Hell escrita por LittleFish


Capítulo 8
Saved / A new beginning.


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos!

Acho que não demorei taaaaaaanto assim, né? /apanha
Chegamos ao final da fanfic. É gente, o que é bom dura pouco /apanha²

O que acharam da nova capa? Eu que fiz 'AEAEAE.

Obrigada a TODOS que leram, deixaram review e recomendaram (apesar de não estar aparecendo as recomendações).

Essa fanfic significa MUITO para mim. Amei escrevê-la e amei todos os reviews que vocês mandaram.

Agradeço de coração o apoio ♥

Espero que tenham curtido a história toda e que gostem desse último aqui.

Enfim...

ENJOY IT!



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E então desatou a correr. Com todos os alunos o observando, ele agiu rápido e tentou abrir a porta, sem sucesso.

Com uma onda de fúria, ele arrombou-a com o pé.

Seu peito estava apertado e sua respiração estava a mil. Esperava não ter chegado tarde de mais.

– Orihime!! – Então gritou pela primeira vez o nome dela.

Um grito abafado ecoou pelos ouvidos de Ulquiorra. Alguma coisa se debatia em uma área mais baixa do porão, produzindo um barulho oco.

O rapaz estava cada vez mais ofegante. Tinha medo do que poderia ver... Ele não conseguiu proteger Aya e não poderia falhar com Orihime. Não poderia.

A longa descida finalmente parecia ter terminado. Olhou ao redor e disparou para o fundo do aposento abafado e mal iluminado. Os armários tombados, bolas e outros objetos não ajudavam a travessia, mas ele finalmente havia chegado.

Foi então que viu aquela cena horrenda. Namikawa estava empurrando a ruiva contra um armário caído. A garota de se debatia e chorava, mas nenhum som significativo saia de sua boca, pois estava firmemente tapada pela mão esquerda do homem. Havia uma mancha vermelha em seu rosto e algumas gotas de sangue em seu uniforme de educação física. Um objeto estranhamente pontiagudo estava na mão direita livre do sensei.

Ele estava pronto para matá-la.

– Seu maldito, desgraçado! Saia já de cima dela! – Urrou enquanto se lançava em direção ao pérfido homem.

Um riso cruel ecoou pelo aposento.

– Ora, ora... Estava demorando, hein Schiffer? Pensei que não fosse aparecer!

A boca de Ulquiorra se curvou de nojo. Seu sangue fervilhava e a vontade de bater em Namikawa crescia a cada segundo.

– Não vou deixar que você faça com essa mulher o mesmo que fez com Aya – Ele sussurrava, mas sua voz era tão firme e audível que poderia provocar calafrios de medo em qualquer pessoa normal.

Namikawa riu.

– O mesmo que fiz com Aya? Como você pode ser tão tolo e estúpido? Nunca percebeu a verdade? Ela nunca amou você – Pronunciava cada palavra com muito gosto – Só te usava... Apenas para não atrair a atenção para as coisas erradas que fazia.

O rapaz pareceu abalado, mas sua fisionomia continuava impassível.

– Que tipo de “coisas erradas” ? – Perguntou.

– Ah, agora você acredita? Acha que ela realmente sentia algo por você? Aya nunca foi nenhuma santa... Inoue sabe, não é querida? – E pressionou o objeto contra sua garganta.

Ulquiorra sentiu a pressão cair. Tinha que fazer algo para impedir aquilo... Mas estava desarmado, não poderia agir. Sua cabeça fervilhava enquanto tentava pensar em alguma opção.

– Não ouse encostar um dedo... – Sussurrou, mas agora havia um tom de ódio em sua voz.

O homem deu um sorriso amarelo.

– Não vou encostar o dedo nela... Só a navalha – E riu da própria piada cruel.

As lágrimas caiam sem cessar do rosto de Orihime. Ela nunca estivera tão apavorada em toda sua vida. Tudo parecia ter dado errado... Pensou que poderia gravar a confissão de Namikawa e sair ilesa de tudo isso. O ferimento em seu rosto e em seus braços ardiam de maneira terrível. Precisava achar uma maneira de sair daquele inferno.

– Então... Parece que estamos em um pequeno impasse – O homem observou.

– Que impasse, seu maldito? – Ulquiorra o observou de cima a baixo.

– Quem eu irei matar primeiro... Se bem que essa daqui já perdeu algum sangue, então vai ser mais fácil matá-la... Mas você é bem irritante, Schiffer. Diga-me, por quem eu começo? Deixo-te escolher – Falou pausadamente.

– Não vou escolher porcaria nenhuma. Solte-a e pode ser que sua pena na cadeia diminua – Ulquiorra ameaçou.

Namikawa riu como se houvessem lhe contado uma piada extremamente idiota.

