tentou beija-la, mas Hermione virou o rosto. Jorge suspirou. – O que foi agora?

-Não venha com beijinhos, Jorge, a sua situação é bem pior do que parece.

-É? Mione deixa pra lá...

-Não! Droga, Jorge! Estamos há... – ela olhou para o sol; estava quase se pondo. – Mais ou menos quinze minutos de um ataque gigantesco e você ainda vem me deixar com os nervos à flor da pele? Faça-me o favor!

-Mione... – Jorge foi interrompido pela chegada de Gina.

-Oi! Atrapalho? – perguntou a garota. Estava vestida com um vestido preto até a metade das coxas e uma calça também preta até as canelas. Um par de tênis completava o visual.

-Gina? Não, não, imagina... – depois sucumbiu à curiosidade. – Vai pra uma festa?

-Dããã... Claro que não, Mione! Eu só pensei que tenho que estar bonita se posso morrer ainda hoje!

-É... Muita esperteza da sua parte. – disse Jorge.

-Mas por que você veio, Gi?

-A McGonagall chama vocês para organizar as frentes.

-Ok... Vamos. – disse Jorge. Ele andou um pouco mais à frente e, aproveitando a oportunidade Gina e Hermione conversavam aos sussurros.

-Onde cargas d’água você estava?

-Com o Malfoy... Gi, ele me... – ela interrompeu, olhando para Jorge à sua frente. – Ah, depois eu te conto.

-Depois? Eu posso morrer hoje, sabia? E vou ficar sem saber?

-Ok... Elemepediuemcasamento!

-O que? Mione, fale mais devagar!

-Ok, ele me chamou para fugir com ele...

-Nossa, hein? Achei que ele fosse demorar mais para fazer isso!

-O que? Gi! Você já sabia?

-Claro!

-Ok, isso não vem ao caso... O caso é: ele me pediu em... Casamento.

-O QUE? – Gina exclamou. Jorge olhou para trás inquisitivo.

-Gina, mais baixo! – exclamou Hermione sussurrando.

-Ok... Ah, mas o Draco vai se ver comigo!

-O que houve? – perguntou Hermione. – Por que ele vai se ver com você?

-É que... Ah, nada não.

-Dá pras duas fofoqueiras andarem mais rápido? – perguntou Jorge.

-Fofoqueiras, uma vírgula! – exclamou Gina apertando o passo. Rapidamente os dois alcançaram o grupo de pessoas que lutaria. Faltava muita gente, afinal várias pessoas já estavam em seus postos. Arthur Weasley se aproximou.

-Ok, ainda bem que vocês chegaram... Hermione, Jorge, a diretora quer falar com vocês... Gina, sua mãe a espera no castelo.

-O QUE? – exclamou a ruiva. Hermione e Jorge deixaram Gina e o pai discutindo e foram até McGonagall. Ela conversava com Harry e Draco.

-Senhorita Granger, senhor Weasley... Enfim os dois apareceram. – disse a diretora, e a ironia era visível em sua voz. – O senhor, senhor Weasley, acompanhará Potter na frente mais afastada. – e, antes que Jorge protestasse, ela continuou. – E a senhorita, Granger, irá com o senhor Malfoy até as barricadas.

-Mas diretora, eu queria... – começou Hermione, mas McGonagall respondeu ríspida.

-A senhorita sabe o que significaria um remanejamento a essa altura, senhorita Granger? A senhorita Lovegood teve a chance de ir para as barricadas, sendo que estava indicada para a proteção dos portões do castelo. Mas ela mudou porque foi pontual. Agora, senhor Malfoy, mostre onde ficarão as barricadas à senhorita Granger. Potter acompanhe Weasley até o seu posto. E... – ela hesitou. – Boa sorte a todos. – Hermione resmungava baixinho ao lado de Draco enquanto andavam até as barricadas.

-Olha a boca suja, Hermione. – disse o loiro baixinho.

-Cala a boca, Malfoy. – sussurrou Hermione. – E quem vai ficar nas barricadas?

-Eu, você, a Lovegood, a Gina e o Ronald.

-A Gina?

-Eu conversei com o senhor Weasley, e acho que ele acreditou nos meus argumentos.

-E quem mais veio? Digo, de fora?

-Muitos Aurores. Alguns que eu ainda não conheço como aquela ali. – e apontou para uma ruiva, que olhava insistentemente para as barricadas. Mais precisamente, para Rony. – Vários Weasleys... – e apontou para Gui e Carlinhos, que conversavam animados em um canto com Fred. – E alguns ex-professores de Defesa Contra As Artes das Trevas. – apontou para Lupin e Moody.

-Ah... E qual o esquema das barricadas?

-Ótima idéia da Gina. – ele sorriu. Hermione percebeu que a cicatriz no rosto dele estava dando um ar mais... Maduro. E que ele ficava muito mais lindo com esse ar. – Ela pôs alguns barris de Whisky de Fogo, e nós vamos colocar fogo neles. Além disso, o Longbottom e a Sprout estão recolhendo pus de bubotúberas para misturar. Acho que os Comensais não vão gostar muito.

-Que... Interessante!

-MIONE! – exclamou Luna animada. – Você está com a gente, então? – antes que Hermione pudesse entrar em uma conversa animada com Luna, Gina seqüestrou Draco para um beco próximo.

-Seu idiota... Nojento... Burro! – exclamou a garota com raiva.

-Ei, o que foi? – depois uma sombra de reconhecimento perpassou seu rosto. – Ah, ela te contou. – Gina resmungou alguns palavrões. Relaxou e disse:

-Draco, você sabe que fez...

-A maior besteira da minha vida? – ele pôs a mão no queixo pensativo. - É, acho que sei disso sim.

-Você pelo menos... Contou tudo?

-Claro Gina. – disse ele ironicamente. – Eu disse “Ah, Hermione, eu vou me fingir de namorado da Jandy, pelo menos por um tempo, espero que você não se importe de que nós não vamos poder aparecer em público juntos por nove meses”!

-Eu vou fingir que você não foi grosso comigo e fingir que você não falou com essa ironia terrível que eu definitivamente odeio. – Draco sentiu-se culpado.

-Desculpa Gina... É só que... – ela calou-o com um gesto.

-E agora vou perguntar uma coisa: você acha mesmo que a Hermione se sentiria como se encontrando com uma garota grávida que vai ser a sua suposta namorada por meses?

-Ok, ok, eu fiz besteira, mas... Droga, você ouviu o que eu te contei, que ela prefere o Jorge!

-E você ouviu a minha resposta, que a Mione te ama e que você ta fazendo de tudo pra perder ela! – antes que Draco pudesse responder, ouviu um estampido alto na rua. Começara o conflito.

