A festa havia terminado. Estava á janela do seu quarto. Olhando para o mar enquanto ouvia as batidas do mesmo contra a areia. Era noite cerrada. O seu marido certamente estaria a dormir no seu quarto. Desde que para ali viera, tinha um quarto só para ela, e quando o marido desejava-a, vinha visita-la durante o crepúsculo. Visitas essas cada vez menos frequentes. E ela estava grata por assim ser.

Agora tinha a decisão mais importante da sua vida sobre as mãos. Sim ou não?! Passara o resto da noite a observá-lo. Ele era tão gracioso. Oh, como aquilo era uma loucura! Mas, ao mesmo tempo tão doce. Parecia conhecê-lo á tantos anos. Nos tantos olhares fugazes trocados naquela noite, podiam ver, mesmo que ao longe, a sua imagem reflectida no fundo daqueles olhos azuis, e misteriosamente, a sua própria alma a ser sugada para dentro daquele mar infinito. Nunca fora capaz de enfrentar ninguém. Os seus próprios medos. Talvez, estivesse na altura, de manter não só os ouvidos como tinha feito até agora, mas também o coração e o espírito bem abertos para aquela dádiva que a vida lhe proporcionava. Estava decidida. Iria ter com ele.

*

Ele esperava pacientemente a chegada da morena. Estava sentado sobre a areia, enquanto afundava os pés e as mãos. As pequenas partículas deslizavam por entre os dedos quando as levantava. Foi então que a avistou. Ela corria. Levantou-se imediatamente quando ela estava próxima o suficiente para ir ao seu encontro enquanto a abraçava rodopiando-a depois no ar.

- Eu sabia... sabia que virias. – sorriu sonhadoramente.

-S-Sim. – notou o embaraço e isso o deixava completamente rendido. - E-Eu – corou. – quero que saibas uma coisa. – queria chorar, mas, suportou as lágrimas. - sempre me vi como uma sombra. Pensei que me iria afundar nas minhas próprias assombrações.  Mas, felizmente, tu apareces-te, para me conheceres inteiramente. – arranjou coragem para olhá-lo de frente. - N-Nunca pensei que o amor viesse assim – encolheu os ombros. – tão de repente.

- Shiuu. – pousou um dedo sobre os seus lábios. – Eu também não esperava. Não sei como isto pôde acontecer. – tinha os olhos fixados nela. - Sinto que estamos destinados um ao outro. Não te vou deixar ficar mal. É uma promessa que te faço, e podes acreditar que é para o resto da minha vida. – agarrou na sua mão. – Precisamos partir. Antes que amanheça e alguém dê pela tua falta.

- És s-sempre assim?! – a frase soou não com desprezo, mas, com ternura.

- Assim como?

- N-Não sei explicar. – as maçãs do rosto ganhavam tonalidade. – Acho que os homens não se arriscariam tanto por uma mulher. M-Muito menos por uma que já é casada ... e-e não é... – começou a brincar com os dedos. A palavra ‘virgem’ fugiu com o embaraço. O loiro compreendeu onde ela queria chegar.

- Todos têm o seu quê de estranho. – aquela mulher seria real?! Era de uma ternura e inocência que jamais havia presenciado.

- Não é-é isso! – levou as mãos contra o peito. – Tu não és estranho! Eu só n-não não... – começava a odiar-se a si mesma por não conseguir concluir um raciocínio.

- Eu sei que tens medo – puxou as mãos dela para si. – Mas vou mostrar-te que existem amores verdadeiros capazes de tudo. Porque o amor só resulta quando os dois se amam. – tocou-lhe na face. – E nós nos amamos. – sorriu. – Agora vamos antes que seja tarde demais.

- Es-Espera. – apertou a mão com força.  –Quero fazer uma coisa primeiro.

- O quê?

Aproximou-se do seu corpo colando-o junto ao seu. Estava nas pontas dos pés. Os olhos azuis brilharam. Queria tanto beijá-la, mas, estava tão preocupado em pô-la em segurança que não a quis pressionar. Enlaçou os braços contra a sua cintura levantando-a um pouco do chão. A morena corava violentamente. Viu as suas pálpebras semicerradas e percebeu que, entretanto, fechara os seus. Os lábios tocaram-se. Macios. Vivos. Quentes. Seria possível morrer por causa de um beijo?! Agora acreditava que morreria pelos dela. Percorreu a sua boca com a língua beijando depois os contornos dos lábios. Um desejo de podê-la ter um pouco mais intimamente invadiu-o como um incêndio. A voz soou por entre os toques de bocas.

