Anjo da Morte escrita por Jaina, Lika Diniz


Capítulo 2
Asas Brancas


Notas iniciais do capítulo

Fortes emoções esperam você nesse capítulo...



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Entrei no quarto decidida a acabar com aquela vida, só para me sentir um pouco eu mesma.

 

Olhei para Edward deitado naquela cama. Ele era muito branco, cabelos cor de bronze e muito bonito. Queria colocar minha língua em sua boca, só para sentir qual era o gosto. Sacudi a cabeça... Eu devia estar ficando maluca.

Tubos estavam pelo seu rosto e braços. Ele estava sobrevivendo com a ajuda de aparelhos.

 

- Chegou a hora então? – Uma voz aveludada falou. Olhei para o lado esquerdo e vi Edward no canto, recostado na parede.

 

Edward se aproximou de mim e eu recuei.

 

- Não se aproxime.

- Não se preocupe, não farei nada. – Ele falou se afastando e sentando no sofá, mas não baixei a guarda.

 

Fiquei olhando para aquela cama e depois para o sofá onde Edward estava me olhando.

 

- Como... – Tentei dizer.

- Eu também não sei. Não consigo entender porque posso estar nessa cama e ao mesmo tempo aqui parado. – Sua voz agora era de dor. – Então vá, faça seu trabalho. Não agüento mais, qual será o propósito... Sofrer?

- Não posso mata-lo. – Falei com a voz rouca.

- E porque não?  Não foi o que veio fazer?

 

Meu demônio, o que eu estava falando? Eu tinha que cumprir minha missão.

Me aproximei do corpo indefeso de Edward e coloquei minha adaga perto de seu coração. E uma coisa me veio a cabeça.

 

- Não entendo. – Falei e me afastei da cama, ficando perto do sofá.

- O que?

- James falou que você ia tentar me persuadir. Para não mata-lo.

- Porque faria isso? É o que mais quero. – Ele parecia sincero ao desejar a morte.

- Você é a primeira pessoa que fala isso. Bom, você é a primeira pessoa que falo, tirando o James, depois da minha morte. Mas, você está ai porque? – Apontei para a cama, onde seu corpo físico estava.

- Sofri um acedente de carro há um ano. – Ele disse.

 

Nossa, um ano é muita coisa para quem ta vagando a espera da recuperação de seu corpo, ou esperando a morte por completo.

 

- Eu tinha bebido muito em uma festa e peguei o carro. Acabei... – Ele parecia está sofrendo. – Acabei matando você Bella.

 

Uma dor enorme me atingiu no coração. É claro que meu coração não batia, mas ele doía.

 

- Do que você está falando?

- Me desculpe Bella. Não queria ser o causador da sua morte. Você morreu e eu fiquei nessa cama.

- Como você sabe disso? – Fiquei assustada e desesperada.

- Um anjo me contou. Não igual a você de asas negras, ele tem asas brancas. Ele me contou que você viria para me matar.

- Asas brancas?

- Pois é.

- Edward, como você pode ser tão irresponsável de beber e sair de carro?

- Eu sei...

- Não, não sabe! Você não sabe de nada! Você não sabe como é ficar pensando em como seria sua vida se não tivesse morrido.Você não sabe como é ficar presa pelo cinto de segurança enquanto seu corpo está sendo queimado. Você não sabe a dor e todo o desespero que passei antes do James me encontrar e me salvar, depois do que você fez.

- Por favor Bella. – Ele ficou desesperado com as minhas acusações. Eu podia ver em seus olhos o arrependimento. – Passei um ano olhando meu corpo nessa cama e em nenhum minuto esqueci o que fiz. Deus sabe como eu sinto por isso ter acontecido. E ele sabe também que eu daria tudo pra que você ficasse no meu lugar. Pelo menos você teria alguma chance de voltar a viver. – Ele tirou do bolso uma foto muito velha e me mostrou.

- Sou eu!

- Esta assim porque não tenha um dia em que eu não fique olhando para ela. É tão estranho poder vê-la fora da fotografia. Ver fora da imagem, por quem me apaixonei.

 

Quando ele falou a última palavra eu me assustei. Tirei os olhos da minha fotografia e olhei para ele. Seus olhos eram iguais aos de Ana. Eles me transmitiam dor, desespero e uma coisa que eu não sabia o que era, mas acabara de descobrir... Amor.

 

- Edward. – Meu coração se encheu de amor também e eu não sabia o que fazer.Ele olhou para mim.

- Bella, suas assas.

- Minhas o que?

- Suas assa, olha.

 

Olhei para as minhas assas e vi que uma parte delas estavam brancas.

 

- O que aconteceu com elas? – Perguntei incrédula.

- Não sei mescladinha. – Ele deu uma gargalhada maravilhosa.

- Porque você está rindo? Minhas asas estão ficando brancas. – Dei uma bronca nele.

 

Como ele tinha coragem de caçoar de mim? Eu ainda podia mata-lo! Mas não sei se conseguiria.