-É agora ou nunca... – suspirou Draco enquanto corria atrás de Gina.


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Rony estava olhando Luna e Hermione conversando calmamente. Encostado em um dos barris, mantinha a varinha em punho e as mangas arregaçadas, esperando que o sol se pusesse. Enquanto isso punha os pensamentos em ordem. Olhando para Luna, parecia hipnotizado. A garota estava, por incrível que parecesse, ainda mais ela do que de costume. Os cabelos loiros dela, reluzindo ao sol... Rony ficou observando o ondular dos cabelos da garota ao vento durante alguns minutos, até que o ataque começou.

-Ron! Venha para esse lado! – exclamou Luna. Ele não hesitou e correu para onde a garota estava. – Só não conte a ninguém sobre isso. Imperius. – sussurrou ela, apontando a varinha para Dolohov, que corria um pouco mais à frente. Rony, boquiaberto, viu o Comensal estuporar vários companheiros. Luna, ao seu lado, estava suando frio e a garota estava realmente muito pálida.

-Lu, você ta bem? – ele exclamou. Estuporou alguns Comensais e segurou a garota pelo braço.

-Eu to bem, Ron... – disse ela, um pouco arfante.

-Não, não ta... Escuta, bebe isso aqui. – ele tirou um frasquinho do bolso e entregou a ela. Luna, hesitante, pegou o frasco, mas olhou desconfiada para Rony.

-Você não é um Comensal que acabou de me dar um veneno, não é?

-Claro que não!

-Então me responde... Em que eu vou ajudar você?

-A procurar a minha LM.

-Ótimo... – disse ela e bebeu todo o conteúdo.

-Não vai dizer o que é isso?

-Era uma Poção Revigorante. Anda, pára com esses feitiços. Eles te fazem mal. – E você é boa demais para usar Imperdoáveis. Viu Draco duelando com três Comensais, e o garoto procurava ajuda. – Vai levar uns minutos pra você se recuperar... Já volto. – ele correu. Viu que eram dois Comensais desconhecidos e o quase-carrasco de Bicuço, Macnair.

-Tarantallegra! – exclamou o ruivo, fazendo a Maldição da Morte do Comensal maior desviar por um triz de Draco. - Estupefaça! – e o Comensal caiu no chão, sem sentidos.

-Serpensortia! exclamou Draco, e uma serpente saiu rastejando de sua varinha. O Comensal sorriu e disse:

isso o que sabe fazer, Malfoy? Vipera evanesca!

-Estupefaça! – exclamou Rony. – Nunca se atente a só um oponente, cara. – disse ele, e saiu correndo de volta para Luna. A garota já lançava vários feitiços, e parecia bem melhor.

-Estou melhor, obrigada! – exclamou ela.

-Eu tenho que te dizer uma coisa! – gritou ele sem pensar.

-O que é? – respondeu ela.

-Eu desisti de procurar a minha LM! – Luna olhou-o incrédula. Depois voltou a atenção para a batalha; por pouco não recebera um jato verde no meio da cara. Ela se abaixou atrás de um barril, e Rony ao seu lado.

-Não acredito que você me interrompeu por isso! Sinceramente, Ronald...

-Não! Eu tenho que te dizer isso! Lu, eu já desisti de procurar a minha LM porque...

-Ei vocês dois! – gritou Gina de longe. – Dá pra lançar logo um desses barris? A situação ta um pouco difícil daqui, e eu não consigo ver os outros grupos!

-Wingardium leviosa! – exclamou Rony. Quando o barril estava a uma boa altura, ele disse: - Incendio! Uediuósi! – ele gritou seguidamente. O barril incendiado foi parar em cima dos Comensais, para depois explodir em Whisky de Fogo extremamente quente e pus de bubotúberas puro. Pouco depois ouviu os gritos dos Comensais atingidos. Como perdera a sua proteção, foi para o barril de Luna. Ambos estavam muito próximos.

-Rony! Me dá espaço, assim eu não consigo atacar!

-Não! – disse ele, prendendo-a pelos braços. – Eu não vou procurar a minha LM porque eu já a achei!

-Ótimo, Ron, mas dá pra falar disso depois? Estamos no meio de uma batalha, se você ainda não...

-É você! – disse ele. Os sons da batalha impediram Luna de ouvir.

-O QUÊ?

-A MINHA LM É VOCÊ! – Luna prendeu a respiração. – Eu não sei como não percebi isso antes, mas você é a pessoa mais inteligente, bonita, interessante, legal... Enfim, a loira mais milagrosa que eu jamais pensei em encontrar! – e, sem esperar a reação da garota, a beijou.

-ÓTIMO RONALD WEASLEY! SE VOCÊ ME AJUDAR A SOBREVIVER AQUI, QUERO SER MADRINHA! – gritou Hermione irritada de longe. Sorrindo timidamente, Rony e Luna voltaram a lutar.


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Hermione e Gina saíram correndo durante a noite, iluminada pelos clarões dos feitiços. Passaram por cima de um Comensal grandão caído.

-Ah, espero que não seja nenhum dos nossos... – disse Hermione correndo.

-Ok... Ta tudo certo? – perguntou Gina.

-O Dobby está à nossa espera. – disse Hermione, mostrando um espelho.

-E então, foi difícil roubar o par?

-Imagina! Sinceramente, Hogwarts precisa de noções de segurança.

-Ok... E Dobby nos espera aonde?

-Ali na frente. – as duas correram ainda mais rápido, e encontraram Dobby, Winky e outros elfos domésticos à sua espera. Cada um carregava quatro sacas sangrentas. – E então, Dobby, tudo ok?

-Toda a carne que pudemos encontrar senhorita! – exclamou o elfo alegremente.

-Ótimo! Vamos para o campo. – disse Gina e os elfos aparataram com as sacas sangrentas. Gina acompanhou-os e Hermione saiu correndo em direção ao lugar de onde os professores lutavam. Depois, com dificuldade, encontrou McGonagall.

-Senhorita... – ela esquivou de um feitiço. – Granger! – Hermione viu que ela tinha o lado do corpo sangrando e mancava um pouco. Afinal, ali era onde a batalha estava concentrada. – Eles estão ali naquele canto... – apontou para um lado escuro, onde os lobisomens estavam agrupados. – São muitos... Mas vá, e boa sorte. – a garota assentiu e aparatou. Depois da desagradável sensação de aparatar, viu-se em um campo próximo de Hogsmeade. Dobby e Gina conversavam enquanto os outros elfos estavam sentados à sua espera.

