My Complete Heart escrita por LolaPotter22
Era o inverno mais frio que Gina já vira. O Natal n’A Toca era quase insuportável, mas isso não a abalava. Afinal, Harry estava ali. Não com ela exatamente, mas estava ali.
-Gina, querida? – Chamou-me minha mãe.
-Sim?
-Poderia vir aqui um minutinho?
-Claro.
Desci até a cozinha e lá estavam dois homens altos. Ruivos. Um com os cabelos até os ombros, com anéis e colares. E o outro com várias cicatrizes nos braços musculosos e no rosto. Reconheci imediatamente.
-Gui! Carlinhos! – berrei e corri abraçá-los. – Senti tanto a falta de vocês!
-Também sentimos, maninha.
Depois de conversarmos bastante, Harry e Rony desceram. Ouvimos a porta bater.
-Uh, que frio que está lá fora... O pior inverno... – falou papai – Oh, Gui! Carlinhos! Quando chegaram?
-Agora a pouco.
Depois de todos conversarmos bastante, fomos jantar. Todos entretidos em conversas, menos eu. Fred e Jorge estavam sussurrando. Provavelmente tramando algo para as Gemialidades Weasley, Gui estava conversando com mamãe e papai sobre a Fleur; Carlinhos, Harry e Rony estavam em outra conversa. E a pequena Gina ficou de fora, como sempre.
-Mãe?
-Sim, Gi?
-Posso convidar a Mione?
-Claro, meu bem, claro!
Sorri para ela, terminei o jantar e subi. Corri para meu quarto, peguei um pergaminho e uma pena, molhei-a e escrevi:
Cara Mione,
Sei que saímos de Hogwarts ontem, mas esqueci de perguntar...
Quer passar o Natal aqui? Espero que não tenha sido tarde. Como vão suas férias? Espero que possa vir... E se vier, pode vir amanhã de manhã.
Beijinhos
Gina Weasley
Reli a carta duas vezes, coloquei-a em um envelope e saí do quarto. Enquanto fazia isso, esbarrei em Harry.
-Opa – exclamou ele sorrindo – você está bem, Gi?
-Estou sim. Desculpe, estava com pressa – falei, sorrindo para ele também.
Harry olhou para as minhas mãos.
-Hum, carta para quem? Ah, desculpe. Estou sendo intrometido.
-Não, não. É para Mione.
-Ah sim.
-Vou levá-la para Pichi...
-Pode usar a Edwiges se quiser...
Sorri internamente e o olhei com a cabeça um pouco virada.
-Não precisa. Tenho certeza de que Pich deve estar sobrecarregado por não sair de casa...
Harry sorriu para mim.
-Então tá... Viu o Rony? – perguntou ele, olhando em volta.
-Achei que estava com você.
-Estava, mas eu... Eu o... er... Eu o perdi quando esbarrei em você.
Dei um risinho e Rony apareceu dois lances de escada acima.
-Harry, o que está fazendo aí?
-Ah, achei – falou ele para mim, e subiu.
Desci as escadas e fui até a gaiola de Pichitinho. Ele estava super histérico, como sempre. Abri à gaiola, prendi a carta em sua pata e o levei até a janela. A última coisa que vi foi ele desaparecer no dia de nevasca.
-Maninha! – exclamou Fred ao meu lado, dando-me um susto – Pra quem era a carta?
-Não é da sua conta Fred.
-Ginazinha! – exclamou Jorge do meu outro lado – Nos ajudaria com um experimento para as Gemialidades Weasley?
-Se esse “experimento” não me matar ou fazer alguma mutação genética com o meu ser... – comecei falando, e os dois fecharam a cara.
-Não né, se não, nós não o daríamos para você. E sim para o Snape...
-Fred! – censurei-o, rindo.
-Ah, qual é? Todo mundo, um dia, gostaria de ver o Snape com cabeça de macaco.
-Não fuja do assunto, caro irmão – falou Jorge – E então Gina, vai experimentar?
Cruzei os braços.
-Depende do que é.
-Um tônico para deixar os cabelos rosa.
