Accidentally In Love 1 escrita por Juh__Felton


Capítulo 14
Traga-me de volta à vida


Notas iniciais do capítulo

Beleza, só não aceito Avadas Kedavras no fim do cap, ok???



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~>TRAGA-ME DE VOLTA À VIDA
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Shot at 2007-08-18


Hermione estava em frente à lareira da mansão Ballin, ao lado de Mina, Vianne e Gina. Sophie, Fred, Jorge, Harry, Rony, Tonks, Lupin e Ranieri estavam parados para se despedirem. A garota olhou rapidamente para a escada e pensou com desgosto: ele não vem mesmo. Voltou a sua atenção para Tonks, que pedia silêncio.

-Gente, eu sei que vai ser realmente um longo tempo ficar uma semana longe de seus namorados, amigos e afins. – disse sarcástica. – Mas a professora McGonagall está esperando, vocês sairão na Dedosdemel e a lareira se fechará em exatos quinze minutos, o tempo necessário para que vocês se despeçam. – Hermione olhou para Tonks, e se abraçaram. A garota sentiu na mão direita de Tonks um anel.

-E por que você não conta a novidade, hein Tonks? – disse Hermione, sorrindo. Lupin tossiu levemente e baixou a cabeça, envergonhado.

-Porque você é com certeza a menina mais inteligente de Hogwarts! – disse a bruxa, seus cabelos baixando e ficando num tom liso e discreto até a altura das orelhas.

-Isso não responde à minha pergunta. – atacou Hermione.

-Ok... Remo vem cá! – disse Tonks, os cabelos com um tom rosa-berrante curto e arrepiado. Prendendo Lupin pela mão, ela disse: - Ai... Ok, Hermione, eu falo... Ai!!! É que... O Lupin me pediu em casamento essa manhã... – Seu rosto corou levemente, ao que completou baixinho: - E eu aceitei... – As garotas deram gritinhos e bateram palminhas, animadas. Lupin coçou o nariz, sem jeito. O cabelo de Tonks tinha mudado para um tom avermelhado. O lobisomem disse:

-É... Ela aceitou... Mas depois vocês conversam, isto é, vocês têm que ir logo. – Hermione ainda sorria. Abraçou Sophie, que sussurrou em seu ouvido:

-Qualquer coisa, já sabe.

-Um caderno em branco, mil e uma possibilidades... Aii... Vou sentir saudades!

-Eu também, Mione... Mas a gente vai estar sempre junta nessa história... Por favor, pesquise sobre a Triangulação...

-Era a primeira coisa que eu ia fazer... – disse, se soltando. Sophie acenou com a varinha, e as bagagens foram para Hogwarts. Hermione virou-se para Ranieri, dizendo:

-Obrigada por tudo, senhora Ballin... Ficaremos muito gratas, de verdade.

-Foi um prazer, querida! – disse Ranieri, sorrindo. Hermione procurou por Lupin, mas este já havia saído. Olhou para Harry e Rony:

-Vocês dois, se comportem enquanto eu não estiver por perto, ok?

-Sim senhora! – disse Rony, batendo continência, sorrindo.

-Aaaah, eu vou sentir saudades! – ela disse, puxando os dois para um abraço.

-Mione, calma! A gente não vai se meter em encrenca, ok?

-Não façam nada sem antes me consultarem! – deixou-os, eles iam se despedir de Gina, Mina e Vianne. Virou para Fred, sorrindo:

-Ok, Fred, a gente não conversou tanto nessa viagem, mas mesmo assim eu vou sentir saudades... – e o abraçou.

-Também vou sentir saudades de você, menina! – ele sorriu ao completar: - Assim que você for a Hogsmeade, teremos uma pequena surpresa pra você...

-Ah não! Eu detesto surpresas, você sabe!

-Ok, eu admito... Tudo bem, eu falo...

-Fala logo, Fred! – disse Hermione, nervosa.

-Ok... Eu e o Jorge conversamos e... Decidimos por comprar a Zonko’s.

-Aii Fred que bom!! Até que enfim eu vou poder comprar um Mini-Pufe porque eu admito: eu tenho inveja da Gina e do Arnaldo.

-Comprar não, Mione. – disse Jorge, aproximando-se. – Pra você o Mini-Pufe é de graça.

-Ok, Jorge. O Mini-Pufe. Mas o Kit Mata-Aula ela tem que pagar. – disse Fred, sorrindo e se afastando. Hermione virou-se para Jorge e o abraçou. Ele acariciou os cabelos castanhos dela e disse:

-Agora só vê se não esquece de mim, ok?

-Pelo visto você não me conhece direito, Weasley. – disse Hermione num sussurro ao pé do ouvido do garoto. – Eu nunca esqueço pessoas especiais pra mim.

-Espero que sim, se você não for visitar a loja eu vou ficar irritado.

-E eu vou perder alguma oportunidade de ver você e seu irmão, criatura? – disse Hermione, afastando-se e bagunçando o cabelo ruivo do rapaz, que estava na altura dos ombros [[Gente, se lembrem das imagens de Fred e Jorge no quarto filme, ok? No quinto eles cortaram o cabelo T.T]].

-Ah, o Fred não te disse?

-O que?

-Como vamos ter duas lojas, a gente vai ter que se separar, sabe... Então eu vou pra Hogsmeade e ele continua no Beco.

-Ah ta... Então tudo bem. – disse Hermione, surpresa. – Bom, Jorge, eu tenho que ir... - Idiota, burra, fala logo que não vai poder visitar ele, que ta com medo de que ele te ataque! Não! Não fale isso, garota! Não! Hermione travava uma verdadeira batalha consigo mesma. Resolveu-se por dar um beijo na bochecha de Jorge e dizer: - Te vejo por aí!

-Mina, Vianne, vai logo com isso aí! - dizia Gina, impaciente. – Até a Mione já chegou, ta vendo?

-Ok, a gente já vai... – disse Mina, dando um último beijo em Rony, e dando um tchau de longe para Harry. – Vi!

-Ok, já fui amor! – disse Vianne, irritada, enquanto corria para se juntar às meninas. – Eu vou primeiro, nem vem! – jogou o pó de Flu nas chamas e, gritando “Hogsmeade” desapareceu. Mina a seguiu, Gina foi logo depois e chegou a vez de Hermione. Ela respirou fundo, jogou o pó de Flu na lareira e entrou. Gritou Hogsmeade e foi viajando por um mundo de lareiras interminável. Depois de um tempo, saiu na Dedosdemel. As outras garotas já limpavam a fuligem das roupas e ela as imitou. Pegando suas malas, saíram. O lugar estava vazio, exceto por algumas crianças do vilarejo que faziam bonecos de neve, observadas de longe pelos pais. Hagrid as esperava na porta da loja.

-Hagrid! – gritou Hermione, correndo em direção ao gigante. – Que saudades, nunca mais nos vimos!

-É, Mione... – disse Hagrid, apertando a mão de cada uma das meninas. – Não tenho ficado muito por aqui, muito alunos têm saído de Hogwarts desde o ataque...

-Mas como pode Hagrid? – perguntou Gina, acompanhando-os. – O ataque foi há quase duas semanas, e, além disso, os dementadores eram falsos! – Hagrid parou ao ouvir isso.

-Mas... Vocês não souberam?

-Não! – disseram Mina e Vianne juntas, antes que Gina e Hermione contestassem. – Fala logo, Hagrid, a gente ta ficando preocupada.

-Eu não devia ter dito isso... Eu não devia, não devia mesmo... – repetia Hagrid.

-Ok, mas agora você já falou... É melhor completar.

-Vocês não passaram por lá, mas acho que daqui já dá pra ver... – disse ele, virando de costas para Hogwarts.

-O que, Hagrid? – disse Hermione, virando-se também. Então prendeu a respiração. Uma fumaça esverdeada saía de um ponto mais ao longe em meio à imensidão branca. Gina percebeu qual era aquele lugar, havia ido com Taylor várias vezes lá. Sussurrou:

-O café da Madame Puddifoot... Essa não...

-Isso aí... Ela tinha descendência trouxa, e os Comensais descobriram...

-Quando... Quando aconteceu isso, Hagrid? – perguntou Hermione, chocada.

-Foi há uns dois dias... Eles vieram se embebedar e ela não quis fornecer bebida... Horrível, uma tragédia.

-E, por Merlin, Hagrid! Como eles fizeram aquele estrago?

-Pus de bubotúberas. Eles fizeram sabe lá o que, só sei que o pus explodiu o lugar.

-Por isso que a fumaça não parou ainda... Nossa que horror! – disse Vianne.

-Só não entendo como aqueles desgraçados conseguiram tanto! Pus de bubotúberas não é algo que você acha em qualquer lugar... – respondeu Hagrid, voltando a andar.

-Será que eles não roubaram o estoque de Madame Pomfrey?

-Não... Ela conferiu, todas as garrafas estavam lá.

-Então, como...? – disse Mina.

-Não sabemos Mina... Seu pai está furioso, a população bruxa não está nada satisfeita...

-Eu imagino... Ele não deve ter como reagir, e isso o irrita.

-E como! No escritório da McGonagall... – Hagrid calou-se de repente. Todas as quatro olharam para ele. – Deixem pra lá, não sei por que fui falar nisso.

-Hagrid... – disse Hermione, num tom de censura, mas sem parar de andar. – Fale agora.

-Ok... McGonagall vai querer meu pescoço. Ela e o Ministro estavam brigando.

-Por quê? – perguntou Mina, prontamente.

-Parece que o Ministério não quer continuar as buscas pelo garoto... – disse Hagrid, apreensivo.

-Pelo Taylor? – perguntou Gina, quase gritando.

-Exatamente! O Ministro queria que a Minerva desse uma indenização à família e ficasse por isso. Mas a diretora bateu pé firme. Ele saiu de lá uma fera.

-Mas por que, Hagrid? – perguntou Mina.

-Eu lembro de ter ouvido o Ministro gritando: “Nós temos que concentrar as forças dos aurores daqui e de fora na busca de Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado e não...”.

-E não...

-“E não em um garoto que provavelmente já está morto.”. Ele gritou isso. – completou Hagrid olhando para Gina.