-Ótimo! Tudo pronto? A jaula? – Gina apontou para uma jaula enorme onde estavam as sacas. Ali dentro cabem todos, pensou Hermione satisfeita. – Ótimo trabalho, rapazes... Agora podem voltar a Hogwarts, os refugiados precisam de ajuda. – Dobby e Winky assentiram e aparataram com seus companheiros. Gina disse:

-Ok, e... Como você vai chamá-los?

-Eu achei que eles estariam mais próximos, mas daqui de onde estamos... Acho que eles não podem o ouvir.

-Ouvir quem?

-O Lupin... – disse ela, apontando para um lobisomem que se achava escondido comendo um pedaço de carne. Ele, ao ouvir seu nome, aproximou-se lentamente das garotas e ganiu baixinho. – Ok, Remo... – ela passou a mão na cabeça do lobisomem e deu mais um pedaço de carne. Ele voltou para o seu canto e começou a comer.

-Mas... Mione, o Lupin...

-Eu consegui convence-lo a nos ajudar... Só falta esperar o momento certo. Você pode ir, Gina, eu fico aqui.

-Eu? – disse ela apontando para si mesma. – E você acha mesmo que eu vou perder essa cena? – Hermione sorriu para a amiga, e depois olhou para o relógio de pulso.

-Faltam dois minutos... – disse ela, olhando em seguida para a lua cheia. A constelação Homo Canis estava bem próxima da lua, mas estaria no auge da proximidade dali a algum tempo. Mais precisamente, dali a dois minutos.

-Mione, querida e amada... Você tem total garantia de que nós não vamos morrer?

-Não.

-O QUE? E a McGonagall deixou a gente fazer isso...

-Porque é a única esperança. Ah não... – disse ela apontando para uma nuvem de dementadores. – E eu não posso fazer nada... – Lupin se aproximou ganindo.

-Ok... Só nos resta esperar. – foram dois minutos longos. Por fim, quando a constelação e a lua se alinharam, Hermione apontou a varinha para Lupin e disse:

-Sonorus! – Lupin uivou alto. – De novo! – o lobisomem uivou de novo, e de novo, até que puderam ouvir o tropel de criaturas andando em direção a eles. Quietus! Anda, Gi, me ajuda aqui! – as duas garotas se esconderam com Lupin. Logo dezenas, talvez centenas de lobisomens chegaram, sentindo o cheiro da carne. – Ok, agora é só esperar eles entrarem... Anda logo, bichinhos... – dizia Hermione. Pouco a pouco, eles percebiam que a carne estava dentro da grande jaula. Quando todos entraram, Hermione se aproximou e trancou-a. Lupin viu os lobisomens e tentou se aproximar, mas Gina o segurou.

-Ok... Casa dos Gritos, nós estamos indo. – disse Gina, pegando uma das patas do lobisomem e Hermione pegou outra. As duas aparataram em conjunto e foram para a Casa dos Gritos.

-Sinto muito, professor.. Você fez um ótimo trabalho. – disse Hermione dando um grande pedaço de carne a Lupin e trancando-o num dos quartos.

-Por que temos que trancá-lo? Ah, Mione, ele deve querer voltar...

-Como ele mesmo disse: pode ser muito perigoso se ele acabar mordendo Comensais. Por isso que eu afastei a idéia de fazê-los serem mordidos. Imagine Gi, hordas e hordas de lobisomens correndo entre nós. Nada muito agradável.

-Ok... Vamos voltar. E reze para que tudo esteja bem. – as duas giraram e aparataram.


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Fred e Jorge duelavam com vários Comensais quando viram os lobisomens se afastando e vários Comensais tentando, sem sucesso, detê-los.

-Acho que eles estão... MAS QUE MERDA É ESSA? – gritou Fred ao ver os dementadores. Vagarosamente, o frio tomava conta do campo de batalha. Jorge levantou o olhar por um segundo, quando viu a besteira que tinha feito; sua coxa direita exibia um corte imenso. O Comensal que lançara o feitiço sorriu.

-Estupefaça! – gritou Jorge. Nem pôde ver que o feitiço errara, e o Comensal saiu correndo. O garoto caiu no chão, um espasmo de dor tomando sua perna. Enquanto isso se sentia tomado pelas sensações horríveis que os dementadores traziam.

-Jorge! – gritou Fred. Os dementadores estavam muito próximos deles... Agora Jorge olhara para os lados e vira que não havia mais nenhum dos que ficariam naquela área. Todos estavam misturados aos Comensais, lançando feitiços.

-HAGGER! – ambos ouviram um rugido enorme vindo de Hogwarts. Pelo visto Grope e Hagrid chegavam, acompanhados dos centauros que faziam uma chuva de suas flechas envenenadas caírem certeiras nos Comensais.

-Eh, Fred e Jorge! – gritou Hagrid, sentado no ombro de Grope. - Onde estão... – dizia o meio-gigante, arfando. – Os outros?

-Quais outros? – perguntou Jorge.

-Os professores!

-Estão naquele lado.

-Vamos Grope! – gritou Hagrid para o irmão. Jorge olhou para o gigante, que carregava um guarda-chuva rosa no bolso. Pouco depois sentiu outra pontada na coxa, e não conteve um gemido de dor.

-JORGE! – gritou o irmão.

-Eu to bem, só não consigo levantar... Vai logo ajudar os outros, eu fico aqui. – Fred fez menção de protestar, mas o garoto levantou uma mão. – Anda, não há tempo para conversas. – o gêmeo assentiu e saiu correndo. Jorge se arrastou para um canto onde, segundos depois, Gina e Hermione aparataram.

-Mione! – exclamou Gina, apontando para o irmão. Hermione correu para o lado do garoto.

-É... Parece que estamos passando por alguns maus bocados, não é? – disse ele. Hermione olhou preocupada para o namorado, e rasgou a calça dele, logo acima do corte. A área já não sangrava, mas os vasos sangüíneos que a cercavam estavam roxos e pulsavam levemente, deixando a pele alva com um aspecto macabro.

-Eu nunca vi esse feitiço antes... – disse Hermione. – Gi, chama alguém logo. – Gina correu para as barricadas. Os professores estavam longe. Longe demais, pensou Hermione.

-Você me desculpa por ter sido grosso contigo, Mione?

-Sssh... Depois falamos disso, meu bem. – disse ela. – Agora deite aí, a Gina não deve demorar. - Assim espero, pensou ela, enquanto deitava a cabeça de Jorge em uma pedra e levantava com a varinha em punho. Tomara que não tenhamos companhia.