-E por que raios eu iria querer deixar meus cabelos rosa?!
-É só um protótipo. Temos o antídoto – falou Fred, mostrando dois vidrinhos.
-Fred eu tive uma ideia! – falei e peguei um vidrinho – Por que você não experimenta e, se der certo, eu estou no meu quarto, ok?
Fred e Jorge se entreolharam, deram de ombros e deixaram cair uma gota do primeiro vidrinho na cabeça. Desde o começo da raiz, até o finalzinho do fio de cabelo ficou rosa! Foi uma hilária visão. Eu instantaneamente comecei a rir.
-Fred... você... é... a ... pessoa... mais... tola que eu já vi na vida – falei enquanto ria – E você também Jorge.
-Gina, Gina, eu disse. Temos o antídoto – falou Fred e pingou uma gota do outro vidrinho na cabeça. Sem efeito.
Os dois começaram a se preocupar e subiram correndo as escadas. Eu ainda estava rindo, e escutei mamãe berrar do andar acima:
-Fred e Jorge! Cabelo rosa?! Já chega! Sem mais Gemialidades Weasley!
-Mas mãe... Temos o antídoto! – ouvi os dois exclamando juntos.
Revirei os olhos para o nada e me sentei no sofá. Fiquei observando o fogo crepitar na lenha, sem nada para fazer. Ouvi alguém descer as escadas, mas não olhei.
-Gina? O que faz aqui sozinha? – era a voz de Rony.
-Estou esperando uma carta.
Ele foi até a cozinha, mexeu em algumas coisas e voltou para a sala.
-O que você e o Harry estão fazendo?
-Nada de mais... Por que o Fred e o Jorge estão com cabelo rosa?
Sorri.
-Como soube?
-Ver eles correndo em frente ao seu quarto e totalmente desesperados, com os cabelos rosa chiclete... Na verdade eu não sei como soube – falou ele irônico.
-Eles queriam me fazer experimentar aquele troço. Então os forcei a experimentar, e quando tentaram colocar o antídoto, não mudou nada. E deram ataque.
Rony riu e Harry apareceu nas escadas.
-Rony, tem algo no seu sótão fazendo um barulho escroto.
-Ah, é o vampiro.
-Vocês têm um vampiro?
-Pois é.
Alguma coisa bateu na janela, nos chamando a atenção. Corri para a janela, onde Pichi estava. Abri e peguei a carta. Mione.
Gina
É claro que eu vou! Obrigada. E as minhas férias vão bem. Bem, vou arrumar minhas malas. Chego aí de manhã.
Beijos,
Hermione
-De quem é a carta? – perguntou Rony.
-Mione.
Rony disfarçou um sorriso.
-O que ela queria?
-Vai passar as férias de Natal aqui.
-Quando ela vem?
-Ai Rony, virou interrogador?
Harry abafou o riso e Rony corou que nem uma pimenta.
E o meu dia se passou. No outro dia de manhã, acordei cedo e coloquei uma calça jeans e um casaco de moletom. Observei, pelo parapeito da janela, a luz do sol sendo oculta pelas nuvens que desabavam neve.
Desci as escadas, sentindo o cheiro de bacon sendo fritado, de suco de abóbora recém-posto e de waffles.
-Bom dia, Gina.
-Bom dia, mãe. Mione já chegou?
-Ainda não.
Sentei-me na bancada da cozinha e esperei ela terminar de fazer o café.
-Onde estão Gui e Carlinhos?
-Foram com seu pai buscar lenha e uma árvore de Natal.
-Na floresta?
-Onde mais eles iriam conseguir uma árvore de Natal?
-Ah, sei lá. Não acha que na floresta tem muito gnomo?
-Um pouco. Eles se viram – falou ela, dando de ombros e uma batida na porta me sobressaltou.
Corri para a porta e a abri. Mione estava ali, com um pouco de neve em seus cabelos e roupas.
-Mione!
-Oi Gina!
Ela largou a mala e me abraçou. Ouvi passos descendo as escadas.
-Mione! – falou Harry e a abraçou.
-Oi Hermione – disse Rony, corando.