- Hinata. – só em pronunciar o seu nome era evidente o seu anseio e esperou que ela não tivesse notado. – Precisamos ir.

- N-Não posso. – a vibração da sua voz tocando nos lábios dele. – Quero estar contigo, aqui. – passou as mãos atrás da sua nuca. – Que a lua e as estrelas sejam nossas confidentes.

Não conseguia controlar o fogo líquido que o evidente desejo daquele homem lhe provocava. A razão podia falar, mas, havia dois corações e dois corpos que se aclamavam um pelo outro. Como podiam ignorar aquele chamamento de unir de almas?! O encorajamento não era necessário.

As duas mãos foram até ao fecho do vestido atrás das costas, enquanto elas, depois subiam indo de encontro aos ombros, deixando-o deslizar mostrando o corpo de Hinata como uma dádiva. Acabaram por se deixar escorregar até a areia enquanto ele a estendia sobre a mesma. Macia. Branca.

- Hinata. – disse numa voz rouca, envolvendo as duas mãos enormes nos seios fartos. Ela sentiu uma pontada de electricidade. – Vou fazer desta noite memorável. - As mãos foram até às nádegas apertando-as também.

Estava á espera que ele tirasse a roupa á pressa e que a possuísse no mesmo instante como o marido sempre fazia. Mas, para sua grande surpresa, ele parecia não fazer menção de se despir, limitando-se a acariciá-la.

O loiro fazia um percurso minucioso como se ela fosse um mapa enquanto as suas mãos percorriam os caminhos. Delicadamente, ao chegar a baixo, ele aproximou-se com um dedo nas suas partes íntimas, mas, depois sentiu dois dos seus dedos abrindo os lábios. Eles deslizavam sobre esse ponto provocando estranhas sensações. O marido sempre fora bruto com ela possuindo-a ainda estava seca fazendo com que isso gerasse dores. Naquele momento viu-se completamente entregue a Naruto. As pernas abriam-se involuntariamente. Os toques eram cada vez mais vigorosos e persistentes e ela integorrou-se se ele continuaria a torturá-la daquela maneira.

- Quero-te! Quero-te Naruto! – o desejo invadia-a completamente. – Faz-me tua!

Notou que a respiração dele estava mais ofegante. Ele devia estar no seu limite. O volume que sobressaia por baixo das calças não a enganava. Beijou-o com paixão e desejo enquanto as roupas iam-se espalhando sobre a baía. Sentiu-se, pela primeira vez na vida, bela, desejável, e o mais importante de tudo, amada. Não teve receio ou até mesmo vergonha quando estava por cima dele subindo e descendo com vontade e volúpia.

- Huum Hinata. – gemeu. – És maravilhosa!

As bocas que se abriam a respirar rapidamente. As gotas de suor que percorriam os corpos. A água salgada que se juntava aquele acto de amor em pequenas gotas saltitantes enquanto a noite as iluminava fazendo-as parecer estrelas.

Naquele momento ambicionou interiormente ter perdido a virgindade com ele. Nunca pensou gostar tanto da fricção do corpo de um homem a mover-se dentro do seu. Apesar disso, achava que, podia contar que aquela tinha sido a sua primeira vez. A primeira esperava, de muitas, em que em vez de contorcer o rosto de dor, estaria a contorcê-lo de prazer como naquele momento. Ela gritava o seu nome e temeu se não faria eco por toda a ilha. Desfrutou do seu primeiro orgasmo.

Quando atingiu o clímax, passou-lhe a ideia de que tinha valido a pena, porque tudo o que tinha passado até agora só por aquele momento com ele. Mesmo que fosse o único. O sorriso que se formou ao cair suavemente sobre o seu corpo fazendo-a relembrar de que haveria muito mais como aquele.

- Senhora! – vinha de longe como se fosse um eco. – Senhora Hinata!

O sangue gelou nas suas veias. O coração começou a pulsar com violência.

Continua...