Motorista Particular escrita por Anna


Capítulo 34
Ninguém Disse Que Seria Fácil




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/91433/chapter/34

Duas Semanas Depois

POV. Edward

- Não queria que fosse embora, mas não posso parar de pensar em sua mulher... – Esme murmurou enquanto dobrava uma de minhas camisas.

- “Minha mulher”? – perguntei sorrindo pra ela – Gosto como isso soa...

- Bom, podem não estar casados, mas ela é sua mulher. Tenho certeza que a ama muito, posso ver em seus olhos.

- É... – sussurrei.

Mesmo com receio por Carlisle, eu havia me convencido de que precisava voltar pra Nova York. Algum dia eu teria que fazê-lo e se tudo desse certo, eu e Bella fugiríamos pra algum lugar o mais longe possível. Esme, Carl e Jasper me apoiavam, mas queriam manter contato, já haviam me feito prometer que ligaria de onde quer que estivesse.

- Pronto pra ir Ed? – Jasper perguntou parando na porta do quarto.

- Vamos... – fechei a mochila, um pouco mais cheia dessa vez.

Na rua, Carl funcionava o carro para Jasper e desceu rapidamente quando chegamos ao portão.

- Volte logo rapaz. – ele disse bagunçando meu cabelo.

- Oh, tudo vai dar certo querido. Amo você... – Esme disse me abraçando e Jasper se juntou ao abraço.

- Pare de mimar ele mãe... – ele disse rindo.

Entramos no carro aquecido que cheirava a cigarro, por culpa de Carl é claro e Jasper parou pra me olhar.

- O que foi? – perguntei.

- Olha pra trás... – hesitei por um instante e assim que me virei para o banco de trás havia outra mochila junto à minha.

- Você... – murmurei – Jasper, não acredito, não pode ir comigo...

- Ah, qual é, eu sei que é perigoso, mas não vou te deixar sozinho outra vez cara. Nem tenta...

- Esme e Carl sabem disso?

- Vão saber. Assim que estivermos a certa distância daqui... – ele riu um pouco.

- Você não tem jeito Jasper... – falei me conformando assim que ele saiu com o carro.

Um Dia depois

POV. Bella

- Quanto tempo faz que não tem notícias de Charlie? – Alice sentou-se ao meu lado na mesa enquanto eu almoçava por dois.

- Há duas semanas... Eu disse que deveria ter ido lá aquele dia Alice, mas você...

- Mais nada Bella. – ela me interrompeu - Ele deve ter alguma coisa a ver com Carlisle, lembra do que ele disse ao telefone? – ela me olhou e depois olhou pro meu prato de comida – Nossa... Eu nunca vou ficar grávida, me sentiria uma baleia! – eu ri um pouco.

Edward não ligara mais desde aquela vez no shopping, mas só de saber que ele estava seguro já era um alívio. Agora era Charlie que me preocupava. Era provável que estivesse bêbado naquele dia em que me ligara, mas depois que ouvi o nome de Carlisle fora impossível não me assustar. Eu tinha que vê-lo o quanto antes.

- Alice será que dá pra parar de olhar assim pro meu prato? – perguntei e ela se levantou.

- Vou tomar um banho então... – ela disse e no mesmo instante uma idéia passou pela minha cabeça.

- Pode demorar bastante... – murmurei.

Depois de alguns segundos ouvi o barulho da água caindo e levantei-me rapidamente. A chave do carro de Alice estava em cima da mesa e depois de pegá-la sai sem fazer barulho. Os banhos dela sempre passavam de trinta minutos e com o meu incentivo eu esperava que ela demorasse um pouco mais.

Charlie nunca havia se comportado como um pai de verdade, só pensava nos jogos, na bebida, em qualquer coisa, menos em mim, mas ele estava diferente, mais emotivo, o que nunca fora antes, principalmente depois de me ter me visto grávida, talvez ele tivesse mudado. Ainda tinha essa esperança.

