Nine Months escrita por Anny Taisho


Capítulo 4
Meu veneno


Notas iniciais do capítulo

Dedicado a minha adoravel miga Senju-chan!!! kiss kiss



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Cap. IV – Meu veneno

Quando Shunsui voltou para o escritório notou que sua querida Nanao-chan estava afundada atrás das folhas de papel, muito mais compenetrada que o normal em papelada de rotina. Ele não entendia como ela podia viver sempre pensando em trabalho. A Ise fazia o serviço do dia pensando no que viria amanhã.

Mas claro que ela o tinha para distrair-se, o capitão sempre conseguia roubar alguns minutos da atenção da moça para falar-lhe coisas banais, fazer brincadeiras, roubar beijos... Sendo que a última parte era a que mais gostava, os lábios dela tinham um gosto que nenhum outro jamais teria.

- Minha Nanao-chan deveria trabalhar menos... – ele começou aquele discurso sem ter a atenção da moça – Por que não pára um pouquinho e vem aqui ficar comigo?

- Tenho trabalho a fazer, alguém aqui tem que trabalhar, Taisho. – disse a shinigami mais seca do que de costume –

- Cruel, Nanao-chan... Eu só quero alguns minutos de sua preciosa atenção. – o capitão disse em um tom mole que ela conhecia bem, não dava dois minutos para que ele aparecesse na frente de sua mesa –

- Estou trabalhando. – ela sentiu a mudança de energia espiritual e quando Shunsui chegou a frente de sua mesa ela tinha um braço estendido com a mão segurando uma folha – Assine, por favor.

- Não quero assinar nada, quero um beijo da minha doce e cruel Nanao-chan. – disse ele colocando a folha de lado e debruçando-se sobre a escrivaninha dela –

Só que a Ise era mais esperta, tinha muito tempo de experiência no quesito fugir das investidas de seu superior, mais rápida que ele colocou uma pasta entre seus rostos fazendo-o beijar o objeto plástico.

- Eu já disse que estou trabalhando, Taisho! – ela sequer levantava os olhos para o shinigami, o que o deixava um pouco irritado –

- E eu já disse que quero um beijo!

Sem dizer mais nada ele segurou os pulsos finos com uma só mão e com a que lhe restou segurou o rosto pequeno para assim poder beijá-la. Gostava da briga com a língua pequena, a textura dos lábios delicados era inebriante... Se pudesse ficaria o resto da eternidade ali.

Ficou ali até não poder mais conter a necessidade de ar, maldito oxigênio que o impedia de aproveitar mais o momento!

Enquanto ela se recuperava, ele assinou a folha que ela havia lhe estendido e logo depois dirigiu-se a porta. Iria visitar seu amigo Shirou-san, quem sabe seu afilhadinho não estivesse lá?

- Vou visitar o Shirou-kun, não trabalhe demais, Nanao-chan. – um sorriso que derrubava platéias e o capitão desapareceu –

Nanao ainda estava um pouco tonta com tudo e seu cérebro demorou mais que o normal para processar as informações. Os beijos de Shunsui eram como ele: intensos e possessivos. Deixavam-na sem chão, perdida, com as linhas de raciocínio em frangalhos. Ele era como uma droga de grande poder que a deixava em um estado letárgico, sem chance de reação... Deixava-a viciada sem chance de cura ou resistência. Agia como o veneno da serpente que caminhava por todo sistema de sua vitima deixando rastros de incapacidade e torpor.

- Idiota! – sussurrou a shinigami enquanto voltava as suas funções –

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Depois de uma caminhada preguiçosa até o Bantai do amigo, Shunsui sentou-se com ele para juntos conversarem e observarem as carpas que nadavam no lago que ficava sob a construção de descanso onde Ukitake passava muito tempo.

O pequeno Nihon estava no colo do pai mamando o leite que a mãe havia deixado para que ele pudesse ficar um tempo ali sem ter que ser levado as pressas para mamar. O pequeno parecia que nunca tinha tomado leite na vida tamanha sua ânsia.

Kyouraku apenas observava a cena sentindo alguma coisa que ele não entendia muito bem o que era. Aquele sentimento era novo para o antigo capitão, algo que nunca antes havia sentido. Imaginava que a paternidade devia ser uma coisa esplendida já que os olhos de Ukitake sempre brilhavam ao falar de sua prole.

Formar uma família nunca foi algo que esteve nos planos de Shunsui, na verdade, nem planos ele tinha realmente tinha... Tudo na sua vida acontecia quando deveria acontecer. Eram as conseqüência de seus atos. Tanto que nunca tivera o sonho de tornar-se capitão, foi algo que veio depois de muitos anos de treinamentos. Mas agora vendo o amigo e Retsu ele começava a parar para pensar.