-Sim, mas por Merlin! Ele é o Ministro da Magia! O dever dele é zelar pela população!

-Eu sei Mione...

-Ele está irritado. – disse Mina, calmamente. – Mas o que a diretora respondeu?

-Ela disse exatamente o que a Hermione disse. Ele respondeu que estava zelando pela população na busca do maior mal que pode haver para ela. – Hermione sentiu nojo daquelas palavras, já estavam nos portões da escola, mas pediu para Hagrid continuar. – Então a Minerva disse que a sociedade era composta por pessoas, e se ele não ligasse para aquelas pessoas então ele não tinha capacidade mental pra ser Ministro. Ele saiu furioso, quase me atropelou. E olha que me atropelar é difícil!

-Sim, Hagrid! – disse Gina, em um tom agudo. – E as buscas?

-Continuaram. Acho que ele não deve se meter tão cedo. Até o Dumbledore... – parou de repente. – Bom... Agora vocês estão seguras, a diretora deve querer vê-las mais tarde. – Estavam agora na porta do castelo. Lá de dentro não vinha nenhum som.

-Hagrid, por que ta tudo tão... Calmo? – perguntou Vianne de repente. Calmo demais para uma escola de adolescentes, pensou Hermione.

-Como eu disse depois do ataque à Madame Puddifoot os alunos não pararam de sair. E, além do mais, todos querem passar as férias com a família. Afinal, faltam cinco dias para a véspera de Natal! Bom, tenho que aquecer mais as salamandras, sabem, elas devem estar umas feras. – saiu andando em direção à sua barraca, na orla da floresta. As garotas entraram em Hogwarts, era hora do almoço. Só havia uma mesa em todo o Salão, que era a principal. A mesa ainda tinha muitos lugares vazios, e nela sentavam-se os professores e os alunos. Hermione subiu, acompanhada de Gina e Mina, enquanto Vianne ia para a Corvinal. Chegando ao dormitório, percebeu que dormiria ali sozinha pelo menos até o fim das férias. Pôs a mala ao pé de sua cama e foi tomar um longo banho de banheira para relaxar. Ainda se recriminava de ter agido com Jorge naquele momento, na despedida. Já que era assim, sua burra... Por que você não o pegou pela nuca, deu um beijo e os dois davam altos amassos na frente de todo o mundo? Não, era só isso que faltava! Irritada, soltou o cabelo e mergulhou. De repente, a música dos sereianos veio à sua memória. Estranho... O que eles queriam dizer com isso?


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Os garotos, Sophie, Lupin, Tonks e Ranieri almoçavam calmamente, sem pronunciar uma única palavra. Jorge de vez em quando olhava para Draco, e não deixava de se perguntar o porquê de ele não ter ido se despedir de Hermione. E segundos depois se recriminava de ser idiota: claro que eles haviam brigado. Mas dessa vez era pra valer, pensou enquanto via Malfoy levantar-se, sussurrando um “Com licença.”. Uma criada franzina foi rapidamente pegar o prato quase intocado do garoto. Todos terminaram de almoçar. Sophie foi para o quarto, queria saber notícias de Hermione. Fred, Harry e Rony foram para o quarto de Harry, e Jorge foi para seu quarto. O garoto viu Draco com um jogo em mãos.

-Que... – Jorge começou a perguntar, mas Draco calou-o com um gesto. Apontou para a porta com a varinha, e esta se fechou sem fazer nenhum barulho. Começou a explicar em sussurros:

-Eu tenho esse jogo há alguns anos... – mas dessa vez Jorge o interrompeu:

-Chauvel? Cara, esse jogo não é fabricado há muitos anos!

-Ok, eu o encontrei quando eu tinha dez anos, era do meu... Do Lúcio. Ele nunca sentiu falta.

-E você já jogou? – perguntou Jorge, tomando o jogo em suas mãos, e o analisando. – Qual é o nível?

-Nove. Eu sempre o levo comigo, mas nunca tive nenhuma oportunidade de jogar... Encontrei-o por acaso, estava olhando a minha mala, procurando um papel, quando achei. Então você chegou.

-Velho... Eu descobri esse jogo por acaso, era uma das últimas lojas que o vendia... Meu pai estava na livraria, eu acabei entrando por engano. Lembro perfeitamente da capa... Era Chauvel um. Conheça seus amigos era o slogan. Meu pai pirou quando me viu olhando, ele me fez jurar que nunca contaria sobre esse jogo para ninguém, principalmente para o Fred. Eu não era tão louco naquela época... Quando fiquei mais maluco, esqueci...

-Então nem o Fred, nem o Ronald, nem o Potter sabem desse jogo...

-Aposto como o Harry ia adorar saber seus podres... – sorriu o ruivo. – Só pra te mandar pra longe. – seu sorriso apagou quando viu a expressão no rosto de Draco. – Não, Malfoy, pára. Eu só tava de onda, cara, eles não vão querer.

-A gente nunca vai saber se não perguntar, não é? – disse Draco, dando um sorriso inexplicável. Como Hermione e Gina diriam, era um sorriso sonserino. [[Ui!!! Queria eu esse sorriso, hein??]].

-Ok, mas... Aonde a gente jogaria?

-No quarto antigo da Mina e da Vianne. Afinal, a Tonks passou pro quarto da Sophie, ou seja, a proteção já acabou.

-Então ok. Eu falo com eles. Mas o nove, qual a punição?

-Um Mobilicorpus bem dado pelo jogo... Durante duas rodadas ficar com a cara no chão não deve ser legal.

-Também acho. Ok... Eu topo. Vamos chamar os Chauvel novatos.


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Hermione estava vestindo uma roupa trouxa quando Gina bateu à porta do quarto. Esperou Hermione se vestir e deu uma olhada no lugar.

-É... Meu quarto também está vazio... Mas eu acho até bom, sabe, a Marie Saint-Clair ronca como o motor de um automóvel.

-Sim, mas não foi pra olhar a decoração que você veio aqui.

-Ok, eu admito. Não foi. É que a Minerva ta chamando a gente, ela disse que era urgente.

-Então vamos... – disse Hermione, saindo e batendo a porta. Foram até o gabinete da diretora. Foram recebidas por uma Minerva que estava pálida e desgastada. Mina e Vianne estavam sentadas em um sofá.

-Oi meninas... Sentem-se, por favor. – e sua voz adquiriu um tom mais firme, embora ainda parecesse cansada. – É bom saber que estejam bem, imagino que já souberam do novo ataque...

-Professora... – interrompeu Hermione, se levantando. – Por que nós não ficamos sabendo do ataque?

-Eu pretendia tomar essas providências assim que possível Hermione... O Profeta não tem me deixado em paz desde que a notícia da briga com o Ministro vazou. Nenhum meio de sair sem ser vista tem sido possível.

-Professora... – ia dizendo Gina, mas Minerva a interrompeu.

-Gina, eu sei que você está preocupada com as buscas pelo aluno Taylor... Ficará bem menos preocupada em saber que desde o... Incidente com o Rufo eu tenho acompanhado as buscas de perto. Garotas, eu confio plenamente em vocês, então creio que essa conversa não sairá daqui, a não ser que vá para o Harry, Ron, Draco, Fred, Jorge ou Sophie. – ela levantou-se e começou a andar pela sala. – Vocês sabem que a escola tem sofrido muito com esses ataques às proximidades, e com razão. Muitos alunos preferem ficar mais perto das famílias, alguns perderam parentes próximos e outros (como vocês) têm influência direta, seja do nosso lado seja do lado dos Comensais. Os alunos estão saindo daqui, e a escola não está como antes. Ainda assim, Hogwarts é a casa de muitos, por isso eu apóio a decisão de não fecha-la até segunda ordem.

-Por que a senhora está nos contando isso? – perguntou Mina.

-Porque vocês estão ajudando muito... Eu as chamei aqui para agradecer em nome de Hogwarts o que vocês têm feito. E para entregar-lhes isso. – ela estendeu-lhes alguns anéis.

-Professora... São lindos! – exclamou Vianne, pondo um anel com um V incrustado.

-Modéstia à parte eles foram escolhidos por mim, Vianne... Como a sala de troféus ainda é visitada por muitos alunos e eu realmente não gostaria de divulgar o trabalho da Ordem nesse momento eu preferi mandar fazer esses anéis... Para os garotos eu também os darei só que um pouco mais masculinos... – ela sorriu. – Mas agora vamos à melhor parte. – a diretora tirou quatro frasquinhos da gaveta da escrivaninha. – Aqui estão as suas aulas perdidas... Poderão assisti-las nas Penseiras que estão nos seus respectivos quartos que, devo lembrar, devem estar vazios no momento... Qualquer dúvida os professores não viajaram, estão em Hogwarts. Estão dispensadas.

Hermione saiu da sala da professora radiante. Poderia assistir às aulas quando ela quisesse, algumas ela precisaria relembrar, mas agora tinha uma varinha e uma Penseira. Perfeito! Olhou para Gina, que a observava.

-Mione, me diga... É impressão minha ou a Hermione que eu conheço está de volta?

-Hã? Como assim, Gi?

-Você está feliz porque recebemos as aulas... O Ron me disse que você, de tão inteligente chegava a ser chata de vez em quando! – disse Mina, sorrindo, ao que Vianne completou:

-É... Vai ter que me ajudar nas matérias, querida... Minhas notas estão realmente umas maravilhas... Ah, eu viro aqui mesmo! Tchau! – disse Vianne, correndo em direção ao corredor que ia para a sala comunal da Corvinal. Hermione olhou para ela, sorrindo e seguiu seu caminho. Enquanto andava pelos corredores, sentiu duas mãos com luvas da Grifinória tapando seus olhos. A última coisa que viu foi o olhar indagador de Gina.

-Se adivinhar quem é ganha um abraço muito saudoso, ok? – disse uma voz bem conhecida.

-Não pode ser... – disse Hermione, tentando tatear às suas costas. Acabou por sentir cabelos enrolados e macios. Virou-se e deu um abraço em um garoto sorridente. – Rafa! Você aqui... Em Hogwarts?

