Em Algum Lugar no Tempo escrita por Robson Moura


Capítulo 2
Capítulo 01


Notas iniciais do capítulo

FIC ESCRITA PARA O PROJETO PLAYING WITH REALITY DA SEÇÃO NASTY&FILTH DO FÓRUM 6V.



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- CAPÍTULO UM -


Bastam algumas voltas no vira-tempo, é muito simples. Era o que ele pensava. Estava decidido, não iria voltar atrás. Aquela era a única maneira de fazer com que as coisas mudassem. Iria tomar a decisão certa e fazer com que os pesadelos acabassem. O sentimento de culpa que o consumia, a morte dela... todas essas coisas iriam desaparecer.

Draco segurava o vira-tempo. Já ouvira falar sobre eles e sabia dos riscos que estava correndo. Mudar o passado traria conseqüências, mas era um preço que ele estava disposto a pagar. "Nada pode dar errado. Eu só não posso deixar que saibam quem eu sou". E assim ele fez. Sete voltas no vira-tempo... E ele poderia fazer tudo diferente

 

-x-

 

Ele estava sentado no banco, aguardando do lado de fora do consultório. Ela poderia ter ido muito bem ao St. Mungos, mas, por insistência de sua mãe, a morena foi a um médico trouxa.

Ele não aguentava mais esperar, estava sentado ali há meia-hora. Olhava o relógio trouxa na parede enquanto pensava que nada poderia ser mais angustiante que aqueles minutos tensos.

A porta abriu e Hermione saiu primeiro, logo depois saiu sua mãe. Draco se levantou e seguiu até a esposa.

 

E então? O que ele disse? – perguntou Draco com um tom de ansiedade.

 

Hermione hesitou, tentou fazer certo suspense, fitou sua mãe, que riu e assentiu com um gesto.

 

Deu positivo. – respondeu a morena.

 

Isso quer dizer que...

 

Você vai ser pai. – disse Mione.

 

As palavras de Hermione apenas confirmaram o que ele já sabia, mas vindas dela tinham um tom diferente. A morena se aproximou do loiro e o abraçou.

 

Nosso primeiro filho. O que você tem a dizer?

 

Ele pensou, mas não conseguiu achar nada para falar. Estava meio bobo com a notícia. "Pai". Aquela palavra tinha um efeito tão grande sob o loiro. Ele não disse nada, apenas correspondeu ao abraço eaproveitou toda a euforia que uma simples palavra poderia causar.

 

-x-

 

E quando pretendia nos contar? – a voz de Lucius era baixa e fria. – Você achou que eu e sua mãe não iríamos saber que você vai ter um filho com ela?

 

Draco não respondeu. Manteve sua cabeça baixa enquanto ouvia o sermão.

 

Eu não disse nada, porque eu sabia qual seria a reação de vocês. Não poderia ser outra. – respondeu o loiro.

 

Os dois estavam sozinhos na sala. Hermione havia subido para o quarto, pra deixá-los a sós, mas de qualquer forma a morena não se sentia confortável com a presença do pai de Draco.

 

O que mais você vai fazer? Já não bastava a vergonha que você nos deu casando com ela? Agora vai ter um aborto!

 

A palavra causou um desconforto no loiro mais jovem.

 

Nós não vamos ter um aborto. – disse Draco e o tom de irritação na sua voz era claro.

 

- Quem sabe? – desdenhou Lucius. – Ela não deixa de ser uma sangue-ruim.

 

Você não pode entrar aqui e dizer isso. Não...

 

Lucius interrompeu.

 

Você não acredita no que eu digo? Será que em nenhum momento essa idéia passou pela sua cabeça?

 

O loiro ficou mudo, engoliu em seco. As palavras de Lucius ainda o afetavam, ele poderia ter razão?

 

-X-

 

- Então você não fez nada?Ele entra na nossa casa, me ofende, ofende ao nosso filho e você simplesmente concorda?– perguntou Hermione.

 

Você ouviu?

 

Claro que eu ouvi! Quer dizer... Qualquer um poderia ouvir os seus gritos. Como você pôde concordar com ele?

