Hell escrita por LittleFish


Capítulo 4
Feelings.


Notas iniciais do capítulo

Bom, primeiramente me desculpem.
O capítulo deveria sair semana passada, mas houve um problema sério aqui. Passei o final de semana inteiro discutindo com a moderação sobre as novas regras, que iriam prejudicar meus crossovers e tudo... E tive que sair editando capítulo por capítulo, o que tomou muito do meu tempo, e ainda nem terminei, muito pelo contrário... Ainda falta muito!

Mas enfim, aqui está. Espero que curtam.



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– Não vai me contar? – Orihime perguntava pela enésima vez.

 

– Já disse, não tive nada a ver com essa história, mulher. Agora preste atenção na aula – Ulquiorra ralhou com ela.

 

Ela se emburricou. Desde o começo do dia que tentava fazê-lo a falar sobre a história que tanto causou impacto em sua mente. Mas até agora não houve sucesso.

 

– Eu sei este conteúdo – Mentiu – Mas, por favor, eu sei que você sabe de algo.

 

– Te falei o que sabia. Não há mais nada a dizer – Ele fechou-se.

 

Orihime suspirou. Não estava obtendo nenhum resultado. E isso a irritava profundamente. Algo em sua mente dizia que o jeitão calado e sombrio de Ulquiorra tinha algo a ver com o acidente entre a aluna e Namikawa sensei.

 

– Por favor!

 

Ele revirou os olhos, mas por incrível que pareça, havia uma expressão divertida em seu rosto. Ela deixou escapar um rizinho.

 

– Qual é a graça, mulher? – Indagou.

 

– É impressão minha ou você está se divertindo?

 

Ele pareceu ser pego de surpresa.

 

– Me divertindo? Com o que?

 

– Não sei dizer exatamente... Mas no começo, eu tinha uma impressão terrível que você me odiava e que você poderia ser um tarado ou um sádico...

 

– Depois deste comentário eu realmente poderia passar a te odiar – Ele levantou as sobrancelhas – Mas eu não entendo por que o meu jeito reservado lhe dizia isso.

 

– Anti social você quer dizer.

 

Ulquiorra torceu o nariz.

 

– Você adora pisar nos meus calos não é?

 

Ela riu deliciosamente.

 

– Se eu não o fizesse... Não teria graça.

 

– E eu que sou sádico – Ele comenta.

 

Mas a verdade é que Ulquiorra estava mesmo mais descontraído. Parecia que um peso enorme havia sido retirado de seus ombros. Mas mesmo estando mais relaxado, havia uma certa aura negra que o rodeava. Como se ele estivesse temendo algo.

 

– O que... – Orihime começou.

 

– Inoue, para fora de sala! – A sensei gritou.

 

Todos voltaram seus olhos para a moça.

 

– M-Mas...

 

– Ande logo! Não quero desculpas! – A mulher rebateu secamente.

 

A moça passou a mão no cabelo, constrangida. Ótimo, era só o que lhe faltava: Humilhação pública.

 

Ela levantou-se e caminhou o mais rápido que pode para fora da sala. Não olhou para ninguém, nem para Ulquiorra, mas sentia que os olhos do rapaz a acompanhavam. Respirou fundo e andou pelos corredores, esperando não se deparar com ninguém em especial. Chegou à porta da coordenação e bateu.

 

– Entre – Uma voz masculina respondeu.

 

Ela engoliu seco. Conhecia aquela voz.

 

– Com licença – Ela pediu e entrou.

 

A coordenadora estava no telefone. Era uma mulher loira, alta e de um corpo invejável. Matsumoto Rangiku conversava, aparentemente com o pai de um aluno, com uma mão no telefone e a outra nas têmporas. Ao lado dela, a figura nauseante de Namikawa estava parada com alguns papeis nas mãos.

 

– Meu senhor, entenda! Estou cansada de tentar argumentar! Ah, quer saber? Seu filho é um vagabundo e ele não ficará nesta escola! – E desligou – Ah, o que deseja querida?

 

Orihime surpreendeu-se com a mudança de tom.

 

– Bem é que... Eu fui posta para fora de sala.

 

A mulher fez uma cara ameaçadora.

 

– O que você estava fazendo?

 

– Conversando – Ela franziu a testa.

 

– Com quem?

 

– Ulquiorra Schiffer.

 

Matsumoto arregalou os olhos.

 

– Jura? – Ela perguntou.

 

– S-Sim...

 

– Ah se for assim não irei puni-la! – A mulher sorriu calorosamente.

 

– Por quê? – Orihime surpreendeu-se novamente.

 

– Cá para nós, o Ulquiorra-kun não é muito sociável. Tudo bem que ele tem alguns colegas, mas nenhum consegue arrancar uma palavra dele na hora da aula!

 

– Sério?

 

– Sim, a Inoue é muito próxima do rapaz – Namikawa observou, com um sorriso pretensioso no rosto.

 

A garota o observou. Ele parecia ainda mais nojento do que antes. Havia algo em sua expressão que a deixava nervosa. Como se ele soubesse algo que ela não tinha conhecimento. E isso a preocupava. E muito.

 

– Um pouco, eu acho.

 

– Isso é muito bom! Está na hora dele arranjar uma namorada mesmo! – A mulher disse rindo.

 

– N-Namorada? – Corou.

 

Orihime nunca havia pensado em Ulquiorra neste ponto de vista. Claro que ela gostava muito dele, mas... De repente, a idéia não pareceu tão bizarra assim. Afinal, quais eram seus verdadeiros sentimentos por aquele rapaz tão misterioso e intrigante?

