POV Verônica

            Depois da noite de terror que eu tive no hospital, eu acordei mais disposta. Levantei-me e fui ao banheiro lavar o meu rosto. Olhei para a minha cara branca e pensei em como eu estava feia. Quando eu saísse dali eu correria para me maquiar. Quando sai do banheiro encontrei minha mãe que estava à minha procura.

            - Oi filha. – ela disse carinhosa até demais para o meu gosto. – Que bom que acordou, o médico já te deu alta.

            - Oi mãe. – eu respondi. – Que bom que vou sair daqui. Que horas são?

            - Agora são 8:30 da manhã!

            - Hum. Hoje é o dia né? – eu perguntei. – O dia que a Lucia morreu.

            - Sim. É hoje! Faz dois anos. – respondeu minha mãe começou a chorar. Senti-me mal por isso e fui abraçá-la. As lembranças da minha irmã surgiram como um filme em minha cabeça. Lucia minha querida irmã que morreu à exatamente dois anos atrás por minha culpa. Ela nem chegou há completar cinco anos.

Flashback!

            Estávamos na praia eu e Lucia! O dia estava nublado, mas eu tinha prometido para ela que eu faria isso! Mesmo com chuva! Estávamos caminhando procurando um lugar perfeito para nos sentar.

            - Aqui. – disse Lucia. – Quero ficar aqui.

            - Tudo bem. – eu disse. – Ficaremos aqui. – coloquei as nossas toalhas no chão e ficamos ali apenas observando o mar. Afinal, estava frio demais e a água estava muito gelada e agitada.

            - Por que agente não entra? – perguntou Lucia.

            - Entra aonde? – perguntei.

            - No mar, dâaa! – disse ela e deu soco na testa como se me chamasse de burra ou algo assim.

            - Mais respeito comigo. – eu a repreendi. – E não podemos entra porque a água deve estar um gelo e o mar está agitado demais!

            - Por favor maninha! Rapidinho. Só vamos pular ondinhas e brincar um pouco.

            - Não.

            - Por favor! Só na beiradinha, para se molhar os pés.

            - Tudo bem. – eu disse. – Você é muito pidona. Só tem 4 anos e já é uma pidona.

            - Mas eu vou fazer 5 anos daqui a um mês, junto com você. – ela falou e se levantou. – Aí eu já vou ter mais idade do que o pessoal da minha sala e...

            - E eu vou poder tirar a minha carteira, afinal irei fazer 16. – falei e levantei.

            - Exibida! – ela disse. – VAMOS LOGO!

            - Ta bom! – eu disse e segurei a sua mão irmos até a água.

            No momento em que meus pés tocaram a água eu me arrependi de ter ido até lá. A água estava muito gelada. Lucia começou a pular as ondinhas e começou a jogar água em mim o que me deixou com mais frio ainda.

            - Maninha vamos para um pouco mais fundo. – ela pediu.

            - Não. – eu falei. – Está muito frio!

            - Sua fresca.

            - Tudo bem. Só um pouco! – eu falei e andei com ela até uma parte mais funda.

            A água batinha em mim no joelho, mas nela batia na cintura. Isso é mais uma prova de como sou alta. Começamos a nos molhar e de longe eu avistei um garoto alto e moreno. Era o filho do Sam que tinha voltado o Victor eu acho, não sei o nome dele. Faz muito tempo que eu não o vejo. Observei ele e acenei. Com isso acabei me esquecendo de Lucia e quando comecei a procurar por ela, lá ela não estava.

            - Lucia. – eu chamei. – Lucia. Lucia! Cadê você? Pode deixar de brincadeira e aparece. – ela não respondia e eu claro comecei a me desesperar. – LUCIAA!

            - Tudo bem por aqui? – perguntou o filho do Sam.

            - Eu não sei a minha irmã estava aqui do meu lado e agora sumiu e... não. – olhei para o mar e vi ela boiando longe. – Lucia! – eu gritei. – Ai meu Deus, o que eu faço. – quando eu terminei de falar o filho do Sam se atirou no mar atrás de Lucia. Esperei ansiosa e nervosa por ele. Quando ambos voltaram na superfície eu vi minha irmãzinha branca e sem vida. Peguei ela no colo e tentei acordá-la e foi sem sucessso!

            - Ela está sem pulso. – disse o filho do Sam. – Eu sinto muito.

            - Não pode ser! Não, ela não. – eu falei e comecei a chorar. Ele me abraçou e me reconfortou. – NÃAAAO! – eu gritei.

Fim do Flashback!

            Parei de pensar na morte de Lucia. Era muito doloroso. Era tudo culpa minha. Depois disso que eu e minha mãe começamos a parar de nos falar direito. Foi depois disso que eu comecei a namorar o Victor. Lucia! Lucia, se você estiver me ouvindo ai do céu, saiba que eu sinto muito! Mil desculpas. Eu te amo muito.

            - O que está acontecendo aqui? – fui interrompida pela pergunta do meu pai que estava em pé vendo eu e minha mãe sentadas na cama chorando.

            - Hoje faz dois anos desde a morte de nossa filha Jacob. Nossa querida Lucia. – disse minha mãe e foi abraçar meu pai.

            - Eu sei! – ele disse. – E também é o nosso aniversário de casamento. Por isso eu quero que você se anime que vamos sair hoje. Se Verônica não se importar.

            - Nem um pouco papai eu vou sair com o... – parei de falar.

            - Com o Edward? – perguntou meu pai.

            - É. Com ele e com Alice. – respondi.

            - Tudo bem. Agora vá se trocar pois temos que ir para casa.

            - Tudo bem. – eu disse e fui me trocar.