 

Draco pareceu desconsertado. Hermione estava parada na entrada do quarto enquanto ele havia se sentado na cama.

 

Ele é o meu pai. Tenho que ouvir o que ele diz, não?

 

- Mas eu sou a sua esposa, Draco! E tenho que dizer que me surpreendi com a sua reação. Vai dizer que você concorda com o que ele disse? Que ter casado com uma sangue-ruim poderia fazer com que o seu filho nascesse um aborto?

 

Ela não percebeu, mas nas últimas palavras o tom da sua voz tinha dobrado de volume. Draco discordou e suspirou pesadamente. Não queria ter aquela discussão com Hermione, achava aquilo algo bestial, trivial.

 

-x-

 

"Você não vai me mostrar o que tem no bolso?",Hermione perguntou. Os dois estavam sentados na praia. Hermione afundou um pouco mais seus pés descalços na areia e afastou algumas mexas de cabelo que escorregavam pro seu devido ao vento forte.

 

Você não vai me dizer, não é mesmo?

 

Draco sorriu. Tirou do bolso da calça uma pequena caixinha azul e colocou sobre a palma da mão.

 

Abre. – pediu o loiro.

 

Hermione hesitou. Encarou os olhos cinza de Draco e sorriu.

 

Eu acho que já sei o que é. Você tem certeza?

 

Acho que nunca estive tão certo.

 

O que aconteceu com toda aquela raiva? – brincou Hermione.

 

Você vai abrir ou não?

 

-x-

 

Eu não tenho certeza...

 

Sobre o quê?

 

Sobre... Eu penso que foi uma má idéia ter beijado você. O que eu vou dizer ao Ron?

 

Ora, simples. Você diz pro Wiesel que vai terminar o noivado com ele.

 

Não é tão simples, Draco.

 

-x-

 

Era certo, ele gostava dela. E ali, vendo-a deitada na cama com o corpo seminu, ele teve a certeza de que tinha tomado a decisão certa. O modo sereno como Hermione dormia o deixava encantando. Agora era uma questão de tempo fazer o pedido: "Hermione Granger, você aceita ser minha esposa?"

 

-x-

 

- Qual vai ser o nome do bebê?

 

- Eu não sei. Não faço idéia.

 

- Eu acho engraçado o jeito como você olha pra mim.

 

- Como assim?

 

- Sei lá, você parece bobo.

 

Isso é impressão sua.

 

- Não é não. Olha só, você está fazendo aquela cara de novo. Viu?

 

-x-

 

O barulho da pena contra esse pergaminho é o único que eu ouço. Mais um rascunho de carta para se juntar aos outros que estão espalhados pelo chão. Desabafo, desse sentimento de culpa que me

desgasta.

 

Há seis meses tudo era normal. A casa não estava fechada, essa minha vontade de ficar recluso não existia e eu não ignorava aqueles que vêm me visitar. Eu sempre consegui esconder sentimentos e com

o tempo aprendi a dominá-los... Acho que aprendi a demonstrá-los mais com você, que sempre foi a mais sensível em relação a eles.

Volto ao início e penso como seria se tivéssemos nos entendido no começo. Impossível, levou certo tempo pra eu admitir que você realmente me interessava. Eu tinha medo de tentar. Mas eu tinha um medo maior de não saber qual seria a sensação de ser amado.

 

Isso me faz rir, porque tenho essas coisas apenas pra mim. E acho que se nós dois tivéssemos mais tempo você teria descoberto isso.

 

-x-

 

- Você não disse isso.

 

Hermione sentiu as lágrimas se formarem no canto dos olhos. A morena, que estava perto da escada, voltou-se pra Draco, que a encarava, pensando que não havia nada de errado nas palavras que acabara de dizer.

 

- Mas e se isso acontecer?

 

- Como você pode pensar assim? Não tem nada de errado com essa criança. E se alguma coisa acontecer, ela vai continuar sendo nossa filha. – ela fez uma breve pausa. – Para de pensar que nem eles, você fala como se tivesse algo de errado em não ser um bruxo, mas esquece que eu poderia não ter sido uma.

