Hell escrita por LittleFish


Capítulo 6
A Bad Plan.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora! Sério, as coisas estão tão corridas... Só posso me desculpar mesmo.
Além de agradecer por todos os reviews maravilhosos que recebi!
Obrigada mesmo pessoal! Vocês é que são a minha motivação.

Bem, sem mais delongas... O capítulo!



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– Está ficando louca, mulher? Não posso fazer isso – Ulquiorra disse negando veementemente.


– Esse é o único jeito de pegar o Namikawa.


– Mas você vai estar em perigo – Disse com um semblante levemente preocupado.


– Eu não sou mais uma garotinha que precisa ser cuidada! Sei como fazer sem me por em risco.


– Mesmo assim. Não posso permitir que isso aconteça. Arranjaremos outro jeito de pegá-lo.


Ela o olhou como se implorasse.


– E como você pretende pegá-lo de outra maneira?


O garoto desviou os olhos com certo desprezo.


– É só não fazer nada. Não se envolva com assuntos que não são seus – Falou friamente.


Orihime o observou como se não tivesse entendido.


– Quer dizer que isso vai ficar impune?! Não creio que estou ouvindo isso de sua boca!


Ele deu de ombros.


– Tentei durante anos que algo fosse feito... Mas nada aconteceu. A única coisa que consegui foram anos perdidos da minha vida.


A garota o olhou com decepção. Ambos ainda estavam conversando na sala da casa da moça. Há um bom tempo ela ainda tentava convencer que sua idéia era válida... Mas Ulquiorra não estava muito disposto a aceitá-la.


Ela enxugou algumas lágrimas remanescentes da conversa de segundos antes.


– Tudo bem.


– O que?


– Prometo que não farei nada – Ela levantou a mão em juramento.


O garoto suspirou aliviado.


– Sei que não é fácil... Mas um dia você supera.


Orihime era o tipo de garota que não gostava de sentir ódio de nada nem de ninguém, mas uma onda desse sentimento a inundou quando ouviu as palavras do rapaz. Como ele podia ser tão comodista? Será se ele realmente conseguia dormir, enquanto um assassino estava à solta? E se ainda se ele estivesse ligado com essa história?


Era isso que ela não entendia.


O garoto olhou para a janela, mirando o sol que já se escondia, passou a mão pelos cabelos pretíssimos e levantou-se.


– Está na hora de ir.


– M-mas...


Ele voltou-se.


– Mas o que?


Ela mordeu o lábio inferior com uma grande força.


– Tenha cuidado...


O rapaz arqueou as sobrancelhas, como se a frase dita pela ruiva o divertisse.


– Eu que devo dizer isso para você – E assanhou o cabelo da moça, que deu um pequeno sorriso – Tente não preocupar-se muito com isso, certo?


– Não consigo.


– Apenas tente, por favor.


Ela apenas assentiu com a cabeça, observando aquele misterioso e belo garoto abrir a porta de sua casa e ser engolido pelo laranja do por do sol.

--------------------------- X --------------------------- 

Era óbvio que Orihime havia mentido. Nunca conseguiria esquecer o relato infeliz dos anos passados da vida de Ulquiorra. E nunca perdoaria Namikawa pelo o que fez.


E a justiça deveria ser feita.


O plano que o garoto rejeitara seria posto em prática no final da aula, quando poderia conversar com o sensei sem os olhares insistentes dos demais.

Poderia simplesmente dar uma desculpa qualquer para o rapaz e escapar direto para a sala dos professores, que ficava vazia na troca de turnos.


Sim... Era isso o que faria.


Todo o plano estava bem arquitetado em sua mente, nada poderia fazê-lo falhar... Exceto que um certo rapaz descobrisse que havia quebrado sua promessa, mas disso ela poderia cuidar.


Estava inteiramente concentrada em seus pensamentos que não notou a aproximação de Ulquiorra.


– Pensando abobrinhas novamente, mulher?


Ela quase saltou de tanto susto.


– Você realmente é ninja...


– Lá vêm aquelas suas loucuras de novo... – Havia um toque mais humorado em sua voz, mas sua expressão estava cansada.


– O que houve?


– Houve o que? – Perguntou, fazendo-se de desentendido.


– Eu te conheço muito bem – Fez uma cara “ameaçadora” – Já disse que pode me contar qualquer coisa.


Ele assentiu, mas ainda hesitava.


– Não dormi muito bem ontem.


– Aconteceu o mesmo comigo... – Admitiu – E aí?


– Droga, mulher, já de disse que odeio quando me perguntam isso... Nunca sei o que responder.


Ela riu.


– Eu havia esquecido esse detalhe... – E o olhou com uma ternura acentuada.


Percebendo o olhar, ele remexeu nos cabelos, incomodado.


– Que cara é essa?


– Você mudou tanto, sabia? Antes nem se quer olhava-me nos olhos, não sorria... Agora estás tão diferente – Sorriu.


Ele não parecia gostar da idéia de ter mudado.


– Eu continuo do mesmo jeito, mulher. Você deve estar enlouquecendo.