-Eu mesmo, Mione... – disse Rafael. A voz dele, Gina reparou, tinha um sotaque do norte. – Eu estudava em Durmstrang, mas meus pais acharam melhor me mudar para Hogwarts... Os tempos estão difíceis.

-Mas como você soube que eu estava aqui? – perguntou a garota.

-Eu vi uma coruja saindo da casa dos seus pais... Eu imaginei que eles estivessem escrevendo pra você, então desde que eu cheguei tenho te procurado... Eu sabia que não estava em casa.

-Ah... – disse Hermione. – Rafa, essa é a Gina, de quem lhe falei... E essa aqui é a Mina.

-Belos nomes para belas garotas... – disse o garoto, galanteador. – Amigas da Hermi são minhas amigas também.

-Ah, obrigada... – disse Gina, corando até a raiz dos cabelos. Hermione sorriu.

-E então, é um grifinório também?

-Com orgulho! – disse ele, sorrindo e levantando as luvas vermelhas e douradas. – Mas é realmente uma pena, sabe que o campo de quadribol esteja interditado... Eu sou artilheiro, jogava muito nas montanhas...

-Não diga! A Gina e artilheira do time da Grifinória, e eu particularmente acho que ela joga bem, não entendo muito de quadribol. – disse Mina.

-É... Eu jogo um pouco sim... Mas nada demais, só faço uns gols... Quer dizer, fazia, antes de interditarem o campo...

-Ok... Ta tudo muito bom, tudo muito bem, mas eu realmente estou com frio e o que eu mais quero é o calor de uma lareira! – disse Hermione, voltando a andar.

-Não ligue não... Ela odeia quadribol só porque não sabe voar. – comentou Gina em voz alta.

-Eu só acho ridículo um bando de gente voando atrás de quatro bolas! – replicou Hermione ainda de costas, não queria que todos lhe vissem corada.

-Ei, Hermione! Não fale assim, quadribol é legal!

-Sabe o que ela está pensando agora, Mina? – perguntou Gina, sorrindo. – Ela está pensando que é fácil pra você, que não tem medo de altura!

-Eu não tenho medo de altura!

-Sabe... Eu sei voar, mas não gosto... Odeio quando o Ron me leva pra voar!

-Só porque ele é seu namorado não precisa ficar se gabando, Mina! – disse Gina, baixando a cabeça. Ainda sentia falta de Taylor.

-Ok... – disse Mina, vencida. – Mas o Draco é um dos melhores jogadores aqui, Hermione, você não deve ter tanto medo assim, ele já deve ter-te levado pra dar uma voltinha... – Hermione parou de repente; a menção do nome de Draco ainda era insuportável.

-Então ta... – disse Rafael, entendendo a expressão da garota. – Mas me expliquem vocês são da mesma série que a Hermione?

-Não... Ela é sétimo ano, nós somos sexto. – disse Mina, voltando a conversar com Rafa. Hermione se sentiu aliviada, não queria tocar nesse assunto tão cedo. Gina também estava calada, as coisas não iam bem para ela, e Hermione sentiu-se mal. Sentou na cadeira em frente à lareira, sem vontade de conversar. Gina subiu para o dormitório, seguida por Mina. Hermione sentia o olhar fixo de Rafael na sua nuca, mas não levantou a cabeça e tentava se concentrar no livro que estava lendo.

-Pode ser que você não queira conversar Mione, mas pelo menos pode olhar pra mim?

-Hã? O que, Rafa?

-Você me ouviu muito bem... Vai ficar calada aí ou vai desabafar com seu velho amigo?

-Desabafar? Mas eu não estou triste, Rafa...

-Outra coisa incrível: você não sabe mentir, não é?

-Ok, senhor “Eu Conheço Tudo Sobre Hermione Jane Granger”, pode falar.

-Em primeiro lugar Ron e Harry são aqueles de quem você me falou, não é?

-Esses mesmos.

-Eles são amigos de seu namorado?

-Não. - O que você está dizendo Hermione Granger, você não tem namorado! Não mais, pelo menos...

-Seu namorado é um Malfoy, Hermione? Admira-me você...

-É, mas... - Pára tudo! - Rafa, amor, como você sabe que o Draco é um Malfoy?

-Eu leio o Profeta Diário, sabia? O nome dele apareceu muito há alguns anos.

-Entendo...

-Mas os Malfoy são aquele tipo de família que...

-Odeia nascidos trouxas, eu sei... Nossa, é tão bom ter alguém com quem conversar...

-Tudo bem, afinal só são oito horas da noite e, como você já está há meses aqui então ficaremos a noite toda conversando. Pode começar. – E ela respirou fundo e começou a falar como nunca havia feito em sua vida. Falou muito mesmo, por horas. E Rafael ouvia e fazia comentários. Assim passaram a maior parte de uma noite da última semana de férias.


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Estavam todos reunidos no ex-quarto de Mina, Vianne e Tonks. Harry, Rony e Fred estavam afastando as camas enquanto Jorge e Draco arrumavam o jogo. O tabuleiro brilhava no escuro, tinha a forma de um frasco, cheio de curvas e atalhos. Nele havia muitas variedades de mensagens, como “picantes”, “amor”, “brigas”, “ódio” e assim por diante. Havia um clima de tensão em toda a casa, o que era de se esperar já que estava ocorrendo uma reunião da Ordem que levaria quase a noite inteira. Quando todos se sentaram ao redor do tabuleiro, este ficou ainda mais brilhante. Draco e Jorge serviam com um conta-gotas uma gota em cada copinho. O loiro começou a explicar.

-Bem, esse jogo se chama Chauvel, e é um jogo dos sereianos. Algumas pessoas dizem que eles usam quem tem esse jogo pra enviar recados, mas ninguém sabe realmente se é isso mesmo ou lenda. – parou por um tempo. - Ele é um jogo de perguntas e respostas, como se fosse um Jogo da Verdade. Mas com magia.

-Como assim? – perguntou Rony em voz alta. – A gente vai ter que dizer nossos segredos todos pra esse negócio?

-Mais ou menos, Ron. – disse Jorge, calmamente. – Cada um vai tomar uma gota dessa poção aqui, uma poção da verdade não tão forte quanto o Veritaserum Essa poção não te obriga a dizer a verdade, apenas te induz a desenvolver a tal verdade. Quem tomar essa poção vai estar ligado ao jogo, vai ter que responder as perguntas. Não importa o que aconteça.

-E como funciona? – perguntou Harry, hesitante.

-Simples. Você tem que responder às perguntas de forma verdadeira. - disse Jorge.

-E o que acontece com quem mente? – disse Fred, dando risada. – Morre?

-Depende. – disse Draco secamente. Fred fechou o sorriso. – O Chauvel é um jogo dividido em níveis. Cada tabuleiro é um nível. Eu só tenho o número nove.

-Qual é o último nível? – perguntou Rony.

-Quinze. Esse aqui é um não tão fraco. As punições variam. Por exemplo, no Chauvel quatro você recebe um Impedimenta, no nível quatorze você fica um pouco maior que a palma da minha mão, e no nível quinze você morre.

-E... No nível nove, qual é a punição? – perguntou Harry.

-Um Mobilicorpus durante três rodadas.

-Quantas rodadas são?

-As que o dono do jogo quiser. No caso, o Draco.

-Sim... Era sobre isso que eu queria falar com vocês. Quando alguém quiser parar levanta a mão, ok?

-Então ta... Mas ainda não me explicaram como se joga.

-É fácil. Só existe um peão. Esse tabuleiro só tem uma linha de saída e nenhuma de chegada. Você joga o dado, anda quantas casas o dado indicar e faz uma pergunta sobre o tema que cair no tabuleiro.

-Pra quem você pergunta? Você mesmo escolhe ou...

-Não. Você tem que perguntar para a pessoa que está do seu lado. E aí, vão jogar? – disse Jorge.

-Não acho que seja tão perigoso, mas por via das dúvidas essas perguntas não saem daqui. Feito? – disse Draco.

-Por mim tudo bem. – disse Harry, que ao ver um aceno de cabeça em cada um dos companheiros levantou seu copinho e disse: - À nossa saúde. – Todos o acompanharam e beberam a gota. Harry sentiu-a descendo e rasgando sua garganta e fez uma careta. Pelo visto todos sentiam a mesma coisa, então assim como veio, a sensação foi embora. Olhou para Jorge que estava à sua esquerda e perguntou: - E agora, o que acontece?

-Alguém começa. Por que não você? – Harry pegou o dado na mão, ele era estranho e morno. Jogou-o. Seis. Pegou seu peão verde, a cor dele era exatamente igual à dos seus olhos. Andou seis casas. “Ódio”.

-Você pergunta para o Jorge, Harry. – disse Rony sério. Harry inspirou fundo e perguntou:

-Jorge... Qual das pessoas que estão nessa roda você mais odeia ou menos gosta como preferir? – Jorge olhou para todas as pessoas que ali estavam. Respondeu calmamente.

-O Draco é a pessoa que eu menos gosto. Sei lá, ele é um cara legal, mas tudo o que se passou nos anos passados, principalmente há um ano atrás... – arrepiou-se levemente. – Tudo isso deixa marcas, entende? – o jogo começou a brilhar muito forte, absorvendo as palavras de Jorge. Então, com uma luz verde, voltou a emitir sua luz etérea. Draco ouvira a resposta de Jorge calado, com uma cara de quem já esperava ouvir aquilo. Mas agora era a vez de Jorge perguntar para Rony. Ele jogou o dado. “Beijo”. Rony e Jorge se encararam sorrindo. – Roniquinho... Com quem foi seu primeiro beijo? – Todos sorriram pensando em Lilá Brown.

-Com a Rosana... – Rony sorriu levemente, as lembranças invadindo a mente. – Aos doze anos. – completou. O jogo brilhou, absorvendo as palavras, e todos esperavam ver Rony caído no chão em segundos. De repente, o jogo voltou ao normal. Fred disse:

-Mentira! Rosana? Aquela Rosana?

-Exatamente, caro irmão. – Rony gargalhou ao ver a cara atônita de Fred e Jorge, e a falta de informação de Harry e Draco. – Foi um pouco antes de te buscar na casa de seus tios, Harry. Era uma garota que estava passando as férias lá perto de casa. Ela tinha dois anos a mais que a gente. O Fred e o Jorge se matavam pra agradá-la, mas quem pegou fui eu.

