Sete Chaves I - acima dos Céus escrita por apequenaanta


Capítulo 15
Mudamos um pouquinho de tamanho.


Notas iniciais do capítulo

Nunca me irritei tanto para postar um capítulo, sério. Vocês sabem o que é mexer no HTML manualmente sem saber de nada? Se não sabe, não queiram saber. E a coisa mais chata do universo!
Mas enfim, postei um dia antes do previsto. Não tive tempo te revisar porque deu problema com o BrOficce ai tive que transportar tudo para o Word e eu também não tava afim mesmo de revisar.
Espero que gostem. Ah, e eu gostaria de agredecer ao Justjeff pela a recomendação. x]



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CAPÍTULO TREZE

Mudamos um pouquinho de tamanho.

 

  A coisa estava feia. Muito feia.

Você é inacreditável! – Annabeth gritava com Theodore, que tinha uma maçã amarela mordida nas mãos.

Um estúpido sem igual – Thalia completou.

Dessa vez, não iremos ficar esperando a bela adormecida acordar. Temos coisas mais importantes a se fazer! – eu berrei, cuspindo tudo o que estava sentindo na cara dele.

 Theodore não respondeu e eu presumi que a maçã já estava fazendo efeito sobre seu corpo. Suas pálpebras tremulavam. Parecia fazer um esforço desumano para se manter de pé.

 Atrás de mim, eu conseguia ouvir movimentação sobre a plantação de macieira. Um sorriso triunfante padeceu sobre os meus lábios. Pela primeira vez, uma ideia minha tinha dado certo.

 Você essa hora deve estar confuso, porém eu vou explicar. Mas para isso precisamos voltar a algumas horas atrás.

 

 

 Nós caminhamos explorando as plantações de macieiras de frutos coloridos até minhas panturrilhas gritarem chega.

 Andamos de norte a sul, leste ao oeste e nenhum sinal dos anões que haviam sequestrado Nico e Clarisse. Era como se eles tivessem cavado um buraco e se escondido lá dentro.

 Não sabia quantas horas havia passados desde que cairá aqui, mas de acordo com as olheiras de todos, presumi que havia passado um bocadinho de tempo. Eu estava exausto, fisicamente, emocionalmente e intelectualmente. Não que se ultimo fosse muito avançado.

 Annabeth se arrastou mais alguns metros, desviando das macieiras e se jogou em uma das inúmeras clareiras dispostas pela caverna. Sem questionar, imitamos o seu gesto.

— Não faço ideia da onde possam estar – admitiu com relutância – Andamos por toda essa caverna. Exploramos todos os cantos possíveis e nada deles. São como se nunca tivessem existido.

 Ninguém respondeu. Estávamos frustrados demais para isso.

 Passei meus olhos pele teto da caverna, me dando conta somente agora que ele parecia o céu do deserto a noite. Salpicado por vários pontinhos brilhantes, que contornavam, fazendo combinações e caricaturas bonitinhas, igualmente as estrelas. Exatamente ao meio, parecendo de certo modo à lua, uma esférica meio achatada irradiava uma luz amarelada. Era por ela que vinha toda a luz da caverna.

 De fato, o guardião queria fazer algo semelhante ao céu para os anões.

Estou faminto – Theodore falou, rolando de um lado para o outro – Eu quero uma maçã.

 E com isso, uma ideia se acendeu em minha mente como uma lanterna com pilhas novas.

Já sei como descobrirmos a onde eles estão.

 Expliquei meu planto para eles, que consistia em usar Theodore como isca. Eu sei, você deve estar pensando como eu tive um plano tão inteligente. Eu não sei, simplesmente a ideia apareceu. Milagres acontecem.

 Enfim, ele concordou. Estava doido para dar mais uma mordida na maçã. Isso nos fez questionar se ele estava se tornando algum tipo de viciado em maçãs coloridas. Não que eu o tirasse a razão. Eu sabia o quão aquelas maçãs podiam ser altamente tentadoras.

 Annabeth nos explicou que os anões têm algum tipo de sensor telecinético que lhe mostravam se alguém havia mordido ou não a maçã. E ai eu fiquei confuso. Porque vamos lá, Theodore mordeu a maçã e não foi sequestrado. Então ela me disse que os anões provavelmente me viram se aproximando da casa. Enfim, eu não havia entendido nada. Mas de uma coisa eu tinha certeza: Se esses anões fossem tão covardes para ter que pegar alguém indefeso, salvar os outros seria mole.

 Cara, eu não podia estar mais errado.