Eu tentava me lembrar o número da casa de Charlie, se é que aquilo poderia ser considerada uma casa, da última vez que vi, estava caindo aos pedaços. Uma sensação ruim passara por meu corpo, quase como da outra vez no shopping, a sensação de que eu não estava sozinha. Reconheci a pequena casa e assim que parei o carro, me virei, olhando para todos os lados possíveis antes de sair.

O sol ajudara, eu nunca encontraria aquele lugar durante a noite.

- Charlie! – gritei, batendo palmas ao mesmo tempo.

Depois de um minuto, a porta se abiu lentamente e Charlie me olhou assustado.

- Bella. – ele disse, parecia nervoso – O que faz aqui? – abriu o portão o mais rápido que pode e me empurrou pra dentro da casa com pressa.

- O que... – murmurei assim que ele fechou a porta – O que foi? Por que tanta pressa?

- Bella, eu não acredito que mesmo depois de eu tê-la avisado, você veio até aqui... – sua voz parecia cansada, mas ele tinha urgência em falar.

- Pai, eu não entendi o que quis dizer quando me ligou... – ele suspirou e olhou para os lados, meio desconfiado.

- Não quero que me odeie... Mas tem que saber algumas coisas. – ele disse oferecendo a poltrona pra que eu me sentasse.

- Pode começar. – falei decidida depois de me acomodar.

POV. Edward

Tudo havia sido planejado com exatidão em apenas um dia. Eu e Jasper entraríamos no apartamento e só sairíamos quando Bella e Alice estivessem convencidas a vir conosco. Mas, no momento aquilo tudo parecia impossível e o pessimismo me cobria a cada segundo. Estávamos nós dois dentro do carro de Carl, na frente do apartamento de Bella.

- Pare com isso Edward... Vamos entrar e pronto! Tudo vai ser tão rápido que você nem vai ter tempo de pensar besteiras. – Jasper murmurou ao meu lado – Olha, eu posso ficar ali na entrada se quiser, seria mais seguro, caso o tal do James que você me contou tentasse entrar.

- Você nunca o viu, seria impossível saber quem ele é... – falei nervoso.

- Chega! –gritou – Vem logo... Antes que esse seu humor acabe estragando tudo, vamos de uma vez. Agora. – ele disse e saiu do carro.

- Jazz... – gritei e sai junto com ele.

Jasper seguiu em frente, determinado, sem nem se importar se eu estava atrás dele ou não, mas ele sabia que eu estava. Ao andar por aquela calçada me lembrei de todas as vezes que trouxera Bella até aqui, como seu motorista. Tudo parecia tão certo, tão planejado, e então eu descobri que a amava.

Passamos pela recepcionista facilmente, ela já me conhecia, é claro. Jasper olhou pra mim pela primeira vez desde que tinha descido do carro e fez um gesto com a mão direita me apressando.

- É aqui. – falei ao chegarmos à porta do apartamento de Bella.

Jasper parou por alguns segundos e então encostou o ouvido na porta.

- Não me faça dizer outra vez Emmett! – a voz de Alice ecoou pelo corredor – Tenho certeza de que ela foi atrás de Charlie, eu tenho o endereço em mãos, mas não faço idéia de onde fica esse lugar – ela hesitou – Eu achei o endereço nas coisas de Bella, será que dá pra você vir logo pra cá? – gritou outra vez.

Empurrei Jasper e abri a porta rapidamente, Alice deu um pulo do sofá, deixando o telefone cair.

- Edward! – gritou – Oh meu Deus... – ela disse me abraçando.

- O que foi Alice? Onde está Bella? – perguntei olhando em volta, Jasper acompanhou meu olhar.

- Ela foi atrás de Charlie, mas o pior é que ele tem alguma ligação com Carlisle, não vou poder explicar agora, mas temos que ir atrás dela... – Alice gritava sem parar e eu peguei o telefone do chão.

- Alô. – falei esperando ouvir Emmett. Nada. Ele havia desligado. –Você falou algo sobre um endereço? – perguntei me voltando pra Alice outra vez.

- Aqui... – ela estendeu a mão com um papel, eu li o número e rua anotados – Sabe onde fica?

- Sim. – falei segurando a mão dela – Vamos, rápido. Jasper, venha...