-Ah, seu sacana! – disse Jorge, sorrindo. – Agora é sua vez! – Rony olhou para o seu lado, onde estava Fred. Pegou o dado e jogou. “Amor”.

-Fred... Qual a garota que você mais amou na vida? – Fred suspirou e baixou a cabeça. Disse em um quase sussurro.

-Angelina Johnson... Sei lá, desde o quarto ano a gente tava junto, eu realmente amei aquela menina... Mas agora, pra mim só existe Sophie Ballin. – o jogo absorveu as palavras de Fred e as aceitou. O ruivo jogou o dado. “Guerra”. E era a vez de Draco responder. – Draco... Qual foi o seu papel na guerra ano passado? – Todos os garotos prenderam a respiração.

-Acredite Fred, até hoje eu não entendo. O Lorde das Trevas me mandou matar o Dumbledore, mas até hoje eu só acho que foi por vingança pelo meu pai, sabe... Acho que até hoje ele está irritado por eu ter sobrevivido. – o jogo demorou mais do que em todas as outras vezes em seu brilho quase ofuscante. Draco sabia que não iria ser punido; a resposta era pura verdade. E tinha razão. O jogo voltou ao normal. Jogou o dado. “Secreto”. Perguntaria para Harry. – Harry Potter. O que realmente aconteceu naquela noite quando eu te encontrei na sala do Snape? Quando o Montague apareceu no armário sumidouro.

-Eu estava tendo aulas de Oclumência com o Snape. O Dumbledore havia mandado, por causa dos sonhos e tal... Até o Sirius concordou... Ele realmente piraria se visse o que realmente aconteceu depois de...

-Depois da morte dele, eu entendo. – disse Draco. O jogo brilhou e apagou normalmente. Harry jogou o dado para Jorge. “Sentimento”. Draco olhou para Jorge, prevendo a pergunta que Harry faria. O moreno suspirou e perguntou:

-Jorge... O que realmente você sente pela Hermione?

-Cara... – Jorge olhou para Draco e baixou a cabeça. – Ainda não sei o que aquela garota fez comigo, mas só sei de uma coisa: eu a amo. Não me importo se depois eu descubra que era tudo uma forte amizade, ou eu ache que é esse tipo de amor... Só sei que eu, assim como todos que estão aqui hoje, daria a vida por ela. – Draco procurou pelo colar de sua tia, então se lembrou de que estava com Hermione. De certa forma ele havia dado a ela a sua vida. A única proteção que tinha. Só se tocou quando viu que o peão estava em uma casa que ainda não se lembrava de ter visto. E ela dizia: “Verdade”. Jorge perguntou para Rony: - Ron... Qual a verdade em que você mais acredita no momento? – Rony refletiu durante alguns segundos. Então, por fim respondeu:

-Que um dia essa guerra vai acabar... Que então a gente vai poder viver em paz, sem se preocupar se na próxima esquina tem algum maluco pronto pra nos matar... Eu sei que isso vai ser uma verdade, mas não sei quando... – Rony baixou os olhos e suspirou. O jogo brilhou muito intensamente e voltou ao seu brilho etéreo normal. Levantou os olhos e olhou para Fred. Jogou o dado e viu a casa: “Futuro”. – Fred, o que você pretende depois que a guerra acabar? [[OBS.: Autora derretendo... Estou virando uma poça de lágrimas]].

-Continuar a Gemialidades com meu caro irmão Jorge... Ser professor em Hogwarts... E viver uma vida feliz ao lado da Sophie. – sorriu abobado. – Jogando quadribol com nossos filhos nos fins de semana. – O jogo brilhou, então ao voltar ao seu brilho fantasmagórico exibia uma mensagem:

De certa forma ela fora avisada
O perigo a cerca
Quatro a protegerão
E um, sua vida encerra.
Profetizado está
Mas há escolhas
O momento se aproxima
Quando do outono caem as folhas.


-É... Depois dessa... Eu acho até uma boa idéia parar. – Fred manifestou. – Acho que já chega por hoje... Depois dessa eu acho que sentiria medo até de uma aula com o Flitwick... Não é todo dia que você comprova que uma lenda urbana de vinte anos atrás é real. Quem topa? – todos afirmaram com um gesto. Draco olhou para o jogo e releu o poema. Suspirou e apontou para o centro do tabuleiro, dizendo: Finite Vero. Todos sentiram uma seqüência de ondas de dentro para fora do quarto e então o jogo ficou totalmente escuro. O tabuleiro fechou-se sozinho, e foi para a caixa. Draco colocou do lado dele o dado e o peão. Fechou a tampa e disse:

-Então?

-É simplesmente... Inacreditável. – disse Rony. – Mas é assustador. Inacreditável mas assustador.

-Concordo... Não sei se seria uma boa idéia jogar de novo. Afinal cada um tem seus segredos. – lançou um olhar irritado para Draco. Fred percebeu a atmosfera entre os dois e disse:

-Bom... Já ta tarde... Anda, Harry, Ron, vamos dormir... – Rony entendeu a indireta, puxou Harry e os três saíram do quarto. Draco e Jorge chegaram ao quarto e não encontraram Fred; ele devia estar acalmando Harry com a ajuda de Ron. Draco começou a arrumar a cama ainda bufando. Jorge olhou curioso pra ele.

-Sabe? Eu achei que você não ligasse mais pra o que o Harry dissesse... – e sorriu.

-E quem aqui está ligando pra alguma coisa? – vociferou o loiro.

-Acho sinceramente que não seja eu. Talvez a rainha da Inglaterra... Sempre achei que ela se irritasse por muito pouco. – o ruivo ostentava um sorriso idiota, como se Draco fosse um palhaço. E o loiro se irritou.

-Muito engraçado, Weasley.

-Se eu fosse você não me chamaria de Weasley, Draco. Têm outros dois aqui também. – E Jorge continuava a sorrir.

-Quer parar de sorrir? Você parece um idiota assim!

-É? Pelo menos eu não ligo para indiretas diretas.

-Você sabe como me irritar.

-Há três maneiras: chamar-te de Malfoy (você me mataria agora mesmo), falar da Hermione (eu não teria tempo de dizer a terceira) e sorrir feito bobo.

-Pelo visto você é um expert no assunto, Jorge.

-Tenho estudado essa tese.

-Você às vezes merece um avada.

-Você às vezes merece um tapa.

-Você me irrita

-Mas não me chamo Rita.

-Cala a boca!

-E que chova!

-Eu te odeio.

-Isso é maneiro.

-Mas você vai parar...

-Senão você vai me matar, acertei? – Draco sentiu-se vencido e sentou na cama. Olhou para Jorge, suspirou e perguntou:

-Por que ninguém acredita?

-Talvez porque foi há muito pouco tempo, cara. E desde que você tem passado a andar mais com os grifinórios, coisas estranhas têm acontecido.

-Mas esse é o problema! Será que ainda não perceberam que eu não tenho mais nenhum vínculo com os Comensais? – levantou a manga do braço esquerdo irritado. – Nem a Marca Negra me controla... E cara! Eu. Não. Quero. Saber. Mais. Do. Lúcio. Será que é tão difícil entender? Putz, ele matou a minha mãe!

-Draco, você não pode esconder nada de mim. Não sei por que, mas você não pode. O Harry está muito ocupado salvando o mundo, o Rony tem tido vários problemas com a filha do Ministro... E o Fred está simplesmente bobo pela Sophie. Mas eu tenho prestado atenção nas coisas que acontecem por aqui. – Draco levantou e foi em direção à janela. Via resquícios da fumaça da chaminé; eram três da manhã e a reunião da Ordem ainda ia longe. Perguntou:

-E o que você tem visto?

-Que você está se contradizendo. E não conteste, eu sei que isso é verdade.

-Não sei do que você está falando.

-Simples... Posso te dar um motivo. Porque sua mãe queria que você desertasse?

-Era isso? Jorge, eu te disse mil vezes...

-Você não me deixou terminar de falar. Por que sua mãe queria que você desertasse quando você já era um desertor? Agora só não venha me dizer que ela não sabia, pois isso já é demais. – Draco cerrou os punhos e fechou os olhos. Agora uma chuva fina caía, embaçando os contornos do loiro. Abrindo os olhos devagar via os olhos cor de mel de Jorge olhando-o fixamente. Concentrava-se na chuva, nunca ela havia parecido tão interessante. – E então, Draco? O que você me diz? – uma batida na porta interrompeu os pensamentos de Draco. Jorge respirou fundo e abriu-a. Era Sophie.

-Pessoal, tenho más notícias. Vocês vão para Hogwarts de vassoura daqui a duas horas. A situação está difícil. Madame Puddifoot foi atacada, e há alguns minutos foi o Cabeça de Javali. Os Comensais já foram não chegaram nem a olhar para Hogwarts. – e saiu correndo para avisar aos outros garotos. Começaram a arrumar as coisas. Jorge terminou rapidamente e foi para o banheiro trocar de roupas.

-Draco! Não esqueça do que eu te disse ok? Eu sei que você não quer ou não pode dizer, mas eu não vou esquecer. E é bom que você também não esqueça.

