Escolhas escrita por naathy


Capítulo 10
9. Decodificar.


Notas iniciais do capítulo

Oi flores.
Bom o capítulo venho mais rápido dessa vez. Digamos que surgiu uma inspiração do nada pra escrevê-lo.

Bom, como prometido ele é um PDV do Eduardo, conheceremos aqui o que se passa na cabeça doentia dele.

E o nome do capítulo é DECODIFICAR, pq eu escrevi ele escutando Decode do Paramore e ele tem um pouco a ver com a letra da música.

Beijo e boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/91256/chapter/10

PDV EDUARDO

Ainda me canso dessa palhaçada das pessoas se intrometendo nas minha escolhas e na minha vida. Tipo, muitos dos meus “parcerias”, sim apenas isso, pois tenho consciência de que amigos eu não tenho, me perguntam o porquê de sustentar e manter um relacionamento falido? E eu respondo que não é da conta deles, mas na verdade se eu quisesse responder para eles seria simples: tenho prazer em ver horror, medo, ódio no rosto das pessoas, e vindos da Gabriela, é algo inexplicável. Ela é tão vulnerável e ainda depende de mim. Mas ao mesmo tempo, sinto ódio por imaginar outro cara provando do seu corpo, tendo a sua atenção, sentindo o toque suave de suas mãos, ou a sua fúria e a força de suas unhas arranhando as costas e gemendo o nome de outro. Tenho que admitir que ela é extremamente gostosa e linda e o melhor: é minha. Eu sei é doentio, louco e obsessivo. E eu gosto disso, seu corpo é como um vício, como mais uma droga das tantas que já provei, só que mais forte, talvez por isso eu não a mate e não a deixe ir, no fundo sou obcecado por ela e isso é loucura. Pois desde que eu a tive naquela festa há anos atrás, quando ela se entregou, entregou? Quem falaria assim é um garoto tolo, apaixonado e frouxo. E, definitivamente, esse não sou eu. Então, desde aquela festa quando ela deu pra mim, um sentimento de posse se apoderou. Ela era minha, tinha sido só minha e assim continuará. Não posso negar que já gostei dela, mas faz tempo que esse sentimento não passa de uma lembrança.

Tenho os meus negócios, ganho muito dinheiro, prestígio e satisfação com o que faço. Sinto um tesão imenso em ter vidas sobre as minhas mãos, e além disso tenho a pessoa que quero a hora que quero. Na verdade, sei que não é apenas pelo meu poder e meu status e as facilidades que se tem em se relacionar comigo, o maior traficante da cidade, que atrai as mulheres para a minha cama, mesmo sem saber quem eu sou. Muitas delas se atiram, literalmente, em meus braços apenas pela minha aparência. Isso é o principal fator que atrai essas garotas e juntando isso com o poder é uma mistura irresistível e totalmente viciante. Eu sei que eu sou bom, gostoso e lindo. Afinal sou tudo isso mesmo e falsa modéstia não é comigo.

Hoje estou mais do que irritado. Ser acordado, ainda mais por um telefone tocando ajuda e muito o meu humor a piorar. E o assunto do telefonema, bom... Quando eu aceitei que a Gabriela estudasse fora apenas para ela ver que eu não sou tão mau quanto pareço, mas lógico que tenho quem a vigie para mim naquele colégio de quinta. E fora exatamente o meu informante que havia acabado de me telefonar para me contar novidades. Estreitei meus olhos, já sabia que havia um garoto, um pirralho, que fica na volta dela e ainda lhe ofereceu ajuda algumas vezes. Otário! Ele não vai tirar a meu brinquedinho de mim, não mesmo. A sorte dele é que ela é esperta e tenta afastá-lo, porém a insistência desse moleque está me irritando profundamente. E isso é o suficiente para eu querer dar uma pequena e dolorida advertência nele.

Terminei de calçar meus tênis, vesti um moletom, peguei minha carteira e minhas chaves, acendi um cigarro e saí porta a fora. Subi em minha moto e acelerei pelas ruas da cidade até chegar ao local combinado. Chegando lá desci da moto, olhando para aquele prédio antigo e abandonado, clichê, eu sei. Mas não era aqui que fazia meus negócios, fazia em um luxuoso hotel na cidade vizinha, afinal não queria chamar atenção. Olhei para os lados e entrei no prédio antigo, lá estava o garoto encarregado de me dar informações.