-Oi Harry! – falou ela, soltando o Harry e olhando para o Rony – Oi Rony.
Mandei um olhar para o Harry do tipo: Tá sentindo o clima deles? E ele me mandou um assim: To, Mione está encarando ele como se fosse explodir a cabeça com o olhar.
-Hermione! – exclamou minha mãe, a abraçando. Mamãe pegou a mala de Hermione e jogou para Rony – leve para cima, querido.
-Leva pra cima, querido. Querido, sim... sei. Daqui a alguns dias ela vai me mandar massagear os pés da Tia Muriel me chamando de querido...– dizia Rony, enquanto subia as escadas, irritado.
Fomos para a cozinha e ajudamos mamãe a terminar de fazer o café. Conversei com Mione até o barulho da porta da frente fechando nos envolveu. Corremos para a sala e vimos uma árvore de Natal, de bom tamanho, com Carlinhos e Gui. Papai estava com os braços cheios de lenha.
Ajudamos Gui e Carlinhos a colocar a árvore de Natal na sala. Papai colocou as lenhas ao lado da lareira e todos foram comer. Depois do café, Mione e eu subimos para meu quarto.
-E aí Gin, como vão as férias?
-Bem, apesar de não ter ninguém com quem ficar...
-Own – ela disse e me abraçou.
-Só espero que você não me abandone também para ficar com Harry e o Rony.
Ela me largou e sorriu.
-A única coisa que preciso falar com eles é bem... rapidinho.
-Mione!
-Desculpe, Gi, mas é rápido, prometo!
Suspirei e desabei na cama.
-Então vai.
Ela se levantou e saiu correndo do quarto. Suspirei, enterrei minha cabeça entre as mãos e fiquei a pensar.
-Gin? Viu a Mione? – aquela voz, doce, conhecida e amada. Levantei a cabeça rapidamente, me causando tontura e eu vi. Aqueles cabelos bagunçados e aqueles óculos meio tortos.
-Vi sim – minha voz soava cansada e triste – Ela acabou de subir.
-Algum problema, Gi?
Ele entrou no quarto e se sentou ao meu lado. Estremeci ao seu toque em meu braço.
-Tô bem.
-Não aparenta.
-Ah, você é muito observador. Não é nada não...
-Certeza?
-Sim, acho que sim.
-Vou subir então.
Assenti e ele me deu um beijo na bochecha. Quando Harry saiu do quarto, eu quase desmaiei. Meu Mérlinzinho. Involuntariamente toquei minha bochecha e suspirei.
-Gina? – era Fred.
-Que é agora?
Ele tinha conseguido tirar o cor-de-rosa do cabelo.
-Eu e Jorge precisamos ir até a Zonko’s.
-E como vão?
-Aparatando. Precisamos de sua cobertura.
-Mas para que ir até lá?
-Não temos produtos o suficiente para tirar o rosa do cabelo do Jorge.
Eu joguei a cabeça para trás e ri.
-Cômico.
-Dá cobertura?
-O que eu ganho?
-Compramos o que quiser na Zonko’s para você.
Era sempre assim, eu dava cobertura e ganhava algo em troca. Claro que o Fred e o Jorge tinham medo de mim se eu estiver irritada, porque quando era pequena eu dei um chute bem no lugar inapropriado para chutes em Fred e Jorge pois eles roubaram minha boneca e arrancaram a cabeça dela.
-Por que precisam de cobertura?
-Eu e o Jorge estamos de castigo. E então?
-Hum, fechado. Me tragam dois Snap Explosivo.
-Claro, maninha. Se mamãe perguntar por nós dois...
Repeti o que sempre falo quando Fred e Jorge pedem cobertura:
-Eles estão mexendo com produtos perigosos no quarto, não entre ou você pode perder a visão.
-Ótimo! – ele bateu palmas e me rodou no ar. – Obrigada, Gi.
-Boa sorte.
Fred saiu do meu quarto e sussurrou : - Vamos Jorge. Então Jorge passou correndo por ali, cobrindo o cabelo cor-de-rosa. Parou em frente ao meu quarto e disse:
-Valeu, Gina.