 Enfim, isso não vem ao caso. Vamos voltar ao presente.

 

 

  Tudo bem! – Theodore gritou sonolento – Vão logo. Não preciso de criancinhas para me proteger.

 E com isso, Annabeth bufou falsamente e deu meia volta, adentrando a plantação de macieira. A seguimos sem olhar para trás, rezando aos deuses para que tivéssemos conseguido enganá-los.

 Assim que nos afastamos o suficiente para conseguir ficarmos escondidos entre as macieiras e para conseguir observar Theodore na clareira, Annabeth retirou o binóculo de Theodore da mochila. Falando nisso, essas mochilas são muito pesadas cara. O que Theodore comprou? Chumbo?

 Enquanto o tempo passava, Annabeth me explicou quem era esses anões. De acordo com os seus livros de mitos da mitologia grega, consistiam em antigos servos do palácio de Urano. Assim que Cronos destronou seu pai, jogou os servos fieis no calabouço, por se recusaram a servi-lo. E então, ele os pos em um sofrimento eterno.

 E foi assim por toda a era que Cronos governou. Até Zeus destronar seu pai como Cronos fez com Urano. Ele libertou os anões, porém os impediu de voltar ao seu adorado rei. Juntamente com Deméter, Zeus criou um tipo de lugar a onde os anões poderiam viver felizes e com a ilusão de liberdade.

 Então e cheguei à questão do guardião. Ela calou a boca na hora e uma expressão carrancuda pairou sobre seu rosto. Deduzi que ela não sabia a resposta.

 Depois de passar algo aproximadamente de uma hora, passos foram ouvidos 200 metros de onde estávamos. Saindo em fila indiana, sete anõezinhos que não deveriam bater em meu joelho, andaram cautelosos em direção a Thedore. Eles levavam consigo, uma maca feita de pedaços de galhos e um tecido que eu não soube identificar do que era feito.

 Vestiam algo parecido com roupas de mentidos. Blusões maiores que eles, algumas até rasgadas. Isso fez uma raiva despertar em mim. Eles usavam roupas das antigas vitimas que davam como sacrifício ao guardião.

 Resisti ao impulso de destampar a contracorrente e fazer espetinho de anões. Eu sabia que teria minha vingança mais tarde, com direito à degolação do guardião.

 Eles empurraram Theodore com dificuldade para cima da maca. Assim que certificaram que ele não iria cair, quatro anões seguraram as pontas da maca enquanto dois seguram dos lados. O que não segurou nada, que eu identifiquei como o líder, olhou em volta, certificando que estava sozinho.

 Com uma dificuldade totalmente compreensível por causa do tamanho de Theodore, os anões o levantaram do chão e coloram o peso sobre os ombros. Voltaram por onde haviam saído, com o seu líder os guiando com a mochila pesadíssima de Theodore nos braços. Essa foi nossa deixa para segui-los.

 Andamos nos esgueirando como cobras entre as macieiras, os seguindo. Eles dialogavam em uma língua estranha, que definitivamente não era grego antigo. Eu reconheci essa língua como àquela que o guardião do castelo falava e com isso, uma ideia bastante provável se formou em minha mente: Talvez, só talvez, a princesa estivesse presa no castelo de Urano.

 Caminhamos os seguido por algo que pareceu uma eternidade. Eles passaram por todos os lugares que havíamos procurando antes. Em volta da casa de madeira, pelo lago verde florescente... Há falando nisso, minha coloração já havia voltado ao normal, graças aos deuses. Depois de algumas horas suando de tanto andar, minha cor foi voltado ao tom bronzeado. E que de certo modo pareceu decepcionar Thalia e Theodore, que faziam piadinhas infames sobre mim.

 Enfim, os anões passaram por toda a caverna. Andavam em círculos e isso me fez duvidar se eles sabiam da nossa presença ou não. Minha pergunta foi respondida na hora que eles pararam exatamente na parede da caverna e o líder pressionou uma pedra meio solta.

 Estávamos mais ou menos a uns 20 metros de distancia, mas consegui escutar de longe, um ruído escapar da parede. Antes que eu desse por mim, um retângulo rochoso moveu-se para o lado.

 Havia uma passagem secreta. Isso estava meio que na cara.

 Seria fácil para os anões entrarem naquela portinha, porque afinal, eles mal tinham um metro de altura. Porém, iria ser um processo complicado para nós. A porta era algo minúsculo, se duvidasse, nem meu tronco caberia ali direito.