 

Mas você é uma bruxa. – respondeu Malfoy, rápido.

 

E se eu não tivesse sido? Você fala como se eu tivesse te obrigado a ficar comigo.

 

Você sabe que foi difícil tomar essa decisão, contrariar a minha família.

 

Hermione riu, já sentindo que ia começar a chorar.

 

Eu sei que foi difícil, mas quando você fez o pedido parecia tão seguro... O seu pai foi o primeiro a dar as costas para você e te rejeitar quando você disse que ia ficar comigo. Será que você não percebe que eu sou a sua família agora? Que me ofendi com as coisas que o Lucius disse? Que fiquei magoada com o fato de você não ter dito nada?

 

-x-

 

Ela estava sentada na cama e mexia em uma pequena caixa com fotos e alguns objetos antigos enquanto Draco escovava os dentes no banheiro.

 

Você sabia que eu passei a maior parte da minha infância em St. Pancras. Eu não sei, mas aquela estação era como uma segunda casa pra mim. – Hermione disse alto para que Malfoy ouvisse.

 

Não era lá que ficava a loja da sua mãe? – perguntou o loiro.

 

Sim. Era uma loja de livros. Quando eu era pequena, eu passava todas as tardes enfiada naquelas prateleiras, lendo os contos dos Irmãos Grimm.

 

A morena voltou a mexer na caixa e encontrou um pequeno objeto dourado preso a um cordão. Era o antigo vira-tempo que ganhou emprestado da professora Minerva no seu terceiro ano em Hogwarts. Ela notou que o pequeno vira-tempo estava quebrado e voltou a guardá-lo dentro da caixa, embaixo de outros papéis e fotos.

 

-x-

 

"No fundo você sabe que a culpa foi sua"

 

- Esquece. Eu vou embora. – disse Hermione enquanto seguia em direção a escada.

 

Draco foi rápido e segurou o seu braço.

 

Você não vai embora. Você vai aonde? – perguntou o loiro, sem entender.

 

Eu não sei. Vou passar a noite na casa dos meus pais.

 

A morena se desvencilhou de Draco e seguiu em direção aos degraus. Draco insistiu e agarrou Hermione pelo braço mais uma vez.

 

Eu não vou deixar você sair assim! Essa discussão foi irrelevante.

 

Me solta! – a morena disse firme. – Vai ser bom você ficar sozinho essa noite e pensar no que aconteceu.

 

O loiro continuou insistindo. Hermione recuou e se desvencilhou de vez de Draco.

Um passo em falso da morena fez com que ela caísse e rolasse pelos degraus da escada.

 

-x-

 

Há seis meses tudo era normal.

 

...

 

Mas eu tinha um medo maior.

...

 

Desabafos desse sentimento de culpa que me desgasta.

...

 

Ela não deixa de ser uma sangue-ruim.

 

...

 

Acho que nunca estive tão certo.

...

Nosso primeiro filho. O que você tem a dizer?

...

Mudar o passado traria conseqüências.

...

Sete formas e idéias pra te achar.

...

Draco segurava o vira-tempo. Já ouvira falar sobre eles e sabia dos riscos que estava c. Mudar o passado traria conseqüências, mas era um preço que ele estava disposto a pagar. "Nada pode dar errado. Eu só não posso deixar que saibam quem eu sou". E assim ele fez. Sete voltas no vira-tempo... E ele poderia fazer as coisas diferentes.

O loiro pegou a varinha que estava sobre a mesa de cabeceira e colocou dentro do bolso da capa. Pensou em várias coisas, especialmente em um lugar, e aparatou.

 


 

NA: Desculpem pela demora. Eu tive um bloqueio traumático.

Mas o primeiro cap está aí, e espero que tenham gostado.

Agradecimentos especiais pra Perséfone Black (carinhosamente Pers) que topou ser minha beta. *abraça*

Sejam amores e deixem reviews!

Abraços e até sexta que vem, que o segundo cap vai estar aqui bonitinho!


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