Depois de uma hora e cinqüenta minutos, todos prontos reuniram-se no jardim dos lírios, à margem do lago, cada qual com sua vassoura. Olho-Tonto Moody começou a explicar:

-Vocês devem ir para Hogwarts, eu e o resto da Ordem achamos que vocês estarão mais seguros lá. Voarão na companhia de Tonks e Lupin, acho que mais proteção pelo menos no início seria desnecessária. A quinhentos quilômetros daqui um grupo de aurores fará a cobertura da viagem. Montem suas vassouras. – todos obedientemente montaram suas vassouras. Uma linha tênue alaranjada já podia ser vista. – Vão! – Jorge sentiu a sensação de voar, ia fazer quase um ano que não tinha essa sensação. Concentrou-se na imagem de Lupin à sua frente e curvou-se mais sobre o cabo de sua Nimbus, comprada com o dinheiro da loja. Fred ao seu lado ostentava uma expressão preocupada, mas quem ele queria ver estava mais atrás. Draco voava lado a lado com Tonks, e ficara calado durante muito tempo. Tempo demais, pensou Jorge. Assustou-se ao ver cerca de sete bruxos subindo coordenadamente na direção deles. Lupin puxou a varinha, mas reconheceu-os e continuaram. Os bruxos voavam rapidamente, e à medida que passavam as luzes da cidade iam se apagando. Chegaram a um ponto de onde já se via o castelo de Hogwarts. A vista era muito bela, o sol estava nascendo calmamente. Mas ao se aproximarem um pouco ouviram uma exclamação de Tonks. Olhando para trás o ruivo viu Draco apoiado nela, pelo visto ele não estava bem. Alertou Lupin. O lobisomem deu voltou e Jorge assumiu a dianteira. Deu uma última olhada para trás e viu que Draco era amparado pelo casal. Um bruxo numa Firebolt tomou a sua frente e desceu exatamente em frente ao portão de Hogwarts. Com uma guinada o ruivo o seguiu e percebeu que todos estavam fazendo o mesmo. Pousou suavemente sobre a grama molhada pelo orvalho noturno e esperou. Uma fração de segundo depois Tonks e Lupin pousaram. Draco estava apoiado no ombro de Lupin e mantinha os olhos fechados. A auror levava a Firebolt do loiro. Um dos aurores que os acompanhava tirou uma pequena chave do bolso das vestes e passou-a pelo portão. Ouviram um grande clank e o portão se abriu. Um elfo vinha correndo em direção a eles com um lampião em mãos. Jorge o reconheceu rapidamente, afinal ele usava um pijama fosforescente.

-Dobby!

-Dobby veio ajudar, senhor, a professora Minerva mandou... – e deu um guincho, vendo a face inerte de Draco. – O menino Malfoy! Está...

-Não Dobby! Ele não está morto. – disse Harry com as expressões sérias. – Monstro! – chamou-o. Monstro apareceu com um estalo. – Você e o Dobby, levem o Malfoy para a ala hospitalar agora! – os dois elfos pegaram Draco pelas mãos e sumiram, levando-o. Agora vinham mais luzes. Hagrid, Minerva, Flitwick e Sprout vinham correndo em direção a eles. O auror que estava com a chave lacrou o portão e devolveu a chave a Minerva.

-Está aqui, Minerva. Todos sãos e salvos. – sua voz áspera dava a impressão de que desejava estar em qualquer lugar, menos ali. Minerva pelo visto percebeu, porque disse rapidamente:

-Você e sua equipe podem ir, Dawlish... E não esqueça de agradecer ao Ministro da Magia por mim. – Todos os aurores saíram voando, inclusive Lupin e Tonks. – Meninos! Ah, mas... Esperem, onde está o senhor Malfoy?

-O Draco se sentiu mal, nós não sabemos o que houve... Apenas que ele desmaiou no meio do caminho, mas os elfos já o levaram para a ala hospitalar. – contou Rony.

-Então tudo bem, eu estou certa que Papoula o fará melhorar... E os senhores, como estão?

-Estamos bem... Onde estão as meninas?

-Eu não as acordei porque vocês terão tempo de ficar a par dos acontecimentos recentes e descansarem um pouco... Daqui a três dias as aulas recomeçarão... Vamos ao meu escritório, tenho que falar com os cinco em particular.


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ENQUANTO ISSO, NA TORRE DA GRIFINÓRIA...

Gina estava deitada em sua cama à espera de Hermione. Dali a alguns minutos o sol iria nascer e ela estava ali, plantada. Mina dormiu rapidamente, mas ela queria saber mais sobre o tal Rafael. Então a porta do dormitório rangeu devagar. Hermione entrou sem fazer barulho e ia deitar em sua cama. Estava visivelmente cansada, mas Gina a fez parar.

-Escuta aqui, sua castanha dos infernos. Por sua culpa amanhã eu vou ter que encher a cara de pó de arroz pra poder sair do quarto. Por Merlin! Você ficou fazendo o que lá embaixo? São cinco horas da manhã! Eu não dormi te esperando, sabia? E não fique com essa cara de que não está entendendo porque eu sei que você sabe muito bem do que eu estou falando! Agora anda você não tem o direito de ir dormir sem me contar as novidades! – a ruiva falou isso de um só fôlego e Hermione não pôde deixar de sorrir. Sentou-se na cama e disse:

-Ok, ruivinha insistente... Eu te conto tudo. Foi simples... A gente ficou lá embaixo conversando...

-E...

-E o que, Gina?

-Vá me dizer que você passou a noite inteira com aquele pedaço de mau caminho conversando? Quem é você e o que fez com a Hermione?

-Sou a mesma Hermione de sempre, amiga!

-Não mesmo! Não é a Hermione que dava amassos no Krum, no Draco, no Jorge, no Córmaco...

-Ok, Gi, acabou? Não sei por que você diz isso, eu e o Rafa somos só...

-Amigos? Eu realmente acho que ouvi você admitir que achasse o Jorge um cara muito gostoso e comestível no meio do ano, mas que não rolaria nada entre vocês porque vocês eram só amigos.

-Agora anda Ginevra Molly Weasley. Termina de contar essa história da carochinha.

-Ah, você esqueceu, foi? Deixa que eu te refresque a memória... Vocês estavam se agarrando em pleno corredor, ele se declarou pra você...

-Pode parar! Eu sei ok? Não precisa ficar me lembrando disso. – sorriu novamente. – E aí, você quer saber o que ele disse?

-Claro!

-A gente falou sobre você...

-Hermione, não tente dar uma de cupido ok? – disse Gina, dando as costas para a amiga. Hermione contou mentalmente 3, 2, 1... e Gina falou: - Ok, a curiosidade é maior. Anda, fala logo!

-Ele tinha dito que achou minhas amigas bem legais... Inclusive você. Mas te achou com a cara meio triste... Eu disse que você estava passando por uns momentos difíceis... Ele me mandou dizer que se ele pudesse ajudar... – parou de falar tendo uma idéia.

-Hermione Jane Granger, nem pense nisso. Você sabe que eu tenho namorado.

-Gi, vamos, não custa nada... E ele realmente gostou de você!

-Não! – vociferou a ruiva visivelmente irritada. – Hermione, você me conhece muito bem... Eu sinto que ficar com outro garoto seria uma traição ao Taylor.

-Mas, Gina... – Hermione disse cautelosamente. – O Taylor até hoje não foi encontrado, ele estava na rota de cem dementadores...

-Não importa! Só vai estar acabado quando ele vier e me disser... Se isso não acontecer, só se o Ministro em pessoa falar que encontraram o cadáver dele! – os olhos da ruiva estavam úmidos. – Se não acharam cadáver pode ser que não tenha havido morte, Hermione! E você sabe disso, a Minerva sabe disso, o Scrimgeour sabe disso!

-É impressão minha ou eu ouvi o nome de meu pai? – disse Mina, de olhos fechados. – Por favor, me deixem dormir... Briguem na sala comunal, meninas! E apaguem essa luz, eu acabei de deitar!

-Mina, levanta! – disse Hermione, sacudindo a loira.

-Não! Eu acabei de deitar!

-Mina, são sete horas... Daqui à uma hora é o café da manhã, você não acha que já está na hora? – disse Gina secamente. – Eu vou tomar um banho e esfriar a cabeça... Porque o sono eu já perdi aqui. – a ruiva entrou no banheiro deixando Hermione com seus pensamentos. A garota vestiu uma jaqueta, estava realmente frio fora de Hogwarts, e ela pretendia dar um passeio. Sentiu que a jaqueta a aquecia, e olhou pela janela. A chuva caía fracamente nos terrenos de Hogwarts. Mas o calor da jaqueta era demais, e então compreendeu. Era o caderno que Sophie lhe dera! Pegou-o rapidamente e abriu. Não pôde deixar de sorrir ao ver que a loira havia escrito três páginas só gritando com ela.

VOCÊ QUER ME MATAR DO CORAÇÃO?

NENHUMA NOTÍCIA!

NENHUM RECADO!

NÃO RESPONDE ÀS MINHAS MENSAGENS!

SÓ SOUBE QUE VOCÊS CHEGARAM BEM GRAÇAS AO ALASTOR...

GAROTA VOCÊ ME PAGA SE EU FICAR COM CABELOS BRANCOS POR SUA CULPA!


Eram três páginas com essas reclamações... Apenas uma frase fora escrita com delicadeza.

Desça para o café... Terá uma bela surpresa de sexta-feira.

Hermione ficou intrigada com essa última mensagem. Viu Gina sair do banheiro, a ruiva vestia um vestido azul na altura dos tornozelos e que contrastava com seu cabelo vermelho vivo. Suspirou e entrou rapidamente. Tomou um banho rápido e vestiu uma roupa simples, um colete e uma saia na altura do joelho. Tinha vontade de ir à biblioteca. Surpresa de sexta-feira... O que será? Quando saiu do banheiro Gina já tinha descido. Mina terminou rapidamente seu banho e saiu no encalço de Gina. Hermione desceu sozinha, absorta em seus pensamentos, e só se deu conta quando estava no Salão Principal e via mais cabeças ruivas na mesa da Grifinória do que era comum. Baixou a cabeça, forçando-se a não olhar para a mesa da Sonserina e chegou por trás de Harry e Rony, dizendo num sussurro:

-Ok... Eu perdôo vocês por não terem me chamado, ok? – sorriu e abraçou os amigos. Eles tinham uma expressão alegre, mas preocupada. A garota pega uma torrada e olha para Fred, perguntando: - Nossa gente que caras de enterro? – Gina baixou a cabeça, e Hermione começou a se preocupar. – Anda, me passa o jornal. O que aconteceu? – ela estava preocupada e não achava nada de relevante no jornal. – Por Merlin! Fala alguma coisa! Ron, Gina... Por favor, fala... Jorge... – e olhou suplicante para ele, os olhos se enchendo de água. – Que droga! – gritou. De repente ela parou, como se tivesse sido atingida por um feitiço paralisante. Olhou para a mesa dos professores, mas Minerva McGonagall não estava lá. Cautelosamente, virou os olhos para a mesa da Sonserina, vazia como nunca. E então tomou conhecimento: Draco não estava lá.

