Quando ele chegou perto de mim eu com um movimento rápido eu soltei minhas mãos das correntes, pulei por cima dele o deixando prensado na parede

Com uma das mãos eu tirei as estacas da minha perna e a minha mordaça, com a outra eu segurava o pescoço dele, peguei uma das estacas e coloquei do lado do rosto dele, assim como ela fizera comigo antes

- Escuta aqui seu vermezinho do cacete – meus olhos lagrimejavam raiva enquanto eu falava – A próxima vez que você pensar em fazer uma merda dessas, você pesquisa bem com quem ta lidando, porque se não uma situação como essa pode acontecer – seu rosto suava e seus olhos me pediam por favor enquanto eu falava – Seu verme do inferno, agora você está com medo? – eu ria alto enquanto falava – Não vai me mandar controlar meu instinto?

No mesmo tempo que eu falava coloquei a minha mordaça naquele desgraçado

- Ah, desculpa agora você não pode me responder – eu piscava os meus olhos ao mesmo tempo fingindo estar me sentido culpada

Com uma força descomunal eu enfiei uma das estacas em sua barriga, uma lágrima de sangue caiu de seu olho fazendo o contorno de seu rosto e lhe deixando uma marca, eu ria vendo aquela cena

- Dói não é meu bem? – eu repeti suas palavras – Isso é uma amostra do que eu posso te fazer sofrer

E com uma risada infernal eu enfiei a outra estaca em uma de suas pernas e outra lágrima desceu de seu olho    

Eu saí da cela e o deixai preso lá, andei um pouco e descobri que o lugar era feito de vários túneis, todos eles muito mal iluminados, eu parei na frente de três entradas que se projetavam a minha frente e me concentrei para sentir o meu cheiro, depois de algum tempo o senti vindo do túnel da esquerda e como quase que por instinto caminhei em direção a ele

Mesmo o túnel sendo muito escuro minha visão dele era perfeita, o túnel tinha leves inclinações para direita e para esquerda além de ser extremamente extenso, ele parecia que nunca terminava, eu já estava toda fudida e ainda tive que caminhar quilômetros, até que a luz da lua me atingiu, a luz passava por entre rachaduras da velha porta de madeira, fui correndo com uma velocidade inumana até ela e a abri com a mesma velocidade

Eu sabia onde estava e com o reconhecimento me vieram lembranças dolorosas ele está morto? Minha mente gritava enquanto eu fitava sem expressão nenhuma as altas arvores do “meu” bosque  

Eu saí correndo, com a mesma velocidade inumana que tinha saído do túnel, e fui direto para minha casa, eu sentia o vento da noite me atingir e jogar meus cabelos, que estavam grudados em minha nuca devido ao sangue que saiam de meus cortes, para trás, eu me sentia livre depois de muito tempo

Cheguei a minha casa, destruída devido ao incêndio e ao tempo e sentei na frente dela me lembrando da minha infância