 

“Não é hora para isso” – Ela sacudiu a cabeça e voltou-se novamente para a coordenadora, claro, tentando evitar os olhares indiscretos de Namikawa.

– Então posso voltar para a sala?

 

– Bom, Inoue, fazer uma boa ação não muda o fato que você foi excluída de sala. Terá que permanecer aqui até que o toque seja soado.

 

Ela confirmou com a cabeça.

 

– Tudo bem se for assim...

 

Matsumoto sorriu.

 

– Terei que ir em uma sala dar um comunicado – A mulher começa a se levantar quando Orihime deixa escapar um grito – O que foi garota?!

 

– E-Eu poderia ir com a senhora? – Ela perguntou timidamente.

 

– De onde tirou essa idéia, menina? Eu apenas darei um comunicado. Fique aqui com o Namikawa. Qualquer coisa basta me chamar – E em seguida caminhou em direção da porta e finalmente saiu.

 

A moça ficou inquieta. Tentou a todo custo não olhar para o homem que ali estava. Sentou-se num banco, puxou uma revista e começou a folheá-la sem ao menos ter idéia do que estava escrito.

 

– Estava conversando com aquele cara não era? – A voz do sensei a espantou.

 

– Estava sim. Algum problema com isso? – Falou secamente. Não devia nenhuma delicadeza com um homem daquela espécie.

 

– Não... Mas vocês são bem íntimos não é?

 

– Somos amigos – Respondeu com firmeza na voz, mas não no pensamento.

 

– Cuidado Inoue... Há coisas sobre o Schiffer que fariam seus cabelos mudarem de cor – Ele falou sombriamente.

 

“Espere aí... Não era Namikawa que guardava um segredo? Ou será se Ulquiorra estava realmente envolvido nesta história?” – Ela pensou espantada.

 

– Também sei umas coisas sobre o senhor – Respondeu sem pensar nas conseqüências.

 

As sobrancelhas do sensei se arquearam seguidas de um sorriso zombeteiro.

 

– Ah é? Como por exemplo...?

 

– Sei que você engravidou aquela aluna.

 

O silêncio caiu sobre ambos de maneira repentina. Parece que ninguém mais respirava.

 

– Schiffer te disse isso foi?

 

– Não importa quem disse.

 

– É óbvio que foi! – O homem riu – O que houve? Ele te contou que isso foi um boato que se espalhou pela escola e que todos tomaram conhecimento? Este cara é tão sujo quanto eu pensei.

 

Normalmente, Inoue Orihime é uma pessoa calma e meiga. Mas as últimas palavras do sensei a atingiram com tamanha intensidade, que uma onda de ódio percorreu seu corpo e ela levantou-se apontando o dedo para a cara do sensei.

 

– Nunca... Mas nunca mais diga algo assim do Ulquiorra, me ouviu? Ele é uma pessoa incrível! Nada comparado a um verme seboso como você, que não admite os seus atos! – Disse lacrimejando. Parece que estava se envolvendo mais do que tinha consciência.

 

Até o próprio homem ficou estático com a reação da garota.

 

– Acho que você tem companhia na detenção – Ele disse repentinamente.

 

Orihime virou-se para ver do que ele havia falado e Ulquiorra estava parado na porta da coordenação, com uma expressão de puro rancor e ódio.

 

– É melhor ir para sua sala, Schiffer.

 

– Fui expulso de sala – Ele disse ficando ao lado da moça.

 

– Por quê? – Ela perguntou surpresa.

 

– Chamei a coordenadora de... Bem, deixa para lá – Riu internamente.

 

Orihime quase conseguiu ver a cara de Matsumoto quando Ulquiorra a ofendera.

 

– Então tudo bem... Vou indo, tenho aulas para dar. Até depois, Inoue – Despediu-se o sensei e saiu da sala.

 

A moça soltou um suspiro de alívio.

 

– Sorte que cheguei a tempo – Ele disse.

 

– Obrigada por vir.

 

Ele coçou a cabeça.

 

– Tinha que fazer isso... É minha obrigação.

 

Ela o observou profundamente. Estava na hora de esclarecer tudo.

 

– Namikawa disse que você estava envolvido diretamente nesta história... O que houve, Ulquiorra? Conte-me, por favor!

 

– Não posso, mulher.

 

– Por que não? Você não confia em mim?

 

Ele a observou com um leve desespero.

 

– Não posso contar por que sei que você sofrerá as conseqüências de atos que não são seus. Não lhe envolvo, pois sei que algo acontecerá...

 

– Tem medo que a história se repita, não é? – Ela falou decepcionada.

 

– Também... Mas o mais importante: Tenho medo que algo aconteça a você. Não saberia o que fazer se algo te acontecesse.

 

Orihime foi pega de surpresa.

 

“Será se... Será... Será se há alguma chance de ser correspondida?”

 

– Ulquiorra, eu...

 

Ele pôs o dedo nos lábios da garota, o que a fez corar violentamente.

 

– Mulher, eu ainda não sei bem o que estou fazendo. Por favor, não deixe as coisas mais confusas do que já estão.

 

Ela o olhou com compreensão. Tinha razão. Havia muita coisa a ser esclarecida antes de qualquer coisa.

 

– Que tal começar a me contar a história da maneira correta? – Orihime sugeriu.

 

– Quando sairmos deste Inferno, quem sabe. Na hora que eu for te deixar em casa.

 

Ela suspirou. Não iria conseguir mais nada agora. Era só aguardar a boa vontade de Ulquiorra e procurar um bom acento.

 

Com certeza, o que ele contaria iria fazê-la cair para trás se não se sentasse imediatamente.

 

 

------------------ Continua ----------------


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Ficou bom? Agora sim as coisas vão esquentar... Hoho.

Até o próximo.