-Vai logo Pink.
Ri da minha própria piada sem graça e Jorge saiu correndo. Hermione desceu alguns minutos depois.
-Prontinho. Eu disse que era rápido. Do que está rindo?
-Acho que você também riria se seu irmão mané passasse correndo por aqui com o cabelo cor-de-rosa.
Ela riu.
-Fred ou Jorge?
-Jorge.
Mione sorriu sentou-se na cama.
-E então, o que foi ver com eles?
-Queria perguntar uma coisa para o Harry.
E passamos o dia assim. Quando Fred e Jorge voltaram, eu, Rony, Hermione e Harry nos juntamos para jogar Snap Explosivo. Fred e Jorge só correram para o quarto para deixar o cabelo de Jorge ruivo de volta.
O dia de Natal amanheceu nublado e com pequenos flocos de neve caindo, deixando tudo branco, como sempre. Levantei e cambaleei até o banheiro. Fiz minha higiene pessoal, prendi o cabelo num rabo de cavalo alto e troquei de roupa. Voltei para o quarto e Mione já tinha levantado.
-Bom dia, Mione. Feliz Natal! – exclamei e abracei-a.
-Feliz Natal, Gi!
Ela se arrumou e nós duas descemos para tomar café. Mamãe estava como sempre preparando tudo ao mesmo tempo, Carlinhos e Gui a ajudavam.
-Feliz Natal, maninha! – disse Gui e me rodou no ar, passando-me para Carlinhos que disse o mesmo e os dois abraçaram e desejaram feliz Natal para Mione.
Depois de todo o processo de: “Feliz Natal” “Obrigada, para você também”, sentamo-nos nas cadeiras. Tomamos café e fomos para a sala abrir os presentes. A minha vez chegou, dei o meu presente a todos e logo terminou. Harry fez sinal para acompanha-lo e nós dois subimos enquanto todos conversavam.
-Que foi?
-Quero dar o seu presente.
Meu coração parou na garganta. Ele continuou a andar e parou no corredor do terceiro andar.
-Acho que aqui dá. Pronto. Feliz Natal, Gi.
Ele me entregou uma caixinha. Ué, para que tanto drama por causa de uma caixinha? Sorri antes de pegá-la e abri. Um lindo colar escrito Ginny estava deitado ali.
-Ah Harry, não sei o que dizer... – comecei, levantando os olhos do colar para ele – Eu amei! Obrigada!
Joguei meus braços em volta de seu pescoço, dando-lhe um abraço apertado. Ele retribuiu e eu o soltei, completamente corada.
-Não foi nada, Gi. É uma coisa trouxa, achei que iria gostar – ele deu de ombros. Sorri mais ainda.
-Obrigada! É perfeito...
-Que bom que gostou... Quer, ahn, quer que eu coloque?
-Claro.
Entreguei-lhe o colar e ele passou a mão por meu pescoço.
-Harry, não é melhor, er, colocar o colar por trás?
-Ah, claro, claro!
Virei-me e tirei meus cabelos. Ele colocou o colar e eu sorri, virando-me. Aos poucos, senti o espaço entre nós diminuir e minha respiração ficar pesada.
-Harry! – exclamou alguém atrás de mim e eu pulei, me distanciando dele, era Rony – O que você e Gina fazem aqui?
-Nada.
Ele cerrou os olhos.
-Gina, nos dê licença um instante? Por favor?
-Você não manda em mim...
-Gi, por favor – ele parecia enfurecido.
Engoli o nó da garganta.
-Não.
Harry deu-me um empurrão fraco.
-Vai.
Não o olhei, mas senti seus olhos sobre mim. Andei lentamente até ao outro lado do corredor. Quando estava no segundo degrau, ouvi a porta sendo batida com força. Corri para o quarto de Fred e Jorge, pegando as orelhas extensíveis e usei-as para ouvir a conversa dos dois.
-Harry! – berrou Rony. Sem as orelhas extensíveis eu poderia ouvir! – O que pensa que estava fazendo com minha irmãzinha?!
Ah, o Harry tá frito!
