E aqui estou eu, parada na frente do espelho de meu banheiro; enquanto Elena, Bonnie e a assistente de casamentos (que elas contrataram sem a minha autorização) ficam andando pra lá e pra cá, tentando deixar tudo perfeito até os mínimos detalhes.. (¬¬)

Sim, devem estar se perguntando “de que essa doida está falando??”. Bom, eu explico.

Há cerca de três semanas atrás, no Baile de Máscaras dos Lockwood (que convenhamos, foi um desastre total) o “pequeno acidente” com Stefan resultou no fim das contas em muita choradeira (minha, é claro..) e o fato de eu ter tido que repetir mil vezes para Elena que o acidente tinha sido minha culpa, e não de Stefan. Pois é, ela custou a esquecer o assunto.

Mas tudo bem, eles continuam namorando à sério como antes; e eu diria que esses dois vão acabar se casando um dia desses..

Ok, continuando:

Jeremy finalmente se cansou de ficar só nos olhares e indiretas, e agora ele e Bonnie começaram a namorar também. Eles formam um casal muito fofo na minha opinião, e depois dos dias da “fase estranha” entre os Gilbert (pelo fato de Jeremy ser irmão caçula de Elena e Bonnie ser a BFF..) agora está tudo bem, e os silêncios constrangedores acabaram.

Damon finalmente se tocou de que o que aconteceu não foi motivo para tanto escândalo, muito menos faltando um mês para o casamento e minha barriguinha ficando cada vez mais aparente. Sorte que eu costumava ser bem magra (usava espartilhos desde criança) e por isso agora só parece que eu engordei um pouquinho; e as pessoas só notam quando eu uso alguma coisa muito colada ao corpo. Ou seja, as pessoas sabem do casamento, mas não sabem da gravidez.

Ah, e claro que só o casamento em si renderia olhares e comentários suficientes para me deixar constrangida. Esses adolescentes críticos.. E daí que parece que eu estou me casando aos 16?? Demorei quase um século e meio para achar meu “príncipe encantado”! Ter um casamento é mais do que merecido, não?

Bom, deixando o piti de lado.. Não foi tão difícil quanto eu pensei que seria ignorar os cochichos que começavam quando eu estava na escola.

Depois de muita insistência, eu acabei deixando que Elena e Bonnie organizassem meu casamento; e eu passei horas e mais horas rezando para que elas não fizessem eu me arrepender disso.

Voltando ao dia de hoje.. Sim, 18 de Setembro. Eu estava sem ver Damon desde a hora do almoço de ontem; minhas chefes disseram que tínhamos que ficar separados até o casamento.. Bobagem.

Bem, elas dormiram lá na mansão essa noite, (ok, eu dormi – a gravidez cansa – e elas passaram a noite arrumando a decoração e blá blá blá)

Eu fui proibida (é, proibida mesmo) de sair do meu quarto até a hora da cerimônia, elas não queriam “estragar a surpresa”. Será que só eu senti esse friozinho na barriga ao ouvir isso seguido de sorrisinhos diabólicos??

Só hoje de manhã fiquei sabendo sobre Clarice, a assistente de casamentos. Ela chegou dirigindo algo parecido com uma van, ou um micro-ônibus pelo som dos pneus no asfalto.(Eu só ACHO, pois não tive permissão de olhar pela janela, que estava fechada, trancada e com as cortinas por cima.. Pff)

Ela subiu com Elena até meu quarto, ambas carregando várias malas e caixas e etc.. Medo.

E nossa conversinha, então..? *-*

*Flashback On*

Eu podia ouvir passos pesados subindo as escadas, eram Elena e a tal mulher que Bonnie dizia que tinha chegado “finalmente, pois elas tinham muito trabalho a fazer..”.

Elas pareciam estar carregando vinte vezes o próprio peso, cada uma, de tanto bagulho que trouxeram. E assim que deixaram tudo no cão do meu quarto, Bonnie e Elena desceram para buscar “o resto”, o que fez com que minha teoria do micro-ônibus não parecesse tão exagerada assim.

A mulher ficou no quarto e começou a me observar. Ela devia ter cerca de 40 anos, tinha o cabelo castanho-claro na altura dos ombros, e tinha um rosto juvenil e simpático.