Os séculos estavam passando, já tinha quase cinco de existência e nenhum laço daquele tipo formado. Nanao ainda era muito jovem, tinha pouco mais de duzentos anos, e imaginava ele que ela tinha sonho de ter um bebê. Seria uma coisa maravilhosa ser pai de um filho que ela carregou...

Talvez fosse hora de começar a tocar no assunto com ela.

- Quer ficar um pouco com ele?

- Oh sim... – Shunsui pegou o bebê um pouco desajeitado – Já encontraram explicação para os cabelos dele serem brancos?

- Graças a kami foi constatado ser apenas um traço genético, nada relacionado a minha doença... – Ukitake olhou para o amigo – Então, quando pretende me dar um afilhado?

O capitão do Hachi Bantai riu ruidosamente arrancando risadas do menino que trazia no colo.

- Acho que é um pouco cedo, Shirou-kun!

- Você tem a minha idade. Não é tão cedo assim...

- Mas a Retsu-chan é mais ou menos da nossa idade, enquanto minha Nanao-chan ainda é uma menina em comparação. Não sei se ela iria querer ser mãe agora...

- o capitão do Juusan Bantai riu – Tem razão, Nanao ainda é jovem, é provável que queira viver mais um ou dois séculos sem essa responsabilidade.

- Ele é sempre tão quieto assim? Nem parece um bebê tão novo...

- Sempre, chora mais quando sente cólica e no começo do banho... – ele olhava o quanto o amigo parecia receoso em segurar a pequena pessoinha – Dá medo, não é? Parece que a qualquer ele vai escapar de nossos braços ou que vamos machucá-lo...

- Muito. É tão pequeno e delicado... – Shunsui sorria para o pequeno menino –

- Eu nunca pensei que passaria por isso... Minha vida sempre foi dividida entre ser shinigami e convalescer. Essa vida de casado e pai nunca foi um objetivo esperado.

- Pra mim demorou demais, você e a Retsu-chan tem uma história desde a academia, mas foram bobos demais e resolveram enterrar isso para serem capitães!

- Nós sabíamos que tínhamos a eternidade, não era preciso pressa, na verdade acho que toda essa espera só tornou nossa relação melhor... Mas quando vai ser o casamento? Ou será que vai enrolar a Nanao até ela arrumar outro e te dar o pé?

- Minha Nanao-chan nunca vai me deixar e eu pretendo um dia... Não quero apressar as coisas!

- Então por que não assumem o relacionamento de vez? Já passou da hora de vocês dois pararem de besteiras e assumir para todos, tenho que certeza de que o sensei não falaria nada...

- Eu já conversei com o Yama-jiji... Não queria que boatos de gente desocupada colocassem minha Nanao-chan em situação comprometedora.

- Você cuida dela como quem cuida de um bibelô.

- Minha Nanao-chan é forte, mas precisa de cuidado...  E eu gosto de cuidar dela.

Shunsui riu.

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Já passava das sete horas quando Nanao terminou tudo o que precisava, e ela estava exausta. Passara o dia todo lutando contra o sono, bastava colocar os olhos sobre as frases que suas pálpebras pareciam pesar uma tonelada. Nem parecia que costumava ter, no mínimo, oito horas de sono por noite.

Toda aquela vida de trabalho, trabalho, trabalho e Shunsui andava sugando todas as forças da shinigami.

Entrou em casa pesarosamente e foi direto para o quarto tirar as roupas para poder tomar um banho relaxante e qual não foi a surpresa da mulher ao ver Shunsui cochilando sobre o edredom com um livro caído sobre o peito desnudo?

Pensou que ele sairia para beber com os amigos depois de visitar Ukitake, mas parece que estava enganada. Sorriu e foi para o banheiro. Uma ducha rápida, comeu alguma coisa na cozinha e voltou para o quarto se deitando com ele. A cama parecia muito mais aconchegante daquela maneira.

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Soifon caminhava para a casa de Hisagi, havia sido um longo dia no Nii Bantai, aquela gravidez deixava-a caindo de sono. Como era quarta-feira, a capitã imaginou que seu futuro marido estaria bebendo com os amigos.

Não era uma coisa que ela realmente gostasse, andava tentando mostrar ao shinigami o quanto a bebida lhe era prejudicial, mas ele não se importava muito com isso. Se bem que desde que passaram a ficar juntos ele diminuiu consideravelmente as quantidades de sakê.