– Cadeia? E quem disse que pretendo ir para lá?

– Então está pretendendo sair impune dessa? – Disse com desdém.

– Impune? Não sei ainda... Preciso saber de minhas opções – Parecia ter algo em mente, como um plano infalível.

– Mas não acha muita audácia matar dois alunos no porão? Com certeza irão nos encontrar e virão que a sua camisa está levemente manchada de sangue e então a culpa será atribuída para você. De todo o jeito você não escapa, Namikawa.

– Sério? – Seu tom ainda era zombeteiro. Parecia não se preocupar com o que fosse acontecer – Já que eu vou preso das duas formas... Então vou optar por matá-los.

Nesse momento, Orihime mordeu a mão do sensei com toda a força que possuía na mandíbula. O homem urrou de dor, parecendo atordoado.

A garota tentou correr para longe, mas no momento que se desvencilhou dos braços de Namikawa, o próprio estendeu a mão na qual estava a navalha e uma mancha vermelha cresceu em sua blusa.

Ela gritou e caiu ao chão. Ulquiorra aproveitou o momento confuso para avançar no homem que ainda parecia atordoado. Os dois engalfinharam-se, tentando pegar a navalha. Rolaram, tocaram socos e chutes. A luta parecia estar cada vez mais acirrada.

Enquanto tudo isso acontecia, Orihime estava caída no chão, levemente consciente do que estava havendo ao seu redor. Sentia muito frio na parte lateral de seu corpo... A lâmina deve ter atingido ali. A fraqueza dominava seu corpo. Sua vista estava incrivelmente pesada e seus músculos estavam ficando dormentes.

“Não posso estar morrendo...” – Pensou – “Ulquiorra...”

Então reuniu todas as forças que ainda possuía e gritou o mais alto que pôde.

– Socorro!

O barulho de luta havia cessado e passos ecoavam no aposento, mas não pode distinguir mais nada. O silêncio e a escuridão tomaram conta dela.

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Uma luz forte apareceu diante de Orihime. Não conseguia mexer o corpo e estava incrivelmente sonolenta. Não sabia onde estava nem o que havia acontecido. Tudo estava tão difuso...

“Será se eu morri? Ah não... Ainda não! Eu ainda tinha tanta coisa pra fazer e...” – Interrompeu seus pensamentos quando conseguiu distinguir de onde vinha a luz forte.

Era a lâmpada de um quarto branco. Virou o rosto com cuidado, acostumando a vista com a claridade, e observou que haviam camas e aparelhos ao seu redor.

Estava em um hospital.

Suspirou aliviada. Não estava morta.

– Você baba enquanto dorme, sabia? – Uma voz conhecida soou ao seu lado.

Virou-se para encontrar quem proferira aquelas palavras. Sorriu fracamente ao ver Ulquiorra sentado na ponta de sua cama. Ele estava com alguns cortes no rosto, mas fora isso parecia ileso. Foi então que a garota lembrou-se dos fatos ocorridos.

– Namikawa! – Exclamou, sentindo uma pontada de dor.

– Calma... Ele se foi – Disse.

– Como assim “se foi”? Está preso? – Perguntou.

O rapaz franziu a testa, como se estivesse decidindo se contaria ou não a verdade.

– Não, mulher... Ele está morto.

Ela arregalou os olhos. Não conseguia lembrar-se de nada que havia acontecido depois de ter gritado por socorro. Será se Ulquiorra...

– Não é o que você está pensando – Falou – Quando você gritou, várias pessoas vieram ao nosso auxílio. Ajudaram a tirar Namikawa de cima de mim e o ameaçaram de levá-lo a justiça, mas...

– Mas o que? – Orihime perguntou aflita.

– Ele se suicidou antes que pudessem prendê-lo – Disse.

A garota fechou os olhos. Odiava Namikawa, mas não desejava esse destino para ninguém. Uma sensação de vazio tomou conta dela e de repente se sentiu muito deprimida. Algo estava faltando...

Ulquiorra pigarreou.

– Procure não pensar nisso, ok? Você salvou o dia e... A mim também – Revirou os olhos, mas havia um tom divertido em sua voz.

– Como?

– A gravação no celular. Você conseguiu registrar toda a verdade – Fez uma careta – Todos a ouviram, inclusive Matsumoto.

– Ah não! Ela deve estar arrasada! – Lamentou.

– Sim... Mas é melhor assim. Melhor do que viver acreditando numa mentira...

Orihime agiu por impulso, passando a mão delicadamente pelo rosto do rapaz.

– Sei que você também deve ter ficado muito infeliz. Mas era a verdade... Sinto muito – Desculpou-se.

Ele sacudiu a cabeça, tomando a mão dela entre a sua.