– Muito prazer em conhece-la. Sou Clarice Loren, sua assistente matrimonial. – Disse ela estendendo a mão e sorrindo pra mim.

– Prazer. – Eu disse apertando sua mão, ainda meio insegura; e me perguntando “que diabos uma assistente matrimonial estava fazendo no meu quarto.” Imediatamente dois nomes me vieram à cabeça. Aquelas duas.. – Eu sou Li..

– Elizabeth Grayes; futura sra. Damon Salvatore. Não se preocupe com nada, tudo será perfeito!

– Ah..ok. – Eu disse sem jeito. Essa mulher parece ter um parafuso a menos.. – E pra quê a senhora trouxe todas as coisas aqui pra cima? A decoração vai ser só lá fora, vai dar mais trabalho levar tudo de volta pra lá. – Eu disse achando a ideia dela meio idiota.

– Ah! Sua bobinha! É claro que Clarice Margareth Loren não deixa decoração para última hora.. Está tudo pronto a horas!! Arrumamos enquanto você dormia! – Disse a doida rindo. – Isso aqui é o que precisaremos para fazer de você a noiva mais perfeita desse mundo!

Eu olhei novamente para as tranqueiras. Era coisa pra caramba! Nem em meus piores dias de compras eu enchia tanto assim meu quarto! E eu nem queria imaginar o quanto de coisas a mais Elena e Bonnie estavam trazendo agora.. Ainda mais demorando tanto..

Elas finalmente apareceram, uns cinco minutos depois; só quero deixar bem claro que nesse intervalo a Clarice “pirada” Loren estava analisando cada centimetrozinho de mim; desde meu cabelo “que ficaria ótimo tingido dois ou três tons mais claro” até meus pés “que infelizmente eram pálidos demais; mas nada que o vestido longo não resolvesse”. Sim, em trinta segundos eu já estava com medo dela; agora então.. ai ai, o que eu não daria para torcer esse pescocinho..

Tá parei.

(...)

Depois de algum tempo, Clarice terminou de arrumar as duas, minhas damas de honra. Elas usavam vestidos de um tom vinho avermelhado, tomara-que-caia, e estavam muito lindas.

Agora era a minha vez.

(...)

– Mas o quê?? – Gritei para a doida. – Afaste-se de mim imediatamente! Mas nunca que você vai pintar meu cabelo! Bebeu?

– Mas ia combinar melhor com o tom da maquiagem, temos que realçar seus olhos Elizabeth! Anda, sente-se aí de novo! – Essa velha não tinha noção do perigo, não?

– Se chegar com essa tinta perto do meu cabelo de novo, eu juro que enfio esse potinho aí no se..

– Tudo bem! Tudo bem! Nada de tintas; acalme-se Lizzie, por favor! – Elena interrompeu minha ameaça em pânico. Garota esperta, sabia do que eu era capaz.

Por fim, meu cabelo continuou negro como sempre; eu usava um vestido longo e perfeito; e o lindo pingente que Damon havia deixado para mim. Era um coração de rubi, envolto em prata e tinha uma corrente delicada.

*Flashback Off*

– Ainda falta a coisa antiga e azul!! – Disse Bonnie.

– Não falta não. – Eu disse sorrindo. – Meu pingente de lápis-lazúli, lembra? – Mostrei meu pingente que estava sempre comigo (óbvio). Eu sempre o colocava por baixo da roupa, assim poderia usar outros colares (iupp).

– Está perfeita! – Disse Clarice orgulhosa.

– Também.. Depois de umas doze horas de arrumação, eu ficaria decepcionada se o resultado fosse outro.. – Eu disse brincando. Na verdade, só agora pude me olhar no espelho após tudo pronto. Nossa, eu parecia outra pessoa.

(http://www.polyvore.com/cgi/set?id=24039350&.locale=pt-br)

– Só falta uma coisa, e então já podemos descer! – Disse Elena.

– Ah é.. – Disse Bonnie descendo as escadas correndo e voltando logo em seguida. – Seu buquê, madame. – Disse ela divertida, enquanto me entregava uma única tulipa vermelha; a mais perfeita que eu já vi, devo dizer. Não havia um defeitinho sequer.

– Pronto, agora temos que descer. – Disse Clarice. – Chegou a hora tão esperada.

– Vou chamar Stefan. – Disse Bonnie descendo as escadas, enquanto Elena terminava de ajeitar a cauda de meu vestido.