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-Onde pensa que vai, Weasley? – perguntou uma voz masculina um pouco esganiçada. Mesmo mascarado, Rodolfo Lestrange era reconhecível por causa da voz; os anos de convivência com Belatriz deixaram as vozes parecidas. Mas Gina não tinha tempo.

-Estupefaça! – o Comensal desviou.

-Sabe de uma coisa? Seu irmão tentou me atacar assim mesmo... Mas eu dei a ele uma pequena demonstração... A perna dele, daqui a alguns minutos, se ele ainda tiver salvação, nunca mais vai ser a mesma. – ele desviou de outro feitiço que Gina lançara. – Vou te ensinar a duelar, garotinha. Crucio! – Gina não desviou, e caiu no chão berrando de dor. Sobrepondo-se aos gritos, Rodolfo gritou. – E quer saber? Se eu te matar seus pais nem vão perceber... Afinal há tantos Weasleys por aí...

-O problema é Lestrange... – disse uma voz. Pouco depois, Rodolfo estava pendurado no ar pelo tornozelo, e Gina levantava. Draco se aproximou e arrancou o capuz do Comensal. – Que você não vai ter ninguém pra sentir a sua falta... Então a sua morte seria muito mais proveitosa, tanto pra mim quanto pra você. Estupefaça.

-Achei que você fosse... – começou Gina.

-Matá-lo? Oh, não... É bom demais pra ele. Vamos logo. – disse ele. Gina não hesitou e voltou logo, contando o estado do ferimento e os sintomas de Jorge.

-Mas quem está ferido? Acho que sei o que é, mas é só uma suposição. – ela hesitou.

-O Fred. – Draco parou por um momento.

-Olha o Jorge ali! - Merda, o que eu fiz, pensou Gina. – JORGE! – o ruivo virou-se e correu em direção aos dois.

-Meu nome não é Jorge! – Draco olhou Gina inquisitivamente. Ela baixou a cabeça, corada. – Vocês estão indo ver o Jorge? Vamos! – Draco disse baixinho.

-Você me paga, Ginevra. – ela respondeu:

-Desculpa! – pouco depois estavam no canto. Draco evitou os olhos de Hermione e os de Jorge. Apenas disse:

-É um veneno. – meteu a mão no bolso, e tirou um frasquinho. Sem cerimônia derramou um pouco do conteúdo no ferimento de Jorge. Quando ele ia embora, Hermione segurou-o. Todos olharam para a perna de Jorge, que voltava ao normal. Ele levantou-se e sacudiu-a.

-Está perfeita. – mas Hermione não ouviu. Os olhos dela estavam fixos nos de Draco.

-Por que você anda com essência de bezoares no bolso?

-Mione, ele salvou o Jorge, isso é o que importa! – exclamou Gina.

-Não. Ele tem que responder. Não é uma coisa que se carrega no bolso... Assim, por nada. É perigoso. Ele tem que responder, e vai responder.

-Não, não vai. – disse Gina tentando, sem sucesso, puxar Hermione pelo braço. – Vamos! O Harry precisa de nós.

-O Harry pode esperar. – disse a garota. O braço de Draco estava ficando com as marcas dos dedos dela, mas ele nem ligou. Sabia que poderia sair dali quando quisesse e evitar perguntas, mas preferiu o pior.

-Eu sabia que eles iam usar venenos. – Hermione olhou-o com firmeza.

-Conta o resto, Malfoy.

-Eu sabia desse ataque desde cedo. – todos, menos Hermione e Gina fizeram cara de surpresa. Ficaram em silêncio durante alguns segundos. Jorge disse:

-Ok... Então aquilo que eu te disse na mansão da Sophie...

-Em parte era verdade. – Jorge baixou a cabeça. – E tem mais. – antes que pudesse continuar Gina bufou.

-Qual é gente! – exclamou Gina visivelmente irritada. – O Draco era um Comensal. Era. Do verbo não é mais! Depois podemos conversar à vontade, as pessoas precisam da gente! – relutantemente Hermione largou Draco; o lugar onde ela o prendeu estava roxo. Hermione e os gêmeos correram em direção à batalha. Antes que Draco os acompanhasse a ruiva prendeu-o na parede.

-É apenas impressão minha ou você tem algo a me dizer? – disse ele irônico.

-Escuta aqui, Malfoy... – ele registrou o uso do sobrenome. – Não importa o quanto você se odeie, o quanto você quer todos longe de você... – Draco levantou a sobrancelha. – Não se esqueça que tem pessoas que se importam contigo, ok? E eu, como uma dessas pessoas, quero que a Hermione fique com você. Por isso nunca, nunca mesmo conte a ela o plano do Voldemort. Mesmo que um dia ela te pressione, nunca conte que ela deveria ser uma das Horcruxes. – Draco ficou surpreso.

-Como... Como você...

-Por incrível que pareça eu não sou tão burra quanto você pensa. Tom Riddle só tinha seis Horcruxes, mas nós sabemos que ele deveria ter sete. Há uma pessoa que tem todos os poderes dele, o Harry. É óbvio que ele ia pegar o bem mais precioso pro Harry. A única coisa que os diferencia.

-Na verdade não é óbvio, mas vamos... – ele tentou dizer, mas ela voltou a falar.

-O Harry ama a Mione. – Draco levantou a sobrancelha intrigado. – Não desse jeito. É como se a Mi fosse uma mãe pra ele. O que nem ele nem o Tom tiveram. Mas o Harry consegue ter a Mione como mãe. E o Tom, vai ter quem? A Belatriz?

-Ok, ok, eu entendi. – ele disse, desvencilhando-se de Gina e começando a andar para a batalha. – Mas... Como você sabe?

-Quando eu disse que, além do Harry, eu sou quem melhor conhece Tom Servolo Riddle não era brincadeira. – ela deu um sorrisinho amargo. – Agora vamos, a galera deve estar se perguntando o que nós estamos fazendo aqui. – Quando ela se adiantou, Draco deu um sorrisinho incrédulo e murmurou baixinho, para que Gina não ouvisse:

-Você é uma amiga incrível, Ginevra. – mas ela ouviu, e agradeceu mentalmente por estar de costas. Senão Draco nunca deixaria de perturbá-la por tê-la visto corada.


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Voldemort observava atentamente a luta, e Belatriz estava parada ao seu lado no lugar de honra, perto do seu braço direito. Eles eram as únicas pessoas que estavam ali. Nagini, ao seu lado esquerdo, estava impaciente por ter que esperar tanto tempo. Belatriz olhou para o rosto de Voldemort. A boca dele estava quase torta. Um mau sinal. A mulher mordeu o lábio inferior ao olhar para o relógio.