Ela apenas limitou-se a sorrir ternamente. Apesar de não aceitar o fato em alto e bom som, ele internamente sabia que muitas coisas haviam mudado nele. Agora, o rapaz não estava ali para se vingar... E sim para proteger aquela mulher... Que a seu ver parecia tão boba e frágil... Tão inocente e delicada... Alguém que ele não poderia deixar que tirassem dele.


– Você está escondendo alguma coisa – Não foi uma pergunta.


Ela suou frio.


– D-do que está falando?


– Há alguma coisa que você ainda não me contou.


Ele falava com tanta convicção que a deixou assustada. Parecia que lia seus pensamentos.


– Não estou escondendo nada... É só paranóia sua – Riu nervosa.


O rapaz apenas tossiu como se não acreditasse.


– Tudo bem... Espero que não tente fazer nada imbecil.


– E desde quando eu faço coisas imbecis?


Ele a olhou com ironia.


– Quer mesmo que eu diga?


Antes que Orihime pudesse responder, o sinal tocou e os alunos que estavam no corredor foram imediatamente para a sala. Todos ficaram em silêncio esperando o próximo sensei... E só de pensar em seu nome, os alunos tremiam. Namikawa.


Em poucos minutos a figura desprezível do homenzinho apareceu na porta, com um sorriso zombeteiro.


– Bom dia turma.


A maioria não respondeu, apenas acompanhou com os olhos a cena do sensei entrando em sala.


O homem lançou um olhar malicioso para Orihime, que estremeceu. Ulquiorra também o observava, mas de maneira não tão amigável. Havia claro ódio e desprezo em seu olhar.


– Hoje daremos... – E foi só o que conseguiu ouvir. O plano começou a se arquitetar novamente na cabeça de Orihime e as palavras do sensei viraram apenas murmúrios sem sentido.


Ela tentava passar segurança para si mesma, mas isso não adiantava muito. No fundo, sentia-se extremamente amedrontada. Afinal, iria confrontar um estuprador e possível assassino. Isso é algo que deixaria qualquer um, com no mínimo, duas semanas sem dormir.


– Inoue, está prestando atenção? – A voz irritante do homem soou em seus ouvidos.


Ela sobressaltou-se.


– Claro...


– Pois não parece. Está olhando para o vento esperando a vida passar... – Riu.


A garota sentiu uma onda de ódio passar por seu corpo. Respirou fundo tentando afastá-la.


– Sinto muito.


– Sei que sente... Agora preste atenção.


Ela confirmou com a cabeça, incomodada. Sempre era chamada a atenção, não por que era avoada, mas por que o sensei fazia questão de sempre pegar no pé da garota.


Tentou manter os olhos no homem, para fingir que entendia, mas sua cabeça ao estava ali. Repassava tudo mil vezes para que não houvesse falhas.


“Aya-chan... A justiça será feita” – Pensou consigo mesma.


Não poderia mais aceitar aquele homem andando impunemente por aí. Atitudes deveriam ser tomadas... E se Ulquiorra não as fizesse... Ela faria.


--------------------------- X --------------------------- 


Haviam se passado quase todas as aulas. Só restava a de Educação Física, uma das preferidas de Orihime e uma das mais detestadas de Ulquiorra.


Exercitar o corpo era uma das coisas que a mantinha distraída. E um pouco de distração era o que ela mais precisava agora.


Em breve colocaria seu plano em prática. O celular já estava escondido dentro de sua blusa e o texto estava decorado em sua mente.


“Nada pode falhar” – Pensou.


Como as atividades eram separadas, a garota ficou num lado da quadra completamente oposto do rapaz de olhos melancólicos.


O jogo era Kemari e para isso precisavam de uma bola, que estava guardada no porão. Nenhuma das garotas ia lá, pois havia histórias estranhas que ocorriam ali.


– Inoue... Tem certeza que quer ir sozinha? – Rukia perguntou apreensiva.


– Tenho sim, Kuchiki-san. São apenas histórias tolas – E sorriu.


Com um breve aceno, encaminhou-se para o porão, que ficava na parte sul da quadra. Agora ela entendia por que todos contavam histórias daquele lugar.


Havia pilhas e pilhas de materiais inutilizados, bolas de basquete pelo chão, coletes, sapatos... Parecia mais um depósito de lixo.


Andou esquivando-se dos objetos até chegar à parte mais afastada do porão. Finalmente, encontrou as bolas de Kemari num canto escuro dentro de uma cesta.


– Encontrei! – E pegou uma.


Mas um forte estampido fez com que ela a soltasse. Um som como o de passos.


– Q-quem está aí?


Não houve resposta. Tinha medo de se virar e dar de cara com um fantasma... Mas com um suspiro ela o fez.


– Bom dia, Inoue.


Mas não era um fantasma. Era algo muito, mas muito pior. Engoliu seco quando viu a figura de Namikawa parada a sua frente.

------------------ Continua ------------------


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Notas finais do capítulo

*Kemari - Uma espécie de futebol japonês. Estamos chegando ao finaal... Pois é, tudo que é bom dura pouco #apanha#
Mas... Rola algumas recomendações aí? #cara de 'mãe me dá um real'# Agradeceria se alguém o fizesse. É só. Até o próximo o/



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