Foi aí que caiu a ficha. Eu ia me casar, agora.

Minha respiração começou a falhar um pouco, e eu me senti um pouco tonta. Sentia minhas pernas tremendo. Era impressão minha ou estava ficando frio aqui?

– Lizzie, você está bem? – Perguntou Elena.

– Eu.. estou sim. – Eu disse forçando um sorriso.

– Ah não, não é hora para crise de pânico! – Disse Clarice séria. – Vamos lá, é normal as noivas ficarem nervosas antes do casamento. Respire fundo. – Eu obedeci. Não adiantou muito.

– Pronto! – Disse Bonnie reaparecendo no quarto ao lado de Stefan. Ele sorriu para Elena, que sorriu de volta. Mas depois disso parecia ter percebido meu estado de pânico deplorável.

– Lizzie, está tudo bem? – Perguntou ele se aproximando de mim e segurando minha mão.

– Um pouquinho nervosa. – Minha voz não foi mais que um sussurro. Eu me sentia sufocando. – Alguém aí tem um saquinho?

Clarice procurou em uma das bolsas dela e me entregou o saco de papel.

– Eu sempre trago para casos de emergência. – Disse ela dando de ombros.

Eu o peguei e coloquei contra o rosto. E assim comecei a respirar fundo. Só ouvia o som do saquinho enchendo e esvaziando. Nem prestava atenção na conversa deles. Mas acho que era sobre mim.

– Realmente temos que ir; estão todos lá embaixo esperando. – Disse Elena.

– Tudo bem. – Respira. – Acho que – Respira. – O pânico já passou. – Respira.

E assim soltei o saquinho e o deixei em cima da cama. Respirei fundo mais uma vez, fechando os olhos. Depois, dei um largo sorriso pensando em Damon me esperando lá embaixo. Ele me amava. Isso.

– Vamos. – Eu disse agora com a voz já firme. Era isso que eu queria. Não tinha motivos para ficar nervosa. Que bobagem.

– Tudo bem. – Disse Stefan. Todos saíram do quarto, e descemos as escadas, com Clarice na frente para avisar aos músicos para começarem a tocar. Stefan segurou minha mão para me ajudar a descer. Chegamos até a porta dos fundos, que dava para o quintal enorme, onde seria a cerimônia. Paramos, Elena e Bonnie na frente, eu e Stefan atrás.

– Você está linda, Lizzie. – Disse Stefan sorrindo docemente para mim.

– Obrigada. E obrigada também por aceitar entrar comigo, foi muito gentil da sua parte. E por me dar apoio mesmo depois de tudo. – Eu disse sentindo meus olhos se encherem de lágrimas. Em minha cabeça eu via flashes desde o dia em que cheguei a Fell’s Church com Damon; conheci Stefan; namoramos; terminamos; viramos amigos; e eu já o considerava um irmão que cuidava de mim; e agora, aqui estava ele, me levando até o altar, substituindo meu pai que já não estava entre nós. Era um gesto muito importante para mim.

– É uma honra entrar com você, e saber que estou de entregando para uma pessoa que te ama mais do que a própria vida. Sei que vocês vão ser muito felizes juntos, Lizzie. – Disse ele me abraçando com cuidado para não amassar o vestido. A essa altura Clarice estava abrindo a porta, e Elena e Bonnie saíram.

Foi então que eu pude ver o lado de fora. Estava inacreditável.

Haviam bancos grandes como os de igreja enfileirados no quintal. Vários arranjos de tulipas estavam espalhados na grama. Havia também um grande tapete vermelho entre as duas fileiras de bancos, formando uma espécie de passarela. Na frente, o pequeno altar branco; onde se encontrava o juiz de paz e é claro, Damon. Ele estava perfeito com aquele terno preto, um sorriso enorme no rosto, e os olhos azuis pareciam brilhar de expectativa. Era um visão maravilhosa.

Eu segurei o braço de Stefan, e começamos a caminhar pelo tapete, enquanto em olhava para todos os presentes. Eu nem sabia que conhecia tanta gente! Meu olhar ia passando entre os convidados, e eles sorriam para mim. Meu sorriso também era enorme, do tipo “colgate”.

Meus olhos se encontraram com os olhos de Damon, e eu percebi que à partir de agora minha vida seria perfeita, desde que eu estivesse ao seu lado.