-Milorde? – ele demorou um pouco a responder.

-Sim Belatriz?

-São quase onze e meia*. O senhor não vai...

-A maior virtude de um bom combatente é a observação, Bela. – ela suspirou.

-Os lobisomens sumiram milorde. Não conseguimos nem ouvir seus uivos!

-Creio que isso seja algo ruim.

-E é! – ela inspirou fundo. – Os dementadores só estão observando. Nossa situação está começando a ficar crítica, afinal nenhum dos nossos fica parado tempo suficiente para usar os venenos que eu e Snape desenvolvemos ao longo desses meses. Então por que não me deixa ir?

-Bela, não tens percebido que eu venho te treinando? – ele olhou para a batalha. – A maior parte dos Comensais que ali estão só não querem morrer. Só se alistaram para não morrerem, e não porque simpatizam com nossos objetivos. E isso me fez pensar que devo ter uma reserva. Alguém com o mesmo sangue-frio que eu. Alguém que não hesite na hora de exterminar aqueles que não tem a nobreza em suas veias.

-Não estou enten...

-A questão é: eu temo esse encontro com Potter. A minha última Horcrux, a que me daria o poder ilimitado, falhou e não tenho como fazê-la agora. Ainda temos as nossas armas secretas, mas não sei se venceremos. Se eu falhar... Se eu morrer, Belatriz Lestrange quero que você continue meu trabalho. Você promete que continuará, Belatriz, e expurgará os impuros da face da Terra?

-Eu prometo milorde, mas... Por que o senhor não escolhe Snape?

-Severo Snape precisa de lugar para se espalhar, e o topo não é muito interessante para esse objetivo.

-Tudo bem... Eu o entendo, milorde.

-Ótimo Belatriz. Agora só observe. – ele lançou um feitiço da Desilusão nela e em Nagini. Depois saiu andando, com Belatriz e Nagini, para onde sabia que Potter estava.

A batalha havia recuado. Havia algumas pessoas caídas, mas ele não reanimou ninguém. No chão os Comensais eram a maioria, mas ele nem ligava. Os dementadores tinham dado um clima frio ao lugar seguindo suas ordens. Não adiantaria que eles se juntassem aos Comensais em uma batalha por terra, só seria prejudicial. Então decidira coloca-los por cima, flutuando entre os combatentes, arrancando todas as esperanças. Isso fortalecia os Comensais, e enfraquecia os outros. Enquanto andava, pensou em todos os planos que elaborara para aquela noite. O tilintar da Taça de Helga Hufflepuff, presa à sua calça, e o rastejar de Nagini, combinados com seus passos e os de Belatriz eram como música para seus ouvidos. Lentamente ele aproximou-se dos duelistas que restaram. Todos paravam de duelar e se separavam quando Voldemort chegou. Isso acabou por formar uma espécie de “corredor polonês” até onde Harry estava. Ele exibia um corte no lábio inferior, e parecia cansado quando Voldemort se aproximou. Ele deu um sorriso sarcástico.

-Potter. – Rony e Hermione aproximaram-se por trás de Harry. Hermione ficou ao seu lado esquerdo, e Rony do lado direito. – Granger, Weasley. – ele curvou a cabeça aos três numa saudação sarcástica.

-Riddle. – os três disseram, também curvando as cabeças.

-Enfim você aprendeu as regras de etiqueta, Potter! Esse encontro, imagino, esteja sendo esperado por nós dois. E então, gostou da surpresa?

-Por incrível que pareça, você ainda não me trouxe nenhuma surpresa, Riddle.

-Ah, não? – ele pareceu triste. – Você ainda não encontrou meus amigos? Que triste, Harry! Aposto que eles gostariam muito de revê-lo. – ele mostrou com o braço um grupo de mais ou menos trinta pessoas. O homem que estava mais à frente aproximou-se, e o estômago dos três amigos revirou. – Alvo Dumbledore! – e todos os outros se aproximaram. Lílian e Tiago Potter vinham logo atrás, acompanhados de Duda, Petúnia e Valter Dursley, sendo seguidos por Arabela Figg, vizinha de Harry. Além deles, outros antigos membros da Ordem e conhecidos bruxos apareciam. Harry ouviu Sirius dizer algo ininteligível atrás dele, que Hermione resmungou irritada.

-Inferi...

-E então... Gostaram da surpresa? Rever todos os que vocês amam e que querem matá-los no momento... Que cena terrivelmente chocante! Aproveitem o reencontro! – exclamou ele, dando as costas e saindo enquanto o exército de Inferi avançava. Harry não conseguiu andar muito; logo os corpos começavam a atacá-los, suas mãos descarnadas dando nojo em quem eles tocavam. Os membros da Ordem e os Aurores estavam parados, estáticos, e os alunos de Hogwarts não sabiam o que fazer.

-São apenas Inferi! Ataquem-nos! – gritou uma voz que trouxe todos à realidade. Percy começara a soltar fogo pela varinha, fazendo algumas pequenas fogueiras. Rony olhou para trás e, antes que pudesse dizer alguma coisa, Arthur avançou e abraçou o filho. – Teremos tempo depois... Vamos! – todos os membros da Ordem, alunos de Hogwarts e Aurores atacaram. Harry ficou estático, até que Hermione segurou-o pelo ombro.

-Não adianta não querer machucá-los, Harry! É necessário!

-Eu não sabia... Meus tios... Duda...

-Ninguém sabia! Harry, eles estavam com proteção redobrada! Não sei como conseguiram mata-los! Mas eles são só Inferi, Voldemort só quis te atingir com isso...

-Eu sei! É só que... – mas quando ele viu Sirius avançar sobre Lílian e transformar incendiar um pedaço de madeira para afastá-la, ficou mais confiante. – Ok. – O garoto evitou estrategicamente sua família. Mas depois de um tempo viu que estavam com vantagem. Quando os Inferi se afastaram totalmente deles, Voldemort voltou. Os dementadores estavam cada vez mais baixos só que ninguém se atrevia a lançar um Patrono; isso só os enfureceria.