Colocou a chave na fechadura e abriu a porta, encontrando tudo muito escuro, teve de tatear a procura do interruptor de luz. Quando ascendeu-a encontrou tudo da mesma maneira de sempre: o sofá negro com uma manta jogada por cima, a mesa de centro com revistas sobre algum assunto fútil, a estante com livros...

Subiu as escadas para o segundo andar e entrou no quarto. Começou a desfazer-se das vestes de capitã para poder tomar um bom e demorado banho de banheira. Quando estava apenas de roupas intimas parou diante do espelho para se ver. Estava tão diferente. Por incrível que pareça, seu corpo pequeno havia se moldado para a gestação sem deixá-la desproporcional.

Acariciou a barriga de leve sentindo a filha se mexer dentro do ventre inchado. Sorriu e depois seguiu para o banheiro. Ficou quase uma hora imersa na água de sua banheira relaxando, tentando seguir as ordens médicas.

Depois de colocar um pijama que consistia em um shortinho roxo e uma blusinha bem solta branca com estrelas brilhantes. Mesmo depois de cem anos seu gosto para roupas não melhorara muito. Mas até que era fofinho.

As tranças que geralmente escondiam os cabelos negros haviam sido desatadas e os logos fios estavam soltos. Sem que ela arrumasse como de costume, as madeixas escorriam impecavelmente lisas sobre suas costas dando um ar menos severo a moça.

Sobre a ponta dos pés, a pequena capitã tentava alcançar uma latinha colorida onde haviam biscoitos de nata. Por que raios aquele armário tinha que ser muito alto? Talvez o fato de Hisagi ter 1,81m de altura e a casa ser dele influenciasse isso.

Mas também, como sempre morou nas dependências de Bantai e ainda por cima sozinha, nunca teve problemas de adequação de seu espaço para sua baixa estatura.

- Quer ajuda, abelhinha? – uma voz apareceu misteriosamente as costas da pequena capitã juntamente com um braço que pegou a latinha sem problemas –

Só que a criatura chegou muito de fininho, assustando a grávida que instintivamente levou o cotovelo direto as costelas do capitão e a mão esquerda a garganta empurrando com técnica o corpo estranho para longe de si.

- Shuuhei?? – os olhos da moça se arregalaram ao ver o namorado caído no chão resmungando alguma coisa –

- Qual é, abelhinha? Quer me matar?? – ele acariciava as costelas avariadas –

- Desculpa... Eu não senti você chegando e me assustei! – ela caminhou até ele com a pequena lata na mão – A culpa é sua por chegar de fininho! E pare de me chamar com esse apelido idiota!

- Mas não precisava fazer isso! Estamos em Seireitei, só tem shinigamis aqui, não precisa de defesa pessoal!

- Claro! Como se já não tivéssemos sofrido diversas invasões! Estou grávida, não é bom você fazer essas coisas! Quer que nossa filha nasça antes da hora?

A morena mantinha o cenho franzido enquanto intercalava a mastigação e a briga com o pai de sua filha. E por incrível que pareça o homem sorriu.

- Do que está rindo? – ela tinha se sentado no chão –

- Adoro quando você fala ‘nossa’ filha!  É tão lindo!

- Bem, eu não fiz essa menina sozinha, então suponho que seja nossa! Agora levanta logo e me ajuda porque essa barriga não ajuda muito agora que sentei!

O moreno se levantou e ajudou sua abelhinha a levantar-se. Deu-lhe um beijo nos lábios e seqüestrou um dos biscoitinhos que ela comia com gosto.

- Então, como foi seu dia? Comeu direito? Nada de estresse, né amor?

- Você é que me deixa estressada, Shuuhei! Eu sei o que posso ou não fazer!!

- Calma, Soifon! – ele beijou o alto da testa dela – Só me preocupo com minha duas preciosidades!

- Eu não sou de vidro! Mas vou tentar me agüentar, não quero ter que contar a nossa filha que matei o pai dela!

O moreno riu e deu outro beijo nela, mas dessa vez no pescoço...

- Minha abelhinha é tão estressada... Toma um banho comigo?

Aquele tom soou extremamente sugestivo nos ouvidos de Soifon.

- Acabei de sair do banho.

- Mas eu não estava lá...

Ela sorriu e deixou-se guiar para o banheiro pelo capitão do nono bantai...

Continua...

 

 


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Notas finais do capítulo

Olá amoresssssssssss!!! AQqui está mais um cap, não postei ontem devido a probleminhas tecnicossssss!!! mas já está aqui!! amo vcs todosssssssss e comentem@@@@!!!
Kiss kiss especial para Senju chan!!!