Edward PDV

Harry estava em apuros, enfrentando o Voldemort. Mas eu não podia me dar o luxo de ajudá-lo, pois eu mesmo me encontrava em perigo. Dumbledore estava ferido e tinha ido buscar ajuda. Resumindo, estávamos sozinhos. Boa parte dos professores tinham ido embora ao ver o Voldemort, só os meus pais ficaram.

Voldemort mandou seus comensais nos atacarem e a partir daí, eu perdi o meu contato visual com o Harry. O sangue começou a fluir mais depressa em meu corpo, e senti meu coração bater acelerado e descompassado no peito. Peguei a minha varinha e me preparei para a batalha.

“Peguem suas varinhas! Vamos, gente! AGOOORAAAA!” – gritei para ver se o pessoal se mexia.

O que pareceu surtir efeito.

Os vultos se aproximaram rasteiros e silenciosos e eu procurei rapidamente pela Bella. Ela estava com a varinha na mão e segurando a Alice pela roupa. O que aquelas loucas estão fazendo?

Bella PDV

Alice queria se jogar na frente dos Comensais, e eu a impedia segurando sua roupa. Ela deve ter batido a cabeça em algum lugar, só pode.

“Ahhhh...Bella, solta! Você vai rasgar a minha roupa! Deixa eu pegar esses malditos.” – ela berrou.

“Alice, se aquieta eu não vou te soltar! Você não vai a lugar algum!” – falei autoritária e depois gritei. – AAAAHHHHHHH, tem um bicho vindo pra pegar a gente!” – gritei desesperada, arregalando os olhos.

A figura encapuzada vinha em nossa direção e apontou a varinha na direção da Alice.

“AAAAAHHHHHH – ela gritou – BELLAAA, FAZ ALGUMA COISA, EU NÃO QUERO MORRER!!!” – gritou, choramingando.

“Expeliarmus!”

Um feitiço atingiu o maldito e a varinha dele voou longe, enquanto ele cambaleava para trás pela força do feitiço. Logo depois a figura do Edward apareceu e ele deu um belo soco na cara dele.

“Vocês estão bem?” – ele perguntou.

Apenas fiz que sim com a cabeça, desviando minimamente a atenção da Alice. Mas ela foi rápida e quando eu percebi ela já estava correndo em direção ao comensal que se levantara do chão. Ele foi mais rápido, e conseguiu conjurar um feitiço que se eu não tivesse me jogado em cima do Edward, era uma vez nós dois. Caí por cima dele no chão, e nossas testas se chocaram.

Sem muita distração, nos levantamos rapidamente e eu vi a louca da Alice montada nas costas do comensal...puxando as orelhas dele? Eu não acredito nisso. Olhei melhor a cena, e via as pernas dela estavam entrelaçadas na cintura, enquanto ela puxava as orelhas dele, parecendo que iria arrancá-las.

“E isso é por você tentar nos atacar!” – ela disse e começou a dar coques na cabeça do infeliz.

“Gente...a garota é louca..” – murmurei baixinho.

Edward sorriu pra mim e foi até o Comensal, aplicando-lhe um belo soco no estômago. Ele caiu no chão e a Alice se soltou, afastando para trás. Apontei a minha varinha para ele, mas antes que eu pudesse conjurar o feitiço, um outro Comensal vindo detrás da Alice tirou a minha varinha com um feitiço. Ele pegou a Alice pelos braços e a prendeu contra ele.

Ofeguei.

O Comensal que estava no chão se levantou e murmurou, maligno.

“Largue a sua varinha, rapaz..ou ela sofre as conseqüências.” – ele falou, apontando a varinha para mim.

Edward engoliu em seco, e agachou lentamente, largando a varinha no chão.

Jacob PDV

Aaaaaahhhh, que Rony burro!

Puta que P***!!!

Tudo culpa dele! Se ele não fosse ao burro a ponto de atingir a própria amiga, não estaríamos agora amarrados no chão, sem poder fazer nada. Eu queria era arrebentar a cara de um desses bandidos. Não podíamos ter sido vencidos assim tão fácil.

Fechei os olhos, contraindo o maxilar, lembrando...