-Hermione, eu... – começou Harry.

-Não... Por favor, me diz que ele não...

-Calma Hermione. – disse Jorge, tomando as mãos da garota. – Ainda não sabemos ao certo o que aconteceu, o Draco sentiu-se mal quando a gente voava pra cá... A diretora foi vê-lo, junto com a professora Sprout e o professor Slughorn. Eles já voltaram, a McGonagall deve estar no gabinete dela... Se você quiser ir eu te levo até a ala hospitalar...

-Obrigada, Jorge... Podemos ir agora?

-Hermione... – disse Fred, num sussurro. – Acho que você não deveria ir nesse estado... A Gina pode ir, e te traz notícias do Draco.

-Não mesmo! Mesmo que eu não entre, eu quero ir lá... Por favor...

-Ok, amiga, mas eu vou junto! – disse Gina num pulo, se levantando. – E não discuta Hermione Jane Granger. – saiu andando decidida em direção à amiga. – Escuta aqui, você vai lá, não vai derramar nenhuma lágrima, porque nós somos seus amigos e estamos aqui pra te apoiar. Falou?

-Falou e disse comandante! – disse Jorge, batendo continência. Os três saíram andando, com certa apreensão e em silêncio. Quando chegaram à porta da ala hospitalar, Hermione parou.

-Eu acho melhor eu não entrar... A gente ainda ta brigado, pode ser que isso irrite ele... – a garota pegava no colar que Draco lhe dera, e que emanava um fraco brilho. Jorge entrou, e Hermione e Gina ficaram do lado de fora. O ruivo voltou cinco minutos depois.

-Eles ainda não têm certeza total... Mas ao que parece a Marca Negra o fez mal. Não há risco de vida. – acrescentou, vendo o olhar de Hermione. – Mas pode ser que ele fique desacordado por um tempo indeterminado.

-Hum... Não acho que seja uma boa idéia ficar aqui, sabe... O melhor é sair e comer um pouco. – disse Gina, puxando Hermione de volta ao Salão, quando ouviu a voz da enfermeira.

-Ginevra Weasley?

-Sou eu.

-A diretora avisou que viria. Ela gostaria de falar com a senhorita no escritório dela.

-Obrigada, madame Pomfrey. – e para os garotos acrescentou. – Eu realmente não duvido que ela esteja me chamando juntamente com o Ministro... Bom, lá vou eu encontrar as feras. – Gina saiu andando em direção ao gabinete da diretora. A porta estava entreaberta, e ela ouviu o nome de Taylor em uma voz bastante conhecida. Suspirou e entrou.
Na sala da diretora estavam Mina, o Ministro, Minerva McGonagall e, por incrível que pareça, Percy Weasley. A diretora fez menção de falar, mas Percy a interrompeu. Gina percebeu que ele usava um distintivo de assistente-sênior do Ministro.

-Minha irmã, há quanto tempo não nos falamos...

-Por favor, Percy, eu acabei de comer... Não quero pôr tudo pra fora agora de manhã, esse seu fingimento de preocupação me enoja. – Percy pigarreou, indignado. Um dos ex-diretores de Hogwarts, Armando Dippet, prendia uma gargalhada. Minerva McGonagall disse:

-Gina, nós não queremos que se perturbe... Mas já faz um mês que Taylor Dammit sumiu, e o Ministério precisa recuperar os Aurores que colocou atrás dele.

-Ou seja... – disse Gina, incrédula, ao que o Ministro completou.

-Nós paramos as buscas a partir de hoje. Não adianta a senhorita reivindicar, até a família dele já autorizou. – a ruiva percebeu um papel com as assinaturas de Amy e Matt Dammit.

-Isso não é possível...

-Gi, tenta entender... Já faz um mês... – disse Mina, preocupada com a amiga.

-Não importa! – rugiu Gina, batendo com o punho fechado na mesa de McGonagall. – Me surpreende muito, Ministro... O senhor agindo assim... Acho que estás mais preocupado com o cargo de Ministro do que com a população bruxa.

-Não é verdade! Gina, não fale assim com o senhor Ministro! – falou Percy.

-Eu falo como eu quiser!

-Tenha respeito por ele, minha irmã...

-Eu tenho respeito, caro irmão... – disse Gina, com um olhar que fez Percy se encolher na cadeira. – Com quem respeita a mim e às pessoas que eu amo!

-A garota tem razão, Ministro... – disse McGonagall. – Tente ser razoável, Rufo...

-O Dumbledore também me disse isso uma vez, Minerva. E se deu mal. Agora você, garotinha mimada. O Ministério zela por todos vocês, e se você está aqui viva hoje é graças a todos nós.

-Nunca pensei que eu fosse dizer isso, mas o papai está certo, Gina.

-Mina, você falando assim me admira...

-Por favor... Por favor... – dizia Minerva.

-Porque a última pessoa que eu imaginava que dissesse isso seria você... Você é bem filha de seu pai.

-Escuta aqui, garota! – gritou Mina, pondo o dedo no rosto de Gina. – Eu tentei ao máximo que o meu pai continuasse com as buscas... Mas no fim eu entendi que há um mês os dementadores não o deixaram preso. Eles não são bruxos, ok? Eles são criaturas horríveis, abomináveis! E famintas também, já que Voldemort não os alimenta como deveria... Acha mesmo que o seu namoradinho sobreviveria?

-Mina, eu realmente não meto a mão nessa sua cara sonsa porque você, apesar dos pesares é namorada do meu irmão. Mas não brinque com a sorte, garota. Você não sabe com quem está se metendo!

-Você não sabe, Ginevra. Acredite se quiser o Centro forma guerreiros... Se você quiser, eu enfio todo esse seu cabelo liso e ruivo...

-PAREM COM ISSO! – gritou Minerva. – Senhorita Scrimgeour, senhorita Weasley, por favor!

-Por mim isso já acabou há muito tempo, McGonagall. – disse Mina, saindo e batendo a porta.

-Agora que já acabamos com isso, Ministro, o senhor deseja que eu envie a ordem de interrupção agora?

-Ah, claro... – Gina sorriu diabolicamente. – Sempre o baba ovo do Percy por perto...

-Gina, por favor, aqui não... – Percy dizia.

-Era isso que você queria quando saiu de casa? Ah, não me faça rir, garoto, você largou toda a sua família por isso?

-Larguei minha família pra ter o que eles nunca me deram: oportunidade. – disse Percy. Minerva massageava as têmporas nervosamente, e o Ministro olhava para Gina como se visse um tronquilho nervoso.

-Por favor, garotos, acalmem-se. Eu estou de acordo com a continuação das buscas, Ministro. O senhor já tem a opinião de Hogwarts.

-Tenho a opinião de uma garotinha mimada da Grifinória e da diretora geral. Mas e as outras três casas?

-Tenho certeza que a casa Corvinal, à qual o Taylor pertencia nos dá o apoio. E a Sonserina e a Lufa-Lufa também, ele tinha muitos amigos lá.

-Percy! Envie a ordem, por favor. Não podemos perder mais tempo.

-O senhor vai se arrepender, Scrimgeour. – disse Gina.

-É Ministro pra você.

-Não importa... Os Comensais estão agindo. Daqui a pouco eles chegarão até o senhor. Aí veremos se continuará sendo Ministro ou não.

-Está me ameaçando, garotinha?

-Não... Mas lembre-se... Quem avisa amigo é. – Gina saiu batendo a porta do escritório, não sem antes ouvir a voz do Ministro e a resposta de Minerva.

-Garota petulante, essa...

-Ela é uma verdadeira grifinória.

Quando desceu as escadas o café já tinha acabado. Subiu até a sala comunal e encontrou com Harry, Hermione, Fred e Jorge à sua espera.

-Gina... O que aconteceu? A Mina subiu muito irritada faz uns quinze minutos... O Rony a levou pro dormitório masculino, mas ninguém tem coragem de ir lá... A gente só ouve as coisas quebrando.

-O que a Minerva queria com você, amiga? – perguntou Hermione cautelosa.

-A diretora estava lá adivinha com quem... O Ministro, a senhorita Scrimgeour e o Percy!

-Percy?! – perguntou Harry.

-Você o azarou, Gina? – perguntou Fred irritado.

-Por pouco não.

-Mas o que eles queriam?

-O Ministro deu a ordem pra encerrarem as buscas pelo Taylor. Ao que parece, o Ministro chamou a Mina e o Percy pra me acalmarem.

-E você...

-Eu EXPLODI! Argh! E a namoradinha do Ron vira pra me dizer que era necessário, que ele já estava morto e blábláblá!

-Gina...

-E AGORA VEM O BABA OVO DO PERCY PEDINDO PRA EU ME ACALMAR! – gritava Gina a plenos pulmões. A varinha em sua mão fez explodir um vidro de ovas de sapo que estava próximo.

-Gina...

-Ah, mas eu falei! E ainda disse umas verdades pra aquele Ministro de meia tigela e seu baba ovo oficial!

-Giiiina... – tentava Hermione sem sucesso.

-E ainda por cima vem a tal senhora Mina Scrimgeour me dizer que eu vou me arrepender de ter brigado com ela!

-Ela te ameaçou? – perguntou Jorge.

-GINA! – gritou Hermione irritada.

-O QUE É?

-Por favor, escuta... E a McGonagall, o que disse?

-Ela disse que estava do meu lado... E quando o Ministro me chamou de petulante ela disse que eu era uma verdadeira grifinória.

-Nossa! – exclamou Hermione, pondo as mãos na boca.

-Não admira que a Mina esteja assim... – disse Harry, quando ouviu a porta do dormitório masculino fechar e um Rony descendo.

-Ela está muito irritada... O que aconteceu, Gina? Eu ouvia palavras desconexas como “vadia ruiva”, “Ministro”, “Centro”, “azaração” e “Avada Kedavra”.

-Ah... Porque aquela vadia loira vai ver só! Vamos ver quem... [[OBS.: Essa é uma parte muito delicada e cmo essa fic não eh NC-17, vamos pôr essa pequena mensagem em censura enquanto a Gina xinga a Mina, ok?]]!!!