– A culpa não é sua. Eu fui incrivelmente idiota por achar que ela era realmente tudo aquilo que eu queria. Talvez só estivesse sendo egoísta, não sei...

Ela tentou sorrir.

– Não é nada disso. Você precisa deixar esse passado... Não ‘esquecer’. Isso é impossível... Apenas tente não tentar reviver o que já aconteceu. Eu sei, não é fácil... Mas temos que deixá-lo para termos um futuro.

Pela primeira vez em muitos anos, Ulquiorra deu um sorriso sincero. Teve uma certa dificuldade de fazê-lo, ele conseguiu.

– Obrigado, Orihime... Por tudo.

– Você não está mais me chamando de “mulher”! Isso é... Ótimo.

– É... Isso é por que muitas coisas mudaram. No começo, você era tão cabeça oca, tão esquisita, tão...

Ela torceu o nariz.

– Acho que entendi.

Ele sorriu novamente.

– Mas tinha algo em você que me deixava curioso. Na época eu não entendia o que era... Mas acho que hoje, já posso afirmar que sei. Você emana felicidade. Algo que há muito tempo eu não sabia o que era.

Orihime não respondeu, mas a sua respiração estava acelerada e seu coração batia forte. Sim, ela poderia sentir a admiração e o amor que sentia por aquele rapaz correndo em suas veias. Só não sabia se deveria dizer algo sobre isso...

– O que eu quero dizer é que... O que eu preciso dizer... O que eu ia...

– Você está repetindo muito as coisas – Ela riu.

– Isso não é fácil... É tão... Confuso. Pensei que nunca poderia sentir isso novamente depois do incidente com a Aya. Fiquei com medo de ser decepcionado novamente, de tudo ser minha culpa – Deslizou a mão pelos cabelos ruivos e longos da moça.

Orihime sentiu o rosto corar.

– Nós erramos em nossas escolhas, somos humanos. Mas se nunca tentarmos... Nunca vamos saber qual é a escolha certa. Por favor, Ulquiorra... Vamos tentar – Ela sussurrou.

Ele se surpreendeu. Tinha medo de não ser correspondido, de errar novamente... Mas a resposta que a moça havia lhe dado não lhe deixou mais dúvidas.

Timidamente ele aproximou-se, puxando delicadamente a garota para mais perto de si. Primeiro a abraçou, tendo cuidado para não machucá-la. Sentir o coração dela batendo era uma das coisas mais magníficas que já tinha presenciado. Era tão... Perfeito. Depois, distanciando-se um pouco, ele pode ver o seu rosto... Tão delicado e vermelho. Teve que rir e aproximou-se ainda mais, finalmente selando seus lábios num beijo que ambos desejavam mais do que tudo.

Foi a sensação mais estranha, diferente e maravilhosa que ambos experimentaram. Começou tímido, mas a medida que iam se acostumando e compreendendo, o beijo foi aprofundando de tal maneira que nenhum dos dois queria parar. Porém, a falta de ar foi consumindo aos poucos, forçando-os a se separar.

– É... Eu... – Ulquiorra parecia embaraçado.

Orihime riu de maneira revigorante, apesar de algumas lágrimas caírem de seus olhos.

– Obrigada por estar comigo, por me proteger daquele inferno...

Ele afagou a cabeça da moça de modo protetor.

– Isso está ficando muito melodramático. Daqui a pouco a enfermeira virá me expulsar.

Isso fez com que a ruiva risse.

Sentia-se muito feliz. O vazio em seu peito havia sido completamente preenchido. Mesmo tendo passado momentos horríveis e até aterrorizantes, ela sabia que sempre poderia contar com Ulquiorra. Sabia que a vida dele também havia mudado e que agora iriam tentar construir algo juntos.
Alguma coisa poderia dar certo na vida de Orihime. Sorriu mais uma vez ao ver o rapaz ao seu lado.


Ele sempre seria a sua escolha certa.

FIM


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Notas finais do capítulo

É isso gente! /apanha³

Espero, sinceramente, que tenham gostado.

E se vocês estiverem se perguntando: "Ah, cadê o eu te amo?". Eu acho isso muuito relativo.
Não acho bonito o Ulquiorra dizer que a ama e a Inoue responder 'eu também'. Que coisa crua!
O sentimento, a forma que eles o demonstram é muito mais importante do que essas simples palavras.

Tudo não se resume a 'eu te amo'.

O sentimento é BEM maior que isso. E ambos são envergonhados demais para falar isso... Quem sabe depois, hauheuha.

Obrigada mesmo, gente.

Espero que tenham gostado.

Pretendo fazer um epílogo. Se vocês concordarem, claro.


Enfim...

Reviews? *-*