Mini flashback

Havia dois comensais nos encurralando. Mas éramos quatro! Eu, Hermione, Lôyane e o Rony. A Hermione deu um passo á frente, tentando distrair os comensais, mas o Rony ao invés de atacar o Comensal, acertou a Hermione que caiu desmaiada no chão.

“Seu Lerdo!” – foi só o que deu para gritar, antes de nossas varinhas voarem e caírem em algum lugar.

Os Comensais gargalhavam, enquanto amarravam nossas mãos e nos colocavam em um círculo no chão.

Fim flashback.

E agora aqui estamos.

Vi um Comensal se aproximar e notei a Bella, o Edward e a Alice amarrados também. Eles praticamente jogaram os três no chão, como se fossem qualquer coisa. Ouvi um gemido de dor.

“Aaaii..merda..acho que...acho que quebrei a mão.” – Edward gemeu, fazendo uma careta de dor.

Coitado.

Mas como ninguém tinha varinha, e estávamos amarrados, ficava impossível de ajudar. Notei a Bella, sentada ao seu lado, com a cabeça pousada em seu ombro. Eles estavam realmente bem próximos.

Sorri, me lembrando que agora eu tinha a Lôyane. Ela já fazia parte do meu essencial, necessitava dela como a planta precisa de água para sobreviver. Ela me fazia sentir vivo. E mesmo apesar das nossas diferenças, eu sabia que era isso que nos aproximava mais. Brigar, e depois nos reconciliarmos com beijos e trocas de carícias. Era loucura, mas eu gostava.

Senti uma cutucada em minha costela, e olhei para o lado. Ela estava bem ao meu lado, e sorriu mostrando todos os dentes. Sorri de volta e pela luz fraca do dia que ameaçava irradiar, seus olhos cintilaram.

“Acorda garoto! De pé.” – a voz do Voldemort rasgou o silêncio.

Aproximei meus lábios lentamente dos dela, e experimentei sentir o gosto doce dos seus lábios novamente nos meus, antes de sussurrar.

“Eu te amo.”

Um riso fraco escapou de seus lábios, lançando seu hálito de hortelã em minha boca.

“Eu também, te amo muito.”

Hermione PDV

Pouco depois de eu acordar, o Voldemort gritou, chamando o Harry. Tentei me soltar do maldito Comensal que me segurava, mas ele puxou meu cabelo, no mesmo momento em que meus olhos encontravam os de Harry.

Ele olhava ao redor, totalmente surpreso. Acho que não era isso o que ele esperava. Quer dizer, ninguém de nós esperava um fracasso total como esse. Já não tínhamos mais esperança de nada. Assim que o Voldemort matasse o Harry, logo depois seria a nossa vez.

“Agora eu vou mostrar aos seus amiguinhos quem é que manda aqui.”

Assim que Voldemort pronunciou aquelas palavras, um grito de desespero saiu da minha garganta, enquanto Voldemort dava sua sentença de morte.

“Avada Kedavra!”

“HAAAAARRRYYYYYY!!!” – gritei, fechando os olhos, sem querer ver a cena a seguir.

Um estrondo se seguiu e eu fechei meus olhos com mais força, querendo assim aplacar o som também. Nem queria imaginar o que o Voldemort iria fazer com a gente, só sabia que estava com muito medo. Eu sou muito nova pra morrer.

“NÃÃOOOO...” – tentei gritar, mas apenas uma lamentação saiu forçada da minha garganta.

“Acabou.” – uma voz murmurou, e senti uma voz pousando em meus ombros.

 Um arrepio percorreu minha espinha, quando pensei que era o Voldemort. Estremeci sem querer abrir os olhos.

Edward PDV

Extraordinário!

 Essa foi a morte mais surpreendente que eu já tive o desprazer de assistir. Cabuloso. Fiquei cauteloso, á espera do que fosse acontecer a seguir.

Rony PDV

Caraaaaacaaaaa.

 Até eu fiquei com medo agora.

 Rapaaaaaz.

Bella PDV

Mas...co-como?

 Não...não..isso não pode ter acontecido mesmo..Meu Deeuss...eu vou...eu vou morreeeeer.