Edward me acalmava e por incrível que pareça, eu me sentia viva.

Ele continuava rindo mesmo eu o repreendendo.

 

 

- Pare! – Dei um grito nele. E deu certo, ele parou de rir.

- Me desculpe.

 

Ele se aproximou e segurou minha mão livre, porque a outra ainda estava segurando a adaga que ele fingiu não ver.

Uma corrente elétrica percorreu meu corpo muito forte, automaticamente soltei sua mão e ele fez o mesmo.

 

- O que foi isso? – Edward perguntou.

- Eu não sei.

- Posso tentar toca-la de novo.

- Foi muito forte e estranho. Foi... Bom. – Falei envergonhada.

- Eu senti a mesma coisa. – Ele colocou a palma da mão para cima esperando que eu tocasse.

 

Fiquei com receio de toca-lo de novo.

 

Estendi a palma da mão para ele e bem de vagar fui me aproximando, até toca-la. Uma corrente mais forte de energia percorreu meu corpo, mas Edward não soltou minha mão. Queria me livrar daquela eletricidade toda, mas ele não deixou. Quase que instantaneamente a eletricidade foi diminuindo e ficou cada vez mais agradável.

Olhava as nossas mãos juntas e pareciam que elas foram feitas para ficarem juntas, como um quebra-cabeça de duas peças. Depois olhei para Edward. Sua expressão era cheia de vida. Seus olhos me prenderam e ficamos nos olhando infinitamente.

 

- Bella.

- Sim. – Minha voz parecia um sussurro.

- Não quero assusta-la de novo, mas suas asas estão ainda mais brancas.

- O que? – Soltei a mão de Edward rapidamente para olhar as asas.

- Ai! – Gritamos juntos. A mesma corrente de energia voltou mais forte quando nos separamos.

- O que está acontecendo? – Perguntou ele.

- Eu estou tão confusa, não entendo porque elas estão mudando de cor. Eu não estou mais me reconhecendo. Eu tinha ódio no coração, só ódio, mas agora eu tenho...

- Você tem? – Ele se aproximou.

- Tenho que ir embora.

 

Fui saindo do quarto apressada e deixei Edward sozinho.

Estava ficando mesmo maluca. Como eu podia estar atraída por uma pessoa quase morta, quase viva?

Vaguei pelo hospital esperando James aparecer pra poder me ajudar, mas eu só pensava no Edward e em porque minhas assas estavam ficando brancas...

 

- Porque você está conhecendo o amor. – Falou uma pessoa a minha frente.

- Como? – O olhei e vi quer era um anjo. Suas assas eram muito maior que as minhas e tão brancas como a neve.

- Suas assas estão assim porque você está conhecendo o amor Bella. – O anjo falou para mim.

- Do que você está falando, não estou entendendo. – Será que ele podia ler mentes?

- Posso.

- Pare com isso. Como você me conhece? – Perguntei ao anjo.

- Meu nome é Jasper. Fui o anjo resignado para te salvar, quando você chegou em nosso mundo. Mas James aproveitou que eu estava ajudando Edward e chegou primeiro até você.

- James?

- Sim Bella, e eu sinto muito por não ter te ajudado. Você é boa Bella.

- Não, não sou. Eu mato pessoas e gosto muito disso.

- James te confundiu. O que um bebê indefeso fez, para um anjo da morte mata-lo?

 

A pergunta me pegou de surpresa. O que todas aquelas pessoas que matei, fizeram para ter esse fim? Eu matava pessoas que estavam jantando com sua família, dormindo ou vendo televisão. James só mandava eu matar e eu fazia. Sem explicações!

Como eu era cruel e horrível.

 

- Não Bella, você não tem culpa. – Jasper tentava me acalmar assim que viu o que eu pensava.

- Como não Jasper, eu matei pessoas inocentes por culpa do James... Eu vou mata-lo. – O ódio estava me dominando e a raiva que estava em mim era muito grande.

- Bella, suas assas. – Jasper me alertou.

 

Olhei para as minhas assas e vi que à parte que estava branca, voltava aos poucos a ficar negras.

 

- O que está acontecendo? – Perguntei. Jasper mantinha seu rosto sereno, como se nada tivesse acontecido.

- O ódio que você está sentindo agora está fazendo isso. Cada vez que você sente ódio, suas assas ficam negras, mas cada vez que você conhece as coisas boas, suas assas ficam brancas como as minhas.

- Incrível! – Arquejei.

- Edward! – Jasper falou e eu o olhei. Seus olhos estavam perdidos em algum lugar.

- O que aconteceu com Edward, Jasper? – Ele não me respondia. Estava imóvel como se não tivesse escutado. – Jasper?

 

Jasper desapareceu com uma luz forte que me deixou quase cega.

Corri pelos corredores até o quarto de Edward, desesperadamente. Não ia aguentar se Edward tivesse... Morto!

 

- Edward?

 

Entrei no quarto chamando por seu nome, mas ele não estava. Só seu corpo ainda estava na cama intacto.


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