Jasper fechou a porta ao sairmos e nos seguia, Alice não falava nada, estava muito assustada e com certeza tinha falado o suficiente por um dia. Eu não sabia o que pensar, simplesmente me lembrava que Charlie tinha dívidas de jogo com Carlisle e que talvez, fosse essa a “ligação” que ela quis dizer.

 - Jasper, ligue pra polícia e vá no banco de trás com Alice, – falei assim que entrei no carro - eu vou dirigir rápido demais...

POV. Bella

Minha boca com certeza estava aberta com o susto. Meu coração batia forte demais, quase me sufocando e eu senti o bebê se mexendo, depois de colocar a mão sobre a barriga, respirei fundo e me levantei.

- Eu entendo o que fez, estava encurralado, mas isso não muda nada... – senti as lágrimas escorrendo pelo rosto – Daqui pra frente eu vou viver trancafiada dentro de casa, morrendo de medo que alguém chegue do nada e atire em mim...

- É exatamente assim que vivo filha... – Charlie levantou-se vindo até mim.

- E eu tenho que pagar por isso pai? – suspirei – Você quis isso, escolheu a bebida, os jogos e conseqüentemente as dívidas...

- Me arrependo de cada gole de álcool que coloquei na boca, cada centavo que gastei com apostas... – ele tossiu por alguns segundos e eu o ajudei quando se apoiou em mim – Me perdoe, por favor, por tudo... Não peço que me trate como o pai que eu nunca fui, apenas que me perdoe. – pisquei algumas vezes o ajudando a sentar no sofá – Dê um pouco de paz ao seu pai.

- Eu te perdôo pai. – tentei sorrir pra ele – Só o que eu espero agora é que Carlisle seja pego pra que pague por tudo o que fez... E deixe a todos nós em paz. – ele pareceu ter tirado um peso das costas e depois de sorrir, segurou minha mão.

- Eu amo você filha, sinto muito não ter demonstrado antes... – ele falaria mais, mas um estrondo nos fundos da casa nos assustou.

- Eu sabia que um dia essa casa começaria a cair... – murmurei.

- A casa está ótima. – ele disse com o rosto desfigurado pelo medo – Bella, saia, vamos! – ele se levantou o mais rápido que pode.

- O que? Espera, pai, o que está... - a figura de James apareceu na porta da cozinha.

- Reunião de família? – perguntou com um sorriso no rosto sínico – Que bom, assim o serviço é mais rápido, sabem como é, Carlisle não tem paciência. Aliás, ele tinha paciência, mas gastou toda com Edward e conseqüentemente com vocês... – passou o braço pra trás e retirou uma arma do bolso da calça.

- Oh... – engoli seco.

- O que foi Bellinha? – perguntou se aproximando enquanto eu me afastava – Deveria estar feliz porque você e o seu filhote vão primeiro...

- James, não chegue perto dela! – Charlie se colocou entre nós.

- Cala a boca seu velho imprestável! – cuspiu – Vai querer dar uma de papaizinho agora? Tarde demais...

Lentamente segui pra mais perto de um vaso com flores murchas e o deixei atrás de mim, enquanto James, atrás de Charlie, se aproximava.

- Chega mais perto Bella... Qual é, você vai morrer de qualquer maneira, será que pode cooperar? – ele riu.

James virou a cabeça nervosamente e empurrou Charlie fortemente, que de tão fraco, caiu desmaiado, deixando o caminho livre pra que ele chegasse perto de mim. Agora a arma estava a alguns centímetros de distância e ele me encarava, fazendo certo suspense ridículo.

- Seu filho de uma mãe, eu não disse que a garota era minha? – James congelou e abaixou a arma.

- Carlisle... – murmurou se afastando de mim.

- Mais que merda, todos estão tentando me fazer de idiota? – Carlisle preencheu a pequena sala com sua altura e ao chegar mais perto dele arrancou-lhe a arma da mão tremula agora.

No momento em que a figura de Carlisle se prostrou em minha frente, senti como se um filme passasse pela minha cabeça. Aquele momento era apenas o fim de algo que fora bom. Desde o início eu não sabia onde estava me metendo, mas assim que descobri nada mudou porque eu e Edward já estávamos mais do que conectados e isso não mudaria nem que eu nunca mais o visse.