-Eu... estava dando meu presente de Natal para ela.
-Quase beijando-a?! Hein Potter, qual é o seu problema?! Ela é minha irmã menor! A irmã do seu melhor amigo!
-Tá Rony – disse Harry, meio irritado também – Não é da sua conta o que eu faço ou não!
-É sim, Harry, porque a Gina é minha irmã! A única irmã que tenho! Sabe, seria bom se você NÃO namorasse ela, tá bom?! O famoso Harry Potter pode fazer isso?!
-Já chega Rony! Então tá, sem mais Gina! – berrou ele.
-Sem mais Gina!
Senti as lágrimas de raiva brotando. Como Rony pode ser tão panaca? Levantei-me lentamente e corri para meu quarto, batendo a porta com força. Tive vontade de berrar, socar, esmagar a tudo em minha frente! Imbecil! Eu faço o que eu bem entender!
-Gina? Você tá legal? – perguntou-me Carlinhos, do outro lado da porta.
-Tô bem – minha voz saia forte e irritada.
-Algo ruim aconteceu?
-Não! Vai embora!
-Ah, qual é, Gi? Somos seus irmãos!
-Somos? Tem mais alguém aí?
-Eu e Gui. Deixe-nos falar com você, podemos ajudar!
-Não preciso de ajuda!
-Por favor.
Levantei da minha cama e abri a porta. Gui e Carlinhos estraram. Carlinhos me pegou no colo e sentou-se na minha cama, ajeitando-me em seu colo.
-O que houve, maninha?
Gui sentou-se do meu outro lado, afagando meu cabelo.
-Não precisam fazer isso – falei.
-Mas queremos, é o mínimo que podemos fazer.
-Tudo bem... – contei a eles sobre o Rony ser o maior panaca e sobre querer mandar em mim.
-Olha Gi, você é a nossa única irmã, e é a menor ainda. Sentimos obsessão em protegê-la.
-Por quê?
-Porque queremos que você seja sempre nossa irmãzinha. Pequena, fofa e forte que amamos – disse Gui, apertando minha bochecha.
-Não serei uma criança para sempre, sabem disso!
-É, mas queremos aproveitar o tempo em que será nossa pequenina Gina.
Abracei-os com força.
-Nada vai me impedir de crescer, mas serei sempre a irmãzinha de vocês.
-Vamos falar com Rony.
-Obrigada.
Eles se levantaram e saíram do meu quarto. Afundei-me nos travesseiros, sentindo o cheiro do almoço.
-O almoço está pronto! – mamãe berrou e eu me ajeitei e desci as escadas. Fred e Jorge estavam na sala, testando algo em Hermione.
-O que pensam que estão fazendo com a Mione?! – perguntei, tirando-a de lá – Você está louca? Fred e Jorge podem fazer seu braço virar uma perna de macaco, ou o seu cabelo pegar fogo, ou algo maluco e explosivo!
-Não estava testando nada, só estava vendo as novas Gemialidades Weasley.
-Hermione? Vendo as GW? Haha, ô mãe, que whisky você colocou no suco da Mione?
-Gina! Não, é só...
Nesse momento, Rony, Harry, Carlinhos e Gui desceram. Sentei-me na cadeira e fiquei olhando fixamente para meu prato, sentindo os olhos deles queimando sobre mim. Depois de comer silenciosamente, subi para meu quarto. Quando ia fechar a porta, alguém a segurou.
-Que é Rony?
-Quero falar com você.
-Pois saiba que não tenho nada para falar com você.
-Gina, colabore, por favor.
-Se não o que? Vai tirar quem mais da minha vida?
Senti o poder subindo e a raiva queimando.
-Gina...
-Não quero saber, Rony.
-Cala a boca e me deixa falar! – rugiu ele, fechando a porta.
-Vai me obrigar a isso também?!
-Silencio.
Ah é assim agora? Urgh, ia falar umas poucas e boas para ele.
-Melhor. Olha Gina, eu não quero que meu melhor amigo a roube só para ele, ok? Você é minha irmãzinha e eu a quero para mim, sei que parece meio egoísta... – ele disse andando pelo quarto e passando a mão no cabelo, que nem o Harry faz – Não vai falar nada?