-Gina, amiga... Não sabia que você tinha esse vocabulário tão...

-Extenso. – completou Fred, com os olhos arregalados.

-E nem sabia que você conhecia tantos métodos de tortura bastante...

-Torturantes. – completou Jorge.

-Ai, nem eu... Precisava relaxar. Mas que o Ministro fique sabendo: se ele não procura pelo Taylor procuro eu! – e subiu para o dormitório feminino.

-Rony? – perguntou Harry, preocupado. Rony ostentava uma cara de medo.

-Cara... O que eu faço? Minha namorada e minha irmã juram a morte uma da outra... E eu no meio!

-Ron, quando você morrer me dá aquele pôster da seleção da Bulgária?

-Pra que você quer um pôster de quadribol, Hermione?

-Ah, Ron, você não entendeu? Tem o Vítor no pôster! – brincou Fred.

-É sim! Ele é meu amigo, oras!

-Então pede uma foto a ele!

-Argh! Vocês são muito idiotas! – e saiu andando. Chegou à biblioteca e pegou o caderno de Sophie. Com ele em mãos, saiu à procura de um livro que vira no segundo ano. Enfim o encontrou. O título “Bruxos Adaptados: Características Especiais” estava gasto, porém legível. Começou a folheá-lo, e a garota encontrou descrições, detalhes e imagens sobre ofidioglotismo e metamoformaguismo. Procurou mais um pouco e achou um trecho interessante. Foi transcrevendo-o para o caderno de Sophie.

“De todas as características descritas aqui, sem dúvida a mais curiosa é a Triangulação. Essa capacidade que alguns bruxos possuem é definida como um tipo de ligação. Três animais, feitiços ou até pessoas podem possuir algo em comum que os faça sentir as mesmas emoções, ver e até ler os pensamentos dos envolvidos. De certa forma, a Triangulação desperta quando as duas pessoas vivem um momento de extrema angústia, aflição ou até mesmo felicidade simultaneamente.” .

Alguns segundos depois a garota recebeu a confirmação de que Sophie havia lido a mensagem.

Mione, nós devemos ter extremo cuidado com isso, já que a gente não sabe quem é essa tal terceira pessoa. Pode ser qualquer um, até um Comensal da Morte. AVISO: Mantenha a mente fechada, por enquanto só conversaremos pelo caderno. Tenha cuidado, menina.

Hermione ficou ainda mais intrigada com o assunto, tinha que encontrar um lugar pra pensar... Precisava de um lugar pra pensar. Claro! A Sala Precisa! Subiu correndo as escadas que nos últimos viviam vazias até o sétimo andar. Preciso de um lugar pra pensar, um lugar pra pensar, um lugar pra pensar... Ao abrir os olhos uma porta quase oculta materializou-se à sua frente. Entrou calmamente e fechou-a, sentindo que esta sumia pelo lado de fora. O lugar parecia um quarto; tinha algumas estantes, uma cama de casal com dossel e uma pequena varanda cuja porta estava aberta. Lembrando da calma que sentia na casa de Sophie entrou silenciosamente e viu uma silhueta bastante conhecida sentada na cadeira, os cabelos ruivos ao vento.


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Draco não sabia bem onde estava... Era como se fossem os jardins de Hogwarts, mas sem a visão da cabana de Hagrid, a visão do castelo e sem o lago. Ou seja, apenas um grande pátio. Lá, ele não imaginava como, sentia uma calma profunda... Um lugar perfeito para pensar. Ele apenas olhava para o lado, procurando algo. Algo que eu nem sei o que é, pensou. Lembrava vagamente da noite passada: estava voando, assim que viu a Marca Negra sobrevoando Hogsmeade sentiu uma pontada em seu braço esquerdo. A última coisa que lembrava dali era o fato de Tonks e Lupin o estarem levando apoiado na vassoura.

De repente sentiu o estômago afundar. A Marca Negra... Hermione. Ela podia estar em perigo, tinha que acordar... Tudo acontecendo e ele ali, em um terreno baldio procurando alguma coisa qualquer. Fez força e tentou acordar. Nada. Beliscou-se. Nada.

Irritado, soltou um urro de puro ódio para depois se surpreender. Estava feliz. Podia reconhecer aquela sensação de felicidade, sabia que estava feliz. Mas... Feliz por quê? Ele estava sozinho, em um lugar desconhecido, sua mãe havia morrido havia apenas alguns dias, havia brigado com Hermione... E estava feliz? Definitivamente alguma coisa não estava bem.


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Hermione estava ali, a surpresa invadindo sua mente. Claro, nesses dias eu com certeza não sou a única que quer pensar... E ficou feliz ao ouvir a voz de Jorge serena:

-Sabe Mione... Agora eu entendo porque você ficava muito tempo, horas a fio na varanda do quarto da Sophie... Dá uma calma, ajuda mesmo a pensar...

-É... Mas que lugar é esse, Jorge?

-Como você sabe, eu sou o responsável pelas viagens da Gemialidades... Esse quarto é igual ao de um hotel trouxa onde eu fiquei na última viagem, no norte... Eles sabiam dar conforto.

-E como! – disse Hermione parada na porta. Não havia ninguém no pátio da escola, e em Hogsmeade ainda eram visíveis colunas de fumaça mágica restantes do ataque à Madame Puddifoot e ao pub Cabeça de Javali. – Tempos difíceis pedem que a gente pare pra pensar um pouco em tudo o que nós fizemos... Pra ver se realmente valeu a pena, sabe... – Jorge levantou-se calmamente e andou até ela.

-E você, Hermi, já sabe se valeu a pena?

-Do que você está falando? – desconversou Hermione sem olhar para Jorge.

-Você sabe muito bem... Sabe... Tudo o que você viveu esse ano...

-Ta falando do Draco? – Hermione suspirou. – Na verdade eu ainda não sei... Acho que a gente se dava melhor quando éramos inimigos mortais...

-Sei... Mas se você voltasse no tempo... Ficaria com ele de novo?

-Pra falar a verdade eu acho que não... Sabendo de tudo o que eu soube nesse meio-tempo...

-E eu? Que planos você teria pra mim no seu futuro?

-Não sei... Acho que eu teria que ter vivido alguma experiência com você pra te responder melhor... Porque eu sinto que desde que eu o conheci, minha vida mudou se é que continua sendo minha... – ela levantou os olhos para o rosto do garoto. – Acho que o que eu mais quero no momento é voltar pra minha vida.

Como você pode ver através dos meus olhos
Como portas abertas?
Levando você até meu interior
Onde me tornei tão entorpecida
Sem uma alma
Meu espirito está dormindo em algum lugar frio
Até que você o encontre lá
E o traga de volta pra casa

-Mas eu sempre disse que o presente é o passado do futuro... – aproximou-se da garota. Ela se quisesse poderia contar todas as sardas do rosto dele sem pressa. – Assim, acho que dá esperanças de que podemos mudar tudo agora, pra ver se melhora depois... Aí então quem sabe... Eu não tenha encontrado uma Hermione Jane Granger perdida por aí?

(Acorde-me)
Acorde-me por dentro
(Eu não consigo acordar)
Acorde-me por dentro
(Salve-me)
Chame meu nome e salve-me da escuridão
(Acorde-me)
Obrigue meus sangue fluir
(Eu não consigo acordar)
Antes que eu me desfaça
(Salve-me)
Salve-me do nada que eu me tornei

-Nunca se sabe... Porque eu quero muito me reencontrar... E acho que nunca conseguiria isso com o Draco. – Ela fechou os olhos e sentiu a mão do garoto em sua nuca. Beijaram-se lentamente, e Jorge percebeu que ela estava feliz com aquilo. Deixou que o beijo aprofundasse mais e ela correspondeu.

Agora que eu sei o que me falta
Você não pode simplesmente me deixar
Dê-me fôlego e me faça real
Traga-me para vida

Agora os dois estavam em um entrosamento único, agiam como se cada um conhecesse cada centímetro do corpo do outro, mas mesmo assim quisesse explorá-lo ao máximo. Hermione sentia-se mais desperta do que nunca, e prendeu um gemido ao sentir uma leve mordida de Jorge em seu lábio.

(Acorde-me)
Acorde-me por dentro
(Eu não consigo acordar)
Acorde-me por dentro
(Salve-me)
Chame meu nome e salve-me da escuridão
(Acorde-me)
Obrigue meus sangue fluir
(Eu não consigo acordar)
Antes que eu me desfaça
(Salve-me)
Salve-me do nada que eu me tornei

Jorge descia os beijos para o pescoço da garota. E ela ainda lutava para conter as exclamações que insistiam em sair. Jorge a levava lentamente para o interior do quarto, e ela sentiu a parte de trás dos joelhos baterem na cama, fazendo-a cair deitada.

Traga-me para a vida
(eu tenho vivido uma mentira,
não há nada por dentro)
Traga-me para a vida

Jorge olhou para Hermione deitada na cama da Sala Precisa como se esperasse uma confirmação. Merda, ele ta demorando demais! pensou a garota, irritada, e decidiu. Puxou-o pela camiseta, voltando a beijá-lo ferozmente.

Congelada por dentro
Sem seu toque,
Sem seu amor, querido,
Somente você é a vida entre os mortos.

Hermione assustou-se com a própria cara de pau. Mas deixou-se levar, estava vivendo com Jorge um momento único, nada estragaria aquilo... E pensar que ela nunca tinha reparado nele até o início do ano... Soltou uma risadinha ao lembrar de uma conversa com Gina, e de uma expressão bem interessante... Santo Quadribol!

-O que foi? – perguntou Jorge.

-Nada... – ele não esperou outra atitude, e voltou a beijá-la enquanto ela passava as mãos por dentro da camiseta dele. Irritada com aquele pedaço de pano impedindo-a de ver o corpo bem definido de Jorge ajudou-o a tirar a camiseta. [[Ui ui ui Hermi safadinha, ñ eh?]]