A criança dentro de mim era a maior prova disso e o pior de tudo aquilo era que eu não veria seu rosto. Não faríamos passeios em família, Alice não a vestiria todos os dias com uma roupa diferente, Emmett e Rose não brincariam com ela e o principal, Edward nunca veria a criança que seria a única pessoa viva com o mesmo sangue que o dele, talvez com os mesmos olhos, eu esperava que sim... Mas nunca saberia. “Durante a noite, enquanto você dormia, eu senti algo que nunca pensei que sentiria. Meu filho, nosso filho. Ao senti-lo se mover, mesmo que um pouco, eu percebi que estava sendo tremendamente egoísta e que agora tenho mais de uma razão para tentar mudar o rumo dessa história.” Dizia uma parte da pequena carta que ele havia me deixado. Infelizmente, o rumo tomado não fora o dos melhores... Ou talvez... Sim.

Um impulso de adrenalina fez meus braços se moverem empurrando Carlisle, ele balbuciou e a arma foi parar longe dali. Seus olhos queimavam de raiva, peguei o vaso e joguei contra sua cabeça. O vaso bateu contra ele o machucando, mas só se despedaçou de encontro com o chão. Percebi Charlie tentando se levantar. Corri até ele o ajudando e Carlisle foi até a arma o mais rápido possível. Segurou-a com firmeza como ninguém mais faria depois de uma pancada forte e James não fazia nada, apenas observava tudo como a um aprendiz.

De longe pode se ouvir algumas sirenes e James se desesperou.

- Carlisle... A polícia. – ele disse.

- Cala a boca! – Carlisle gritou, mas parecia preocupado.

Eu me abraçava a Charlie no canto da sala, e o barulho cada vez mais alto soava como música para os ouvidos. Será que estávamos salvos?

De repente as sirenes cessaram e Carlisle sorriu, como um vencedor.

- Era engano... – falou irônico.

Charlie tentava se desvencilhar de mim e quando conseguiu sorriu com os olhos marejados na minha direção, eu não estava entendendo o que ele faria. De repente o barulho do disparo me fez estremecer, esperando pra se atingida, sem ter pra onde correr, mas Charlie pulou na minha frente levando a bala por mim.

- Velho idiota! – Carlisle gritou ao vê-lo jogado no chão.

- Pai... – comecei a tremer e chorar muito, me abaixando pra segurá-lo.

- Carlisle... – James murmurou.

- Mas que droga, o que você... – a voz de Carlisle falhou – O que pensa que está fazendo aqui? – ele perguntou pra alguém, levantei a cabeça e vi Edward, com as mãos pra cima.

- Acabou Carlisle... – ele disse suavemente.

No mesmo momento, vários policiais armados invadiram a casa, não só pelos fundos, onde Carlisle e James entraram, mas pela frente. Ele e James não tinham como escapar.

- Abaixe a arma! – um policial moreno falou pra Carlisle.

- Não acredito que me traiu Edward... – Carlisle murmurou – Está pensando que vai sair disso tudo assim? Não mesmo, tenho certeza de que os policiais vão gostar de saber sobre todos os golpes que deu até hoje... – ele sorria.

- Eles já sabem. – Edward falou e eu respirei fundo – Mas, vão saber ainda mais detalhadamente assim que você for preso.

- Confessou tudo? – Carlisle estava incrédulo – Seu idiota! Não sabe que vai preso por isso? – riu alto.

- Sim eu sei, mas você vai comigo. – ele disse ameaçadoramente.

 – Seu filho bastardo vai se orgulhar de ter um pai presidiário! – ele olhou pra mim.

- Talvez não se orgulhe, mas eu serei um pai de verdade pra ele, algo que você nunca foi pra mim. – Edward disse ameaçadoramente.

- Certo, certo... – Carlisle olhou em volta e levantou a arma como se estivesse se rendendo – Mas, antes que me levem eu tenho que dizer que... – engoliu seco – Eu nunca iria pra cadeia! – falou alto e apontou a arma pra própria cabeça, atirando logo em seguida.