-Eu sempre disse Potter, que os que amam são tolos! – Hermione não ouviu muita coisa do discurso de Voldemort. Ficou mais preocupada em saber o que era aquilo do lado dele. Tanto no lado direito quanto no lado esquerdo a poeira estava parada no ar. No lado direito a poeira ficava na altura de uma pessoa normal, e do lado esquerdo em alguns centímetros do chão. Quem está ali, ela se perguntou. Voldemort falava algumas coisas, mas fazia menção de parar logo. Ela sussurrou baixinho para Harry:

-Faça-o falar! – Harry rapidamente começou a fazer perguntas, como muitas vezes vira em filmes trouxas. Enquanto isso, a mente de Hermione trabalhava a mil. Qual dos Comensais do círculo de Voldemort não estava lutando? Ela pensou em vários nomes, mas só quando ouviu um muxoxo baixinho de Sirius atrás dela, compreendeu. Belatriz! A mulher não havia lutado. E ao lado esquerdo? Claro, Nagini! Ela olhou para Voldemort. - Do lado esquerdo... – murmurou para Rony e Harry. Eles perceberam, e Rony assentiu com a cabeça. Outro lampejo veio à mente de Hermione; ela tinha quase certeza... Algo dourado preso à calça de Voldemort... Seria a Taça? Talvez... Ela se prendeu a esses pensamentos. Harry conversava com Voldemort, e Rony a olhava esperando que ela desse algum sinal. Esse tempo foi a perdição para eles.

Belatriz percebeu que a Sangue-Ruim olhava diretamente para ela. Se a mulher se movesse, a garota perceberia. Mas, sem motivo aparente, ela começou a olhar de Nagini para a calça do mestre, onde estava a Taça de Helga Hufflepuff. Ela não podia dar um aviso, e a garota mantinha os olhos fixos nela. Teve uma idéia e exclamou:

-Crucio! – Rony não percebeu a tempo, e foi tudo muito rápido. A Aurora ruiva percebeu o movimento no ar e se jogou na frente de Rony, recebendo a Maldição. A mulher começou a gritar, e Hermione atacou Belatriz.

-Estupefaça! – mas o feitiço passou longe. Voldemort olhou incrédulo. Pouco depois desviou de um ataque de Harry, e atacou-o de volta, Harry desviou; Rony pulou a Aurora caída e apontou a varinha para Nagini, e Hermione pulou para o lado de Voldemort. Antes que conseguisse pegar a Taça, Belatriz a agarrou pelos cabelos e pousou a ponta da varinha em sua cabeça.

-Avada... – Draco correu sabe-se lá de onde e pulou em cima de Belatriz. Sirius se postou de frente para Belatriz; ela olhou-o com um sorrisinho de cima a baixo e começaram a duelar. Logo os Aurores se uniram e voltaram a atacar os Comensais. Hermione se jogou para frente e agarrou a Taça. Ela e Rony gritaram ao mesmo tempo:

-Shantaralla**! – A Taça e Nagini ficaram nítidas de repente. Voldemort deu um urro de fúria e chutou Hermione. Draco e Jorge se aproximaram da garota que levantou com o nariz sangrando. A Taça pegou fogo, e Nagini sibilou alto. Pouco depois a cobra caiu no chão, morta. A Taça flutuou por alguns segundos no ar e ficou de cor vinho. Caiu no chão e virou poeira. Todos olharam abismados para o espetáculo; só Sirius e Belatriz duelavam, enquanto o resto observava Voldemort. Ele mantinha os olhos no corpo inerte de Nagini.

-Avada Kedavra! – bradou uma voz alta, porém rouca. Dolohov estava com a varinha apontada para o Ministro da Magia. Ele arregalou os olhos, ao mesmo tempo em que a Aurora ruiva gritava. O Ministro caiu no chão, e Voldemort sorriu. A Aurora ajoelhou-se, e foi até Scrimgeour, chorando.

-O Ministro da Magia está... – mas ele não completou a frase. Os cabelos de Severo Snape, até então parado mais atrás, juntamente com outros Comensais, começaram a se retrair. Os olhos dele ficaram azuis, e ele tentou fugir, mas Voldemort o prendeu.

-Você é Severo Snape?

-Não... – ele disse, com a voz profundamente rouca. – Sou Aberforth Dumbledore. – até Belatriz e Sirius pararam de duelar para ouvir o resto. Voldemort rugiu.

-Verme! Avada Keda... – Aberforth se afastou um pouco.

-Expelliarmus! – gritou Harry. A varinha de Voldemort voou displicente até a mão do garoto. Belatriz olhou de olhos arregalados para o mestre. Todos os Comensais não acreditaram no que estava acontecendo. Voldemort, porém, sorriu.

-Então, Potter. Você vai me matar agora? Eu, um bruxo totalmente indefeso sem varinha? Agora, justo agora, que eu não tenho mais minhas Horcruxes? Agora, que eu e você estamos em iguais condições?

-Eu deveria te matar agora, Riddle. Deveria. – ele fez menção de devolver a varinha de Voldemort. Mas ele manteve o sorriso.

-Então me mate, Potter. Ou melhor, tente me matar! – ele girou, e apareceu do lado de Harry. O garoto estendeu a varinha de Voldemort, e ele fez menção de pega-la. Mas quando ele estendeu o braço havia baixado a guarda.

-Relaxo! – Voldemort foi lançado para longe. Harry girou e apareceu do lado de Voldemort. Ele estava caído, mas com a varinha em punho. – É, Tom, agora eu acho que temos igualdade.

-Vai fazer o que, Potter? Lançar-me um Avada? Dumbledore só usava magia branca, meu rapaz.

-O problema é... Eu não sou Dumbledore. – ele apontou a varinha para o rosto de Voldemort. – Mas não gosto dessa idéia. De acabar com você, assim, caído no chão. Levante-se, Tom Riddle. – ele lembrava de como Voldemort fizera mais ou menos assim, no cemitério, no quarto ano. Voldemort, ainda sorrindo, esperou o convite para o duelo. Convite que não veio. - Avada Kedavra! – Voldemort tentou desviar, mas sua varinha ficou parada, estática no ar, esperando o golpe. A Maldição pegou na mão dele, e ele olhou para o ponto como se fosse câmera lenta. Seus olhos se arregalaram. Ele ouviu o grito de Belatriz ao longe. Os Comensais se aproximaram, e os dementadores fugiram. Por fim, o homem que conseguira muito mais do que qualquer outro caiu como um mortal no chão. E, como mortal, chegou a sua hora.

No ponto de vista de Harry foi tudo muito rápido. Os Comensais, percebendo a queda do seu mestre, tentaram fugir. Belatriz Lestrange nem pôde ficar sabendo da morte do marido, aparatou logo para algum lugar até então desconhecido. As pessoas o cumprimentavam, mas ele sentia ódio por dentro. Ódio por ter sido igual a Voldemort. Por ter matado sem escrúpulos.

-Você foi bem, rapaz... – disse Aberforth. Harry evitou-o, não queria ouvir as explicações do irmão de Alvo Dumbledore. Sentia que tinha manchado suas mãos, usando magia negra. Mas Jorge e Draco agarraram Aberforth pelo colarinho.