Todo esse tempo
Não posso acreditar que não pude ver
Mantido na escuridão, mas você estava lá na minha frente
Eu tenho dormido há 1000 anos, parece
Tive que abrir meus olhos para tudo
Sem um pensamento
Sem uma voz
Sem uma alma
Não me deixe morrer aqui
Deve haver algo mais
Traga-me para vida

As unhas de Hermione arranhavam as costas de Jorge, mas a dor era boa. Ela mordeu o lábio inferior ao tentar prender outro gemido, e arqueou o corpo. Jorge beijava seu pescoço, e ela sentia que aquela região do seu corpo nunca mais seria a mesma, devido à voracidade com que ele a desejava.

(Acorde-me)
Acorde-me por dentro
(Eu não consigo acordar)
Acorde-me por dentro
(Salve-me)
Chame meu nome e salve-me da escuridão
(Acorde-me)
Obrigue meus sangue fluir
(Eu não consigo acordar)
Antes que eu me desfaça
(Salve-me)
Salve-me do nada que eu me tornei

Hermione cansou de tentar resistir [[Resistir? Ela? Hahaha!]] e deixou que Jorge abrisse seu colete com calma. Suas mãos tremiam tamanho era o nervosismo, mas ainda assim prosseguiu. Jorge olhou para ela indagador, e ela afirmou com a cabeça.

Traga-me para a vida
(eu tenho vivido uma mentira,
não há nada por dentro)
Traga-me para a vida


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Sophie andava rapidamente pelos corredores de Hogwarts até chegar à ala hospitalar. Recebera um carta com a notícia do ocorrido com Draco pela madrugada, mas não poderia sair sem deixar sua mãe preocupada. Sabia que Fred e Jorge ainda estavam hospedados em Hogwarts, mas os procuraria depois. O que a preocupava era Hermione. Cuidaria dela depois, afinal seu primo estava em perigo. Além disso, sentia uma pontada de felicidade que só poderia vir de Hermione. Chegou à ala hospitalar, um medibruxo dividia os cuidados de Draco com Madame Pomfrey.

-Bom dia, Sophie Ballin. Centro de Educação Bruxo de Raphindonn. Sou prima do Draco. O que houve?

-Ele foi atingido por uma Maldição ainda desconhecida.

-Como? Porque não foi uma azaração ou eu sei lá, um feitiço comum? – perguntou Sophie.

-Simples. A Maldição já tinha sido lançada nele há algum tempo, mas só sortiu efeito na hora em que ele estava voando. Uma Maldição incinera o corpo, de dentro pra fora.

-Ok... E qual seria essa Maldição?

-Ainda não sabemos... Por Merlin, o que é isso? – exclamou o medibruxo. Uma explosão fez com que o Três Vassouras fosse pelos ares.

-Merda... – pensou Sophie, enquanto corria em direção ao Saguão de entrada.


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Draco não sabia como, mas conseguia ouvir a voz de Sophie. E uma voz desconhecida masculina. E também ouviu uma grande explosão. Levantou-se de um pulo da maca da ala hospitalar. Pegou sua varinha que estava no criado-mudo, dois frascos de poção revigorante e correu, enquanto ouvia os gritos desesperados de Madame Pomfrey.


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Hermione estava deitada na Sala Precisa, cochilara com a cabeça no peito de Jorge. Vestia a camiseta do ruivo, e levantou-se de um salto ao ouvir a explosão.

-Jorge, levanta! – o sacudiu.

-Hei, Hermi, calma!

-Calma, nada! – ela gritou do banheiro enquanto vestia sua própria roupa. – É um ataque! – Enquanto se trocava, Hermione pensava nas últimas horas. Hermione Jane Granger, ainda não acredito que você teve a sua primeira vez com o Jorge! Bah, depois eu penso nisso, acorda! Você ainda não percebeu que está havendo um ataque em Hogsmeade? Quando saiu Jorge estava com a varinha em mãos. Pegou a sua varinha e correu para fora da Sala Precisa.

-Olha lá na frente! SOPHIE! – gritou Jorge. Sophie parou para esperá-los, logo voltando a correr.

-O que houve afinal?

-Eu vim visitar o Draco, então ouvi a explosão... O Três Vassouras.


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Draco corria pelo lado oposto do castelo. Ao entrar por um corredor oculto fugindo dos poucos alunos que ainda restavam viu Gina com um malão.

-Vai pra onde, Gina?

-Draco? Mas você não estava na ala hospitalar?

-Estava do verbo não estou mais... Ok, você está saindo furtivamente no meio de um ataque a Hogsmeade para que exatamente?

-Ataque? Mas... Quando?

-Nesse exato momento, no Três Vassouras.

-E a gente aqui, batendo papo? – Gina começou a correr com o malão.

-Ei, pra que a mala? – gritou Draco, se esforçando para acompanhá-la.

-Não é da sua conta!

-Você não vai sair, Ginevra. – disse Draco, prendendo Gina pelo braço.

-E quem é você pra me impedir, Malfoy?

-Uma pessoa que também tem um amigo perdido por aí, mas tem coisas mais importantes pra fazer. Anda, larga essa mala e vem.

-O que? Você não...

-VEM! – gritou Draco, correndo com a varinha em punho, Gina em seus calcanhares. Chegaram à orla da Floresta, e Draco disse:

-Lá vem dois. Testrálios. – ajudou Gina a montar e montou atrás. Enquanto voavam, viram Sophie, Hermione, Jorge e Fred correndo para as carruagens. Chegando lá, viram a situação. O vilarejo estava em polvorosa, muitos vultos encapuzados soltavam feitiços, raios verdes atingiam as pessoas no chão. Draco sentiu o estômago revolver quando viu uma cabeleira prateada à frente dos Comensais. Gina, que guiava o testrálio o fez ir em direção à Casa dos Gritos.

-Você fica. – disse ela quando ele desceu.

-Não mesmo!

-Ficam os dois! – ouviram a voz de Jorge gritando. Ele e Fred prendiam Gina e Draco. O garoto viu Sophie correndo com a varinha em punho em direção aos Comensais. Sentiu ser levado para a Casa dos Gritos e ouviu a porta sendo trancada. Subiram até o primeiro andar e entraram em um quarto. Draco ouviu de longe as vozes de Harry e Rony.

-Agora que vocês prenderam a gente podem me soltar? Tenho uma pessoa pra encontrar.

-Ha ha, muito engraçado, Draco. Nós vimos o Lúcio lá. E nem adianta, Gina. Você não sai, o papai nos mataria. – disse Fred.

-Isso não é justo! – gritou Gina.

-É sim, irmãzinha. É a nossa vida que está em jogo. – Jorge calou-se quando viu uma pessoa entrando no quarto onde estavam. Ela vestia um uniforme da Grifinória com mangas curtas, que demonstravam sua Marca Negra. Falou suavemente, os olhos negros brilhando de ódio.

-Olá, Fred querido! Accio varinhas! - A garota apanhou cinco varinhas no ar.

-Angelina? – perguntou Hermione.

-Cala a boca, Sangue-Ruim! – gritou Angelina, apontando a varinha para Hermione.

-Angelina, nossa que... – começou Fred.

-Inesperado? – disse Angelina com um sorriso. – O que foi, Fred, com medo de mim? Ah, Draco! Quanto prazer em revê-lo! – disse Angelina com um sorriso cínico, devolvendo a varinha a Draco.

-Oi, Angelina... – disse Draco.

-Revê-lo... Draco, o que isso significa? – perguntou Gina.

-Ora, cunhadinha! Será que o Draquinho aqui não contou a ninguém?

-Contar o que, Draco? – perguntou Hermione.

-Já mandei calar a boca, Sangue-Ruim! Eu cuido de você depois! – gritou Angelina, batendo no rosto de Hermione. A garota caiu no chão, ofegante.

-Angelina, o que você quer? – perguntou Gina, apreensiva.

-Ah, cunhadinha... Vim visitar meu namorado, o que há de mal nisso?

-Angelina... Você esqueceu de uma coisa. Eu não sou mais seu namorado.

-Era exatamente essa a minha deixa, Fred querido. – disse Angelina, virando a varinha para Fred. – Avada...

-Não! – gritou Hermione, pulando no pescoço de Angelina. A garota jogou-a, fazendo-a bater na parede. Hermione ficou caída.

-Fred, desde quando essa aí é sua amiguinha?

-Angelina, pare! – disse Draco, se levantando.

-Ah, acho que não, Draquinho. – ela lançou um outro feitiço em Hermione, o supercílio dela começou a sangrar. Jorge protestou, mas foi atingido e caiu no chão sem sentidos. Hermione continuou calada, mas se levantou. – Valente, é? Vamos ver até quando, queridinha. Cruc... – Angelina voltou a varinha para Hermione, mas foi atingida por um raio vermelho, que destruiu a porta. Gina começou a chorar quando viu quem entrava.

-Taylor! – gritou, correndo em direção ao garoto. Ele apontou a varinha para Gina e gritou:

-Crucio! – Gina caiu no chão, se contorcendo. Fred correu em direção a Taylor, que o atacou. Fred caiu no chão desacordado. Draco apontou a varinha para Taylor, e disse:

-Pare... Eu não quero te atacar, cara, mas pode ser necessário.

-Draco, todos te esperam, meu amigo. – disse Taylor, parando de atacar. Suas pupilas haviam diminuído consideravelmente, e Hermione percebeu que ele estava controlado pela Imperius.

-Não, Taylor... Você não.

-Eu sim. Agora eu não tenho muito tempo... Vamos. Algum dos dois vem comigo. – Draco andou em direção a ele, mas Hermione o impediu com um gesto.

-Eu vou.

-Hermione, agora não é hora pra...

-Eu vou, Draco, não importa o que diga. Mobilicorpus. – Draco caiu no chão, as costas fazendo a poeira levantar. Hermione ainda sangrava muito, mas estacou o sangue com um feitiço não-verbal.

-Boa escolha, Sangue-Ruim. – disse Taylor, puxando Hermione pelo pulso. A última visão de Draco antes de desmaiar foi essa: Hermione andando ao lado de Taylor com a cabeça erguida.


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Notas finais do capítulo

Eu disse NADA DE AVADAS!!!!!! PAREM!!!!!!!! O.o' mais revelações no próximo, QUE NÃO VEM HOJEE... Não acham que já foi demais non???



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