Bati na própria testa.
-Opa, desculpe. Bem, então eu queria que soubesse que sempre será minha, não só minha, mas minha. Ok Gi?
Balanceei a cabeça e sacudi os braços. Quero poder falar de novo!
-Então, tchau... – dizendo isso, saiu do quarto. HEY! E eu?!
Saí a sua procura e esbarrei novamente em Harry.
-Ah, Gina...
Olhei-o e pisquei.
-Que foi? – ele me perguntou.
Apontei para minha boca e para Rony.
-O que tem o Rony e a sua boca?
Tentei pensar em como explicar para ele. Apontei para Rony, fiz um aceno com a mão com uma varinha imaginaria e cruzei os dedos na frente da minha boca.
-Aaaaaah! Entendi, Rony te silenciou e não sabia o feitiço de retirar?
Tive vontade de bater palmas, mas apenas assenti. Harry, sorriu, tirou a varinha do bolso e disse:
-Finite Incantaten. Pronto?
-Obrigada Harry! – eu disse e o abracei.
O resto do Natal passou-se rapidamente e logo já estávamos a caminho da estação King Cross, para voltar para Hogwarts.
Sentei-me na cabine vazia, com Hermione, Harry e Rony logo atrás. Eles conversaram a viagem toda, eu apenas fiquei a observar a paisagem passando rapidamente pela janela. Rony idiota.
-Eu e o Rony temos que ir para a cabine dos monitores – disse Hermione, saltando do banco.
Rony se levantou e lançou um olhar significativo para Harry, enquanto Mione revirava os olhos e o arrastava para fora da cabine.
-Entãããão – murmurou Harry, assim que Hermione fechou a porta – Rony tem sido muito duro com você?
Olhei-o.
-Duro em que sentido? Porque o Rony é e sempre foi duro comigo, se não, não é o meu irmão.
Harry revirou os olhos, mas sorriu.
-No sentido “nós”.
Então a ficha caiu para a lerda, aqui.
-Não tanto quanto foi com você.
Harry franziu o cenho.
-Comigo?
-É, ouvi tudo.
-Como...?
-Gemialidades Weasley – cortei-o.
Ele riu.
-Claro.
-Sinto muito, Harry – falei com um fio de voz. – Acho que Rony pegou pesado demais.
-Sim, ele foi. Mas ele também foi real demais.
-Real?
-É, real. Procura no dicionário.
-Eu sei o que significa real! – exclamei, rindo – Quero dizer, por que ele foi “real” demais? – fiz aspas com os dedos.
-Me fez ver realmente o que eu estava fazendo.
Pisquei duas vezes, como quem ainda não entendeu e ele continuou:
-Você é a irmãzinha dele.
-Ah Harry, qual é? Você também com essa história ridícula? – perguntei, com a maior cara de pal. Juro que daria tudo para ver minha cara nesse momento.
-Gina...
-Rony é palhaço de nascença, isso eu entendo. Mas você? O Harry Potter? Menino-Que-Sobreviveu pode acabar com o Voldemort com dois anos, mas não consegue enxergar a verdadeira questão?! Tipo assim, você não pode deixar de gostar de mim por causa do que o mané do meu irmão disse! – Ai, eu e a minha boca grande...
Ele absorveu a minha explosão e pareceu achar graça. Claro, Gina Weasley bancando a babaca é hilário! Atenção aos leitores, se não perceberam, ALERTA DE SARCASMO. Tá, parei.
Harry riu, ou melhor, gargalhou.
-Ai Gina, você é a melhor – ele deu uma piscadela.
Minhas bochechas queimaram.
-Desculpe, eu só explodi...
-Tudo bem, eu também explodi com a Hermione sobre a mesma coisa – ele falou, me acalmando.
-S-sério?
-É, e ela também disse que o Rony é um babaca imaturo que não viu que a irmã cresceu.
Sorri e agradeci a Mione mentalmente.
-Mas... – comecei, tentando organizar os pensamentos – Se o Rony não quer isso, como...
