Kiss Me, Kill Me escrita por aegyo nad


Capítulo 10
9 - Quase.


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas :D
Bom, a Yasmin acertou quem era a garota e porque ela bateu na Becky o/
Bom... Vocês podem ficar com um pouco de raiva nesse capítulo u.u seria/
Enjoy it...



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- Rebecca?- Ela perguntou, com ameaça disfarçada na voz. Assenti com a cabeça, tentando me lembrar dela. Mal vi quando ela levantou o braço e deu um tapa no meu rosto.

Com a bochecha ardendo, olhei para ela, tentando entender porquê.

- Isso, sua vadia sem classe, é por ter magoado o meu irmão. Por ter feito o Gustav sofrer por tanto tempo, e ter feito tudo aquilo por ele! Isso é pra você aprender e saber que se mexer com ele de novo, eu vou fazer coisa pior com essa sua carinha de anjo-demônio!

As pessoas que passavam na calçada paravam e nos observavam espantadas. Eu não entendia nada, nem ao menos me lembrava de conhecer aquela garota. Meu rosto ardia muito, e o vento forte parecia estar abrindo uma rachadura nele.

Quando abri a boca para respondê-la, alguém segurou meu braço com força. Olhei para trás e vi Gustav, encarando a garota com raiva.

- Franciska, o que você fez com a Becky?

- Becky? Becky? Ah, Gustav! Você ainda defende essa coisa depois de tudo o que ela fez com você? Depois de todos esses anos sofrendo por essa vagabunda de esquina você continua apaixonado por ela?- Franciska falou, abaixando a voz e a guarda.

- Garota, entende uma coisa: a minha vida não é da sua conta. Eu faço o que eu quiser. Começa a tomar vergonha na sua cara e toma conta da sua vidinha inútil. Eu sei que você largou a faculdade.

Franciska franziu as sobrancelhas, olhou para mim uma última vez e entrou na lanchonete com o nariz empinado.

Gustav suspirou e se virou para mim.

- Você está bem?- Ele deslizou os dedos pelo meu rosto, e quase que instantaneamente, a dor parou.

- Estou.

Se afastando de mim, vi que Gustav estava bravo comigo. Ele fez um sinal para que eu o seguisse e voltamos para casa a pé. Ele não falou nada até entrar, trancar a porta e suspirar.

- Rebecca, senta.- Fiz o que ele pediu. Ele me chamou de Rebecca, o que nunca acontecia, então... Estava bravo.- Rebecca, você pode me explicar porque saiu de casa quando eu disse que era pra ficar aqui? Onde você foi? Com quem estava? Você está bem?

Fiquei tonta sendo bombardeada de perguntas. Senti como se minha liberdade – a que eu pensava ter adquirido ao sair da Clínica – tivesse sumido. Agora, eu me sentia presa, cercada de cuidados rigorosos de Gustav.

- Calma, Gustav! Eu... Eu não fiz nada, eu juro! Eu apenas saí pra... Pra sair, eu não agüentava mais ficar trancada... Eu só fui dar uma volta. Estava sozinha e não vi ninguém, não vi o Drake.- Aproximei-me dele e sussurrei.- Eu estou ótima. Ainda mais agora.

Ele me olhou de um jeito tão lindo, que minhas pernas tremeram. Afastei-me antes que fosse tarde e sentei no chão, encostada no sofá. Gustav veio e ficou ao meu lado. Ficamos um tempo em silêncio, até que eu lembrei que ele ainda não tinha me explicado sobre a garota.

- Gustav... Quem era a garota que me bateu?

- Ah... Era minha irmã, Franciska. Na verdade, Amanda também é minha irmã. Mas a Franciska é chatinha, ela sempre adorou cuidar da minha vida.- Ele riu.

Deitei a cabeça em seu ombro e fechei os olhos. Quando percebi, estava revivendo outra memória...

Faz um mês que Gustav foi para a turnê e ainda não voltou. Há uma semana ele parou de me ligar. Estou preocupada. Será que ele quer terminar comigo? Ou ele arranjou outra e está com medo de me dizer?

Eu não agüentava mais, meu coração estava me matando de tão apertado e magoado que estava. Eu estava deitada na cama dele, abraçando seu travesseiro, sentindo seu cheirinho e deixando as lágrimas escaparem. Ouvi um barulho de chaves e levantei a cabeça. Alguém estava entrando no apartamento.

Corri para a sala e vi Gustav colocando as malas no chão. Ele parou, me olhou sorrindo e abriu os braços. Não resisti e corri para ele. Assim que senti seus braços ao meu redor, desabei, Chorei tanto que não consegui soltá-lo. Mas me lembrei que ele não ligava há uma semana e o soltei. Olhei-o com raiva e comecei a dar tapas nele.

- Becky, amor, para!- Ele agarrou meus punhos e me puxou para ele.

- Por quê? Você não me liga há uma semana! Porque não me ligou? Você cansou de mim?

Becky, por que eu cansaria de você?- Olhei para ele, que estava com aquele raro sorriso lindo e fofo.- Eu só fiquei muito ocupado, e como eu só ficava livre muito tarde, eu preferi te deixar dormir.

