Red Dress escrita por Daymare


Capítulo 1
Capítulo 1




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O vestido vermelho repousava, jogado de qualquer jeito no chão junto com o resto das roupas. Oh, que adorável vestido era aquele, que vestia uma dama de jeito tão adorável quanto. Ergueu seu belo corpo para fora das cobertas, e jogou os negros cabelos para trás, displicente. Caminhou nu pelo luxuoso quarto adornado de dourado e veludo até a janela, onde dali, podiam se ver a lua minguante e as estrelas que lhe acompanhavam.
Acendeu um cigarro, e tragou, deixando a fumaça intoxicar seus pulmões. A bela dama jazia na cama, adormecida, um fino lençol de seda cobrindo seu corpo. Voltou os olhos para a janela, vendo o movimento de um rio que passava por ali perto.
Terminou com o cigarro, e jogou-o no pela janela. Voltou a andar pelo quarto, e deu uma ultima olhada para o vestido que tanto o agradava, e mais uma vez para a dama.
Havia a conhecido na festa que acontecia no andar de baixo da grande mansão. Ela atraia os olhares de todos, tinha um sorriso reluzente, era educada, se portava como uma princesa. Era a mulher perfeita. Ele, podia sentir os olhares cobiçosos de todas as mulheres sobre si próprio, afinal sua beleza era exuberante, mas só prestara atenção naquela em especial.
Trocaram olhares, conversaram no jardim, onde ninguém podia vê-los. Mesmos gostos, a conversa descontraída. Ele sorria para ela usando de todo o seu charme, para conseguir a dama que ele tanto ansiava. Não havia nada que os impedisse.

E trocaram carícias, juras de amor e ela se apaixonara, desde ali, por aquele homem que mal conhecia. Mas ele parecia ser perfeito, em tudo. O homem que a aquela pobre moça pediu a Deus. Ela pensou que poderia tê-lo para sempre. Seu príncipe encantado, a quem poderia confiar pela eternidade. Doce inocência...

O sangue manchava a seda. Os gritos foram abafados. Seu corpo entrava em ecstasy, quando o líquido escarlate jorrou da artéria pulsante e manchou seu rosto e peito. A adaga perfurou o coração inocente, rasgando a carne. Os cabelos loiros estavam tingidos em vermelho. A dama perfeita, a vítima perfeita. Ele olhou para cima e gargalhou. Como era bela, imersa em seu próprio mar vermelho, o rosto pendendo para o lado, sem vida. Saiu de cima da pobre mulher, alguns de seus ossos frágeis haviam se deslocado.
Acendeu outro cigarro. Admirava sua obra. Como era prazeroso destruir vidas com suas próprias mãos. Era como uma droga, difícil de se reabilitar. Sua sina, era viver nesse deleite tão tentativo e arriscado, e sua memória... Um vazio. A morte era seu delírio, seu prazer.

A água do chuveiro lavava seu corpo, junto com sua alma. Não tinha recentimentos ou receios. O corpo estava leve, relaxado, descansado. As gotas ricocheteavam seu corpo e batiam no azulejo branco, pintando-o de vermelho.
Pegou suas roupas no chão, e as vestiu. A festa continuava pois a noite é uma criança. Jogou o vestido sobre o corpo da dama, e beijou-lhe os lábios. Uma beleza sem fim, finalizada ali, como um empecilho.
Saiu pela porta da frente. Não haveria desconfianças, não haveria suspeitos.

Havia apenas a morte.


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Notas finais do capítulo

Moral da história: Não vá pra cama com estranhos, mesmo que eles sejam lindos gostosões. *apanha*
Esse drabble foi escrito no momento mais Random do meu dia...