Elena e Bonnie chegaram até a frente, e cada uma foi para um lado do altar. Quando finalmente chegamos lá também, Stefan pegou minha mão, e colocou sobre a mão de Damon, sorrindo. Damon por sua vez, a pegou delicadamente e a beijou, e depois nos viramos para o altar. Stefan foi para o lado de Elena.

E assim o juiz começou a falar; eu estava mais concentrada olhando o rosto de Damon, que me olhava de volta. Até que ele nos disse para ler os votos.

Clarice, que estava perto de Bonnie,nos entregou as folhas, que havíamos escrito à alguns dias atrás, Elena devia ter entregado para Clarice.

Eu comecei.

Damon, sabemos muito bem que nossa história não foi do tipo “amor à primeira vista”. Por muito tempo, você foi minha base de apoio, conforto e proteção; uma espécie de irmão mais velho. Mas com o tempo percebemos que o sentimento era ainda maior do que isso, e eu encontrei em você o homem ao lado de quem eu quero passar o resto de minha vida.

Até então eu não sabia que cabia tanto amor dentro de uma só pessoa, não entendia o significado das expressões “o amor da minha vida” ou “o ar que eu respiro”. Mas agora, falta entender apenas uma expressão, possivelmente a mais importante de todas. Eu quero experimentar um “Felizes para sempre”, amando você a cada dia, a cada hora, e a cada segundo da minha existência. Eu te amo, Damon Salvatore.

Enquanto eu lia, ia olhando a reação dele, e vi que ele estava ficando emocionado, assim como eu. No fim, meus olhos estavam cheios de lágrimas, e senti uma delas escapar. Ele limpou com a ponta dos dedos e sussurrou um: eu também te amo; que fez meu coração bater mais forte.

Então ele pegou sua folha, e começou a falar também, muitas vezes me olhando nos olhos, como se estivesse enxergando através de mim, até a alma.

Lizzie, você me ensinou o que é o amor, e o que é querer ficar ao lado de alguém para sempre, unidos para enfrentar o que der e vier. Você é dona do meu coração, e de cada pensamento meu. Prometo me esforçar ao máximo, para fazer de você a pessoa mais feliz do mundo, talvez tanto quanto eu me sinto estando ao seu lado.

Você faz de mim uma pessoa melhor; seu sorriso faz com que eu saiba que tudo vai dar certo; sua risada faz com que eu perceba que não devemos levar as coisas tão a sério; seu olhar faz com que eu me sinta amado; seus braços fazem com que eu me sinta em casa, não importa onde estejamos; estando com você, eu tenho tudo o que eu preciso, e nada mais importa.

Quando ele terminou, se aproximou de mim, passou os braços por minha cintura, e beijou minha testa, fechando os olhos. Todos aplaudiram, e eu percebi que estava chorando, chorando muito. Sorte que a maquiagem é à prova d’água.

Depois que nos separamos, o juiz continuou a falar, pedindo as alianças. Estavam com Stefan. Ele as entregou, e o juiz deu a de Damon para mim e vice-versa.

Eu peguei a mão de Damon e fui lentamente colocando a aliança em seu dedo, enquanto dizia:

– Damon Salvatore, eu prometo te amar e respeitar na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, enquanto eu viver.

Ele fez o mesmo:

– Elizabeth Grayes, eu prometo te amar e respeitar na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, enquanto eu viver.

O juiz:

– Damon Salvatore, você aceita Elizabeth como sua legítima esposa?

– Aceito. – Disse ele solene.

– E você, Elizabeth Grayes, você aceita Damon como seu legítimo esposo?

– Aceito. – Eu disse, sentindo que ia explodir de felicidade.

– Então eu os declaro marido e mulher. – Disse ele sorrindo.

Então Damon me beijou com carinho, enquanto todos os outros aplaudiam.

Elena, Bonnie e Stefan foram os primeiros a nos cumprimentarem; e depois, formou-se um fila para nos abraçar, e dar os parabéns. Eu não saí de perto de Damon nem por um segundo.

Depois, eu fiquei meio sem jeito. Como iríamos dizer as pessoas para elas irem embora? Afinal não ia ter festa. Perguntei isso à Damon. Ele riu. Dá para acreditar? Ele riu.