- Não deveria se preocupar.- Respondi, ainda emburrada.- Eu não dormi sem você.

Ele ficou quieto, apenas me olhando por alguns segundos, depois me abraçou forte, e toda a angústia que eu havia sentido durante aquele mês sem ele, desapareceu.

Ele levantou minha cabeça, limpou minhas lágrimas e me pegou no colo. Quando vi, estávamos no sofá, ele por cima de mim. Ele se aproximou do meu rosto devagar e quando estava prestes a me beijar, a campainha tocou...

Voltei rapidamente, ainda deitada no ombro de Gustav. Ele me olhou espantado, e entendeu que eu tive outra lembrança.

- Pensei que estava dormindo. O que foi?

Respirei fundo, frustrada por não ter conseguido o resto da lembrança. Agora, mais do que nunca, eu gostaria de saber quem tinha tocado a maldita campainha e atrapalhado aquele momento.

- Ahn... Foi uma lembrança de nós dois. Foi linda.

Abaixei a cabeça para não ver sua reação. Ele riu, e encostou na minha mão, abandonada em cima do tapete.

- Becky... Sobre o que a minha irmã disse... Olha, não é mentira, eu realmente sofri muito desde que você conheceu o Drake, mas eu ainda... Você ainda é a melhor coisa que já aconteceu pra mim, mesmo depois de tudo.

Prendi a respiração, enquanto meu coração martelava como se quisesse machucar minhas costelas. Sorri para Gustav, sem saber o que dizer, apenas feliz por estar com ele.

- Gustav... Conte-me alguma coisa sobre... Nós dois. Momentos... Coisas assim.

Ele hesitou, me olhando de lado, mas suspirou e relaxou.

- Bom... Faça alguma pergunta, desse jeito eu não consigo.

- Hm... Tem algum momento muito marcante... O seu favorito?

- Acho que... O dia do nosso primeiro beijo. Era uma noite agradável, nós fomos até um parque e ficamos observando as estrelas. Depois... Nós nos beijamos. E eu te pedi em namoro e...

Ele parou, com um sorriso bobo e lindo no rosto, que me fez sorrir e ficar vermelha.

- Como eu pude esquecer disso?- Olhei para ele, eu ficou sério no mesmo instante. Mas seus olhos aos poucos voltaram a ser doces, como um imenso mar de chocolate, em que você sente vontade de pular e sabe que será feliz para sempre.

- Becky... Você vai lembrar. Eu sei disso.- Ele se aproximou um pouco, e minha nuca se arrepiou.

- Mas e se eu não lembrar?

- Eu te ajudo.- Ele respondeu e se aproximou mais, colocando as mãos delicadamente no meu rosto, e me puxando. Quando nossos lábios se encostaram, a campainha tocou.

Paramos como estávamos, não acreditando que isso estava realmente acontecendo. Separamo-nos devagar, e ele se levantou bufando. Abriu a porta e uma mulher mais velha, muito parecida com ele entrou, muito séria.

Ela parou os olhos em mim, enquanto eu me levantava, e me observou como se tentasse esconder o espanto.

- Becky... Minha mãe. Mãe... O que está fazendo aqui?- Gustav perguntou, vindo para o meu lado.

- Vim te fazer uma visita, querido.- Ela sorriu, abandonando o ar sério.- Especialmente para Rebecca. Há quanto tempo, querida!

Ela abriu os braços e deu alguns passos para me abraçar. Eu aceitei, mais por educação. Não estava me sentindo muito confiante. Finalmente ela me soltou, para dizer:

- Soube que Franciska já andou mexendo com você, certo? Desculpe, Rebecca, as vezes ela é...

- Insuportável.- Suspirou Gustav.

- Não. Difícil. Mas enfim... Rebecca, você está muito magra, o que você comia naquela Clínica?

Ri sarcasticamente, me lembrando da comida. Não havia carne. Só salada. Depois de três anos, posso muito bem conviver sem carne nem doces. Precisava de açúcar? Uma fruta por semana. Não havia garfos nem facas, apenas colheres. No início eram de plástico, até que descobriram que se algum paciente tivesse algum ataque de nervos, poderia quebrar a colher ao meio e tentar machucar alguém. Então, substituíram pela de aço.

A comida era sempre fria. Sempre, sem exceções. Assim como a água do chuveiro. No inverno rigoroso, a maioria só tomava banho antes de dormir, assim, corria para debaixo das cobertas para tentar se aquecer. Alguns já morreram, mas ninguém ligava muito. Nós esperávamos o dia da morte, em uma Clínica de condições desumanas.

Quando voltei a mim, estava sendo puxada para a cozinha pela mãe de Gustav. Olhei para trás e pude ver um sorriso frustrado estampado no rosto dele, antes de se virar.


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Notas finais do capítulo

Minha sogrinha e a irmã do Gust *---* eu usei Franciska memo, que de acordo com os sites, é o nome verdadeiro da irmã dele *o*
Bom, reviews, reviews e reviews *o*
Beijos :*