 Meus olhos pousaram sobre Theodore. Se eu não cabia ali dentro, Theodore que tinha quase o dobro do meu tamanho seria algo mais impossível ainda.

 O líder dos anões retirou da sua cintura um saquinho feito de meias pretas que estava presa em um cinto de couro. Enfiou a minúscula mãozinha lá dentro, e tirou uma esfera que parecia ser algum tipo de pão. Abriu a boca de Theodore e jogou a bolinha lá dentro.

 De começo nada pareceu acontecer, mas antes que déssemos conta, o tamanho de Theodore começou a reduzir drasticamente. Antes, seu quase dois metros de altura se tornou um metro e meio, fazendo assim os anões que o carregavam, relaxarem os ombros cansados e doloridos.

 Queixos quase foram ao chão. Ao meu lado, ouvi Thalia praguejar nomes tão feio que eu prefiro não citá-los aqui.

 Assim que Theodore estava pequeno o suficiente para conseguir passar pela portinha na parede rochosa, os anões adentraram com ele lá dentro. Na hora que o ultimo anão passou, com a mesma velocidade que a porta abriu ela se fechou, nos trancando para fora.

Ótimo! gritei pulando de trás da macieira – Nosso plano falhou completamente. Nico, Clarisse e Theodore morrerão lá dentro.

 Thalia saltou atrás de mim, ainda praguejando.

E tudo isso porque somos pessoas normais. Mas Annabeth deve ter um plano, certo Annabeth?

 Não ouvindo nenhuma resposta ou qualquer ruído, nos viramos em direção a macieira que estávamos escondido. Annabeth não estava lá. Na verdade, ela não estava em lugar algum.

 Franzimos as sobrancelhas e começamos a gritar seu nome. Nenhuma resposta foi ouvida. Então com isso, começamos a ficar realmente preocupados. Mas isso não durou por muito tempo assim que senti uma pequena picada na minha coxa.

Ai! esbravejei esfregando a mão no local.

 Consegui escutar uma risadinha. Me virei procurando a origem desse som e soltei um grito de surpresa que assustou Thalia. A minha frente, do tamanho da minha canela, estava uma Annabeth com uma expressão brincalhona no rosto.

 Fiquei com vontade de apertá-la.

Está olhando o que, Cabeça de Alga? ela perguntou com os braços cruzados na frente do peito, tentando inultimente me intimidar.

 O que não deu certo, porque com o tamanho, ela parecia um gatinho tentando intimidar alguns leões. Sua voz parecia a dos esquilinhos de “Alvin os Esquilos” e isso me fez cair na risada.

 Já disse que estava morrendo de vontade de apertá-la?

Awwn, vê se isso não é a coisa mais fofa? – ironizou Thalia, afagando os minis cachos de Annabeth.

 A mini Annabeth bufou, balançado os braçinhos para cima, tentando afastar a mão de Thalia.

Não é tempo para brincadeira – ela falou – Temo que o efeito da bolacha seja por pouco tempo.

Como você foi ficar desse tamanho? – perguntei.

 Ela afastou um cacho loiro que havia caído em seus olhos.

Na hora que o anão prendeu o saco na cintura, eu fiquei invisível e fiz um corte no saco. Felizmente, ele nem percebeu – ela tirou da sua mochila dois pedacinhos da bolinha macia – Comam – e então entregou para nós.

 Sem hesitar, joguei a bolinha na boca. De começo não senti nada, então uma quentura começou a crescer no meu estomago e se expandir para todo o meu corpo, junto com um calafrio. Quando eu dei por mim, Annabeth estava se aproximando de aos poucos. 

Legal! – disse olhando para os meus braçinhos.

 Assim que Thalia ficou do nosso tamanho, corremos em direção a portinha. Annabeth imitou o gesto do anão líder, e pressionou a pedra solta. Logo, a portinha começou a se mover para o lado e antes mesmo dela abrir completamente, adentramos o túnel sinuoso e pouco iluminado.

 Depois de andarmos um pouco, percebi que estávamos em um labirinto de túneis. Isso meio que pareceu abalar Annabeth, porque sempre que seguíamos um caminho, mais cinco apareciam, a fazendo ter que chutar por qual ir. E bem, não podemos confiar em sorte agora, nossos amigos estavam correndo perigo.

  Depois de termos andado em circulo (sabia disso, pois havia comido uma barrinha de cereal e sem querer joguei o saquinho no chão) Annabeth se deu por vencida. Sentou-se em uma das inúmeras pedras dispostas pela entrada que dava para mais três portinhas e cobriu o rosto com as mãos.