POV. Edward

“Eu há pouco estava adivinhando números e dígitos

Solucionando os quebra-cabeças

Questões de ciência.

Ciência e progresso não falam tão alto quanto meu coração

Diga-me que me ama, volte e me assombre

E eu corro para o começo.”

Sentado ali naquele tribunal, pode parecer que o juiz não é o único que está te julgando, mas sim que todos estão o julgando. Eu não sentia isso, pelo contrário. Ao ver todos que sempre estiveram comigo, não só em pessoa, mas também em mente, sentados a minha frente pude me sentir amado, me sentir mais livre do que nunca. Apesar de estar a um passo de ser condenado, já pensava na liberdade que teria depois, sem culpa, sem ter quem me esconder, sem mentiras...

- Carlisle me contou uma vez que Edward fora adotado por ele porque precisava de alguém pra mandar fazer os “serviços”. Ele precisava de Edward pra conseguir o dinheiro, pra roubar, ele não queria fazer o serviço sujo e desde pequeno Edward era influenciado a roubar e mentir. – Ela disse cabisbaixa.

- Qual era sua relação com Carlisle? – perguntou o advogado seriamente.

- Éramos... Namorados, se é que pode se dizer assim. – ela disse envergonhada.

- Tudo bem, pode ir senhorita Jane. – disse por fim.

Bella chorava sentada ao lado de Alice e aquilo era a única coisa que estava me matando. Ela vestia preto por causa do pai e seu cabelo solto em cascata contrastava com o luto. Tudo o que eu queria era abraçá-la, apoiá-la...

Depois de alguns minutos analisando o caso o júri voltou a seus lugares e eu me endireitei na cadeira.

- Senhores... – disse o juiz batendo o pequeno martelo - Edward Cullen, aqui presente, confessou crimes de estelionato. Depois de ouvir os depoimentos de Jane Williams e com a prisão de James Thompson, concluímos que o réu foi inicialmente induzido aos crimes cometidos. Declaro Edward Cullen condenado. – fechei os olhos esperando que ele terminasse - Por ser réu primário e ter confessado os crimes a justiça sua penas será reduzida a quatro anos. – ouvi o choro de Bella um pouco mais alto e abri os olhos, tentando sorrir pra ela.

- Amo você. – apenas mexi os lábios.

- Oh... – ela soluçou – Te amamos Edward. – ela também apenas mexeu os lábios, acariciando a barriga.

“Ninguém disse que era fácil

É mesmo uma pena nós nos separarmos

Ninguém disse que era fácil

Ninguém nunca disse que seria tão difícil...

Leve-me de volta ao começo.”

(The Scientist)

Quatro meses depois

POV. Bella

“Olhando para a carta que você deixou

Querendo saber se nunca terei você de volta

Sonhando com quando eu te verei de novo

Sabendo que eu nunca esquecerei.”

(Can’t Have You)

Afinal, o que nós sabemos sobre a vida? Nada. Quando eu imaginaria que ao olhar para um simples motorista todo o meu destino estaria mudado? Será que se eu soubesse tudo o que aconteceria antes, tentaria mudar o fim? Nesse momento, eu diria que não. Talvez eu fizesse algumas coisas diferentes, mas não mudaria nada, porque apesar de tudo o que passamos, havia esperança. Aquele bebê dentro de mim nasceria saudável, ao redor de pessoas boas e o pai dele, bom, não o veria nascer, mas estaria conosco, em um futuro bem próximo. Sem nenhuma pena a pagar, sem ninguém o assombrando e o melhor de tudo, com uma família, pela primeira vez na vida.

- Bella, querida... – a voz doce de Esme invadiu o quarto.

- Olá. – falei terminando de guardar algumas roupas.

- Estão todos prontos... – ela disse limpando algumas lágrimas de meu rosto.

- Já terminei. – fechei a mala e me apoiei-me em Esme pra me levantar.

