Kiss Me, Kill Me escrita por aegyo nad


Capítulo 3
2 - Informações Básicas


Notas iniciais do capítulo

EAEW (y) é noise
u.u calei a boca
Curtam...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/88069/chapter/3

 A rua que eu observava da janela era ainda mais bonita, já que eu podia sentir o vento gelado em meu rosto. As árvores, onde só era possível ver o topo do jardim, eram vivas e alegravam. As residências eram lindas.

 Eu me lembrava do cheiro das folhas na rua. Eu me lembrava daquele vento. Me lembrava daquele lugar. Alemanha. Eu compreendi que fora da Clínica, minhas memórias voltariam. Aos poucos.

 Gustav foi na frente, e eu o segui até um carro preto estacionado. Ele abriu a porta do passageiro para mim. Eu entrei, desviando os olhos dele.

 Ele fechou a porta e deu a volta para entrar. Antes de ligar o carro, suspirou e me olhou. Desviei os olhos para a janela, colocando o cinto.

 Eu não conseguia pensar em outra coisa, enquanto o carro andava, nos levando a algum lugar. A rua era linda, não podia tirar meus olhos dela. Eu me sentia como alguém que tivesse passado toda a vida em uma caverna numa ilha abandonada, sem tecnologia, sem comunicação, sem alguém, sem vida.

 Não conseguia despregar meus olhos da rua. Mal percebi quando o carro parou. Nós descemos. Senti como se tivesse passado por momentos maravilhosos naquele lugar. Meu coração de repente, acelerou.

 Segui Gustav até um prédio. Esperamos o elevador chegar. Quando entramos, e ele começou a subir, senti um frio nas costas e quase perdi o equilíbrio. Gustav sorriu. Agradeci a Deus quando o elevador parou e nós saímos.

 Gustav parou em uma porta, enfiou a mão no bolso da calça e tirou uma chave. Abriu a porta e deu espaço para que eu entrasse.

 A casa era simples, assim como Gustav, mas linda. Novamente, a sensação de conhecido tomou conta de mim.

 Gustav fechou a porta e passou por mim, para se sentar no sofá branco. Ele deu duas batidinhas ao seu lado, indicando para que eu me sentasse lá.

 Eu fui, mas me sentei o mais longe possível.

 - Becky – Ele começou.- Olha, eu sei que você está curiosa pra saber sobre o seu passado, mas... Seu psicólogo pediu para que eu não contasse nada a você. Ele disse que posso apenas te ajudar a se lembrar.

 Baixei os olhos para as minhas mãos, que estavam suadas.

 - Mas... Posso fazer algumas perguntas básicas?

 - Ahn... Tudo bem. O que quer saber?

 - Qual é meu nome? Quantos anos eu tenho? Tenho família? O que você é meu? Porque eu fui parar na Clínica de Reabilitação?- Respirei. Gustav sorriu, espantado, e se aproximou de mim, cuidadoso.

 - Bom, você é Rebecca Christine Helzler. Tem 21 anos. Faz aniversário no dia 3 de maio. E não posso contar porque você estava na Clínica.

 Soltei um “ah” coletando toda a informação. Aniversário. Na Clínica, ninguém nunca me desejou feliz aniversário, já que eu mesma não sabia quando era.

 - Bom... Você não respondeu a duas perguntas. E a minha família? E quem é você?- Ele ficou vermelho. Desviou os olhos para a mesa de centro.

 - Ah... Eu sou seu ex-namorado.

 Pensei na minha lembrança. Não me contive e perguntei:

 - Então... A lembrança que eu tinha era real? Não era minha imaginação?

 - Que lembrança?- Ele franziu as sobrancelhas, curioso. Algo dentro de mim me avisou que eu gostava quando ele fazia isso. Ficava fofo.

 - É uma em que você... Você diz que não me ama. E eu corro, chorando. Você me magoou.

 Ele ficou mais vermelho ainda. Mas com uma expressão de arrependimento.

 - Sim, eu disse isso, Becky. Mas eu juro... Foi tudo por que... Você estava envolvida com... Eu não posso dizer. Você tem que descobrir sozinha.