  Estamos perdidos – Thalia disse.

Completamente – Annabeth admitiu – Há tantos caminhos, tantas possibilidades. Demoraria anos só para conseguirmos explorar isso tudo.

 Olhei para as três portinhas e sabia exatamente o que tínhamos que fazer.

Não se nos separarmos.

Nós não vamos nos separar – Annabeth disse ríspida – Não sabemos o que há no fim disso.

Eu sei que Nico, Clarisse e Theodore estão no fim de uma delas e para mim isso já basta.

 Ela ia retrucar, mas pareceu mudar de ideia. Sabia muito bem que era isso, ou ficar horas e horas vagando por todas as conexões possíveis. E bem, não tínhamos tempo para fazer isso.

Ok, vamos fazer isso. Mas se virem qualquer coisa, ouvirem qualquer coisa, não hesitem em matar. Entenderam?

Não somos idiotas Annabeth – Thalia murmurou.

Não sei...

 Então ela olhou para mim como se eu fosse o idiota. Vou mentir se disser que isso não me ofendeu.

Eu já vou. Não façam nada que eu não faria, ouviram? – Thalia gritou, correndo para a porta do meio.

O que você não faria Thalia? – gritamos uníssonos.

 Sua risada foi diminuindo cada vez mais que a sombras do túnel a abraçava rapidamente. Em poucos segundos, era somente Annabeth e eu encarando as outras duas portas restantes.

Estou com uma má sensação – ela admitiu.

 Me virei para encara-la.

Não vai acontecer nada. Thalia é forte. É filha de Zeus. Você tem o boné da invisibilidade para escondê-la e ainda é ótima em lutar. E eu sou invulnerável.

 Ela assentiu ainda sem me olhar.

Talvez, só talvez você tenha razão – virou a cabeça para me encarar – Não sorria assim, eu só disse talvez.

Foi quase um elogio.

 Ela me empurrou com o ombro e virou-se para o caminho da direita. Com passos leves, caminhou até ele.

Sobreviva e eu lhe farei uma surpresa – disse sem virar para me encarar.

Que surpresa? – perguntei entrando no caminho da esquerda.

Surpresa. Oras!

 Foi a ultima coisa que eu ouvir após perceber que já estávamos muito afastados para conseguirmos mais nos comunicar. Percebi também que de todos os caminhos, eu em uma puta maré de sorte, havia pegado o caminho mais úmido, que facilitaria minha vida em muito caso algo me atacasse.

 Decidi destampar a contracorrente, pronto para qualquer coisa.

 O túnel era escuro, e só o brilho fraco da minha espada iluminava o lugar. Ouvia gotejos em todas as direções e isso me fez lembrar que eu precisava ir ao banheiro. Apesar disso, eu adorava esse barulho. O aroma da caverna era algo como um lago misturado com chuva. Um cheiro agradável se for levar em conta a onde nós estávamos.

 Não era um túnel muito reto, havia várias curvas, descidas e subidas, porém não havia nenhuma conexão com qualquer outro túnel. Isso me fez ficar esperançoso.  Talvez, afinal, eu estive no caminho certo.

 Minha esperança se foi na hora que eu vi uma serpente marinha rastejando em minha direção. Com a mandíbula aberta, ela mostrava todos aqueles dentes meticulosamente afiando para mim. De certo modo, parecia sorrir vitoriosa. Sua cabeça era igual a uma de lagarto, tirando os olhinhos que eram negros e ferozes como a de um crocodilo.

 Ok, eu entendi que ela estava aqui. Mas como raios ela foi parar numa caverna? Uma caverna que mal cabia ela, devo lembrar.

 Seu corpo escamoso se arrastava com dificuldade sobre os pedregulhos e eu imaginei como isso deveria doer horrores. De certo modo, senti pena. Quem fizera isso com ela era um ser da pior espécie.

 Mas ai outra coisa veio em minha mente: Como eu supostamente devo derrotá-la? Porque afinal, sua boca estava em minha direção, e eu uso uma espada. Para ferir ela, vou precisar me aproximar. Eu já disse que a boca dela estava na minha direção? Eu me aproximo e ela me abocanha de uma vez. Regra básica.

 Então decidi deixar a sorte me ajudar. De qualquer modo, essa provavelmente era a minha única chance mesmo.

 Preparei a contra corrente como uma lança em minhas mãos, e assim que eu tive certeza que a serpente estava próxima o suficiente para minha espada inficar nela como uma flecha, eu a taquei.