- Então trouxe? – disse estreitando os meus olhos. Ele se virou em minha direção e me mostrou um envelope pardo. Puxei uma cadeira e sentei a sua frente, peguei o envelope, porém ele o puxou e me olhou, me irritei ainda mais com a sua audácia, porém apenas peguei minha carteira e tirei R$ 100,00 de lá e do meu bolso tirei um pequeno embrulho com drogas e entreguei para ele, ele então soltou o envelope que eu abri rapidamente. Nele continha algumas fotos, além de uma folha com todos os dados do garoto, sorri de canto e tenho certeza que um brilho perverso surgiu em meus olhos. “Então é esse idiota que está se colocando no meu caminho.” Pensei sorrindo ainda mais perversamente.

- O nome dele é Gabriel, tem dezessete anos. – o moleque na minha frente começou a falar dando de ombros em seguida, que ódio desse garoto, a sorte dele é que ainda precisava de suas informações por que se não... – O nome completo, assim como o endereço de onde mora, todas as informações que consegui dele estão na folha.

 Sem olhar para o meu informante, analisei a folha com os dados.

- É novo na cidade, mora próximo ao colégio e... – trinquei meus dentes ao ler uma informação importante. – O pai dele é policial? – olhei para o garoto a minha gente.

- Sim foi transferido para cá e é por isso que eles se mudaram para essa cidade.

- Hum, isso pode me trazer uma incomodação maior do que eu estava imaginando. – olhei ao redor, não havia mais ninguém ali. – quero que você me mantenha informado de todos os passos que ele dá.

- Ok.

- Lembre-se que eu lhe pago muito bem para fazê-lo e que você já foi longe demais para tentar me enganar e se eu sonhar que você me esconde qualquer informação importante... Bom, se eu fosse você não faria isso para saber o que te aconteceria. – disse em uma voz calma, baixa e assustadora.  O garoto engoliu em seco e assentiu freneticamente com a cabeça. – Que bom que estamos entendidos. – sorri e ele fez o mesmo, mas por estar nervoso. Ótimo. – Agora pode ir. – ele se levantou e rapidamente saiu dali.

Não demorou muito e saí dali, indo para o meu apartamento. Pelo horário o meu brinquedo favorito já deveria estar em casa. Dito e feito, quando passei pela porta vi ela na cozinha, mexendo em algumas panelas no fogão. Encostei-me na batente da porta e fiquei observando-a.  Ela era realmente linda e infeliz, mas ela transformou minha vida em um inferno, obrigando-me a trabalhar e a me mudar para sustentá-la, eu a odeio e a quero na mesma intensidade, e quanto mais a sinto ter repulsa por mim, mais o meu lado obsessivo se manifesta. Eu vou enlouquecer, se é que eu já não estou completamente louco. Ela se virou e tomou um susto a me ver ali.

- O que você está cozinhando? – perguntei erguendo as sobrancelhas e mesmo estando afastado dela, senti seu corpo tenso apenas por me ver e por escutar a minha voz.

- Um arroz com galinha. – ela respondeu séria. Aproximei-me um pouco para olhar o conteúdo das panelas, o cheiro estava muito bom. Nesses anos ela aprendera a cozinhar muito bem, não posso negar. Olhei para ela e ela não me olhava. Abracei-a por trás com força, seu corpo estava rígido de medo. Soltei sua cintura e levei minhas mãos até seus ombros os massageando.

- Você está tensa. – falei fingindo surpresa e rindo ela não respondeu. – Sente tanta repulsa de mim? – perguntei com sarcasmo. Ela permaneceu em silêncio. – Responda. – praticamente gritei em seus ouvidos e ela se encolheu.

- Sim. – murmurou e com um rápido movimento com as minhas mãos a girei pra que ficasse de frente para mim. Ela me encarava com uma expressão séria. Tenho que admitir que, nos últimos meses, ela havia adquirido coragem, quase me desafiava com o olhar. Ela era minha droga e a aproximação do seu corpo junto ao meu me deixava mais insano, levei minha mão até a sua nuca, apertando-a fortemente, ela ainda me encarava com ódio, raiva. Sim era isso que via em seus olhos toda a vez que ela me olhava. Minha outra mão foi para a sua cintura e a puxei, beijando-a com vontade, ela como sempre estava apática, não correspondia com vontade, abri meus olhos durante o beijo, apenas para ter certeza de algo que eu desconfiava: seus olhos estavam abertos. Soltei-a, e ela voltou a sua atenção para a comida, me retirei da cozinha e fui para a sala, liguei a televisão e fingir assisti-la. Eu sentia raiva dela, por ela não me corresponder com tanta vontade como antes, assim que ela entrou na sala trazendo o meu prato com a refeição, olhei-a mais uma vez. E ela não me olhou, ela já estava saindo dali, quando a puxei pelo pulso fazendo com que ela sentasse no meu colo. Ela suspirou cansada. – Acabe logo com isso. – Ela disse com a voz firme. – Eu não agüento mais essa tortura diária. – ali me senti culpado. Acariciei o seu rosto.

