Carlisle estava sentado em sua cadeira digna de um rei, quando eu entrei e havia uma garota seminua em seu colo.

- Certo Jane, depois continuamos... – ele riu pra ela.

- Mas... – ela me viu parado na porta – Podemos nos divertir juntos! – a loira gritou sorrindo.

- Vá – ele ordenou seriamente e ela saiu emburrada.

- Aqui está meu garoto. Como passou a noite? – ele perguntou como se já soubesse.

- Muito bem. – murmurei.

- Certo. Agora que dormiu com ela por um lado será mais fácil, ela vai se apaixonar por você ou pelo menos, vai se interessar mais. Por outro lado, eu quero que seja bem cuidadoso...

- Por quê?

- Bem, não queremos que você tenha afeto por ela, isso acabaria com tudo – Engoli seco – Mas, sei que isso não é tão fácil, eu te conheço rapaz. Sei da sua ânsia por liberdade... –ele sorriu.

- O que eu devo fazer? Quer dizer, pra evitar o... Afeto.

- Acha que pode acontecer de...

- Não! Não mesmo – tentei sorrir – Mas, eu queria só, me manter informado.

- Bem então, se percebesse um suposto carinho por ela, deveria imaginá-la com outro, isso é bom, ou então tentar descobrir defeitos nela que o enojassem... Só algumas coisas assim. Estou certo que não vai precisar disso.

- Eu também – menti.

- O que vai fazer hoje? Planos pro jantar? – ele perguntou parecendo interessado.

- Talvez... – sorri.

- Já sei o que está pensando seu canalha... – ele gargalhou – Boa sorte - Ri junto com ele – Ei espere... O que houve com seu olho? – ele apontou.

- Ela é muito selvagem... – murmurei.

- Seu sortudo desgraçado! – ele gritou.

Eu saí. Sim, Carlisle parecia certo sobre meus deveres agora e a minha liberdade parecia real da parte dele. Comecei a maquinar meus planos para a noite, eu tinha que dormir com Bella e, sem sentimento algum. Precisava ser tudo friamente calculado.

Como se eu fosse um psicopata que faz seu trabalho, vai embora e não se arrepende... Mas, eu não era um, Carlisle era. Comecei a seguir os malditos conselhos dele. Pensei em Bella com James, em minha imaginação eles estavam juntos rindo de mim, aquilo me doeu. Talvez a dor tirasse o pequeno afeto que crescia dentro de mim. Continuei a imaginar os dois, agora eu os via de mãos dadas, felizes. Apertei os dentes, maldição, aquilo era horrível.

Agora Bella beijava outro, não era James... Era eu.

- Merda... – murmurei.

Eu nem ao menos a conhecia o suficiente pra sentir ciúmes dela, isso me dava à esperança de que não fosse ciúmes, apenas uma atração entre um homem e uma mulher que se vêem várias vezes ao dia... Várias? Só nos víamos duas vezes dentro de um carro por alguns minutos, tirando o dia anterior...

Posicionei o volvo em frente à revista esperando por ela, uma expectativa crescia, uma ânsia por vê-la. Não Edward! Enquanto esperava poderia tentar pensar em seus defeitos, aquilo me ajudaria a vê-la de outra forma. Ela era morena, geralmente me agradavam as loiras, isso não me parecia um problema, merda, deveria ser um!

Certo, próximo. O jeito como ela gritava com aquelas mulheres ao meu redor no meu primeiro dia de trabalho, foi muito histérico, eu odiava mulheres histéricas... Mas aquilo havia me excitado, e muito. Droga... Eu tinha que parar de tentar não gostar dela, isso só piorava as coisas.

- Edward? – ouvi sua voz me chamar preocupada.

- Si-Sim. – gaguejei abrindo os olhos.

Bella me olhava na janela aberta ao meu lado. Ela estava próxima, muito próxima, aquilo era perigoso demais. Como na noite passada, que sorte eu ter dormido...

- Vamos então?

- Claro. – me apressei em sair pra abrir a porta pra ela e ela me parou, dando a volta e abrindo sozinha.

- Você ainda sente dor? – ela se arrumou no banco.

- Não. Estou ótimo – menti.

Eu me sentia um lixo. Depois de quase ter transado com uma garçonete da qual eu não sabia nem mesmo o nome e de ter concordado com um psicopata, era o mínimo que eu poderia me sentir.

- Que bom...

- Na verdade, nem tanto.

- Por quê?

- Bem... Eu não terei seus cuidados esta noite... – sorri.

- Isso me desaponta também, você é um bom paciente.

- E você uma ótima médica... – olhei em seus olhos curiosos.

Bella mordeu o lábio sensualmente.

- Sabe... – ela disse como se tivesse uma idéia brilhante - Você não precisa estar doente pra ter meus cuidados. É só me pedir.

Engoli seco limpando o suor da testa. Eu suava como um porco indo pro matadouro, ela deveria estar assim, ela estava indo pro matadouro fazendo aquilo comigo. Merda, merda, merda! Como ela pode me causar isso? Eu deveria causar sensações nela. Olhei em sua direção ao encostar o carro na frente do hotel. Eu procurava um sinal de excitação em seu corpo.

Suas mãos tremiam um pouco e ela respirava fundo. Observei uma pequena gotícula de suor escorrendo por seu rosto, isso era um bom sinal. Limpei seu suor vagarosamente aproveitando pra sentir a textura de sua pele.

Mais uma vez merda... Aquilo não era apenas desejo, meu coração palpitava, principalmente agora que ela tocava minha mão.

POV. Bella

Ele era muito pra mim, eu não o merecia. Era um homem bom, respeitoso, e perfeito, era impossível desviar o olhar quando ele me fitava, seu toque me entorpecia. Por que ele fazia aquilo? O que um homem como ele via em mim? Ouvi seu coração batendo, parecia um motor, mas não era tão alto quanto o meu. Eu não tinha o direito de me apaixonar por ele, mas era tarde demais.

Edward segurou em minha mão, respondendo ao meu toque,  rapidamente me puxando pra mais perto e me beijou.

Era desesperador, como se fosse impossível me satisfazer eu precisava de mais. Segurei sua nuca puxando-a fortemente, ele colocou suas mãos fortes em meus braços os apertando contra seu peito. Minha cabeça rodava, eu não queria parar aquilo, eu precisava de mais. Mesmo não merecendo um homem como ele, uma noite apenas não seria ruim. Talvez ele fosse embora ou, eu o dispensaria do cargo de motorista pra não magoá-lo, mas como eu ficaria com isso? De repente ele parou me afastando delicadamente.

Edward respirou fundo e sorriu um sorriso que não era feliz, era angustiante, de dor.

POV. Edward

O que eu deveria falar agora? Ei então, eu estou perdidamente apaixonado por você eu quero te tocar, eu te levaria lá pra cima agora, mas eu preciso dar um golpe em você pra sermos livres e felizes para sempre, topa? Não Edward! Você tem que fazer isso...

- Talvez depois disso, eu não esteja me sentindo muito bem, pode me ajudar? – sorri maliciosamente enquanto abria a porta pra que ela saísse.

- Com certeza. – ela sorriu.

“Baby, estou tão na sua.

Você tem alguma coisa. O que posso fazer?

Baby, você me faz dar voltas...

A Terra está se movendo, mas não posso sentir o chão.

Toda vez que você me olha

Meu coração fica pulando, é fácil de ver.

Você me deixa louca

Eu nem consigo dormir...”