 Só que bem, eu não estava esperando pelo próximo movimento.

 Assim que a contracorrente se aproximou perigosamente da besta, ela abriu a enorme boca e eu pude ver minha espada escorregando pela garganta dela. Soltei um grito surpreso e ao mesmo tempo enraivecido. Como ela ousa engolir minha espada?

 E puxa, as ideias simplesmente estão explodindo em minha mente hoje. Chega a ser impressionante. Concentrei-me em toda a água da caverna e senti que era realmente muita. Acima de mim, também senti uma correnteza leve e percebi da onde vinha a umidade da caverna. Um lençol d’água bem abaixo da montanha do desespero.

 As coisas aconteceram meio rápido agora. Induzi a água da caverna a formar um jato de água, e redirecionar com tudo para cima de mim, como um jato. Com a pressão da água me empurrando, eu literalmente voei em direção a serpente como uma bola de canhão. Ela fez exatamente aquilo que eu previ: Abriu a bocona para me engolir. Induzi a água novamente a fazer uma parede em volta do meu corpo, a fim de evitar qualquer possível dente arranhando em meu ponto fraco e mergulhei com tudo em direção a garganta da bicha.

 Se você não gosta de lugares apertados, pegajosos e fedidos, não recomendo a ser engolido vivo por uma serpente marinha.

 Consegui ver próximo de mim, um brilho fraco e dourado presos nas estranhas do estomago da serpente. Identifiquei na hora como minha espada.

 Ainda com a água em meu corpo, formando uma parede contra o acido estomacal da serpente, nadei entre as tripas dela e consegui desvincular contracorrente das entranhas. Com um movimento rápido, enfiei contracorrente no tecido adiposo dela, atravessando sua pele e suas escamas. Em um movimento circular, movi minha espada, cortando a sua pele até sentir o estomago da serpente se dividir em dois. E foi uma festa de sangue verde espirrando.

  Escorreguei para fora e dissipei a água em volta de mim. Pouco segundos depois, uma explosão de pó dourado me atingiu, me deixando parecido com uma Drag queen pronta para arrasar no palco.

 Apoiando em minha espada, me levantei com dificuldade. Induzi novamente a água da caverna a ficar em volta de mim, e exatamente na hora me senti completamente revigorado.

Um para Percy, zero para os anões.

 Ajeitei a mochila em minhas costas e continuei o caminho para o fim do túnel.

 

 

 Depois de meia hora de uma caminhada cansativa, consegui ver fracos feixes de luzes escapar da outra extremidade da caverna.

 Uma luz no fim do túnel. Literalmente!

 Apressei meus passos. Estava preocupado. Afinal, se eu havia encontrado uma serpente marinha, o que Thalia e Annabeth enfrentaram?

 Cruzei a saída da caverna como um raio e se não fosse meu reflexo de semideus e minha maré de sorte, eu provavelmente teria sido engolido vivo pelo precipício que padecia sobre os meus pés. Fui obrigado a tombar meu corpo para trás e rodar meus braços freneticamente para achar algum equilíbrio. Felizmente, não precisei de nada mais disso.

 Após me ajeitar, longe o suficiente do precipício, passei meus olhos, afim de saber a onde eu estava.

 Sei que tive várias surpresas hoje, mas puxa, essa sem duvida era a que merecia estar no topo da lista “WOW”. Não que fosse uma visão bonita, na verdade era ao contrario, mas cara, eu não estava imaginando nada disso.

 Na escola, ensinam em física que se você tem um espaço sólido e não flexível de determinado tamanho, um espaço maior ainda, sólido inflexível não cabe ali dentro. Embora eu tenha aprendido com os deuses que as leis de espaço e tempo não valem quase nada na vida de um semideus. E bem, essa lei se aplicava aqui

 Adiante do enorme precipício que exalava morte, havia um interminável horizonte de campos queimados que exalava a mesma coisa. E isso era tecnicamente impossivel, por estamos em uma caverna. Mas eu logo me lembrei que estavamos em uma caverna grega, então tudo fez sentido.

  O branco e o cinza predominavam como cores, porém não foi isso o que mais me fez ficar de queixo ao chão:

  Beijando o horizonte de terra havia um céu. Um céu que sustentava uma fortaleza prateada e flutuante.


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Notas finais do capítulo

É o seguinte: Essa semana eu não terei aula, vai ser tipo de uma semana do saco cheio. Então eu decidi tirar férias de tudo, o que significa que semana que vem eu não irei postar nada.
Enfim, espero que tenham gostado.
bgsbgs:*