Alice PDV

Eu sabia, eu sabia!!

Harry PDV

 “Avada Kedavra!”

 “HAAARRRYYYYYY!!!”

Com toda a minha adrenalina que corria pelo meu corpo, girei rapidamente, enquanto Voldemort ainda conjurava o feitiço e o grito da Hermione me deixava surdo.

Fiz o movimento com a varinha no mesmo momento em que o jorro verde do feitiço de Voldemort vinha em minha direção. Vi tudo acontecer em câmera lenta.

Vi um escudo transparente aparecer da ponta da minha varinha, e tapando toda a minha frente, enquanto eu olhava, temeroso, o feitiço do Voldemort bater contra o escudo. Ao choque dos feitiços, fez-se um grande estrondo. E eu observei, atordoado, o feitiço do Voldemort voltar na direção dele. Só o que eu vi depois, foi o seu corpo cair flácido no chão.

Meu braço caiu ao meu lado, visto que eu não tinha mais forças para segura-lo no ar. Toda a adrenalina do momento tinha se esvaído, e eu senti meu corpo formigar, e uma letargia tomou conta de mim. Ouvi Hermione tentar gritar, mas sua voz saiu praticamente como um murmúrio. Voltei-me para ela, e logo o Comensal desapareceu e saiu como fumaça nas nuvens. Coloquei a mão em seu ombro, e parecia que ela ia chorar a qualquer momento.

“Acabou.” – murmurei.

Falando isso, eu finalmente pude sentir a verdade das minhas palavras. Realmente tinha acabado. Não havia mais rastro dos Comensais, somente o corpo do Voldemort estava caído no chão. Meus músculos relaxaram, enquanto eu sentia a Hermione tremer, embaixo da minha mão.

Ela abriu os olhos, e enquanto me fitava surpresa, alguém pulou em minhas costas, me sufocando com os braços pendurados em meu pescoço. Desvencilhei-me devagar dos braços apertados e me virei para trás.

“Obrigada, Harry. Eu sabia que você ia nos salvar, e...” – Gina começou a tagarelar.

Interrompi-a puxando sua cintura, e apertando-a contra mim. Aproximei meus lábios dos seus, e para minha surpresa ela agarrou meus cabelos, colando sua boca na minha com voracidade, mas apaixonadamente. Invadi a sua boca e pude provar a textura e a maciez da sua língua. Foi um beijo devastador, que mexeu com todo o meu ser.

“Muito bem, Harry! Você me surpreendeu, mostrou que era muito mais capaz do que eu pensava ser. – Dumbledore falou, se aproximando, com algumas pessoas do lado. – Protego Tottalum – ele murmurou – Aonde aprendeu aquele feitiço, Harry?”

“Em um livro...e-eu achei por acaso..”

“Humm..mas você já tinha conjurado ele antes?”

“Não.”

“Sabe, Harry. Somente um bruxo muito, mas muito poderoso poderia ter conjurado aquele feitiço e ter bloqueado uma maldição como aquela do Voldemort.”

“Como assim?”

“Esse feitiço, Harry, ele conjura um escudo como você viu. Mas nunca foi testado contra uma maldição, antes.”

“Ahh...então, eu acho que tive sorte né?”

“Sorte não, filho...coragem. Coragem.” – ele falou sorrindo e meu deu tapinhas nas costas.

“Quem são essas pessoas?” – pergntei.

“Ahh, eles são guardas da prisão de Azkaban. Eu fui buscar a ajuda deles, mas parece que não precisa mais, não é?”

“Claro, claro.” – murmurei.

Ele sorriu pra mim e começou a bater palmas. Alguns segundos depois, mais palmas encheram a manhã com uma nova energia. A paz. A alegria contagiou o lugar e logo todo mundo estava gargalhando, e alguns até saltitando por todo o jardim..acho que dá pra imaginar quem era.

E agora que a batalha enfim terminou, uma nova era se instalava no mundo dos bruxos. Uma era de novos sonhos, sem medo, sem temor de mais nada, somente a alegria, a paz, e a esperança. Sim, essa perspectiva era muito boa. Afinal, agora é que a festa vai começar!