Não consegui formular a frase, mas ele entendeu.
-Daremos um jeito – ele sorriu e piscou de novo.
Meu coração derreteu, ou foi o que pensei, porque senti que ele parou de bater por meio segundo... Uma batida leve na porta me fez acordar. O carrinho de doces.
-Quer alguma coisa? Eu pago...
Abri a boca para responder, mas ele se levantou e comprou tantas coisas que fiquei abismada. Quando ele fechou a porta, sentou-se ao meu lado e despejou o saquinho no banco entre nós.
-Harry, tá maluco? Acho que não conseguiremos comer tudo isso, ainda mais que... Vamos jantar daqui a pouco!
Ele sorriu no canto dos lábios e contou nos dedos. 3, 2, 1 e Rony apareceu na porta, olhando sorridente a pilha de doces. Eu gargalhei.
-Você é o melhor, Harry – disse, tentando recuperar o fôlego.
O garoto ruivo entrou e pegou um sapo de chocolate. Hermione entrou logo depois, estressada.
-Rony, você não pode sair correndo da cabine só porque o carrinho de doces passou!
-Ah Hermione, relaxa – ele disse, pegando um feijãozinho de todos os sabores e dando para ela – Só tínhamos nós dois naquele cubículo estressante.
-É, mas é nosso dever... – ela começou, mas Rony a cortou.
-... Calar a boca e comer sapos de chocolate que o Harry pagou. Exato! Muito bom! – ele disse de boca cheia.
Harry e eu assistíamos como se fosse novela, rindo a toda hora.
-Mas Ronald, o cargo é mais importante do que comida!
-Ora Hermione, acredito que foi a comida que lhe manteve viva até agora, e não o cargo de monitora...
Ela cruzou os braços e bufou.
-Claro, né Rony! Mas que diabos é isso? Está tentando me distrair! Agora, Ronald Abílio...
-Como soube do Abílio?! – perguntou ele indignado.
-Gina... – ela disse, dando de ombros.
Ele virou a cara furiosa para mim, enquanto Harry se acabava de rir.
-Não sabia do Abílio, Rony – ele disse entre risos.
-Como eu disse, Rony, volte AGORA para a cabine! – ela ordenou, apontando para o corredor, estressada.
-Tá, tá. Mas se não fosse esse feijãozinho aí, você poderia ter desmaiado ou coisa do tipo! Deveria me agradecer – ele disse enquanto saia, com Hermione atrás.
Ela parou, colocou a cabeça para dentro da cabine e disse:
-Desculpe o incomodo – ela sussurrou e piscou para nós.
A viagem se passou. Harry e eu conversávamos sobre tudo, o que deixou a viagem engraçada e divertida. Nós fomos para as carruagens, mas a multidão o levou para longe de mim. Com dificuldade, consegui chegar perto de Luna.
-Oi Lu, como foram às férias?
Ela me olhou, com seus olhos arregalados e deu um sorrisinho.
-Ótimas, obrigada. Longe de narguilés! E as suas?
-Foram boas – eu falei, olhando em volta procurando pelo Harry.
Luna logo percebeu que a minha atenção ao que ela falava sobre os narguilés era 0.
-Gina, sei que está com a cabeça em outro lugar. E esse lugar, creio eu, que seja em Harry Potterlândia – ela disse com sua voz aguçada. Minha nossa, Luna, pensei, é vidente ou o que?!
Corei como de costume.
-Er...
-Tudo bem, ele está logo ali – ela me disse, apontando para a carruagem em que ele embarcava junto com... Cho Chang. Maldita!
As minhas bochechas arderam, mas não de vergonha, sim de raiva. Filha da mãe...
-Gina? – a voz de Luna era distante e eu me deparei que estava correndo para a carruagem dele.
Quando me dei conta, freei os pés. Derrapando e jogando terra nos mais próximos. E a carruagem se foi...
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Uma nooova fiic, galerinha! Espero que gostem
Existe uma Review, ok? =P
Beeijiinhos
Pode demorar pra sair os caps., começei agoora .-.