- Essa barriga está enorme! – ela disse sorrindo – Espere, hora da foto. – Esme tirou uma câmera da bolsa e sorriu pra mim – Sorria – depois de tirar a foto ela pegou minha mala, indo em minha frente pelo corredor.

- Já tirou uma foto com Jasper? – ela perguntou.

- Sim. Com Jasper, Alice, Emmett, Rose, Carl, com você e... Acho que com o mendigo que vive aqui em frente. – ela riu.

- Alice está fazendo um bom trabalho. Lembre-se sempre de sorrir. Todas as fotos são pra Edward, se lembra? – ela abriu a porta do apartamento pra que eu saísse e depois de olhar pra aquela sala cheia de lembranças por alguns segundos, me virei pra ela e sorri.

- Ele vai cansar de ver tantas fotos... – falei a acompanhado pra fora.

Todos estavam parados na frente do prédio, haviam dois carros, um era de Carl e outro de Emmett. Estávamos indo para Seattle, todos concordaram em morarmos juntos lá. Viríamos visitar Edward todos os fins de semana até que ele estivesse finalmente livre.

- Até que enfim Bella! – Jasper disse ao me ver e pegou a mala das mãos de Esme.

- Não tenho culpa se há uma criança dentro de mim, crescendo a cada dia me mais. – falei e ele riu.

- Bom, certo, será que podemos ir agora? – ele perguntou.

- Nada disso, temos que tirar uma foto na frente do prédio. – Alice disse segurando sua própria câmera.

- Mais que coisa, desse jeito vamos chegar em Seattle e ter que voltar no mesmo dia pra visitar Edward! – ele disse bravo.

- Verdade. – Emmett disse brincalhão.

- Não sejam bobos. Bella, você fica na frente. Vamos logo, todos digam “x”! – ela disse assim que nos juntamos na frente do prédio – Pronto.

- Finalmente, será que agora podemos ir? – Jasper perguntou indo na direção dela.

- Não seja tão apressado seu bobo. – Alice apertou a bochecha dele.

- Wow... – Emmett riu – Que amor, isso vai dar casamento.

- É o que eu espero... – ouvi Jasper murmurar e todos entraram nos carros.

- Esme, Alice e Bella comigo! – Carl disse.

- E o resto da cambada comigo... – disse Emmett e todos riram.

Depois de alguns minutos nos organizando, Carl saiu com o carro. Eu e Alice estávamos no banco de trás enquanto Esme estava ao lado dele na frente.

- É estranho partir sem Edward... – murmurei pra ela.

- Nem pensa nisso, daqui há algum tempo ele vai estar conosco Bella, é isso que importa. – ela sorriu e apontou a câmera ligada pra mim – Vê, essa é a foto que tirei. Vou mandar junto com a carta que você escreveu pro Ed.

- Ele vai rir muito... Olha só pra Emmett fazendo pose e Jasper mostrando a língua... – ri um pouco.

- É mesmo... – ela sorriu – Está pronta pra uma nova vida?

- Não inteiramente. Minha nova vida pode até começar agora, mas só vai estar completa com Edward.

- E isso será logo. – ela disse.

Andam dizendo por aí que o fogo no seu coração apagou

Tenho certeza que você já ouviu tudo isso antes

Mas você nunca teve uma dúvida

Não acredito que ninguém sinta o mesmo que eu sinto por você agora.

E todas as estradas que temos que percorrer são tortuosas

E todas as luzes que nos levam até lá nos cegam

Existem muitas coisas que eu gostaria de te dizer

Mas não sei como.”

(Wonderwall)


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

AGORA SÓ FALTA MAIS O EPÍLOGO PRO FIM ;/Ai, eu nunca pensei que seria tão triste acabar uma fic, - porque essa é a primeira que eu acabo - é muito difícil, você tem o costume de ter idéias pra aquela história e de repente não precisa mais ;/ SÉRIO, to triste, mas agradeço a todo mundo que leu e comentou, espero que alguém mais recomende né, pra eu saber o que realmente acharam, então, até semana que vem.PS.: TEM FIC NOVA CHEGANDO! Tenho certeza que vocês vão gostar, vou postar em alguns dias, espero que gostem.Beijos, Anna ♥