 Engoli em seco, sentindo um aperto no coração. Desviei os olhos também. Na sala, pendurou-se um silêncio constrangedor. Pensei se ele ainda me amava, mas não disse. Ao invés disso, perguntei:

 - E a minha família? Eu tenho?

 - A sua família... Também não posso dizer muito, mas... Você nasceu na Inglaterra, mas fugiu aos 17 anos. Nós no conhecemos...

 - Como?

 - Você morava na casa de uma amiga.- Ele continuou, com um olhar que indicava que não me responderia.- Eles vieram atrás de você, mas não quis voltar. Nós já estávamos namorando.

 Mordi o lábio, pensando em mais perguntas.

 - Ah... E o que vai acontecer comigo agora?

 - Bom, você vai ficar aqui. Comigo. Até você se lembrar de tudo e nós nos acertarmos....

 - Nos acertarmos?- Perguntei. Ele voltou a ficar vermelho, pigarreou e mudou de assunto.

 - Bom, há uma coisa que você precisa saber. Sou baterista de uma banda, o Tokio Hotel, portanto eu viajo bastante.- Ele parou, sorrindo e me olhou.- Você era nossa fã. Adorava ir a todos os shows e fazia inveja para as suas amigas depois.

 Não conseguindo evitar, sorri.

 De repente, ouço uma música. Baixa, quase como um sussurro, então percebi que eu não estava ouvindo. Estava na minha cabeça. Eu havia me lembrado de uma música.

 Depois, berros. Olhei para os lados, mas não havia ninguém gritando. Eu estava lembrando de algum evento?

 Fechei os olhos.

 

 Me vi cercada por pessoas desconhecidas. Meninas histéricas com corações no rosto e nomes. TOM, GEORG, BILL e GUSTAV.

 Gustav... Não era...?

 Levei a mão ao rosto. Uma tinta preta saiu, então concluí que também estava pintada, e tinha acabado de borrar.

 Lutando conta alguns empurrões, a garota que estava do meu lado esquerdo sorriu, mas ao ver meu rosto, se espantou e gritou, para que eu pudesse ouvir por cima dos gritos:

 - O que você fez, Becky? Seu coração do Gustav foi quebrado!- E começou a rir. Ela era loira, tinha os cabelos lisos e os olhos azuis. Incontrolavelmente, ri também, não entendo o porquê.

 Entre alguns empurrões, uma cotovelada mais forte me chamou a atenção. Me virei. Outra garota me olhava curiosa. Ela também era loira, tinha os olhos verdes e cachos perfeitos.

 - Porque não está pulando e gritando?  Vai acabar morrendo sufocada! Empurra também!

 Sem saber o que acontecia, eu sorri e respondi, sem controle da minha própria boca:

 - Mas se eu empurrar, posso machucar alguém! Espera o show começar!- Ela riu e voltou a atenção para frente e começou a gritar.

 Os gritos aumentaram. Olhei para o palco e comecei a gritar também, mas não entendia porquê. Depois, uns meninos entraram e começaram a tocar.

 Eu os conhecia de algum lugar. O baterista... Era o Gustav!

 Então, essa era a banda!

 Sem saber como, eu comecei a cantar junto com as outras meninas. Em pouco tempo, eu já estava chorando.

 

Eu me sinto claustrofobicamente fechado

Nos lugares de sempre vou explodir uma saída

Não me detenha

Eu estou surtando

Estou surtando

 

 Eu não sabia o que estava acontecendo. Eu queria voltar no tempo e mudar aquilo, parar de gritar. Eu queria sair dali. Quem eram aquelas pessoas? Quem sou eu?

 Mas eu não tinha controle algum sobre o meu corpo. O que está feito, está feito. Você só pode voltar ao passado através das suas memórias, mas não pode mudar o que realmente aconteceu.

 E eu continuava gritando, chorando e cantando...

 Eu lembrei de uma data. 2007.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

EEE! Primeira lembrança o/
AVISO:
Próximo capítulo contém estupro e violência - sério, Nadine? - então, quem não curte... já sabe!
Deixem revieews liiindos, please? *----------*
Beijos :*