-Quem é você? – eles perguntaram ao mesmo tempo. Harry só pôde assistir à cena, abismado.

-Aberforth Dumbledore... Membro da Ordem da Fênix e irmão de Alvo Dumbledore.

-Ex-membro, você quer dizer... – rugiu Draco.

-Para os outros eu sou ex-membro, mas... Trabalho para mim e não devo explicações a garotos! – rugiu ele.


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Rony saiu andando até onde estava o corpo de Rufo Scrimgeour. Devia agradecimentos à Aurora ruiva. Mas, quando chegou lá, encontrou Vianne e Mina. As duas choravam abraçadas.

-Mina? – ela levantou os olhos para ele. – Eu... Eu sinto muito.

-O... O desgraçado fugiu... – balbuciou ela.

-Calma, o Ministério vai...

-O Ministério não vai fazer nada! – disse ela levantando e enxugando os olhos. – Essa briga é minha, Ronald. – Rony pigarreou antes de perguntar.

-Você... Viu uma das Auroras... Uma ruiva, ela estava por aqui...

-Era eu. – ele arregalou os olhos.

-Como? Poção...

-Eu sou metamoformaga, Ronald, hello!

-Ok... – disse ele. – Então... Obrigado.

-Não fiz mais do que o meu dever. – a garota sorriu tristemente e saiu andando. Rony ficou parado um tempo, e depois saiu andando também, dessa vez para cumprimentar Harry. Ele só ouviu o grito de Gina e correu em direção à irmã. Ela chorava copiosamente e apontava para um corpo no chão. O estômago do garoto revirou quando ele viu os cabelos ruivos, cortados bem curtos e manchados de sangue. O céu refletia as estrelas nos olhos de Percy Weasley.


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Aberforth Dumbledore fumava um cigarro sozinho. Várias pessoas comemoravam, mas ele preferira ficar afastado. Quando jogou o cigarro no chão sentiu dois pares de mãos arrastando-o para longe. Encostaram-no sem cerimônia na parede de uma loja e ele não conteve um suspiro de alívio quando viu que eram Draco Malfoy e Jorge Weasley.

-Vocês não cansam de fazer perguntas, não?

-Não. – disseram os dois em uníssono.

-E então vocês me trouxeram para tomar chá, acertei? – disse o velho irônico.

-Só queremos fazer perguntas... Que os outros não querem ouvir.

-Ótimo... Adoraria responde-las.

-Por que você se uniu aos Comensais? – perguntou Jorge. – Por que torturou a Mione? – Aberforth cuspiu no chão irritado.

-Vocês acham mesmo que eu ia querer torturar aquela guria? – ele acendeu outro cigarro e voltou a falar, exaltado. – Depois do que aqueles filhos da égua fizeram com o meu bar? – os garotos hesitaram. Por fim Jorge disse:

-Eu acredito nele. – o homem fez uma careta.

-Ótimo. Agora me deixem ir, tenho muito a fazer.

-Fazer? – perguntou Draco. – Pra quê?

-Ora vamos, rapaz... Você é filho da pequena Cissy, não é? Deve ser inteligente que nem ela! – as engrenagens trabalhavam no cérebro de Draco. Não podia acreditar na sorte que tivera.

Tudo pelo que estou vivendo
Tudo pelo que estou morrendo
Tudo que eu não posso ignorar sozinha de noite


-O senhor conheceu a minha mãe?

-Oh, sim, mas não falarei nada além disso! – Draco bufou. Jorge virou para Aberforth e disse:

-O senhor nos disse que ia fazer algumas coisas... Vai viajar?

-Perdi meu bar. – disse ele dando uma baforada. – Não tenho mais nada a fazer desse lado do oceano, a não ser ficar e ser preso. Do lado de lá eu tenho contatos que podem me conseguir um apartamento. Vou ter que ficar escondido, mas... – ele deu um sorrisinho. – Tenho alguns negócios que podem me dar uma boa grana.

-Eu... – Draco nem pôde terminar de falar. Aberforth começou a gesticular.

-Nem pense nisso, garoto! Você? Quer viajar comigo?

-Com certeza existem companhias piores em viagens. Além disso, eu não vou sozinho.

-Vai com a menina Granger, eh? – disse ele olhando malicioso para Draco.

-A Hermione é minha namorada. – disse Jorge irritado.

-Nossa! Então temos um embate de cavalheiros por uma única dama! – disse o homem sorrindo. Draco e Jorge coraram instantaneamente. De repente ele ficou sério e pensativo. – Não sei se você poderá ir comigo, rapaz. Tenho que pensar. E você e a sua namorada têm onde ficar?

-Ela vai ficar com os pais. – disse Draco, tentando ignorar a parte do “sua namorada”. – Não vou ficar com ela, mas o pai dela é muito influente, então eu terei asilo político. – como o homem fez cara de que não estava entendendo, ele continuou. – Ele vai saber da minha situação, e por um... – ele tentou explicar da melhor forma. – Um pequeno probleminha não vai querer me ver preso ou deportado. Ou seja, eu vou ficar imune à essas acusações por mais ou menos cinco anos.

-E... Se eu estiver com você... Se eu viajar contigo vou ter direito a isso aí também?

-Só se você me conseguir um apartamento. – retrucou Draco.

-Não sei... Amanhã à tarde você vai ter uma resposta... Se for positiva prepare-se... Eu quero pegar o avião da meia-noite. – Draco assentiu com a cabeça e saiu andando lado a lado com Jorge. O ruivo disse:

-Eu não vou contar a ela, não se preocupe.

Eu posso sentir a noite surgindo
E me separar do meu evidente
Entendimento sobre mim
Depois de tudo que eu tenho visto,
Juntando todos os pensamentos entre si
Eu encontrei as palavras que me fazem melhor
Se eu só sei como me tirar à parte


-Eu não me preocuparia com esse detalhe. Ela prefere você. – Jorge ia retrucar, mas Gina se aproximou chorando. A garota olhou para Jorge. O ruivo se assustou e chamou baixinho.

-Gina? – ela não respondeu, só olhou para baixo. – Gi... Quem? – ela baixou a cabeça e disse, num fio de voz.

-Percy... – toda a cor saiu do rosto de Jorge, e ele saiu à procura da família. Draco não sabia o que fazer até que Gina disse:

-Draco... Ele não foi o único... O... Taylor também se foi...