- Eu não vou te matar.

- Você já está me matando aos poucos. – ela me olhou e eu a soltei a empurrando para que fosse almoçar e ela assim o fez. Aquelas palavras ecoaram pela minha cabeça durante todo o almoço, acabei mal tocando na comido. Alguns minutos depois desisti de tentar comer mais e levei o prato para a cozinha ela já havia terminado e estava lavando a louça.

- Deixe isso aí. – ordenei e ela me olhou rapidamente e continuou a enxaguar os talheres. – Eu disse para deixar a louça aí. – falei mais alto e então ela parou a peguei pelos pulsos com um excesso de força e vi uma lágrima solitária rolando por sua face, soltei um pouco o aperto de minhas mãos em seus pulsos e a olhei. Peguei-a no colo e levei para o quarto. Eu precisava dela, mas por hoje não da fria Gabriela e sim daquela menina que se entregava por completo para mim. E se hoje eu queria aquela velha Gabi, eu precisava ser por aquele momento o velho Eduardo. Deitei-a com cuidado na cama e ela me olhava confusa. Deitei por cima dela, porém sustentando o meu peso para não machucá-la. – Eu quero você, mas por hoje quero você como antigamente, entregue a mim, arranhando as minhas costas e gemendo o meu nome e tremendo de prazer com meus toques.

- Eu não consigo. – ela murmurou.

- Eu sei que consegue. – mordi o lóbulo de sua orelha e ela fechou os olhos, não por prazer, pois acho que era o modo dela não sentir tanto nojo e repulsa por mim. – Abra os olhos, eu quero você olhando nos meus olhos hoje. – ela o fez e ali vi todos os sentimentos que eu não queria ver hoje: ódio, nojo, medo, raiva. Acariciei sutilmente o seu rosto cansado e infeliz, tão diferente da menina que conheci. – Não. – murmurei. – Esqueça hoje quem eu sou e quem você é. Eu não quero ver isso que estou vendo em seus olhos. – disse as últimas palavras com raiva e ela os fechou novamente.

- Não me peça o impossível. Me bata então, pois não conseguirei esquecer quem você é.

- Não me peça para fazer algo que eu não quero fazer hoje, mas minha paciência pode se esgotar e daí quando a raiva pela sua negação me dominar será muito pior para você. – minhas palavras saíram como ameaça, mas não era essa a intenção, não hoje, não ali, ela tremeu de pavor embaixo de mim. – Eu posso te relembrar quem nós éramos no começo. – sussurrei com a voz rouca em seu ouvido e ela fechou os olhos, decidi que seria melhor assim, ela de olhos fechados, não queria ver todos aqueles sentimentos que tinha acabado de enxergar ali. E então comecei a acariciar seu corpo, retirando delicadamente suas roupas como se ela fosse a coisa mais valiosa e frágil do mundo e quando terminei de fazê-lo, contemplei seu corpo que continha algumas marcas fracas, mas todas frutos de meu descontrole e excesso de raiva, beijei cada uma de suas marcas delicadamente e ela abriu seus olhos com aquela minha atitude me olhando surpresa, subi meu rosto até o seu, acariciei sua face com um de minhas mãos e a beijei calmamente, surpreendendo-a ainda mais. Suas mãos adentraram a minha camiseta e arranharam levemente minhas costas, sorri sob seu pescoço em meio a beijos que distribuía no local, ela estava se rendendo ao momento e isso era exatamente o que eu queria ali, naquele momento.

E assim fora a tarde, como nos velhos tempos e isso me deu um prazer enorme, naquele dia era isso que eu buscava, mas amanhã talvez o que eu mais quisesse fosse que ela me odiasse e que tivesse que tomá-la a força.

Depois de algumas horas, quando estava saciado do seu corpo, preparei umas torradas e levei para cama, ela comeu e me olhava desconfiada o tempo todo, ela sabia que era apenas um momento e que em breve o seu inferno poderia retornar. Quando terminamos de nos alimentar, deitei na cama e puxei-a para que deitasse sobre o meu peito e fiquei acariciando as suas costas.

- Por que as coisas não são sempre assim? – ela perguntou em voz baixa.

- Por quê? Eu sou o inferno que você escolheu para si, lembra-se? – ela voltou a ficar tensa e eu completei: - Não se iluda, hoje foi apenas uma trégua, mas amanhã não sei como será. Agora durma e aproveite um momento de paz, princesa.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Não?

O que acharam da cabeça louca do Eduardo?

Bom, muito obrigada por todos os reviews e pelo carinho de vocês.*-*

Beijo ;*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Escolhas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.