Doll House escrita por Aleksa
Naquela noite ainda, todos estão deitados. Eleonor decidiu que seria melhor se ela simplesmente se mantivesse em seu quarto naquela noite, Oliver ainda parecia atormentado.
Na sala, Oliver, debruçado sobre a mesa, encarava a garrafa de vinho que lhe trouxera toda essa desgraça...
- E agora...? – ele suspira.
- Falando sozinho, Oliver?
Sebastian.
- Fico surpreso que esteja acordado Sebastian, ainda não é nem meia-noite. – Oliver diz, olhando no relógio de pendulo da parede.
- Quis acordar mais cedo hoje. – Sebastian da de ombros.
- Entendo.
- Ao que parece, as coisas ficaram bastante desconfortáveis entre você e Eleonor... – Sebastian diz, sentando-se na cadeira em frente a de Oliver.
- Isso... Não sei o que eu faço agora.
- Já pensou em deixar de racionalizar cada minúsculo pensamente que você tiver? – ele diz, apoiando a cabeça na mão direita.
- Todos vocês falam de mais... Agir é outra coisa.
- Não seja por isso... – Sebastian diz.
Sebastian levanta e vai até o meio da sala, tocando um sino bem pequeno que havia sobre a mesinha de centro.
- Por que está chamando os outros? – Oliver pergunta.
Aos poucos, as portas dos quartos dos outros seis foram se abrindo, e eles, ainda de pijama, se dirigiram a sala.
- O que houve? Por que chamou, Sebastian? – Gerrard pergunta.
- Amanhã, Oliver e Eleonor vão sair da casa e ir passear por ai. – Sebastian declara, categórico.
- Eu vou o que?! – Oliver pergunta.
- Você VAI, querendo ou não. – Sebastian diz.
- Claro, por que não? – Yuri concorda.
- Certo, Eleonor não saiu nenhuma vez desde que chegou. – Dominik diz.
- Não tenho nada contra. – Boris da de ombros.
- Se for preciso, eu o amarro. – Nathaniel ri.
- Vai ser interessante. – Gerrard diz, sentando-se.
- Eu aprovo. – Vivaldi diz, apoiando-se no braço do sofá.
- Excelente. – Sebastian sorri.
- Ninguém me pergunta mais nada?... – Oliver reclama.
- Nem é preciso. – Katrina diz, parando no meio da escada.
Os olhares dos oito se dirigem a ela.
- Você vai. – ela sorri, praticamente sarcástica. – É uma ordem.
Pronto, o caso estava encerrado.
- Sim, mestra... – Oliver concorda.
Já na manhã seguinte, Eleonor acorda com uma batida em sua porta.
- Entre... – ela diz, enrolando-se no lençol.
Oliver surge em sua porta, vestido com uma camisa sem botões e mangas longas, preta e branca, e uma calça jeans escura.
- Vista-se. Nós vamos sair.
- Pra onde?
- Não faço ideia... – ele suspira. – Espero você lá embaixo.
Eleonor estranha a atitude de Oliver. Salta da cama e vai se vestir, depois saindo e se dirigindo a sala.
Oliver está cercado de 8 dos mais diferentes sorrisos, inclusive o de Katrina, que parecia divertir-se.
- O que está havendo? Vocês estão me assustando...
- Você e Oliver têm um encontro hoje. – Yuri sorri, inclinando a cabeça para a direita.
Oliver estremece a menção da palavra “encontro”.
- Nós temos o que?... – Eleonor diz, pensando ter ouvido errado.
- Um encontro. – Gerrard repete.
- Encontro? – ela pergunta, ainda não acreditando ser o que ela ouviu.
- Isso. – Dominik diz.
Eleonor fica em silêncio por um minuto.
- Tá, de quem foi essa ideia? Dele não pode ter sido. – ela aponta na direção de Oliver.
- Foi minha. – Sebastian se manifesta.
- Ah... – ela concorda. – Pessoal, eu não posso obrigá-lo a ir a lugar algum comigo, se ele não quiser. – ela diz.
- Mas nós podemos. – Katrina diz. – Agora vai. – ela aponta na direção da porta.
Nesse meio tempo, Oliver fica calado mexendo nos babados na almofada do sofá, a ele só cabia o papel de ir ou não, mais nada.
Minutos de discussão se passam, e então, Eleonor e Oliver finalmente saem de Doll House.
- Sinto muito por toda essa situação, Oliver.
- Não é sua culpa. – ele suspira. – Só estão tentando me forçar a ser feliz... – ele da de ombros.
Eleonor acaba rindo do comentário, Oliver não entende muito bem o porquê, ele não estava sendo engraçado...
- Faz muitos anos que eu não saio de Doll House. – Oliver diz. – Quer ir pra onde? – ele pergunta a Eleonor.
- Hm... Que tal ao píer, lá encima a vista é linda.
Píer é a borda de um penhasco muito alto, onde embaixo, o mar quebrava em pedras enormes; e lá, tinha um parque, onde as pessoas podiam ver o pôr-do-sol e ler, atrás de uma tela de proteção, para que ninguém caia, claro.
- Claro. – Oliver diz. – Agora escolha o carro.
Olhando pra frente, Eleonor contempla a enorme coleção de carros de Katrina. Diferente da maioria das mulheres, ela não colecionava sapatos caros ou perfumes importados, mas carros feitos sobre encomenda.
- Nossa... – ela diz.
Oliver encosta em um muro e abre uma embalagem de bala, esperando que Eleonor se decidisse.
- Então? Qual você gosta mais?
- Daquele. – ela diz, apontando uma moto preta e prata.
- Isso foi em presente de aniversário pra mim. – ele diz.
- Hãn? – ela diz, inconformada.
- Mais uma das tentativas de me forças a ser feliz. – ele diz.
- Tiveram muitas?
- Já perdi a conta. – ele diz, subindo na moto.
- Você sabe dirigir essa coisa? – ela pergunta.
- Se não souber, nós vamos descobrir logo.
Um leve arrepio de medo corre a espinha de Eleonor, mas ela não achava que Oliver pudesse fazer alguma coisa que pudesse matá-los.
- Segure. – ele diz.
- Pra que?
Os pneus da moto cantaram e Oliver sai pelo estacionamento.
O sangue de Eleonor gelou e ela grudou nas costas de Oliver, abafando um grito que parou a poucos milímetros de ser expulso a altos brados.
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