Tudo pelo que estou vivendo
Tudo pelo que estou morrendo
Tudo que eu não posso ignorar sozinha de noite
Tudo que eu quis
Embora eu quisesse mais
Eu fechei a última porta que estava aberta - meus
Espíritos estão me vencendo


Draco sentiu o estômago afundar. Gina voltou a soluçar baixinho, e ele a abraçou. Gina tentou falar mais alguma coisa, mas ele disse:

-Ssssh... Não precisa dizer mais nada, querida... Já acabou. – ele afagou-lhe a cabeça.

-Ah, Draco... Por que tinha que ser assim? Por que tantos tinham que morrer? – ele beijou-lhe o topo da cabeça.

-Eu me pergunto isso todos os dias... – dise ele, de olhos fechados. – Agora chore... Você vai se sentir melhor. – eles sentaram-se em um banco. Ela encostou a cabeça no ombro dele e ali ficaram. As pessoas que chegavam lentamente do castelo lamentavam seus mortos, fazendo-o como numa música. Draco embalou a amiga*** por alguns minutos, até que sentiu-a mais relaxada. Depois de um tempo Fred se aproximou e encontrou Draco embalando uma Gina adormecida. Pegou-a no colo e levou-a para o castelo, e Draco saiu andando sem rumo pelo vilarejo fúnebre.

Eu acredito que os sonhos são sagrados
Pegue meus medos mais sombrios e jogue com eles
Como uma canção de ninar
Como uma razão incerta
Como um jogo das minhas obsessões
Faça-me entender a lição
Então eu me encontrarei de novo
Então eu não estarei perdida outra vez
Tudo pelo que estou vivendo
Tudo pelo que estou morrendo
Tudo que eu não posso ignorar sozinha de noite
Tudo que eu quis
Embora eu quisesse mais
Eu fechei a última porta que estava aberta - meus
Fantasmas estão me vencendo


* O pôr-do-sol na Grã-Bretanha é mais tarde do que aki... Então a noite passa mais rápido lah ok?

** A Shantaralla é, além dakelas coisas tds, um feitiço que eu criei que destrói Horcruxes.

*** A fic continua Draco e Mione viu? Para as mentes poluídas a resposta: Não, o Draco não vai ficar com a Gi.



BÔNUS: EXPLICAÇÕES!

Cada passo que dava era um martírio para Hermione. O cansaço que tomara conta dela era imenso, e sua cabeça latejava ferozmente a cada tentativa de pensamento. Estava ajudando alguns feridos quando viu Sirius de pé, sozinho, olhando a lua. Aproximou-se em silêncio e disse:

-Noite linda, não?

-Poderia ter sido bem mais... E, pela terceira vez, a minha querida priminha Bela me escapa.

-Não se culpe, Sirius. – eles ficaram em silêncio por algum tempo até que ele disse:

-Você devia, sabe, dar uma chance a ele.

-A ele? Ele quem? – a pergunta foi um ato automático. No fundo, Hermione sabia muito bem de quem Sirius falava.

-Ao Draco. – ele parecia meio constrangido de falar naquilo, mas continuou. – Ele é um bom garoto. Além disso, eu não acho que você e o Jorge sejam a tampa da panela e aquele bla bla bla todo um do outro. – Hermione suspirou.

-Sirius, posso te fazer uma pergunta sincera?

-Pode fazer. – disse ele, pondo as mãos nos bolsos.

-Você promete que não vai ficar chateado?

-Vai lá, fala... Eu agüento a bomba!

-Você não acha que ta... Sei lá, misturando as coisas?

-Misturando?

-É... Pode ser algo involuntário, mas você não acha que está... Sei lá, querendo dar à minha história o fim que a sua não teve?

Acho que penso que não mudei o mundo
Para fazer você me ver
Para ser a única
Eu teria que correr para sempre
Mas, agora que eu volto
A não chorar pelo seu amor?


-Ainda não entendo o que você quer dizer, Hermione. Pode ser mais específica?

-Ok... Você está tentando me transformar na Narcisa. – Sirius a incentivou a continuar a falar. – Tipo, com os mesmos problemas, anseios e tudo o mais.

-Prossiga.

-O problema é: eu não conheço a Narcisa tão bem, e eu não sou ela! Sei lá, todo o mundo acha que eu...

-Você está dizendo que as pessoas comparam a sua história com a da Narcisa? - Não só as pessoas, mas a minha mente também, pensou ela.

-Tipo, todos consideram como se fosse um faz-de-conta. Eu sou a Cissy, você é o Draco, e o Lúcio é o Jorge. O caso é que não se encaixa!

-Não? Hermione, você conhece as fases Angulares?

-Fases? – perguntou ela. – Não, só existe uma, a Triangulação.

-Minerva não te contou? – ela fez que não. – Então vou dizer mais ou menos como são as Angulares. São vários tipos de ligações entre mentes. A mais simples e comum é a Biangulação, que não permite comunicação, só que você consiga ver os pensamentos.

-Ainda não sei por quê...

-A Biangulação é conhecida comumente como Legilimência. Essas fases Angulares prezam por um equilíbrio, que a Biangulação não consegue trazer por completo.

-Sirius, eu...

-Há a Triangulação, que você conhece e a sua forma mais complexa. A Quadrangulação. Ela permite não só a comunicação por pensamentos, mas também o compartilhamento de certas coisas, como energia e sentimentos. A Quadrangulação abrange quatro pessoas e tem duas características especiais: permite que você localize as outras pessoas envolvidas e é hereditária. Não para todos os filhos, mas só os que nascem com a capacidade Angular. Eles passam isso às outras pessoas que estão ligadas a eles, fazendo uma corrente. Cada Quadrangular se liga a outros três Angulares. – ele abriu um sorrisinho.

-Ou seja... Você vai virar pra mim e me dizer que a Narcisa era Quadrangular. – disse ela. Sirius fez um gesto, dizendo para que ela prosseguisse. – E se, por um pequeno acaso da vida eu tiver uma ligação Angular com o Malfoy, eu também sou uma Quadrangular. – ele repetiu o gesto. – E eu tenho que, de novo, sair à caça da outra pessoa que completa a seqüência. – ele repetiu o gesto de novo. – O que significa que eu estou literalmente...

-Bingo!

Tudo pelo que estou vivendo
Tudo pelo que estou morrendo
Tudo que eu não posso ignorar sozinha de noite
Tudo que eu quis
Embora eu quisesse mais
Eu fechei a última porta que estava aberta - meus
Fantasmas estão me vencendo
Deveria doer te amar?
Eu deveria me sentir como eu me sinto?
Eu deveria ter fechado a última porta aberta -
Meus fantasmas estão me vencendo


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Notas finais do capítulo

Desculpa pelo erro, quem leu me perdoa, acabei postando o cap errado... Mas esse aí é o 18 VERDADEIRO!!! Beijos!!!



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